segunda-feira, 7 de julho de 2014

Morre Di Stéfano, 88, maior ídolo da história do Real Madrid

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Di Stéfano chega para a coletiva de um livro sobre sua história, em 2010
Di Stéfano chega para a coletiva de um livro sobre sua história, em 2010, em Madrid
Reza a lenda que o futebol espanhol só tem os contornos atuais graças a Don Alfredo Di Stéfano. De um lado, o Real Madrid. Do outro, o Barcelona. Tudo devido a uma briga iniciada na década de 50 pelos gols do La Saeta Rubia (A Flecha Loira), apelido do magistral ponta de lança que abraçou três nacionalidades: argentina, colombiana e espanhola. Uma disputa que transcedeu o campo, ganhou contornos políticos e demonstrou o tamanho de Don Alfredo.
A ESPN vai reexibir o documentário que narra a história de Alfredo Di Stéfano, uma das lendas da história do futebol. O programa vai ao ar nestas segunda e na quarta-feira, às 20h30. "A Lenda Di Stéfano" é um dos episódios da série "Destino Futebol".
Nesta segunda-feira, 7 de julho, a lenda faleceu por complicações resultantes de uma parada cardíaca sofrida no último sábado, em Madri, onde vivia. Aos 88 anos, o craque era visto em cadeira de rodas nos seus últimos dias na capital espanhola. Um contraste com o símbolo de genialidade e vigor físico que encantou o mundo nas décadas de 50 e 60 e atuou até os 40 anos. Um que craque polarizou o futebol espanhol.
Adeus, Di Stéfano! Ídolo do Real Madrid 'voou' alto no futebol; relembre
O início dessa história digna de folhetim ocorreu em 1952. O Millonarios, da Colômbia, recebeu um convite para ser o adversário do poderoso Real Madrid, da Espanha, em comemoração ao cinquentenário merengue. Na bagagem, os colombianos levaram sua grande estrela: Alfredo Di Stéfano, dono de velocidade impressionante, chutes poderosos e capacidade de decisão até então pouco vista em um mundo que ainda não conhecia Pelé. Não deu outra. Com dois gols daquele argentino nascido em Buenos Aires a 4 de julho de 1926, o Millonarios bateu o anfitrião por 4 a 2.
Clube da Catalunha e de olho no jogo festivo, o Barcelona não titubeou: iria contratar aquele craque de 26 anos. Negociou, então, com o River Plate, que detinha seu passe. Mas, com a greve geral no futebol argentino, Di Stéfano fazia suas diabruras com a camisa do Millonaros, por quem disputava a Liga Pirata colombiana. Sedento, o Real Madrid negociou com os colombianos. Quem, afinal, era o dono do passe de Di Stéfano?
Clube da predileção do ditador espanhol, Francisco Franco, o Real Madrid recorreu ao ministério dos esportes. Ali, a decisão: Di Stéfano ficaria quatro anos na Europa. E se alternaria, a cada temporada, entre Barcelona e Real Madrid. Ultrajado com a oferta, os catalães a recusaram e abriram mão de Di Stéfano. E, neste gesto, mudaram a história do futebol. Nascia ali a grande rivalidade do Superclásico espanhol. Reescreveria-se a partir dali a história do Real Madrid.
Com a camisa merengue, Di Stéfano fez por merecer para chegar ao patamar de lenda: arrebatou multidões com seus 307 gols em 371 jogos, de 1953 a 1964. Alçou o clube da capital a um patamar jamais imaginado ao conquistar, de uma tacada só, cinco Champions League consecutivas, metade do número atual, um recorde, entre 1956 e 1960. Foram, também, oito campeonatos nacionais. O Real Madrid de Di Stéfano e o húngaro Puskas virou equipe lendária e ganhou o mundo. Diante do sucesso arrebatador, Don Alfredo vestiu a camisa da seleção espanhola. Mas, pela Fúria, não teve o mesmo sucesso e nunca chegou a disputar uma Copa do Mundo, talvez a maior frustração de sua carreira. Mas tentativas não faltaram. Em época amadora, Di Stéfano foi dos primeiros jogadores a ser um craque mundial. Literalmente.
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Di Stéfano, ao centro, ao lado de Florentino Pérez na apresentação de Ronaldo no Real, em 2002
Ao lado de Florentino e Ronaldo, em 2002
A estreia no futebol profissional ocorreu em 1945, aos 19 anos. Seu talento já era motivo do boca a boca nos corredores do River Plate, mas, ainda garoto, sentiu o peso de entrar em um time apelidado de "La Máquina", que contava com craques como José Manuel Moreno e Juan Carlos Muñoz. Por um ano, acabou emprestado ao Huracán. No retorno a Nuñez, Di Stefáno iniciou, de fato, sua trajetória de lenda do futebol. Em 1947, foi artilheiro e campeão nacional pelo River. Chegara, enfim, à seleção argentina, pela qual disputou seis jogos. Mas nenhuma Copa em uma década que vivenciava a Segunda Guerra Mundial.
A greve generalizada no futebol argentino em 1949, por reivindicações dos jogadores, fez com que Di Stéfano passasse de um Millonarios, apelido do River Plate, para o clube homônimo da Colômbia. Na Liga Pirata, assim denominada por não ter o aval da Fifa ou acordar valores por transferências de atletas, teve a companhia de craques como o brasileiro Heleno de Freitas, este pelo Atlético Nacional, e, claro, encontrou de novo o sucesso. Foram 267 gols em 292 jogos. A fama lhe rendeu o convite para jogar pela seleção colombiana. Mas, como a federação local estava suspensa pela Fifa devido à Liga Pirata, Don Alfredo atuou em apenas três amistosos.
Após escrever a história por meio de gols, dribles e fãs no Real Madrid, Alfredo Di Stefáno deixou o clube merengue aos 38 anos, como o maior ídolo da história. Mas a fome pela bola continuou. Acertou contrato com o Espanyol, também rival do Barcelona, e jogou até os 40 anos, quando, a pedido do filho, decidiu se aposentar às vésperas de ser avô. O mito, no entanto, continuou fora de campo. Reverenciado, manteve-se ligado às quatro linhas ali mesmo, no gramado. Mas do lado de fora, como técnico.
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Hector Rial (2º à esq.) foi destaque na conquista da primeira copa europeia do Real Madrid, em 1956
O Real de Di Stéfano, com a bola, e Puskas, à direita
Passou por clubes pequenos, como Elche e Rayo Vallecano e fez sucesso na sua Argentina, no lado oposto ao seu berço futebolístico: o Boca Juniors, onde foi campeão nacional em 1969, justamente contra o River Plate. Anos mais tarde, em 1981, voltou às origens e alcançou o mesmo êxito pelo clube de Nuñez. O amor de sua vida, no entanto, fora mesmo o Real Madrid. Como técnico, comandou o time duas vezes, entre 82 e 83 e entre 90 e 91.
Depois, não cansou de ser homenageado pela diretoria merengue como o maior jogador da história do clube. Em 2000 se tornou presidente de honra. Nos anos seguintes, o avião que transportava a equipe recebeu seu apelido "La Saeta" (A Flecha) e o pequeno estádio do centro de treinamento Ciudad Real Madrid, em Valdebebas, recebeu o nome de Alfredo Di Stéfano.
Frequentemente, Don Alfredo aparecia em apresentações de craques do clube, principalmente na primeira era de galácticos do presidente Florentino Pérez, de quem era grande amigo. Em 2005, um ataque cardíaco quase resultou em morte e o assustou. Submetido a uma cirurgia de ponte de safena, garantiu, em entrevistas, ter cortado a maioria de bebidas alcóolicas e doces. Mas do vinho, grande paixão, jamais se livrou.
Filhos, teve seis. Todos com Sara Freites, com quem foi casado por 55 anos, até sua morte, em 2005. Em 2013, o ex-jogador causou polêmica com os próprios herdeiros ao declarar que se casaria com sua secretária, Gina González, 50 anos mais jovem. Um raro episódio familiar que o expôs já no fim da vida. González o ajudara em sua biografia, "Gracias, Vieja".


O título foi, também, a inscrição de uma estátua de mármore de uma bola feita em sua casa, em Madrid. "Gracias, Vieja!" (Obrigado, velha!) representava, segundo o próprio, um agradecimento ao que o futebol lhe proporcionara. Mas agora, com Di Stéfano apenas na história, a bola é quem suspira. E, sozinha, pensa em Don Alfredo. Em seus dribles, passes, gols. Em sua lenda, o homem que deu ao futebol espanhol os contornos atuais. E, baixinho, a pelota fala para si mesma: 'Gracias, viejo!'.

Relatório sobre Thomas Muller pode fazer seleção jogar com terceiro volante contra Alemanha

A hipótese de ter três volantes, com Luiz Gustavo, Paulinho e Fernandinho, não é definitiva. Mas o início do treino foi assim. Até Maicon surpreendeu-se com o colete dos reservas e os jogadores ainda não sabem quem vai para o jogo da semifinal.
Uma coisa apenas é certa: Felipão preocupa-se com a movimentação de Thomas Muller. Provável escalado como centroavante, Thomas Muller sai da área para atuar na região dos volantes. E foi esse relatório preparado pelos observadores da seleção o que provocou o teste com os três volantes. Fernandinho, Paulinho e Luiz Gustavo fechariam a cabeça da área.
É uma faca de dois gumes. No amistoso contra a Alemanha, em 2011, Mano Menezes escalou Fernandinho para marcar Phillip Lahm. Chamou ainda mais os alemães para seu campo. Se Fernandinho, Luiz Gustavo e Paulinho jogarem juntos, tem de ser para que haa mais posse de bola, não menos.


A Alemanha classificou-se para todas as semifinais de Eurocopa e Copa do Mundo nos últimos dez anos. Ganhou só uma. Em 2008, a Alemanha venceu a Turquia por 3 x 2 com gol de Phillip Lahm no último minuto da semifinal da Eurocopa disputada na Basiléia. 

Diário alemão da Copa: Dia #32, os pontos fracos da Alemanha

Tenho insistido muito que a preparação da Alemanha para esta Copa é praticamente perfeita. Foco total na competição, mas conseguindo curtir o Brasil. Além disso, com as ausências de Neymar e Thiago Silva, considero natural apontar os alemães faboritos no confronto de semifinal.
E quais são os pontos fracos desse time?
Para começar, a lateral-esquerda. Sem Marcel Schmelzer e sem confiança em Erik Durm, Joachim Löw escolheu Benedikt Höwedes. Fez quatro jogos fracos no Mundial, até ter uma atuação sólida diante da França.
Foi bem porque, na direita, com Philipp Lahm, a Alemanha atacou bem mais, fazendo com que Höwedes atuasse como zagueiro pelo setor esquerdo, ao invés de lateral por ali.
Contra o Brasil, há o "risco" de Lahm retornar ao meio-campo, caso Per Mertesacker volte ao time. Para a Seleção Brasileira seria uma ótima notícia.
Hofman 'escala' Alemanha com Lahm na lateral e Schürrle na vaga de Klose
Além desse problema na lateral-esquerda, muitas vezes o meio-campo deixa a linha de defesa bem desprotegida. Sami Khedira (ou Lahm), Toni Kroos e Bastian Schweinsteiger rodam muito, trocam de posição o tempo todo. Porém, nem sempre a recomposição é rápida, principalmente no segundo tempo, com o time mais cansado.
Aliás, a condição física é algo preocupante para os alemães. Por mais que o jogo contra a França tenha sido menos desgastante do que contra a Argélia, 1/3 do elenco sofreu com gripe nos últimos dias e alguns atletas não chegaram 100% na Copa.
Por fim, no setor ofensivo, Mesut Özil é quem tem rendido menos. Não está mal no Mundial, mas pode render muito mais. Costuma jogar pela direita, mas também troca bastante com Thomas Müller (para pegar o exemplo francês) ou quem estiver aberto do outro lado (Mario Götze, Lukas Podolski ou André Schürrle).
Achar que a seleção alemã vai tremer, sentir o peso de uma semifinal ou se intimidar pela pressão da torcida no Mineirão seria um erro do time brasileiro.
A Alemanha é favorita, mas não é imbatível.

MUSAS DO ESPORTES

Tênis Maria Sharapova troféu Roland Garros (Foto: Agência Getty Images)
Maria Sharapova troféu Roland Garros Torre Eiffel (Foto: Agência Reuters)
Maria Sharapova troféu Roland Garros Torre Eiffel (Foto: Agência Reuters)

Maria Sharapova troféu Roland Garros Torre Eiffel (Foto: Agência Reuters)



Tênis Maria Sharapova troféu Roland Garros (Foto: Agência Getty Images)
maria sharapova quartas de final roland garros  (Foto: Reuters)
Jade Barbosa (Foto: Instagram / Reprodução)
Jade Barbosa (Foto: Instagram / Reprodução)
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Mosaico Erika Coimbra (Foto: Editoria de arte)


Com menos dores, Neymar sonha em jogar decisão; médico da CBF diz: 'nenhuma chance'

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Colombiano Zuñiga lesionou Neymar em partida contra Colômbia, pelas quartas de final
Colombiano Zuñiga lesionou Neymar em partida contra Colômbia, pelas quartas de final
O atacante Neymar está com bem menos dores do que estava neste sábado, dia seguinte à lesão sofrida na vértebra L3 que o tirou da disputa da Copa do Mundo 2014, em lance com o colombiano Zuñiga no fim da vitória do Brasil por 2 a 1 contra a Colômbia. O jogador tem convivido de perto com o fisioterapeuta Rafael Martini, do Santos, e conversado com médicos, amigos e familiares. Foi discutida a possibilidade até de tratamento especial que o possibilite atuar em uma eventual final, mas a participação na decisão é só um sonho do jogador. A CBF rechaçou a hipótese.
"Nenhuma chance de ele jogar a final da Copa do Mundo. Ele pode estar com o grupo até, isso sim, mas em campo nenhuma chance. Não tem como", disse ao ESPN.com.br o médico da CBF, o doutor José Luiz Runco. A reportagem confirmou com fontes ligadas ao caso de que foi colocada em debate a ideia de se realizarem tratamentos alternativos para aliviar a dor de Neymar, em matéria divulgada inicialmente pelo site Globoesporte.com. 
Contudo, não há chance de Neymar jogar em uma eventual final. E deve continuar sem existir essa possibilidade pelos próximos dias, já que a previsão de recuperação varia entre quatro e seis semanas. Mas nada impede o jogador de sonhar em estar na final da Copa do Mundo. Segundo fontes ligadas ao camisa 11, o jogador tem dito aos amigos mais próximos de que a dor diminuiu bastante, apesar de ainda ser grande, e por isso ele acha possível ficar bom até a partida. A possibilidade, entretanto, é nula.
O atleta esteve com o médico Maurício Zenaide, do Santos, neste sábado para uma breve avaliação. "Ele está bem, não tem exame nenhum com ele, está bem melhor, melhorou a dor, está andando, dor bem menor. ele vai melhorar. O fator quantidade de coisas que não consegue fazer vai determinar o retorno dele aos gramados. E isso é mais do que 10, 15 dias, mas acho que a CBF vai com certeza reavaliar e conversar", disse à reportagem Rodrigo Zogaib, outro médico do time santista que conversou com o colega sobre o encontro.
"Nos primeiros dois, três dias dói a fratura, depois o hematoma fica irritando, se não for muito grande consegue fazer bem o movimento de quadril. Alguns dados de exames devem ser feitos de novo e devem dar mais dados para ter essa avaliação que será feita novamente", explicou o médico, dando detalhes de como é feito o tratamento para recuperação de Neymar.
O Brasil encara a Alemanha na próxima terça-feira, em Belo Horizonte, em busca de uma vaga na decisão do Mundial. Caso passe, encara no domingo o vencedor de Argentina e Holanda. Neymar vai esperar até quarta-feira para ver como reage à lesão e decidir se o sonho ainda impossível de atuar na decisão pode, de fato, ser realidade. Mas o médico da CBF, único responsável pela recuperação do atleta no momento, avisou ao ESPN.com.br: "a chance é zero", finalizou José Luiz Runco.
Ortopedista explica lesão que tirou Neymar da Copa e indica tratamento


Médico do Brasil relembra clima após lesão: 'Parecia que tínhamos perdido'

CBF divulga nota, fala em 'ética médica' no caso Neymar e promete tomar medidas

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Neymar não atuará mais na Copa do Mundo após fraturar a vértebra
Neymar não atuará mais na Copa do Mundo após fraturar a vértebra
A divulgação de uma informação equivocada de que Neymar poderia atuar na decisão da Copa do Mundo caso a seleção brasileira passe pela Alemanha gerou burburinho na CBF. A entidade divulgou nota oficial em que promete 'tomar medidas da ética médica', a serem encaminhadas ao Conselho Federal de Medicina.
O entrevero ocorreu depois de matéria veiculada pelo Globoesporte.com em que dizia que Neymar havia recorrido a especialistas para conseguir atuar em uma possível final. ESPN.com.brantecipou, em seguida, que o departamento médico da CBF rechaçou completamente a ideia e enterrou as chances de Neymar atuar na decisão.
O que teria ocorrido é que, em conversa com médicos do Santos neste sábado, Neymar se animou ao ouvir que poderia realizar um tratamento alternativo com infiltrações de analgésico para isolar a dor e atuar na decisão da Copa. O atleta, aliado ao fato de que já sente dores menos fortes do que sentia neste sábado, passou a sonhar em jogar a final.
Neymar se machucou após jogada com o colombiano Zuñiga, que entrou com o joelho por trás e fraturou a vértebra L3 da coluna do atacante. O tempo de recuperação vai de quatro a seis semanas, e o camisa 10 deve ficar sem jogar por até 45 dias.
Confira, abaixo, nota oficial divulgada pela CBF sobre o tema:
A CBF esclarece que o atleta Neymar, com fratura estável de apófise transversa de L3, com excelente prognóstico à sua vida de atleta, desde que a consolidação da mesma se faça no tempo que a boa prática médica requer, e que condutas açodadas colocam em risco sua vida futura como atleta conforme as propagadas em alguns informes de mídia, por colegas médicos, o que, óbvio, não muda a conduta da comissão médica da Seleção Brasileira.
As medidas da ética médica, que requer o caso, serão encaminhadas à análise do Conselho Federal de Medicina para os procedimentos cabíveis ao caso, ao nosso ver de extrema gravidade aos artigos de nosso código de condutas.


'Linha de Passe' debate se ausência de Neymar pode motivar coletividade do Brasil

Brasil x Alemanha: Neymar fará mais falta do que se imagina. Sem ele, quem vai incomodar Lahm?

Como vencer a Alemanha? E como vencer a Alemanha sem Neymar? A ausência do craque limita as possibilidade ofensivas do Brasil, claro, mas não impede o time de marcar os germânicos alucinadamente. Como foi feito diante da Espanha na final da Copa das Confederações em 2013. Em tese melhor receita. Mas não é tão simples.
O problema é que a Alemanha alterou sua maneira de atuar justamente no jogo passado. Time que vinha se caracterizando pela posse de bola ao estilo Bayern de Pep Guardiola, nas quartas-de-final teve sua menor marca no Mundial: 50%. Reflexo também  das mudanças feitas pelo técnico da França, Didier Deschamps, no decorrer da peleja.
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Philipp Lahm dem ação contra a França: bem perto da linha lateral, puxando o time para a direita
Os rivais desta terça-feira têm pouco em comum. Líder do ranking de faltas, o Brasil comete muito mais infrações do que a Alemanha, são 96 contra 57. Dez cartões amarelos foram apresentados a jogadores do time canarinho e apenas quatro aos germânicos, que trocam muito mais passes: 2.938 diante de 1.816 dos brasileiros. Uma diferença de 1.122, ou 224 por jogo. É muita coisa.
Três alemães aparecem entre os quatro maiores passadores da Copa, Lahm (471), Kroos (450) e Mertesacker (390), com o argentino Mascherano infiltrado entre eles - tem 465. Agora reserva, Daniel Alves é o brasileiro mais bem colocado neste ranking, com 309 que lhe dão o 12º posto. Bem atrás vêm Marcelo, Thiago Silva e David Luiz. O meio-campista do Brasil com mais passes é o "quase zagueiro" Luiz Gustavo, com 233.
Os alemães fizeram todos os seus gols dentro da área e dois vieram de bolas paradas. Mesmo com a volta de Lahm à lateral-direita diante da França e a presença de um autêntico centro-avante, Klose, o time segue gostando de ter a bola sob seu domínio. Mas concentrou demais suas jogadas pelo lado novamente ocupado por seu capitão. A distribuição nas partidas anteriores era nitidamente maior (veja abaixo).
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Pode onde saíram as jogadas da Alemanha nos quatro primeiros jogos da Copa, com Lahm no meio
Pode onde saíram as jogadas da Alemanha nos quatro primeiros jogos: com Lahm no meio
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Com o capitão de volta à lateral-direita, as jogadas ficaram concentradas por aquele setor do campo
Com o capitão de volta à lateral-direita: jogadas ficaram concentradas por aquele setor
Seria fundamental para o time brasileiro marcar intensamente como foi feito com a Espanha no ano passado. E seria perfeito contar com Neymar pela ponta-esquerda, preocupando Lahm e impedindo que ele participe do jogo com tamanha freqüência. Poderia não resolver ante os bons meio-campistas do time de Joachim Low. Mas incomodaria bastante. Quanto mais se estuda e pensa o jogo nota-se que sem o craque, tudo fica muito mais difícil. Mas não impossível. Alguém terá que marcar Lahm.
A Colômbia fez bonito sem Falcao Garcia, a Alemanha está sem Reus, entre outros; a França perdeu Ribery, a Holanda não tem Strottman... Cabe ao Brasil seguir em frente sem o seu maior jogador, encontrar saídas, soluções. E vencer.
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Veja qual foi o posicionamento de Lahm nos primeiros quatro jogos, escalado no meio-campo alemão
Veja qual foi o posicionamento de Lahm nos primeiros quatro jogos, escalado no meio
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E aqui Lahm atuando na lateral-direita contra a França: veja como ele influenciou as jogadas alemãs
E Lahm atuando na lateral-direita contra a França: veja como ele influenciou as jogadas

A maior preocupação de Felipão e seus olheiros: Thomas Muller. Como marcar o centroavante que sai da área?

Se Louis Van Gaal vem sendo elogiado como o mais inovador técnico da Copa do Mundo -- à parte o sofrimento contra México e Costa Rica nos mata-matas -- ele já elegeu o jogador mais versátil e aquele que desejaria ter no Manchester United depois da Copa do Mundo: Thomas Muller. O Manchester United fez proposta por Muller e o atacante recusou. Vai ficar no Bayern de Munique: "Todos sabem que Van Gaal e eu temos relação além de técnico-jogador", ele afirmou.
Van Gaal fixou Thomas Muller no Bayern na campanha do vice-campeonato europeu da temporada 2009/10. Dali,Muller seguiu para a seleção alemã. Thomas Muller frustrou o técnico e renovou seu contrato com o Bayern, mas a informação de que o Manchester United fazia questão de contar com seu futebol dá noção de seu perigo.
Ele é o centroavante da Alemanha. Ou não é? Ora joga infiltrado na grande área rival e mesmo quando isso acontece movimenta-se para abrir espaços para os colegas que vêem de trás -- veja ilustração.
Essa é certamente uma das dificuldades apontadas pelos observadores Gallo e Roque Júnior, que estiveram na Granja Comary na tarde deste domingo. Nenhum deles falou com a imprensa, mas é claro que o artilheiro do time incomoda. Na ponta-direita, guarda mais posição. Como centroavante, sai da área e abre espaços para outros jogarem.
A discussão entre ter ou não centroavante é inócua. A discussão certa deve ser sobre explorar as melhores qualidades de seu futebol. É exatamente o que Louis Van Gaal faz com a Holanda. E o que Thomas Muller ajuda a fazer na seleção da Alemanha. 


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Thomas Muller sai da área e abre espaço para quem vem de trás: perigo!
Thomas Muller sai da área e abre espaço para quem vem de trás: perigo!