segunda-feira, 3 de junho de 2013

Erramos! Quer dizer, errei!



Na coluna desta segunda-feira, na Folha de São Paulo, com o título EM OBRAS, escrevi que o lateral-esquerdo Marcelo levou um baile do ponta inglês Walcott, no amistoso Inglaterra 2 x 1 Brasil, em Wembley.

Na verdade, quem levou o baile foi Adriano, escalado naquele dia.
Marcelo não jogou aquela partida.
Desculpem.

Argentino



18h00 Tigre 1x3 San Martín
20h15 All Boys 2x1 Newells Old Boys

Em obras

Hernanes entrou muito bem no jogo e deu o chute na trave na origem do gol de Fred. Não fez o time jogar melhor do que na primeira etapa, quando houve bons momentos. Mas deixou evidente sua qualidade nos passes, na armação. A saída de Oscar para a entrada de Lucas fez o Brasil perder o meio de campo. Perderia o jogo não fosse o cruzamento de Lucas e a pintura de Paulinho.
Com Hernanes e Paulinho no ataque, Felipão ontem adorou volantes que fazem gols.
A reabertura do Maracanã alimentou dúvidas sobre a seleção mais jovem do que deveria, menos talentosa do que se gostaria. Mas houve momentos de dar água na boca e pensar: isso
pode ficar bom.
A frase se repetiu durante todo o final de semana, com um personagem diferente da seleção: o Maracanã. A observação das zonas belíssimas, mas inacabadas, fazia as pessoas repetirem: "Isto vai ficar lindo, aquilo vai ficar bom, aquele outro vai ser sensacional".
O único pecado é o verbo aplicado no futuro.
Como o Maracanã, a seleção está em obras. Qualquer avaliação sobre o desempenho da equipe precisa ter isso em foco.
O maior pecado de Felipão foi tirar Oscar na hora de escalar Lucas. Equívoco talvez atenuado porque se tratava de um teste, mas que abriu o meio de campo e isso só se corrigiu quando Fernando entrou na vaga de Hulk.
A ideia do equilíbrio, de Filipe Luís marcar pela esquerda e Daniel avançar pela direita, Oscar armar na direita e Hulk atacar do lado oposto não é absurda. Mas dá preferência a jogadores menos talentosos do que Lucas e Marcelo.
O lateral do Real Madrid provavelmente será titular. Mas levou um baile de Walcott em Wembley, razão pela qual valia a experiência com Filipe Luís, mais marcador. Hulk não jogou mal. As vaias para ele acontecem mais pela vontade de ver Lucas, muito mais hábil.
Mas ter Lucas, Oscar e Neymar, todos juntos aos 21 anos, significa um time juvenil demais para uma Copa do Mundo.
O empate com os ingleses ressalta o que já se sabe. Que o momento não é bom, a seleção não está formada e Neymar ainda não é suficiente para desequilibrar jogos grandes.
Jogou como ponta de lança, com Oscar armando pela direita, Hulk pela esquerda. Tinha total liberdade para se aproximar de Fred e criar grandes jogadas. Não conseguiu. No primeiro tempo, foi discreto. No segundo, nulo.
O empate reforça também o tabu de quatro anos sem vencer clássicos. São três empates e sete derrotas desde o 1 x 0, também sobre os ingleses, em novembro de 2009 --a estatística exclui o Superminiclássico das Américas, contra a Argentina reserva.
Ganhar da França em Porto Alegre pode devolver um pedacinho da confiança. Será como levantar uma parede. Mas a construção vai demorar mais tempo.
PRÓ-HERNANES
O advogado de Hernanes é Parreira. Felipão adorou suas atuações contra Itália e Rússia. Parreira, idem. Desde sexta, nos treinos, Felipão o experimenta de primeiro volante, o que desmente a tese de que não quer um volante que saiba jogar. Seus volantes são todos bons. E sabem fazer gols.
RESPOSTA


Na quarta, o artilheiro da Copa-86, Gary Lineker, criticou o técnico Roy Hodgson. Disse que, com duas linhas de quatro homens, Hodgson devolve a Inglaterra a sua pior era. Ante o Brasil, Hodgson montou 4-2- -3-1 no primeiro tempo e quase venceu no 4-3-3. Poderia ter dado mais tristeza aos brasileiros.

Seleção tem futuro

O saldo do amistoso contra a Inglaterra foi positivo.
Felipão há de ter visto que as características dos jogadores têm de ser respeitadas e seu esquema a elas deve ser adaptado e não o contrário, como fez durante 70 minutos com Paulinho.
Que não resolveu como volante de marcação e resolveu como meio-campista que avança.
Neymar jogou para o time em vez de o time jogar para ele porque, afinal, ele ainda não tem todo esse tamanho e fez bom primeiro tempo, inferior apenas a Oscar, o melhor dos brasileiros.
Que tiveram em Hulk o Judas da torcida no novo e festivo Maracanã, embora seja um atacante que não deixa defesa nenhuma em paz e seja capaz de alternar bisonhices extremas com outras jogadas de alta sofisticação.
O décimo empate entre brasileiros e ingleses em 25 jogos, com 11 vitórias nacionais, só não agradou mais porque lá se vão três anos e caqueirada que a seleção não vence um time do primeiro mundo do futebol.
Mas também não precisa ser agora nem mesmo no domingo que vem contra a França.
Quem sabe na Copa das Confederações, projeção que a atuação de ontem permite fazer sem nenhuma pachequice.
Basta que Felipão faça o simples como é capaz e não pense em Filipe Luís se puder controlar a cabecinha de Marcelo (tarefa nada simples, admitamos) que é muito mais jogador.
Além de rezar para Fred não se machucar, porque é notável como o centroavante do Fluminense é capaz de passar um jogo inteiro desaparecido e só aparecer para fazer o gol, como o goleiro inglês Joe Hart, vital para que seus compatriotas não saíssem derrotados no primeiro tempo, pôde perceber.
ESTRANHO
Coisas estranhas andam acontecendo nos campos de futebol.
No jogo mais importante do domingo no Brasileirão, no Independência, a torcida do Galo não lotou o estádio como era obrigatório depois da epopeia vivida pela Libertadores.
São Victor, o herói, saiu caçando borboleta na primeira bola que foi ao seu gol, e o São Paulo só não saiu na frente porque Marcos Rocha salvou na linha fatal.
Já Luan, no lugar de Bernard, com a seleção, perdeu o gol de abertura duas vezes.
A defesa do goleiro no pênalti cobrado por Riascos é comparada àquela do corintiano Cássio contra o Vasco de Diego Souza. Mas é de se dar conta de que o gol de Luan, no minuto final em Tijuana, lembra o de Romarinho, na Bombonera, gols tão sintomáticos para se definir a sorte de campeões como as intervenções dos goleiros.
Libertadores à parte, quem esperava a pressão total do Galo no começo do jogo viu o inverso, com o São Paulo partindo para o sufoco, como fizera, com sucesso, duas vezes no Morumbi.


O Galo sem Réver e Bernard, o São Paulo sem Jadson e Luis Fabiano, disputaram um clássico mais lutado que jogado, com pouco brilho e domínio tricolor, mesmo depois que ficou com dez jogadores.

A melhor resposta foi a honestidade de Felipão: "Falta fazer muita coisa!"

Na entrevista coletiva de sábado, antes do jogo, uma das últimas perguntas foi se Felipão pensava ainda faltar muita coisa para fazer a seleção brasileira ser um time. Sua resposta: "Falta. Falta muita coisa." Claro que falta. A equipe das trocas de treinadores e de jogadores nos últimos três anos ainda não existe.

Contra a Inglaterra, a seleção teve bons e maus momentos. Melhores no primeiro tempo, que controlou e criou chances de fazer 1 x 0, do que no segundo. Principalmente depois de Felipão tirar Oscar para escalar Lucas. A saída do único meia desarticulou o meio-de-campo.

Ao mesmo tempo, Roy Hodgson colocou Chamberlain e fez sua equipe transformar o 4-2-3-1 em 4-3-3. O Brasil demorou bons sete minutos para entender o que se passava. Levou o empate.
E depois a virada, num vacilo de Thiago Silva -- não foi bem o capitão brasileiro.

De positivo, a segurança de David Luiz e a entrada de Hernanes, ótimo nos passes, autor do chute na trave na origem do gol de Fred.
De ruim, atuação abaixo do que pode de Thiago Silva, Daniel Alves e... Neymar!

Principalmente Neymar. 
Não conseguiu completar nenhum drible, teve participação no máximo correta no primeiro tempo e nula na segunda etapa. Ele sofre por não jogar em um time montado. E o time sofre, porque seu craque não consegue deslanchar.

O que nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Felipão vai precisar encontrar essa resposta o mais rapidamente possível.

Aquilo não é o Maracanã, que deu lugar a uma "arena" moderna, cara, confortável e... sem alma



O Maracanã estava para o Rio de Janeiro, para o Brasil, como as pirâmides para o Egito. A Torre Eifel para Paris, o Big-Ben para Londres e o Coliseu para Roma. Era como Machu Picchu para o Peru. O Partenon dos gregos, a Estátua da Liberdade dos nova-iorquinos.

Para atender aos caprichos de alguns e aos interesses de outros, o Maracanã acabou demolido. Foi como se os chineses reconstruíssem sua muralha, os italianos desinclinassem a Torre de Pisa ou os escoceses colocassem escadas rolantes e elevadores no Castelo de Edimburgo.

Claro que eles poderiam ter preservado o local sagrado que era o Maracanã. Com sua imponência arquitetônica e seus valores, digamos, espirituais. Com todo o dinheiro ali colocado, bastaria erguer uma "arena Fifa" novinha em algum outro ponto do Rio de Janeiro. Sem agredir nossa história.

No dia da reabertura daquilo que foi o Maracanã, a foto abaixo resume o que era o velho estádio. Esses tempos não voltariam mais, é claro, mas não era preciso destruir um monumento histórico do nosso futebol. Tudo para atender às exigências de cartolas e a conveniência de outros?!
Mauro Cezar critica falta de apoio dos torcedores no Maracanã: 'Postura de torcida de vôlei'
Ao ver um jogo de futebol naquele espaço físico no qual estava o nosso (recém-reformado para o Pan 2007 e em estado muitíssimo bom) estádio, a sensação foi péssima. História, tradição, memória, tudo o que se acumulou ali por décadas não existe mais. Acabou!

Aquilo não é o Maracanã. É apenas mais uma "arena" moderna, cara, confortável e... sem alma.



Reprodução
Quando o Maraca ficava superlotado, a galera subia a marquise, onde ficavam até que alguém os tirasse de lá: outros tempos
Quando o Maraca superlotava, a galera subia a marquise, até que alguém os tirasse de lá: local sagrado do futebol 

O sobrevivente

O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes se afinam em muitas coisas, mas não podem concordar em tudo. Razão pela qual o prefeito se irrita quando escuta que o laudo da associação dos engenheiros libera a utilização do Engenhão. A prefeitura prefere a cautela.
Canja de galinha também não faz mal nenhum.
O governo do Rio pareceu menos zeloso ao se apressar em derrubar a liminar que cancelava o amistoso do Brasil contra a Inglaterra. A entrega dos laudos exigidos pela Justiça era uma parte do problema. A questão mais grave é o entulho em torno do Maracanã.
Na quinta-feira à tarde, o Rio viveu a incrível situação de ter um estádio fechado com um laudo favorável à abertura, o Engenhão. E outro aberto, apesar de uma juíza afirmar não haver laudos para mantê-lo em funcionamento, o Maracanã.
As imagens das obras, paus, pedras e canos expostos se espalharam pelo mundo. O assistente técnico da seleção inglesa, Gary Neville, não perdeu a piada: "Não dá para jogar na praia?", perguntou.
Vexame!
Há quem ame o novo Maracanã e há os saudosos do maior do mundo. Sou pela modernidade. Indiscutível é apenas a atrapalhada gestão da reforma, do estouro do orçamento, das mudanças arquitetônicas à licitação para os amigos da corte.
Há duas décadas, o Maracanã não é mais o maior do mundo. Sua nova capacidade de 78 mil espectadores faz dele o maior do Brasil, 20 mil lugares a menos do que o Camp Nou, do Barcelona, o maior da Europa --o Azteca, no México, tem 105 mil de capacidade.
O gigantismo dos construtores de estádios públicos no Brasil deve ficar bem guardado no passado. Fotos da Copa de 1950, com andaimes nas arquibancadas, demonstram que o Brasil comemorava ter estádios gigantes, sem ligar para o fato de serem desconfortáveis e inseguros.
Nos anos 80, os palcos começaram a diminuir de tamanho sem aumentar o conforto. O discurso e as críticas também mudaram de direção. Em vez de arenas, os estádios eram chamados de poleiros.
O governo do Rio tinha a chance de fazer do Maracanã um símbolo. Não ser mais o maior, mas o melhor... o mais carismático, na cidade mais bonita, do povo mais alegre, no país do futebol mais tradicional. Nada disso seria a mais pura verdade nem seria uma deslavada mentira. Governos mais limpos fizeram campanhas mais sujas.
Em vez disso, o Rio espalhou pelo mundo seu entulho.
O novo Maracanã será um ótimo estádio e manterá seu carisma. É um sobrevivente. Hoje, a seleção jogará em casa pela 105ª vez na história depois de longos cinco anos de ausência.


E o Maraca sobreviverá à fama de maior canteiro de obras do mundo.

Invictas, brasileiras são hexacampeãs do torneio de vôlei de Montreux

A seleção brasileira de vôlei feminino venceu a Rússia por 3 sets a 0, neste domingo, na final do Torneio de Montreux, realizado na Suíça, e conquistou o hexacampeonato de forma invicta e sem perder nenhum set.
Com parciais de 25/23, 25/23 e 25/22, o destaque e maior pontuadora da partida foi a jogadora Fê Garay, que marcou 16 pontos.
A central Juciely também fez grande partida e ajudou, com 14 pontos, o Brasil a sair vitorioso. Pelo lado russo, Isaeva foi a melhor jogadora, com 13 pontos.
Derrotada pelo Brasil na semifinal, a República Dominicana levou a melhor sobre a Itália por 3 sets a 1, parciais de 15/25, 25/22, 25/18 e 26/24, e conquistou o terceiro posto.
A seleção do Japão ficou com a quinta colocação, ao vencer a China por 3 sets a 1, parciais de 25/20, 27/25, 13/25 e 25/19.
Laurent Gillieron/Efe
Brasileiras comemoram o título do Torneio de Montreux, na Suíça
Brasileiras comemoram o título do Torneio de Montreux, na Suíça
O JOGO
A partida começou melhor para o Brasil, que abriu o marcador. O equilíbrio marcou a primeira parte da parcial.
Com mais volume de jogo, a Rússia abriu quatro pontos (16 a 12). Depois de uma série de erros do time brasileiro, o técnico Zé Roberto parou o jogo (17 a 12).
O time verde e amarelo virou o set, levando o técnico da Rússia a pedir tempo (23 a 22). Em um ataque de Fê Garay, o Brasil fechou o set em 25 a 23.
A Rússia saiu na frente no segundo set, com um ataque de meio. Sem desperdiçar ataques e contra-ataques, as brasileiras chegaram ao segundo tempo técnico vencendo por 16 a 11. Novamente, com ataque de Fê Garay, o Brasil fechou o set em 25 a 23.
Com um bloqueio, a Rússia abriu o placar do terceiro set. Em um forte ataque de Adenízia, o time verde e amarelo manteve cinco pontos de vantagem (16 a 11).
A Rússia diminuiu a diferença no placar, mas em um ataque de Pri Daroit, o Brasil fechou o set em 25 a 22.
VEJA COMO FOI A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL
Brasil 3 x 0 Suíça, (25/21, 25/23 e 25/10)
Brasil 3 x 0 China, (25/19, 27/25 e 25/23)
Brasil 3 x 0 Rússia, (25/14, 25/20 e 25/23)
SEMIFINAL
Brasil 3 x 0 República Dominicana, (25/19, 25/18 e 32/30)
FINAL


Brasil 3 x 0 Rússia, (25/23, 25/23 e 25/22)