Ney Franco parecia o americano Nik Wallenda, que atravessou na corda bamba um desfiladeiro no Grand Canyon a 457 metros de altura (veja vídeo abaixo). Só que sua situação no São Paulo parecia ainda mais complicada. Era como se ele, ao chegar no outro lado, tivesse que voltar. E voltar. E voltar. E voltar. Até cair. E Ney caiu.
Em mais uma oportunidade em clube grande, o treinador não foi tão brilhante como muitos imaginavam que seria quando surgiu. Teve alguns bons momentos, mas no geral não conseguiu montar um bom time. E o elenco é dos mais caros. Culpa de dirigentes e jogadores também, é evidente, mas não parecia provável que ele conseguisse grandes progressos.
A torcida não avalia os trabalhos recentes, ela se apóia, quase sempre, no passado. E então lembra de Muricy Ramalho, que teve o nome gritado no Morumbi algumas vezes enquanto Ney andava e balançava na corda bamba tricolor. É o nome mais provável se os cartolas quiserem acalmar a arquibancada. Mas seu trabalho mais recente não é animador.
Ao mesmo tempo Vanderlei Luxemburgo está disponível no mercado. O técnico que saiu do Grêmio seis dias antes da demissão do "malabarista" Ney admitiu, no passado, o sonho de trabalhar no Morumbi. Há alguns anos, quando estava realmente em alta, nunca foi contratado. Será que há alguma possibilidade agora? Nos últimos anos ele só ganhou Estaduais.
Do jeito que as coisas caminham no São Paulo, depois da contratação de Leão e da forma como a diretoria parece confusa, nada parece impossível. E fica claro que embora surjam novos técnicos, alguns nomes resistem ao tempo, mesmo sem apresentar resultados.
Técnicos de grife nem sempre armam boas equipes, mas pelo menos por algum tempo servem como escudos para cartolas. Até que sejam colocados na corda bamba.