segunda-feira, 23 de abril de 2012

Argentino - Clausura

19h10 Arsenal Sarandí 1x1 Newells Old Boys

Português

16h15 Acadêmica 0x1 Olhanense

Espanhol

16h00 Osasuna 1x1 Málaga

Reféns de um sistema podre

No fim de semana em que o futebol italiano deveria retornar à normalidade após a morte de Piermario Morosini, algumas dezenas de facínoras trataram de mostrar que a solidariedade e a comoção após uma tragédia podem ser ofuscadas pelo constante apodrecimento do sistema.

Os acontecimentos no estádio Luigi Ferraris durante Genoa x Siena foram surreais. Irritados com a goleada de 4 a 0 contra um rival direto na luta contra o rebaixamento, torcedores do Genoa provocaram a interrupção do jogo e coagiram os jogadores a entregarem suas camisas, insinuando que não seriam dignos de vesti-las.

Em um absurdo gesto de submissão, o capitão Marco Rossi chegou a reunir várias camisas de seus companheiros para entregá-las aos "ultras". Só quem se negou foi Sculli, jogador identificado com o clube, que foi para a discussão e conseguiu de volta os uniformes para que o jogo prosseguisse. Alguns de seus colegas, visivelmente abatidos, foram às lágrimas em campo.

Que um fato do gênero tenha ocorrido em um jogo daquele que já foi, num passado cada vez mais distante, o campeonato nacional mais importante do mundo, só mostra que a Itália está longe de uma solução para as mazelas de seu futebol. Os estádios continuam obsoletos e inseguros, e a cultura de certas torcidas parece incorrigível. Agem como donas dos clubes, sentem-se no direito a tudo.

Os "ultras" representam uma minoria nociva, que afasta a maioria dos estádios. Não adianta se queixar da televisão que representa a maior fatia da receita dos clubes italianos, quando tudo é feito para afastar as famílias dos campos.

Some-se a isso mais uma crise de credibilidade motivada por manipulação de resultados, com um caso de apostas que a cada nova descoberta se mostra mais abrangente.

O futebol continua sendo feito refém por pessoas estranhas a ele. Isso porque o Genoa ainda está um ponto acima da zona de rebaixamento. Na Inglaterra, também neste domingo, torcedores do Wolverhampton encaravam com esportividade o rebaixamento consumado com a derrota para o Manchester City.

Os ingleses conseguiram o resgate de seus estádios com ações firmes e eficientes. Apenas discursar e lamentar não levará os italianos a lugar algum.


Família assustada tenta se proteger enquanto "ultras" fazem confusão em Gênova

Campeão ou não, Barça (ainda) é o melhor e título é um dever do City

Independentemente de ser domingo, dia de descanso e ruas normalmente tranquilas, o clima de ressaca, de derrota, está no ar. Barcelona teve céu cinzento, tempo frio e atmosfera triste para a massacrante maioria dos habitantes da capitala catalã. Tudo porque o Real Madrid derrotou o Barça em seus domínios, praticamente levando o título espanhol da temporada. Uma derrota ultimamente rara, consequentemente dura e com nítidos reflexos.

Exagerada é a reação da imprensa local. Pep Guardiola, até então genial, é questionado além da conta por duas derrotas seguidas em jogos difíceis num momento de queda vivido por sua espetacular equipe. Os jogadores, pelo contrário, são até poupados, mas o técnico do "azul y grana" foi colocado na berlinda. Seu 3-4-3 deixou de ser uma grande sacada para ser tratado como algo facilmente superável. Menos...

O belíssimo mosaico no Cam Nou antes do clássico Barcelona x Real Madrid
O belíssimo mosaico no Camp Nou antes do clássico Barcelona 1 x 2 Real Madrid

Por melhor que seja um time de futebol, em alguns momentos ele cai. O Santos de Pelé faturou 80% dos títulos paulistas dos anos 1960, mas em 1963 e 1966, deu Palmeiras. Na mesma década, o poderoso Cruzeiro dominava em Minas Gerais, mas em duas ocasiões o título foi do Atlético. Na virada dos 70 para os 80, eram tempos do Flamengo de Zico, mas em 1980 deu Fluminense no Rio.

É normal, praticamente todos os grandes times tiveram interrupções em séries de conquistas nos seus períodos hegemônicos. Na década de 1960 dominada pelo histórico Santos, o Real Madrid ganharia oito títulos espanhois, mesmo número de Estaduais de Pelé e seus companheiros no período. Só não foram nove conquistas em série porque em 1966 deu Atlético de Madrid, um pontinho à frente do rival.

Um time histórico como o Barcelona que venceu 13 das 17 taças que disputou sob a batuta de Guardiola (já contabilizada a da Liga espanhola 20112/2012) não perde o rótulo de melhor do mundo em uma semana, em dois, três jogos. Aconteça o que acontecer terça-feira no Camp Nou, os catalães poderão continuar se orgulhando de terem a melhor equipe do planeta, que pode até cair, mas vai se levantar.

Na Inglaterra, dos 19 títulos disputados desde a criação da Premier League, na temporada 1992/1993, 12 ficaram com o Manchester United. Que deu nova chance ao City ao deixar pelo caminho cinco pontos dos últimos nove que disputou, perdendo para o Wigan e empatando em casa com o Everton (4 a 4). Não é comum o time de "Sir" Alex Ferguson oferecer esse tipo de chance.

Os Citizens têm obrigação de aproveitar, vencer o clássico de Manchester no dia 30 e nas rodadas sequintes confirmarem a conquista do campeonato que não é do time azul da cidade desde 1968. Depois da afinada diante do guerreiro Nápoli, que valeu a eliminação da Liga dos Campeões, e da pipocada que permitiu ao United abrir vantagem, os jogadores não podem errar mais.

Kun Aguero e Carlos Tevez: força argentina pelo título inglês
Kun Aguero e Carlos Tevez: força argentina pelo título inglês após 44 anos

Cavalo paraguaio relincha e empaca na Ponte; Fla 'doente'

 o glorioso cavalo paraguaio, treinado com maestria pelo ‘professor’ Tite e muito bem alimentado pelo ‘mão de alface’ Júlio César, relinchou belo e formoso na casa alugada do Pacaembu.

Depois de 14 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas ao longo de uma 'treinabilidade' de 20 jogos na pré-temporada, o Corinthians empacou na Ponte e despediu-se do Paulistinha nas quartas de final do mata-mata de um tiro só.

Apesar do inesgotável apoio do ‘bando de loucos’, o time jogou pedrinha e foi uma presa fácil para a Macaca, muito bem armada e esbanjando solidariedade.

O Corinthians levou um baile no primeiro tempo, principalmente após a falha de Júlio César em cobrança de falta. Não viu a bola. Melhorou no segundo mais na base do bumba meu boi.

Mas como o elástico ‘braço de jacaré’ Júlio César adora entregar o ouro em momentos decisivos, também quebrou o ânimo da Fiel e do time no terceiro gol.

Os corintianos agora terão 10 dias para esfriar a cabeça antes de encarar o tiroteio contra o Emelec, pela Libertadores. Certamente eles chegarão com o moral mais elevado que obeso quando enfrenta catraca de ônibus, metrô ou trem.

Se no Pacaembu choveu canivete na horta da Fiel, no Engenhão a turma do urubu saboreou um bacalhau indigesto na mesa vascaína das semifinais da Taça Rio, o returno do Carioquinha.

A intoxicação alimentar foi tão violenta que o rubro-negro será obrigado a ficar pelo menos 30 dias em repouso absoluto.

Às outras patacoadas e caneladas da rodada;

1) Paulistinha: preocupado com o sofrimento da Fiel, Índio mata periquito no Brinco de Ouro e Campinas faz a festa do interior; Deola incorpora bons fluidos do amigo Júlio César e toma até gol olímpico; Neymar & Cia. derrubam Mogi, viajam até a paradisíaca La Paz para um chá com o Bolívar e voltam para decidir o tricampeonato contra o soberano Tricolor;

2) Mineirinho: Galo canta feliz: além de manter a invencibilidade (agora 14 jogos) no empate com Tupi, curte a sapecada do Coelho na Raposa;

3) Paranazinho: dos males, o menor – proibida de pintar no Couto Pereira, torcida do Furacão não vê a festa do Coxa pela conquista do segundo turno;

4) Baianinho: Vitória da Conquista dá uma banana para o cartaz do Bahêa (ataque mais positivo do país e melhor campanha do estadual) e sai na frente na semifinal; Feirense aproveita embalo da zebra e engole Leão da Barra;

5) Gauchinho: Saci colorado quebra a rotina, goleia Veranópolis e, pela enésima vez, decidirá um caneco com o amigo de fé e imortal Grêmio.

6) Carioquinha: sob a batuta do maestro Felipe, Vasco prova por a+b+3 que ‘papai’ Joel está certíssimo – o copo enche... e transborda.
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Pica-Pau. As glórias da turma do amendoim voltarão a rondar o pescoço de Felipão após mais um caneco perdido. Desde que retornou ao Palmeiras, em junho de 2010, o ‘professor’ só decepcionou. Colecionou uma série de fracassos à frente dos periquitos em revista: Paulistinha, Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-americana. Mas engordou substancialmente a poupança, faturando mais de R$ 15 milhões – embolsa R$ 700 mil por mês, livres como um passarinho.

Sugismundo Freud. Cheque especial é como barba, se não cortar só cresce.

Sois rei. O empresário Edson Arantes do Nascimento, dono dos direitos de Pelé, poderá se transformar em braço direito, esquerdo, pé e unha de José Maria Marin. Basta querer. Garantindo ser amigo de Nascimento desde os tempos em que o recebia no Palácio, ao lado do rei, o ex-governador afirmou que as portas do Circo Brasileiro de Futebol estarão abertas, dia e noite, para acolher as ideias do empresário, principalmente se chegar com Pelé.

Twitface. É fato: torcedores de Corinthians, Palmeiras e Flamengo estão mais agoniados do que barata de ponta-cabeça.

Sinal verde. O circo da Fórmula 1 anda tão emocionante quanto uma viagem de trem no horário de pico: Felipe Massa do Brasiiiiiiillllll consegue os dois primeiros pontos e está só 51 atrás do líder e bicampeão Sebastian Vettel.

Gilete press. De Jorge Luiz/Maurício Fonseca, no ‘Panorama Esportivo’, do ‘Globo’: “Quanto vale o Flamengo com Ronaldinho Gaúcho? E sem o seu badalado camisa 10? Para os chineses da cidade de Dailan, a mesma coisa. A presidenta Patrícia Amorim tem sobre sua mesa um contrato para dois amistosos, no meio do ano, recebendo US$ 2 milhões, além dos direitos de TV. Não há uma cláusula exigindo o astro do time.” Dentuço na banguela.

Tititi d’Aline. O relacionamento entre o rei Leão e o empresário de Lucas ‘Marcelinho’, Wagner Ribeiro, lembra os bons momentos de Batman e Coringa.

Você sabia que... a Lotus não subia ao pódio desde o terceiro lugar de Nelson Piquet, em 1988, e não emplacava dois pilotos (Kimi Raikkonen e Romain Grosjean) entre os três primeiros desde 1979?

Bola de ouro. Ponte/Guarani. É a merecida festa do interior no Paulistinha.

Bola de latão. Corinthians/Palmeiras. Dobradinha perna de pau, comandada por Júlio César e Deola.

Bola de lixo. Patrícia Amorim. A carismática cartola do Flamengo atribuiu a maioria das críticas ao fato de ser mulher. Mais ou menos o mesmo problema enfrentado pela presidenta Dilma Rousseff, com somente 77% de popularidade.

Bola sete. “O Corinthians é o time safety car: só anda na frente quando não vale nada” (de um coirmão são-paulino, após o tombo corintiano – desce o pano).

Dúvida pertinente. Em que spa (tifado) o Flamengo deve curtir os 30 dias de férias?

A força do interior e a fraqueza do Paulistão, ou vice-versa

De 2000 para cá, são 13 Campeonatos Paulistas e só três vezes os quatro grandes chegaram à final.
Cansei de falar isso no Bate Bola da ESPN Brasil, é símbolo da dificuldade de jogar o campeonato.
Não de sua força.
Pela décima vez, em treze edições do Paulistão, os quatro grandes não chegam juntos à final.
Isso não representa a força do interior de São Paulo, como quer dizer a Federação e como a coluna do estadão de hoje contradisse.

Uma coisa é Guarani e Ponte se beneficiarem do regulamento, que prevê jogo único nas quartas-de-final e provoca tropeço do líder com uma derrota em casa -- a Ponte Preta se beneficou das regras, o Guarani é outra história.

Mas a ideia de "o interior é forte", firme nos anos 70, 80, até nos 90, não sobrevive a este Paulistão. Mesmo que o campeão venha ser do interior, a força do campeonato é muito menor do que já foi.
Mostra isso os 5210 pagantes por jogo.

A ideia tem de ser melhorar o campeonato e, para isso, compará-lo com os melhores do mundo.

Sobre os classificados, o São Paulo é talentoso, mas sofrerá pela ausência de Luís Fabiano.
O Santos é o mais forte e tem Neymar.
Ao Guarani falta talento, embora sobre força de conjunto.
A Ponte não fez uma boa primeira fase. Marca muito, cria menos.

O favorito para o título? O Santos.
Mas ele volta da Bolívia na sexta e pega o são Paulo no domingo.
Em suma, o Paulistão não vai apontar a realidade do estado.

Colirio Do Esporte