sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lionel, o Messias*

Você certamente já sabe, de cor e salteado, que nas próximas semanas (a começar de amanhã)haverá quatro duelos consecutivos entre Real Madrid e Barcelona, dois dos mais badalados times do mundo. E, aqui entre nós, paparicados e incensados com toda razão, porque por tradição investem pesado em estrelas de várias grandezas. Morro de inveja de seus torcedores, metidos a esnobes. Por obrigação, mas sobretudo por satisfação, assistirei a essa maratona do clássico. Infelizmente, só pela telinha da televisão.
Se as boas fadas permitissem, não teria remorso algum de botar a mão no bolso e pagar para ver, nos estádios, a quadra de confrontos, que valem por Campeonato Espanhol, Copa do Rey e Uefa Champions League. Desfalcava meu saldo bancário com prazer, pois seria dinheiro bem gasto. Apelava para o cartão de crédito e depois me virava, quando chegasse a fatura salgada, com IOF aumentado e tudo o mais.
Mas sabe por que não choraria qualquer euro investido nesse capricho? A perspectiva de ver Messi em ação, a poucos metros de mim, compensaria qualquer sacrifício financeiro. Não é motivo justo? Você faria o mesmo? Se curte futebol, tenho certeza que sim. Se a gente paga para ver tanto perna de pau…
Faz algum tempo que pretendia escrever a respeito do camisa 10 em torno do qual gira o Barcelona. Faltava oportunidade, que surge agora com a enxurrada de tira-teimas entre a Catalunha e Castela. Graças a Deus, a anjos, arcanjos e querubins, o futebol periodicamente dá à luz um gênio. O que contribui para seu permanente e renovado fascínio.
Imaginou se cultuássemos apenas os mitos dos anos 1950, 60,70? Com todo o carinho que nos merecem Pelé, Garrincha, Di Stefano, Didi, Eusébio, Ademir, Tostão e tantos outros, viveríamos num tédio cósmico. O joguinho da bola teria ficado em segundo plano, num mundo com tantos apelos, reais e virtuais.
Por isso, quando menos percebemos, nos deparamos com Romário, Zico, Platini, Zidane, Ronaldo, Ronaldinho, Maradona e outros diamantes de altíssima pureza. Eles realimentam nossa paixão pelo futebol, independentemente de preferências pessoais e noves fora polêmicas.
Pois a bola da vez chama-se Lionel Messi, argentino que em junho fará 24 anos, com 1m69 da mais sublime categoria. Cada vez que o vejo em campo fico na expectativa de encantar-me com uma jogada inventiva, com um golaço, com dribles desconcertantes, com passes precisos, preciosos, apreciáveis. Messi é o solista de orquestra afinadíssima vestida de azul e grená. Impressionante o que esse moço joga!
Uma desfaçatez a simplicidade, a leveza e o senso de equilíbrio do craque. Messi domina a bola com doçura, toca nela com tanta suavidade que não deve provocar-lhe nenhum arranhão. Não me lembro de episódio em que ele a tenha maltratado. Artista e objeto têm uma intimidade sublime – um é extensão do outro. Entendem-se à perfeição, são cúmplices, se divertem e têm consciência do fascínio sobre a plateia.
Messi lembra o João Bobo, boneco que levava petelecos, se inclinava, mas não caía. Cada tranco e ele ali, balançando com sorriso zombeteiro! O mesmo que Messi mostra toda vez que um zagueiro desesperado tenta pará-lo a tapas e pontapés. Ele sacode o corpo pra cá e pra lá, endireita-se e segue em frente. Não cava faltas, não se esparrama como saco de batatas. Desmoraliza marcadores da maneira mais elegante e humilhante: com a cabeça erguida, atenção fixada no gol, sua obsessão. Não é à toa que fez 48 na atual temporada.
Francesco de Gregori, responsável por dezenas de obras-primas da moderna música popular italiana (uma desconhecido por aqui, uma pena), muitos anos atrás fez uma canção em que falava de um garoto que pretendia ser jogador de futebol. Num verso, De Gregori dizia que “um craque se conhece pela coragem, pelo altruísmo e pela criatividade”. Essas características ajudam a definir Messi: valente, generoso e imaginativo.
Vida longa para Messi, Messias da bola e mais uma prova de que Deus existe e é apaixonado por futebol

Com a cara do Muricy

CERRO PORTEÑO 1 X 2 SANTOS – O Santos jogou ontem como deveria ter jogado desde o início da Libertadores. Com a bola no chão, calmo e ciente de sua capacidade. Tanto que dominou do início ao fim o jogo o Cerro Porteño, e venceu por 2 a 1. E olha que estava sem Elano, Neymar e Zé Eduardo, três titulares fundamentais. O resultado foi uma partida sem grandes preocupações para a torcida e Muricy Ramalho, que armou o time bem, apesar dos desfalques.
A defesa do Peixe vinha sendo o setor que mais preocupava e recebia críticas. Ontem, Edu Dracena e Durval foram bem, contando com o apoio do meio de campo, que atuou em um sistema diferente dos últimos jogos. Muricy escalou o Santos com três volantes – Adriano, Arouca e Danilo -, mas sem fazer com que a equipe ficasse defensiva.
Apenas Adriano atuou mais recuado, liberando Arouca e Danilo para dar suporte a Paulo Henrique Ganso, que começou o jogo tímido, errando lances que não costuma errar. Mas antes mesmo de o Peixe abrir o placar ele já se achou em campo e voltou a ser o maestro que sempre foi.
MATANDO O JOGO
Essa liberdade para os volantes resultou no primeiro gol. Aos 11, Danilo aproveitou o espaço, se livrou da marcação e acertou um chute espetacular da intermediária, marcando um golaço.
Embora tenha dominado o primeiro tempo, o Santos só conseguiu marcar um gol.
Para evitar sustos, Muricy resolveu mandar o time para a frente, liberando ainda mais Ganso para chegar ao ataque e auxiliar Maikon Leite e Keirrison. O resultado quase que imediato na etapa final.
Logo a três minutos, o meia roubou bola no meio de campo, correu com ela e assim que Maikon Leite se livrou da marcação deu o passe preciso. O atacante bateu na saída do goleiro, que ainda desviou a bola, mas nada pode fazer.
Com a vantagem de dois gols, o time acabou tirando um pouco o pé e deu espaço para o Cerro, que tentou sufocar. Mas a marcação do Peixe era eficiente. Na única vez que vacilou, saiu o gol. Aos 48, Piris desviou de cabeça cruzamento para a área e Benítez descontou.
O Santos, que entrou em campo ameaçado de eliminação, agora depende só de si para se classificar. Méritos para Muricy Ramalho.

O plano de Juvenal: o trono e um time de estrelas conhecidas

Tudo encaminhado para a reeeleição (assim mesmo) do presidente Juvenal Juvêncio. Cardeais são-paulinos da situação dizem que não há outro capaz de conduzir o clube nesse momento. A oposição não existe, é desarticulada e fraca de ideias. Dizem ainda que JJ nunca quis continuar no trono do Morumbi. Foi praticamente empurrado para seu terceiro mandato – eles entendem que o primeiro não valeu e, portanto, que esse seria o segundo.
Coisa de político que não larga o osso. Por ideologia, acho que dois mandatos são suficientes para qualquer presidente. Ocorre que o São Paulo caminha bem com JJ. Apesar de algumas contratações ruins e de ter perdido a Libertadores (mais por culpa do elenco), o São Paulo caminha nos trilhos. O sonho de Juvenal é reunir até o começo do Brasileiro uma elenco de estrelas, de bons jogadores e, se der, de ex-são-paulinos.
Sua ideia é pioneira, diga-se. Ele sonha trazer para o time jogadores que se identificam com o clube, como Luís Fabiano, e todos capazes de arrastar multidões para o estádio. Se conseguir, entra para a história

Português

16h15 Acadêmica 1x1 Vitória de Setúbal

Argentino - Néstor Kirchner Clausura

20h10 Quilmes 3x1 NewellŽs Old Boys

Alemão

15h30 Mainz 1x0 Borussia Mgladbach