20h15 Maracanã 0x2 Icasa |
Falamos campeonatos das séries A B C D campeonatos internacionais todos Português todos os resultados do Paulista da segunda divisão e ainda Futebol Internacional como Futebol Inglês Espanhol Italiano Portugal e o Argentino e campeonatos Importantes falaremos do Regional do Rio Grande do Norte do Cearense do Pernambucano e do Carioca e falamos da copa do nordeste
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Libertadores
19h30 Peñarol 0x1 Vélez Sarsfield |
21h45 Arsenal Sarandí 2x5 Atlético-MG |
21h45 Deportes Tolima 0x1 Real Atlético |
Zico diz que Rafinha era perseguido no Flamengo por diretoria de Patrícia
Conselheiro e principal porta-voz da diretoria de Eduardo Bandeira de Mello, Zico criticou a postura do grupo comandado por Patrícia Amorim em relação ao meia Rafinha, uma das principais revelações do Flamengo neste início de temporada. Segundo o maior ídolo rubro-negro, desafeto da última presidente, o clube correu sério risco de perder porque o jovem sofria preconceito por ter sido indicado por ele.
“O garoto, se continuasse a outra diretoria, ia sair do Flamengo. E tinha gente que criticava porque dizia que ele era ‘jogador do Zico’. Eu fico chateado porque tinha muitos garotos que estavam sendo prejudicados porque eu tinha levado para o Flamengo”, comentou, em entrevista ao SporTV.
Zico, que viu Rafinha surgir na base do CFZ, clube de sua propriedade, não poupou elogios ao jogador, que jogou todas as partidas do Flamengo no carioca e marcou dois gols, além de decidir o clássico contra o Vasco.
“Com 10 anos, eu o vi fazer coisas que nunca tinha visto. Foi o único que indiquei para ser levado para o Milan, aos 17 anos”, lembrou.
O ex-craque do Flamengo e da Seleção Brasileira ainda se disse chateado com a repercussão negativa sobre a parceria entre o CFZ e o time da Gávea. “Nunca me ouviram. Têm meu telefone, mas não ligaram para saber o que estava acontecendo”, disparou.
Nas últimas eleições presidenciais do clube, Zico vestiu a camisa da chapa azul, encabeçada por Bandeira de Mello e que promete a moderinização do Fla, fazendo campanha de oposição a Amorim. Hoje, o ex-meia tem função de consultor da diretoria
O incrível Bale é o melhor da temporada inglesa? É melhor que qualquer inglês
"Assim que ele chutou eu disse 'ah, não', sabia que ia entrar". A frase de Sam Allardyce, técnico do West Ham, ilustra bem o momento atual de Gareth Bale. O galês decidiu um jogo complicado para o Tottenham ao marcar nos acréscimos o gol da vitória por 3 a 2, em Upton Park, nesta segunda-feira. Foi o seu segundo da noite e décimo-quinto na temporada da Premier League.
"Ele faz a diferença e seus gols espetaculares continuam. Nunca vi alguém marcar tantos em tão pouco tempo. Hoje foram dois. Fomos fantásticos hoje, mas fomos batidos por Bale", resignou-se Allardyce. A velocidade e habilidade do canhoto, somados a seu talento para as finalizações, têm sido uma receita mortal.
Bale, de 23 anos, está apenas quatro gols atrás do artilheiro do campeonato, Robin van Persie. Contando apenas os jogos de 2013, ele lidera a classificação dos goleadores, com seis. Curiosamente, os seis últimos gols marcados na liga pelo time de André Villas-Boas, que ao bater o West Ham superou o Chelsea para assumir a terceira colocação no campeonato.
"Jogadores como ele assumem a responsabilidade em momentos-chave", elogiou AVB.
As atuações de Bale têm reforçado os argumentos de quem defende sua eleição como o melhor jogador da Premier League na temporada, além de alimentar as inúmeras especulações em torno de seu futuro. É provável que seja um dos nomes mais badalados do próximo mercado de transferências.
A exemplo de Ryan Giggs, Bale dificilmente terá a possibilidade de disputar uma Copa do Mundo, em função da fragilidade da seleção galesa, mas sempre manifestou orgulho em representar a equipe. Poderia até ter optado pela Inglaterra, por ter uma avó inglesa, mas nunca cogitou a possibilidade - até porque aos 16 anos já havia feito seu primeiro jogo pelo País de Gales.
As imagens abaixo mostram as finalizações de Bale nesta temporada da Premier League e sua movimentação em campo, com o mapa dos toques na bola.
Algumas curiosidades sobre os 15 gols do galês:
Visitante indesejável - 11 gols foram marcados fora de casa, mais que qualquer outro jogador da Premier League nesta temporada.
Cresce no final - 9 gols foram marcados na última meia hora de jogo.
Canhota calibrada - Foram 11 gols com o pé esquerdo, três com o direito e um de cabeça.
Decisivo - 13 gols ajudaram o time a vencer jogos. Apenas um foi marcado em uma derrota (5 a 2 para o Arsenal, em novembro) e outro em um empate.
De longe - 6 gols de fora da área, marca igualada apenas por Messi nas cinco principais ligas europeias desta temporada.
Aproveitamento - São 51 finalizações certas, ou seja, Bale marca a cada 3,4 conclusões na direção do gol.
"Ele faz a diferença e seus gols espetaculares continuam. Nunca vi alguém marcar tantos em tão pouco tempo. Hoje foram dois. Fomos fantásticos hoje, mas fomos batidos por Bale", resignou-se Allardyce. A velocidade e habilidade do canhoto, somados a seu talento para as finalizações, têm sido uma receita mortal.
Bale, de 23 anos, está apenas quatro gols atrás do artilheiro do campeonato, Robin van Persie. Contando apenas os jogos de 2013, ele lidera a classificação dos goleadores, com seis. Curiosamente, os seis últimos gols marcados na liga pelo time de André Villas-Boas, que ao bater o West Ham superou o Chelsea para assumir a terceira colocação no campeonato.
"Jogadores como ele assumem a responsabilidade em momentos-chave", elogiou AVB.
As atuações de Bale têm reforçado os argumentos de quem defende sua eleição como o melhor jogador da Premier League na temporada, além de alimentar as inúmeras especulações em torno de seu futuro. É provável que seja um dos nomes mais badalados do próximo mercado de transferências.
A exemplo de Ryan Giggs, Bale dificilmente terá a possibilidade de disputar uma Copa do Mundo, em função da fragilidade da seleção galesa, mas sempre manifestou orgulho em representar a equipe. Poderia até ter optado pela Inglaterra, por ter uma avó inglesa, mas nunca cogitou a possibilidade - até porque aos 16 anos já havia feito seu primeiro jogo pelo País de Gales.
As imagens abaixo mostram as finalizações de Bale nesta temporada da Premier League e sua movimentação em campo, com o mapa dos toques na bola.
Algumas curiosidades sobre os 15 gols do galês:
Visitante indesejável - 11 gols foram marcados fora de casa, mais que qualquer outro jogador da Premier League nesta temporada.
Cresce no final - 9 gols foram marcados na última meia hora de jogo.
Canhota calibrada - Foram 11 gols com o pé esquerdo, três com o direito e um de cabeça.
Decisivo - 13 gols ajudaram o time a vencer jogos. Apenas um foi marcado em uma derrota (5 a 2 para o Arsenal, em novembro) e outro em um empate.
De longe - 6 gols de fora da área, marca igualada apenas por Messi nas cinco principais ligas europeias desta temporada.
Aproveitamento - São 51 finalizações certas, ou seja, Bale marca a cada 3,4 conclusões na direção do gol.
Milhares de bolivianos são escravos em SP. Em nome de Kevin, Corinthians podia gritar por eles
A óbvia ideia de que a morte de alguém muito jovem é uma aberração, algo absolutamente sem propósito, absurdo, veio pela primeira vez lá atrás para mim de forma pouco usual. Pelos versos de Ednardo, com seu belo “Pavão Misterioso”, parei pra pensar naquele pedido. “Me poupe do vexame/de morrer tão moço”. O complemento do verso é absolutamente arrebatador: “Muita coisa ainda quero olhar”.
A estupidez de poucos e a omissão de muitos (ou quem sabe de todos nós) não pouparam Kevin Espada de morrer tão moço. Catorze anos. Muita coisa ainda pra olhar...
Nem é preciso repetir o chavão de que nada a ser feito traz essa vida de volta. Mas é possível que muita coisa se faça em nome de Kevin.
Aqui já não estão em questão eventuais decisões da justiça, o destino do Corinthians em uma competição, uma eventual punição para o San Jose. Tudo isso deve ser exemplar. Mas é possível ir além, muito além.
Alguns pronunciamentos foram exemplares e transpiravam sentimento de nobreza no dia da tragédia. Ainda que a vida e a profissão tenham me ensinado a desconfiar muito de tudo o que se fala diante das câmaras e de bons moços do pau oco com os quais cruzei por esses anos todos e me ensinaram a preferir os gauches, não dava para não se impressionar ou não acreditar nas palavras e posicionamento de Tite, Edu Gaspar e outros. E ainda também que jamais me pareça correto cobrar de alguém gestos que devem ser espontâneos ou naturais, tais posturas me inspiram a pedir algo mais para eles, muito além das decisões esportivas. Junto a eles o zagueiro Paulo André, sujeito de ideias claras e sempre disposto a boas causas, poderia se engajar nisso.
Desde que a notícia explodiu, não paro de pensar na estação de ônibus de El Paso, perto de La Paz. Os ônibus partindo para Oruro, Cochabamba...Kevin deve ter passado naquele pedaço esquecido de mundo quando ia em busca do sonho em ver seu time.
Passei por lá quando fiz o documentário “Escravos do Século XXI”, para mostrar onde eram arregimentados os bolivianos que vinham para o Brasil, onde viram escravos. É isso mesmo, trabalho em regime análogo à escravidão, em pleno século XXI. Em São Paulo. Milhares de bolivianos no auge de sua força. Escravizados. Em Itaquera, no Braz, na Mooca, Pari, Liberdade. Na cara de onde teremos uma Copa do Mundo. Ladeado por escravos. Vi tudo isso e digo: que ninguém pense que falar em escravidão é exagero. Fica o convite para quem tiver dúvida para o link no you tube: http://www.youtube.com/watch?v=D2TbuieIW1k
Quando uma tragédia dessas acontece, ficamos sempre a pensar no absurdo da morte aos 14 anos. No que um menino desses podia se transformar. Médico, engenheiro, jogador, advogado. Não conheço a história pessoal de Kevin, se é de uma minoria que tem alguma condição para tanto. Assim, sem conhecer, pensando em milhares de jovens de seu país, digo que uma imensa possibilidade para Kevin era tragicamente virar um escravo numa fétida confecção clandestina de São Paulo. Que revenderia o produto de seu trabalho ilegalmente tomado para uma grande corporação. Que em busca dos lucros fingiria não saber de onde vem os frutos da “flexibilização laboral” que alimentam. Milhares de meninos e meninas de La Paz, Cochabamba, Oruro viram escravos aqui. Em pleno século XXI.
A estupidez de poucos e a omissão de muitos (ou quem sabe de todos nós) não pouparam Kevin Espada de morrer tão moço. Catorze anos. Muita coisa ainda pra olhar...
Nem é preciso repetir o chavão de que nada a ser feito traz essa vida de volta. Mas é possível que muita coisa se faça em nome de Kevin.
Aqui já não estão em questão eventuais decisões da justiça, o destino do Corinthians em uma competição, uma eventual punição para o San Jose. Tudo isso deve ser exemplar. Mas é possível ir além, muito além.
Alguns pronunciamentos foram exemplares e transpiravam sentimento de nobreza no dia da tragédia. Ainda que a vida e a profissão tenham me ensinado a desconfiar muito de tudo o que se fala diante das câmaras e de bons moços do pau oco com os quais cruzei por esses anos todos e me ensinaram a preferir os gauches, não dava para não se impressionar ou não acreditar nas palavras e posicionamento de Tite, Edu Gaspar e outros. E ainda também que jamais me pareça correto cobrar de alguém gestos que devem ser espontâneos ou naturais, tais posturas me inspiram a pedir algo mais para eles, muito além das decisões esportivas. Junto a eles o zagueiro Paulo André, sujeito de ideias claras e sempre disposto a boas causas, poderia se engajar nisso.
Desde que a notícia explodiu, não paro de pensar na estação de ônibus de El Paso, perto de La Paz. Os ônibus partindo para Oruro, Cochabamba...Kevin deve ter passado naquele pedaço esquecido de mundo quando ia em busca do sonho em ver seu time.
Passei por lá quando fiz o documentário “Escravos do Século XXI”, para mostrar onde eram arregimentados os bolivianos que vinham para o Brasil, onde viram escravos. É isso mesmo, trabalho em regime análogo à escravidão, em pleno século XXI. Em São Paulo. Milhares de bolivianos no auge de sua força. Escravizados. Em Itaquera, no Braz, na Mooca, Pari, Liberdade. Na cara de onde teremos uma Copa do Mundo. Ladeado por escravos. Vi tudo isso e digo: que ninguém pense que falar em escravidão é exagero. Fica o convite para quem tiver dúvida para o link no you tube: http://www.youtube.com/watch?v=D2TbuieIW1k
Quando uma tragédia dessas acontece, ficamos sempre a pensar no absurdo da morte aos 14 anos. No que um menino desses podia se transformar. Médico, engenheiro, jogador, advogado. Não conheço a história pessoal de Kevin, se é de uma minoria que tem alguma condição para tanto. Assim, sem conhecer, pensando em milhares de jovens de seu país, digo que uma imensa possibilidade para Kevin era tragicamente virar um escravo numa fétida confecção clandestina de São Paulo. Que revenderia o produto de seu trabalho ilegalmente tomado para uma grande corporação. Que em busca dos lucros fingiria não saber de onde vem os frutos da “flexibilização laboral” que alimentam. Milhares de meninos e meninas de La Paz, Cochabamba, Oruro viram escravos aqui. Em pleno século XXI.
Como está no impressionante depoimento de Maria Eugenia (que segue com parte transcrita abaixo) , que conseguiu fugir de uma dessas senzalas e chegou até a Pastoral do Migrante, (cujo trabalho tão maravilhoso nos faz ainda acreditar na espécie) são de jovens do interior como Oruro que os escroques que escravizam mais gostam, pela ingenuidade deles. (O depoimento parece cena de novela das oito e denúncias de tráfico humano mas estão no nosso nariz).
É claro que o exercício de falar em tal destino para Kevin é algo torto. Mas aqui se justifica. Porque me ocorre que algo que daria um pouco de sentido ao que não tem sentido (“nem nunca terá...”), é que alguns desses corintianos tão lúcidos como Tite, Paulo André, Edu Gaspar, viessem a se mobilizar contra a escravidão de bolivianos em São Paulo. Tenham certeza de que muitos deles a essa hora nos porões do Braz, Bom Retiro, Mooca, Pari, Itaquera, se apegaram ao Corinthians. Kevin poderia acabar ali. Cada voz que se levante contra isso, uma faixa entrando em campo contra o trabalho escravo de bolivianos em São Paulo, uma entrevista contra essa aberração... Seria em nome de quem morreu tão moço e não pode olhar muita coisa que queria, como ensinou Ednardo.
Kevin não volta. Mas há muito para se fazer por ele. No futebol e muito além dele.
TRECHOS DO DEPOIMENTO DE MARIA EUGENIA – BOLIVIANA VÍTIMA DE TRABALHO ESCRAVO EM OFICINA DE ITAQUERA
“Eu trabalhava na cozinha em Bolívia, e veio uma senhora, 2, 3 vezes se fez de amiga. Eu ganhava uns 100 reais lá. Ela falou que ia pagar 300 dólares no Brasil. Eu achei que era boa oportunidade. Tenho seis filhos, falei com eles, era boa oportunidade.”
“disse que ia pagar 350 dolares pra uma filha que viesse, são 650 dólares ao mês. Ela pagou a vacina de febre amarela”
“pagou as passagens de La Paz”
“quando entramos na sua casa, apenas passamos pela porta, ela passou o cadeado na porta. Botou o cadeado e eu perguntei. Ela disse que entra muitos ladrões, eu disse tá bom...”
“uma semana, sábado, não podíamos sair, estávamos presa. Trabalhávamos desde as 7 da manha até meia-noite, uma da manhã, quando tinha que se entregar o trabalho. Eu cozinhava pra muitas pessoas. “
“quando se cumpriu 1 mês, ela não quis me pagar, a despeito deu ter trabalhado. A comida era muito ruim, não me dava coisas pra cozinhar. Me dava um pouco de carne pra 20 pessoas”
“você tem que ficar 2, 3 meses pra que paguem a passagem, mas fechadas, sem ir a nenhum lugar.”
“passou o segundo mês, agora me pague. Não que você não tem direito.”
“em total era 400 reais, que nos devíamos. Como não podíamos pagar em dois meses?”
“é escravidão; você acorda as 6h30, toma café, as 7h está nas máquinas de costura, ate as 12h. das 12 as 12h30, almoço, meia-hora. Na máquina te trazem o café as 17h. E das 17 a meia-noite, está na maquina. Diga-me: o que se chama isso?
“é escravidão. Não pode imaginar que existem pessoas que vão na Bolívia, botem anúncios na radio, jornal: ‘viaje para Brasil, 400 dolares,” e quando chega aqui com essa ilusão, te põe a chave. Isso é muito ruim”
“eles fechavam o telefone. Abaixo era a oficina, em cima os quartos”
“onde eu trabalhava em Itaquera, as mulheres ficavam aqui, os homens aqui. “
“Um banheiro pra 20 pessoas. Um lugar pequeno, você não sabe como é, sofri muito”
“quando um se resfria, se adoece, todos adoecem. E as trabalhando até meia-noite, as costas doem...voce não sabe, é muito doloroso pros bolivianos. Eu vi muita dor ali”
“imagina quem vem do interior, Oruro, outros estados, chegam a La Paz. A esses são os que buscam, os donos de oficinas, os que não estão integrados, por isso eles se calam, abaixam a cabeça”
“nos trouxeram nós duas. No outro ônibus, trouxeram 5 meninos, 17, 18 anos, 15 anos. Vieram até santa cruz com a gente, depois passaram por Paraguai. Mas os menores passaram por Paraguai.”
“muita gente sofrendo, presa. Mais do que tudo, eles procuram meninos, o que me mais me dói é que eles procuram meninos de 15 anos, 18 anos, 17, 15 anos. É muito ruim, não pode ser...Quando eu voltar a Bolívia, vou fazer uma denúncia, a todos...Eles anunciam nas rádios, na tv, nos jornais, oferecendo 400, 500 dolares...”
É claro que o exercício de falar em tal destino para Kevin é algo torto. Mas aqui se justifica. Porque me ocorre que algo que daria um pouco de sentido ao que não tem sentido (“nem nunca terá...”), é que alguns desses corintianos tão lúcidos como Tite, Paulo André, Edu Gaspar, viessem a se mobilizar contra a escravidão de bolivianos em São Paulo. Tenham certeza de que muitos deles a essa hora nos porões do Braz, Bom Retiro, Mooca, Pari, Itaquera, se apegaram ao Corinthians. Kevin poderia acabar ali. Cada voz que se levante contra isso, uma faixa entrando em campo contra o trabalho escravo de bolivianos em São Paulo, uma entrevista contra essa aberração... Seria em nome de quem morreu tão moço e não pode olhar muita coisa que queria, como ensinou Ednardo.
Kevin não volta. Mas há muito para se fazer por ele. No futebol e muito além dele.
TRECHOS DO DEPOIMENTO DE MARIA EUGENIA – BOLIVIANA VÍTIMA DE TRABALHO ESCRAVO EM OFICINA DE ITAQUERA
“Eu trabalhava na cozinha em Bolívia, e veio uma senhora, 2, 3 vezes se fez de amiga. Eu ganhava uns 100 reais lá. Ela falou que ia pagar 300 dólares no Brasil. Eu achei que era boa oportunidade. Tenho seis filhos, falei com eles, era boa oportunidade.”
“disse que ia pagar 350 dolares pra uma filha que viesse, são 650 dólares ao mês. Ela pagou a vacina de febre amarela”
“pagou as passagens de La Paz”
“quando entramos na sua casa, apenas passamos pela porta, ela passou o cadeado na porta. Botou o cadeado e eu perguntei. Ela disse que entra muitos ladrões, eu disse tá bom...”
“uma semana, sábado, não podíamos sair, estávamos presa. Trabalhávamos desde as 7 da manha até meia-noite, uma da manhã, quando tinha que se entregar o trabalho. Eu cozinhava pra muitas pessoas. “
“quando se cumpriu 1 mês, ela não quis me pagar, a despeito deu ter trabalhado. A comida era muito ruim, não me dava coisas pra cozinhar. Me dava um pouco de carne pra 20 pessoas”
“você tem que ficar 2, 3 meses pra que paguem a passagem, mas fechadas, sem ir a nenhum lugar.”
“passou o segundo mês, agora me pague. Não que você não tem direito.”
“em total era 400 reais, que nos devíamos. Como não podíamos pagar em dois meses?”
“é escravidão; você acorda as 6h30, toma café, as 7h está nas máquinas de costura, ate as 12h. das 12 as 12h30, almoço, meia-hora. Na máquina te trazem o café as 17h. E das 17 a meia-noite, está na maquina. Diga-me: o que se chama isso?
“é escravidão. Não pode imaginar que existem pessoas que vão na Bolívia, botem anúncios na radio, jornal: ‘viaje para Brasil, 400 dolares,” e quando chega aqui com essa ilusão, te põe a chave. Isso é muito ruim”
“eles fechavam o telefone. Abaixo era a oficina, em cima os quartos”
“onde eu trabalhava em Itaquera, as mulheres ficavam aqui, os homens aqui. “
“Um banheiro pra 20 pessoas. Um lugar pequeno, você não sabe como é, sofri muito”
“quando um se resfria, se adoece, todos adoecem. E as trabalhando até meia-noite, as costas doem...voce não sabe, é muito doloroso pros bolivianos. Eu vi muita dor ali”
“imagina quem vem do interior, Oruro, outros estados, chegam a La Paz. A esses são os que buscam, os donos de oficinas, os que não estão integrados, por isso eles se calam, abaixam a cabeça”
“nos trouxeram nós duas. No outro ônibus, trouxeram 5 meninos, 17, 18 anos, 15 anos. Vieram até santa cruz com a gente, depois passaram por Paraguai. Mas os menores passaram por Paraguai.”
“muita gente sofrendo, presa. Mais do que tudo, eles procuram meninos, o que me mais me dói é que eles procuram meninos de 15 anos, 18 anos, 17, 15 anos. É muito ruim, não pode ser...Quando eu voltar a Bolívia, vou fazer uma denúncia, a todos...Eles anunciam nas rádios, na tv, nos jornais, oferecendo 400, 500 dolares...”
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Antes de voltar ao estado vegetativo, o blog republicará nos próximos dias, em razão da data, o texto "Em Nome de Zico" atualizado.
Em quatro sets, Sesi derrota Praia Clube e sai na frente nas quartas
Na noite desta segunda-feira foi realizado o primeiro jogo da fase de quartas de final da Superliga masculina. E jogando diante da sua torcida, no ginásio da Vila Leopoldina, o Sesi fez a ‘lição de casa’ e largou na frente na série melhor de três partidas ao superar o Banana Boat/Praia Clube pelo placar de 3 sets a 1, com parciais de 25/23, 25/15, 15/25 e 25/21.
A vitória do Sesi teve um sabor ainda mais especial já que, antes do duelo desta noite, a líbero Verê, que passou por exames médicos, teve uma arritmia cardíaca confirmada e foi afastada do confronto por precaução. A atleta, que ainda vai passar por mais exames, ainda mantém a esperança de disputar os playoffs.
O primeiro set foi equilibrado, mas o ataque do Sesi foi levemente superior em relação ao da equipe mineira. Assim, as donas da casa largaram na frente e fizeram 1 a 0 no jogo ao anotarem 25/23 na primeira parcial.
No segundo período de jogo, o Sesi entrou ainda mais ligado em quadra e abriu 2 a 0 sem maiores problemas, anotando 25/15 na parcial e ficando bem mais perto da vitória. Fabiana, autora de seis pontos no set, foi o grande destaque do time paulistano no período.
No terceiro set, as representantes de Uberlândia (MG) mostraram que não estavam em quadra para brincar e conseguiram reagir. O Praia Clube devolveu o 25/15 sofrido no segundo período e fechou a terceira parcial, diminuindo o prejuízo para 2 sets a 1.
O quarto e último set não foi fácil para o time de São Paulo, mas o Sesi não deixou a vitória escapar por entre os dedos e selou o triunfo com um 25/21. Tandara foi o grande nome do set que garantiu a primeira vitória do Sesi na série e anotou dez pontos.
A partida de número dois, que pode selar a classificação do Sesi às semifinais, será realizada na próxima sexta-feira, às 21h, no ginásio do Praia Clube, em Uberlândia. O Banana Boat/Praia Clube precisa de uma vitória para forçar o terceiro jogo da série.
A vitória do Sesi teve um sabor ainda mais especial já que, antes do duelo desta noite, a líbero Verê, que passou por exames médicos, teve uma arritmia cardíaca confirmada e foi afastada do confronto por precaução. A atleta, que ainda vai passar por mais exames, ainda mantém a esperança de disputar os playoffs.
O primeiro set foi equilibrado, mas o ataque do Sesi foi levemente superior em relação ao da equipe mineira. Assim, as donas da casa largaram na frente e fizeram 1 a 0 no jogo ao anotarem 25/23 na primeira parcial.
No segundo período de jogo, o Sesi entrou ainda mais ligado em quadra e abriu 2 a 0 sem maiores problemas, anotando 25/15 na parcial e ficando bem mais perto da vitória. Fabiana, autora de seis pontos no set, foi o grande destaque do time paulistano no período.
No terceiro set, as representantes de Uberlândia (MG) mostraram que não estavam em quadra para brincar e conseguiram reagir. O Praia Clube devolveu o 25/15 sofrido no segundo período e fechou a terceira parcial, diminuindo o prejuízo para 2 sets a 1.
O quarto e último set não foi fácil para o time de São Paulo, mas o Sesi não deixou a vitória escapar por entre os dedos e selou o triunfo com um 25/21. Tandara foi o grande nome do set que garantiu a primeira vitória do Sesi na série e anotou dez pontos.
A partida de número dois, que pode selar a classificação do Sesi às semifinais, será realizada na próxima sexta-feira, às 21h, no ginásio do Praia Clube, em Uberlândia. O Banana Boat/Praia Clube precisa de uma vitória para forçar o terceiro jogo da série.
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