domingo, 6 de outubro de 2013

Talismã entra em cena, põe Vila Nova no G-4 e elimina o Guarani da Série C


Jogos decisivos são diferentes dos demais. Neles, não basta qualidade para sair com a vitória. É preciso garra, motivação, controle, foco, precisão. Quando se supera o adversário na maioria desses quesitos, é improvável que saia derrotado. Esse foi o cenário no Serra Dourada. Se Vila Nova e Guarani se equivalem em muitos aspectos – tinham até campanhas iguais até a bola rolar nesta tarde –, os goianos mostraram-se superiores em quase tudo no duelo direto. A começar pela técnica. Com um golaço de Thiago Marin da intermediária, o Tigre passou pelo Bugre por 1 a 0 e deu um importante passo para avançar às quartas de final da Série C do Campeonato Brasileiro, diante de mais de 10 mil torcedores. Já os paulistas, sem vencer há nove rodadas, estão eliminados com uma rodada de antecedência.
A paciência para conduzir a partida desde o início ajudou o Vila Nova a sair vitorioso nesta tarde. A equipe da casa apoiou-se na velocidade de Tiago Cametá pela direita e na experiência de jogadores como Robston e Romerito. Aos poucos, cozinhou o Guarani – que se mostrou absolutamente descontrolado desde o início da partida – e deu o bote quando necessário. Com absoluta liberdade, Marin aumentou a adoração que a torcida tem por ele. No Estadual, foi do meia o gol que livrou o Vila do rebaixamento à segunda divisão. Agora, é dele o tento que coloca o clube entre os quatro do Grupo B.
Ao vencer o Guarani, o time goiano quebra um jejum de quatro rodadas e fica em condição absolutamente confortável na última rodada da primeira fase. Com 26 pontos, precisa de uma simples vitória contra o Macaé, domingo, no Rio de Janeiro, para avançar sem depender de nenhum resultado. Caso empate ou perca, depende de um tropeço do Betim, que recebe o Mogi Mirim na Arena do Calçado.
Do outro lado, uma volta doída para Campinas. Depois de fugir da pressão da torcida na semana mais decisiva do ano, o elenco do Guarani retorna para casa sem cumprir o objetivo básico. Atinge nove rodadas sem saber o que é vencer e vê a ótima campanha no primeiro turno ruir como um castelo de areia na segunda metade do campeonato. Agora com 23 pontos, o Bugre cumpre tabela no domingo contra o Crac, no Brinco de Ouro, onde enfrentará a ira da torcida pela última vez em 2013. Depois, serão mais de três meses sem partidas oficiais. O próximo torneio é a Série A2 do Paulista, no fim de janeiro.
Vila Nova x Guarani - Série C - 2013 (Foto: Renato Conde / O Popular)Cametá, destaque do Vila, afasta o perigo. Léo Costa tem partida irregular (Foto: Renato Conde / O Popular)
Faltas ganham da qualidade
A necessidade de vencer a qualquer custo prejudicou o primeiro tempo no Serra Dourada. Vila Nova e Guarani erram muito nos 45 minutos que abriram a decisão em Goiânia e contavam mais com erros do adversário para sair em vantagem. Como isso não aconteceu, em nenhum dos lados, o empate sem gols foi a única resposta encontrada pelos times.
A igualdade se manteve por alguns fatores, desde a marcação implacável - que resultou em seis cartões amarelos, quatro só para o Bugre - até à falta de precisão dos atacantes. Raphael Macena, em contra-ataque rápido, teve a chance de abrir o placar para os paulistas, mas resvalou sem força. Do outro lado, Rodrigo Dantas fez fila na defesa, mas ficou sem ângulo para vencer Thomazella.
Os erros em jogadas simples minaram a confiança dos dois times. O Vila Nova se apoiou bastante nos avanços de Tiago Cametá, mas o Guarani respondeu ao usar as costas do lateral para atacar. Essas falhas de posicionamento ou fundamento não foram suficientes para tirar o zero do placar, o que só aumentou a ansiedade para o segundo tempo.
Gol do Vila descontrola adversário
O panorama do segundo tempo foi o mesmo do primeiro: enquanto o Tigre buscava o ataque de diferentes maneiras, o Guarani se reduzia a marcar e tentar subidas esporádicas ao ataque. O castigo veio em forma de golaço. Thiago Marin experimentou de longa distância e acertou o canto esquerdo de Thomazella, que, em sua estreia, nada conseguiu fazer para evitar o gol.
O lance descontrolou o Bugre dentro e fora de campo. Os jogadores, que já estavam nervosos, ficaram ainda mais ao ver Tarcísio Pugliese entrar na provocação do lateral Alan. O técnico, visivelmente descontrolado, trocou empurrões com o camisa 6 do Vila e iniciou uma confusão na beira do gramado. Foi expulso e praticamente enterrou a última chance de reação do Bugre.
O jogo, portanto, ficou com a cara do time da casa. Heriberto da Cunha mexeu quando necessário no Colorado e apenas cozinhou o adversário. Mesmo com espaços, nem precisou atacar mais. Afinal, o placar já estava consolidado. Mesmo antes de entrar em campo, o Tigre mostrou-se mais preparado para segurar a pressão. Não à toa, ainda está vivo. Já o Bugre