segunda-feira, 18 de julho de 2011

Brasileiro Série C

20h30 Araguaína 1x0 Paysandu-PA Grupo A

Brasileiro Série D

20h30 Itumbiara 1x3 Tupi Grupo 5

Dueto brasileiro não consegue superar favoritas e fica em 12º no nado

  • Lara Teixeira e Nayara Figueira em ação durante o Mundial de Xangai; elas terminaram na 12ª posição Lara Teixeira e Nayara Figueira em ação durante o Mundial de Xangai; elas terminaram na 12ª posição
O maiô em homenagem ao Brasil e a bossa nova não foram suficientes para Lara Teixeira e Nayara Figueira no Mundial de Xangai. Elas cravaram 86.000 e terminaram na 12ª posição na final de dueto técnico do nado sincronizado. A dupla não conseguiu superar as parcerias favoritas, formadas por Rússia, China e Espanha.
“Elas apresentaram mais vigor que nas eliminatórias. Temos elementos a corrigir, dessa vez a Lara estava mais calma e a Nayara um pouco mais nervosa, mas ainda temos a prova livre que é muito boa”, disse a técnica Andréa Curi.
O pódio foi formado pelas russas Natalia Ishchenko e Svetlana Romashina (98.200), seguidas pelas chinesas Huan Xuechen e Liu Ou (96.500) e pelas espanholas Ona Carbonell e Andrea Fuentes (95.400).
Na fase classificatória, Lara Teixeira e Nayara Figueira também haviam terminado na 12ª posição.
O Brasil já tem duas finais no nado sincronizado em Xangai. Além do dueto, a equipe técnica também se classificou para a decisão na 11ª posição que acontecerá a partir das 8 horas de Brasília desta terça-feira. Na disputa do nado na China, o Brasil ainda disputa as provas livre de solo, dueto e equipe.

Polo aquático

A seleção brasileira masculina de polo aquático estreou com derrota para a Croácia por 14 a 5, nesta segunda-feira feira. O início do Brasil foi muito ruim e definiu o jogo. A equipe foi derrotada por 5 a 0 na primeira parcial e não teve chances de recuperação nos tempos seguintes. O próximo compromisso do time brasileiro é contra o Japão, na próxima quarta-feira.

Mundial de Xangai




Foto 1 de 5 - Lara Teixeira e Nayara Figueira terminaram na 12ª posição na final de dueto técnico do nado sincronizado do Mundial de Xangai Barbara Walton/EFE

Falcão chora, se diz decepcionado e reclama da direção na saída do Inter

A despedida de Paulo Roberto Falcão do Inter foi triste e dura. Emocionado, o ex-jogador não conteve as lágrimas em sua entrevista final no estádio Beira-Rio. Falcão disse que não esperava ser demitido. E revelou que não recebeu as promessas da diretoria, no momento em que assumiu o time, em abril.
“O Inter é maior do que nós, muito maior do que as pessoas que o dirigem hoje. Vai ter no momento certo pessoas com a grande do Inter para dirigi-lo. Fui surpreendido, sim. Não imagina, com todas as dificuldades que tínhamos. E até por que antes da assinatura do meu contrato, se tinha a ideia da necessidade de contratar jogador. Vendo de fora também achei que era preciso. Isso me foi prometido. E isso não aconteceu. E por isso a minha surpresa. Se a gente conseguisse tudo que me foi prometido, se poderia falar em demissão. Claro que saio insatisfeito”, disse o treinador.
Em breve mais informações.

Federação Italiana de Futebol mantém scudetto da Inter de 2006

A Internazionale continua com o título do Campeonato Italiano da temporada 2005/06. Apesar das reclamações da Juventus, que reivindicava junto à Federação Italiana de Futebol (FIGC) o cancelamento do scudetto da rival, o órgão manteve a decisão de dar ao time de Milão o troféu daquela edição do Cálcio.

A decisão foi ratificada após reunião nesta segunda-feira do Conselho da FIGC, em Roma, noticiam os principais diários esportivos do país.

A Inter ficou com o troféu do Calcio após as punições impostas à Juve e ao Milan pelo envolvimento dos clubes no escândalo de manipulação de resultados conhecido como Calciopoli.

Preocupado com Marcos Assunção, Luxemburgo treina defesa contra bolas paradas

O técnico Vanderlei Luxemburgo não esconde: está preocupado com as bolas paradas do Palmeiras, próximo rival do Flamengo. O comandante já admitiu isto em uma entrevista coletiva e usou o treinamento desta segunda-feira para simular as cobranças de Marcos Assunção. Ronaldinho Gaúcho e Botinelli se revezaram nas batidas frontais e laterais e testaram a defea rubro-negra.

Ainda sem poder contar com Alex Silva para reforçar o setor defensivo, Luxemburgo decidiu repetir a escalação dos últimos jogos. O Fla deve entrar em campo contra o Palmeiras com Felipe, Leonardo Moura, Welinton, Ronaldo Angelim e Junior Cesar; Airton, Willians, Renato e Thiago Neves; Ronaldinho Gaúcho e Deivid.

A única diferença estará no banco de reservas. Luxemburgo poderá contar com o ‘reforço’ de Diego Maurício, que foi cortado da seleção brasileira sub-20 e poderá defender as cores rubro negras.

City recusa oferta, e Corinthians analisará contrapoposta para ter Tevez, diz Andrés

Horas depois de explodir na imprensa britânica a informação de que o Manchester City havia aceitado uma nova proposta do Corinthians pelo atacante argentino Carlitos Tevez, o presidente do clube do Parque São Jorge, Andrés Sanchez, divulgou uma nota oficial por meio do site da equipe para negar que já exista um acerto com o jogador. Entretanto, o cartola confirmou que o clube inglês enviou ao Corinthians uma contraproposta nesta madrugada, após recusar a oferta do clube paulista.

“Na verdade, o clube (City) enviou ao Corinthians uma contraproposta nesta madrugada, que devido ao fuso horário só chegou ao conhecimento da diretoria alvinegra agora pela manhã”, diz o texto publicado no site corintiano. “Na contraproposta, o clube inglês pede mudanças na forma de pagamento e no valor total da transação. Além disso, o Manchester City também faz questão de que Tevez abra mão de uma quantia pendente com o clube inglês.”

O comunicado rebate as informações da imprensa inglesa e diz, textualmente, que “o Manchester City não aceitou a proposta corintiana pelo atleta”, mas confirma a negociação e não fala sobre o andamento das conversas após o recebimento dessa contraproposta do clube inglês.

“O presidente Andrés Sanchez informa que não existe por hora nada concreto com Tevez e que a contraproposta será analisada por ele e por sua diretoria”, diz o último parágrafo do comunicado oficial do Corinthians.

Segundo informações da rede de televisão britânica BBC e de jornais como o The Guardian, o Express e o The Sun no início desta segunda-feira, o Manchester City teria chegado a um acordo com o time brasileiro após uma nova oferta feita na última sexta-feira.

"Nós chegamos a um acordo com o Corinthians, mas no momento Carlos ainda é jogador do City", afirmou o técnico Roberto Mancini, em entrevista ao canal Sky Sports.
Veja a íntegra do comunicado divulgado pelo Corinthians:
"Em virtude das notícias publicadas durante toda a madrugada dando conta do acerto entre Corinthians e o atacante Carlos Tevez, o presidente Andrés Sanchez faz questão de vir a público esclarecer que o Manchester City não aceitou a proposta corinthiana pelo atleta.

Na verdade, o clube enviou ao Corinthians uma contraproposta nesta madrugada, que devido ao fuso horário só chegou ao conhecimento da diretoria alvinegra agora pela manhã. Na contraproposta, o clube inglês pede mudanças na forma de pagamento e no valor total da transação. Além disso, o Manchester City também faz questão de que Tevez abra mão de uma quantia pendente com o clube inglês.

Por fim, o presidente Andrés Sanchez informa que não existe por hora nada concreto com Tevez e que a contraproposta será analisada por ele e por sua diretoria."

VIDEOBLOG: Após a queda do Brasil, há muitas conclusões. Mas perder nos pênaltis foi uma vergonha

Neste domingo, o Brasil foi eliminado da Copa América pelo Paraguai, após terminar o tempo regular e a prorrogação em 0 a 0 e ter perdido o duelo nas penalidades. Pênalti, entretanto, não é loteria. Tanto é que o adversário acertou dois, e nós erramos quatro. Foi um dos maiores vexames da história do futebol brasileiro.

Porém, eu continuo confuso em relação ao jogo de ontem. Há várias maneiras de olhar a derrota da seleção. Uma delas é o discurso conformista, de dizer que o time é jovem e que ainda há muito tempo pela frente.

Outra é dizer que foi um vexame, pois a equipe jogou mal contra a Venezuela e contra o Paraguai, foi bem apenas em uma parte da partida contra o Equador e no último duelo, também contra o Paraguai, saiu-se bem, mas foi derrotada de maneira vergonhosa nas penalidades.

Por fim, eis o balanço do período de um ano em que Mano Menezes está à frente da equipe: o Brasil ainda não tem um time, e alguns jogadores deixaram desconfiança, como o goleiro Júlio César. O próprio Ganso não se definiu como grande craque, não se impôs, embora saibamos que ele e Neymar são jóias preciosas. De qualquer forma, as coisas não estão bem.


Clique no player acima para assistir ao videoblog desta segunda-feira!

Presidente do Inter demite técnico Falcão e o responsável pelo futebol

  • Departamento de futebol e o técnico Falcão não resistiram as más atuações no Brasileiro Departamento de futebol e o técnico Falcão não resistiram as más atuações no Brasileiro
A sequência de resultados inconstantes do Internacional desde o começo do Campeonato Brasileiro fizeram o presidente Giovanni Luigi demitir o técnico Paulo Roberto Falcão e o responsável pelo departamento de futebol, Roberto Siegmann.  A informação foi confirmada pelo cartola que deixa o comando do grupo profissional.
"Fui chamado hoje pela manhã pelo presidente Giovanni Luigi e ele me comunicou que haveria mudanças e entre as alterações a minha saída da vice-presidência e no comando técnico do futebol [Falcão]", afirmou Siegmann à rádio Bandeirantes.
Em nota oficial, minutos mais tarde, o Inter confirmou tal situação. "O Sport Club Internacional comunica mudanças no seu departamento de futebol. O conselheiro Roberto Siegmann deixa o cargo de vice-presidente de futebol. Da mesma forma, o contrato do técnico Paulo Roberto Falcão foi rescindido. O técnico do time Sub-23 Osmar Loss e o auxiliar técnico André Doring irão assumir a preparação da equipe interinamente. O presidente Giovanni Luigi irá conceder entrevista", diz o comunicado publicado no site oficial do clube.
Após a derrota para o São Paulo, no domingo, por 3 a 0, o presidente do clube, Giovani Luigi, já indicava mudanças. "Claro, sem dúvida nenhuma. Fomos envolvidos pelo São Paulo nos 90 minutos. Se alguém pensar que no segundo tempo tivemos um desempenho melhor, até tivemos, mas o adversário deixou o Inter jogar, no meu entender, porque ele ganhava de 2 a 0 no primeiro tempo. Então, ele se postou de uma maneira que dava uma falsa ilusão para quem estava assistindo o jogo, entendendo que o Inter melhorou. Como melhorou se não conseguiu fazer um gol e ainda tomou mais um?", disse o mandatário.
Falcão fecha sua trajetória no comando técnico do Internacional com 19 partidas. Nestas foram conquistadas 6 vitórias, 5 empates e 8 derrotas. O aproveitamento gerado é de 40,3%. Mesmo com o retrospecto ruim, o Internacional conquistou o Campeonato Gaúcho sobre o Grêmio. Porém, foi eliminado da Libertadores pelo Peñarol.
"Nós [Siegmann e Giovani Luigi], não nos falávamos há algum tempo. Na época da campanha tivemos muito contato, mas depois tudo se alterou.  O presidente tem uma postura de não falar nada, a minha não é essa. O Inter é um clube de futebol e as coisas precisam ser ditas. O Falcão era meu treinador. Ele [o presidente] achou por bem mudar, lógico que eu não ficaria com outro. Eu não responsabilizo o técnico", disse Siegmann à Rádio Guaíba.
Ex-técnico do Inter, Falcão também irá se pronunciar nesta tarde. Após o presidente Luigi, que concederá coletiva às 12h, o técnico terá direito a palavra para se despedir do elenco vermelho. O Internacional inicia imediatamente a procura por diretor e técnico. A derrota do último domingo deixou a equipe em 8º no Brasileirão com 11 pontos.

Início ruim de Abel no Fluminense é idêntico ao retrospecto de Muricy

abel bahia x fluminense   (Foto: Alexandre Cassiano/O Globo)Abel não teve bom início no comando do
Fluminense (Foto: Alexandre Cassiano/O Globo)
O Fluminense esperou quase três meses pela chegada do técnico Abel Braga. A expectativa era grande e a diretoria tricolor apostava num ganho de qualidade quando o técnico assumisse o time. No entanto, seis jogos depois, os números do treinador não são bons. Com duas vitórias e quatro derrotas, o time vem expondo todas as suas carências. As únicas vitórias sob a batuta do treinador foram contra times que estão mal na tabela: Atlético-PR e Avaí.
Mas, por trás do início ruim, existe uma comparação que acende uma chama de esperança na torcida. Os números de Abel nesta arrancada inicial são idênticos aos de Muricy Ramalho, que estreou pelo Fluminense no dia 29 de abril de 2010, perdeu quatro dos seis primeiros jogos e levantou o time até o título brasileiro.
Quando assumiu o comando tricolor no ano passado, Muricy tomou três duros golpes ao perder os três primeiros jogos: dois pelo mata-mata contra o Grêmio pela Copa do Brasil e a estreia do Brasileiro diante do Ceará. A primeira vitória só saiu no quarto compromisso, quando o Flu bateu o Atlético-GO por 1 a 0, no Maracanã. O alívio foi para o espaço com a derrota para o Corinthians na sequência, mas a vitória de 2 a 1 no Fla-Flu encheu o time de moral. Antes de Abel, Enderson Moreira conseguiu ótimo começo conquistando 72% dos pontos, mas a maioria das vitórias aconteceu em jogos do Campeonato Carioca, teoricamente mais fáceis.
Muricy Ramalho Fluminense (Foto: Photocamera)Muricy começou trajetória no Flu com duas vitórias
em seis partidas (Foto: Photocamera)
Em relação a Abel e Muricy, Cuca teve um início melhor, mas apenas razoável ao conseguir 50% dos pontos com três empates, duas vitórias e uma derrota. Depois de empatar em casa com o Náutico e sofrer goleada de 5 a 1 para o Grêmio, os críticos apontavam que a era Cuca não seria nada boa, mas o técnico resgatou a força da equipe e conseguiu a milagrosa fuga do rebaixamento.
Os números não mentem e mostram um começo ruim de Abel Braga nesta segunda passagem pelo Flu, mas os exemplos anteriores provam que turbulências no começo podem servir de amadurecimento para uma boa caminhada.
Os seis primeiros jogos dos últimos quatro técnicos do Flu:
Abel - 2 vitórias e 4 derrotas - 6 pontos - Aproveitamento: 33,3%
Corinthians 2 x 0 Fluminense
Fluminense 0 x 1 Bahia
Avaí 0 x 1 Fluminense
Fluminense 3 x 1 Atlético-PR
Fluminense 0 x 1 Flamengo
Coritiba 3 x 1 Fluminense
Cuca - 2 vitórias, 3 empates e 1 derrota - Aproveitamento: 50%
Fluminense 1 x 1 Náutico
Botafogo 0 x 0 Fluminense
Grêmio 5 x 1 Fluminense
Alianza Atlético 2 x 2 Fluminense
Fluminense 3 X 2 Avaí
Fluminense 4 X 1 Alianza Atlético
Muricy - 2 vitórias e 4 derrotas - 6 pontos - 33,3%
Fluminense 2 X 3 Grêmio
Grêmio 2 x 0 Fluminense
Ceará 1 x 0 Fluminense
Fluminense 1 X 0 Atlético GO
Corinthians 1 x 0 Fluminense
Fluminense 2 X 1 Flamengo
Enderson Moreira - 4 vitórias, 1 empate e 1 derrota - Aproveitamento: 72%
Fluminense 3 X 2 América México
Fluminense 0 x 0 Vasco
Volta Redonda 1 x 2 Fluminense
Nacional do Uruguai 2 x 0 Fluminense
Americano 1 x 5 Fluminense
Fluminense 1 X 0 Nova Iguaçu

Loco Abreu exalta garra uruguaia e agradece carinho da torcida do Bota

Loco Abreu jogou apenas três minutos em toda a Copa América até agora. No entanto, apaixonado pela seleção uruguaia, o veterano de 34 anos não esboça nenhuma insatisfação. Pelo contrário. Após o triunfo nos pênaltis sobre a Argentina, no último sábado, em Santa Fé, o atleta do Botafogo parecia um juvenil, extasiado com a classificação às semifinais da Copa América e exaltando a raça de sua equipe.
- Estou feliz porque mesmo quando ficamos com um a menos (Nota: Diego Pérez foi expulso no final da primeira etapa), diante da adversidade, continuamos acreditando que podíamos conseguir. E agora podemos ficar na história (do futebol uruguaio) – afirmou Loco com uma voz muita rouca.
- Vamos aproveitar um pouco porque ainda não conquistamos nada e temos pela frente os peruanos – ressaltou o atacante, que completou 15 anos com a camisa celeste na partida diante da Argentina, se referindo ao duelo da próxima terça-feira, em La Plata.
Feliz, Loco Abreu também agradeceu o carinho da torcida do Botafogo que, segundo ele, torceu pela seleção uruguaia diante dos argentinos.
- Agradeço muito o respaldo dos alvinegros. É algo que é muito importante para mim e também para toda seleção.
 

Ricardo Gomes elogia Romulo e brinca pedindo um clone do volante

 Com apenas 20 anos, Romulo consolidou sua importância em um elenco que conta com jogadores da experiência de Felipe, Juninho Pernambucano, Fernando Prass e Diego Souza, por exemplo. E, nos últimos jogos, mostrou-se ainda mais fundamental taticamente por se tratar do único homem de marcação no meio-campo vascaíno. A dedicação é tanta que os elogios chegam de todos os lados, mais ou menos como os ataques adversários.
O último deles foi dado pelo técnico Ricardo Gomes após mais uma partida desgastante, a vitória contra o Atlético-PR no último sábado (veja o vídeo com os gols da virada de 2 a 1). O treinador se mostrou impressionado com a nova demonstração de sacrifício e disse que o que mais queria era um novo Romulo em campo.
- Ele se sacrifica pelo bem do time e tem tido muito trabalho nos últimos jogos. Mesmo assim, com tanta pressão, comete poucas faltas. E ainda é consistente no auxílio ao jogo aéreo tanto na defesa como no ataque. Estou até pedindo para alguém fabricar um segundo Romulo (risos) - brincou.
O treinador lembrou ainda que a evolução tanto de Romulo como do sistema defensivo do time aconteceu justamente quando houve a mudança de posicionamento. No decorrer da temporada, o volante passou a jogar mais encostado na zaga, dando mais liberdade para os companheiros de meio-campo.
- Essa mudança acarretou em uma melhora gritante do sistema. É o trabalho e o sacrifício dele pelo time - explicou.
O Vasco volta a jogar no próximo domingo, às 16h (de Brasília), contra o Atlético-MG, no Ipatingão. Com 17 pontos conquistados, o Gigante da Colina alcançou a quinta colocação na tabela do Campeonato Brasileiro. O elenco se reapresenta na próxima terça-feira, às 9h, em São Januário.

Léo Moura apoia menos, mas Fla ganha opções nas duas laterais

Léo Moura no treino do Flamengo (Foto: Fábio Borges / VIPCOMM)Léo Moura diz que lesão está superada e vê time
equilibrado (Foto: Fábio Borges / VIPCOMM)
O torcedor do Flamengo se acostumou a ver Léo Moura partir em velocidade pela direita para fazer cruzamentos e arriscar chutes a gol. Desde 2005 no clube, o camisa 2 tornou-se decisivo em conquistas importantes, como a Copa do Brasil de 2006, os quatro títulos cariocas (2007, 2008, 2009 e 2011) e o Brasileirão de 2009.
Na temporada passada, por exemplo, o camisa 2 foi a principal alternativa de ataque pelo setor direito. Em 35 partidas do nacional, executou 57 jogadas pela lateral direita e foi 38 vezes à linha de fundo. Número bem maior do que os segundos colocados em cada quesito: Willians, com 19, e Diego Maurício, com 23, respectivamente.
As estatísticas da atual edição do Brasileiro apresentam uma mudança no quadro. Passadas nove rodadas, Léo é apenas o quarto jogador da equipe a fazer jogadas pela direita, com somente duas subidas pelo setor. Willians, com oito, Negueba, com sete, e Galhardo, com quatro, o superam. Nas idas à linha de fundo, o ex-capitão é superado por Negueba: 7 a 3.
Vale lembrar que Léo Moura não jogou nas duas primeiras rodadas do Brasileirão, contra Avaí e Bahia. Na segunda quinzena de abril, ficara afastado por duas semanas por conta de uma pancada recebida no joelho direito, no Fla-Flu da semifinal da Taça Rio. Chegou a voltar para disputar a partida decisiava contra o Ceará, pelas quartas da Copa do Brasil, mas sentiu o problema novamente num treino. Desde o retorno, contra o Corinthians, em 5 de junho, foram sete jogos. Negueba participou do mesmo número de partidas.

Léo Moura reconhece que ainda precisa alcançar o melhor ritmo, mas não relaciona os números ao processo de recuperação.
- Estou me sentindo melhor, tenho evoluído aos poucos e com o passar dos jogos a tendência é evoluir. Vejo isso mais como uma questão de equilíbrio. Nosso time joga muito para frente, os jogadores de meio são muito ofensivos, têm inteligência. As pessoas têm que saber que não dá para o lateral avançar o tempo todo. Tem de ir na hora certa para não comprometer o posicionamento defensivo. Ainda mais que agora nós temos dois laterais que avançam muito.
Esquerda ganha força

Até agora, o setor esquerdo do Fla tem sido mais ativo. Foram 32 jogadas pela lateral, com 11 de Ronaldinho e oito de Junior Cesar, e 25 na linha de fundo. Egídio, que foi emprestado ao Ceará, fez sete. R10 avançou cinco vezes e Junior Cesar, quatro.
- Eu e Junior Cesar dividimos essa função de dar apoio aos homens de meio-campo. É bom ter um lateral do outro lado que também suba bastante – analisou Léo.
Depois de descansarem no domingo, os jogadores do Flamengo treinam na manhã desta segunda-feira, no Ninho do Uburu. Na quarta, o adversário será o Palmeiras, às 21h50m (de Brasília), no Pacaembu.

Manchester City aceitou a proposta corintiana por Tevez, diz técnico

está próximo de oficializar o retorno de um dos principais ídolos da sua história recente. Nesta segunda-feira, o técnico Roberto Mancini revelou que o Manchester City aceitou a proposta feita pelo clube paulista para contratar o atacante Carlitos Tevez.
Mauricio Dueñas/EFE
Mauricio Dueñas/EFE
Tevez defendeu a seleção argentina na Copa América

O jogador argentino tem contrato por mais três temporadas com o Manchester City, mas declarou no início deste mês que tinha a intenção de deixar a equipe da primeira divisão inglesa. Porém, a saída de Tevez do clube e a sua contratação pelo Corinthians ainda não foram oficializadas.
Diante do desinteresse de Tevez em permanecer no Manchester City, o Corinthians apresentou proposta pela contratação do jogador na semana passada. O clube inglês, porém, rejeitou a oferta inicial de 40 milhões de euros. Diante da recusa inicial, a equipe do Parque São Jorge reformulou a sua proposta, mas sem alterar o valor oferecido, de acordo com seus dirigentes.
A nova proposta, porém, agradou aos dirigentes do Manchester City, de acordo com o italiano Mancini. "Nós temos um acordo com o Corinthians", declarou, em entrevista ao canal britânico Sky Sports TV, reconhecendo que Tevez está próximo de acertar seu retorno ao futebol brasileiro.
Apesar disso, Mancini garantiu, sem revelar detalhes, que a transferência ainda não foi fechada. "Carlos ainda é um jogador do City", declarou o treinador italiano, ressaltando não saber se o atacante argentino já negocia os detalhes do seu contrato com o Corinthians, que precisa acelerar os trâmites legais do acordo, já que a janela de transferências internacionais para o futebol brasileiro se encerra na quarta-feira.
Tevez tem 27 anos e defendeu o Corinthians entre 2005 e 2006 após passagem de sucesso pelo Boca Juniors e faturou um título do Campeonato Brasileiro (2005). Depois, se transferiu para o futebol inglês onde defendeu o West Ham e o Manchester United antes de chegar ao City. Agora, está próximo de voltar a defender o clube paulista.

Japão supera os EUA e é campeão da Copa do Mundo feminina

- O Japão é o novo campeão mundial do futebol feminino. Coroando uma campanha histórica e surpreendente, a seleção japonesa desbancou o favorito Estados Unidos na final deste domingo, em Frankfurt, na Alemanha, e ganhou nos pênaltis por 3 a 1, após um empate de 1 a 1 no tempo normal e outro 1 a 1 na prorrogação.
Martin Meissner/AP
Martin Meissner/AP
Japonesas levantam troféu após conquista na Alemanha

Sem nenhuma tradição no futebol feminino, o Japão tinha somado apenas três vitórias nas cinco edições anteriores do Mundial organizado pela Fifa - duas contra a Argentina e uma contra o Brasil. Dessa vez, porém, a seleção japonesa não se intimidou diante das grandes potências do esporte e foi avançando até o título inédito.
Na primeira fase do Mundial, o Japão somou duas vitórias (Nova Zelândia e México) e uma derrota (Inglaterra). Depois, já nas quartas de final, eliminou a anfitriã Alemanha. Na sequência, passou pela tradicional Suécia nas semifinais. E, por fim, derrotou os Estados Unidos, que buscavam o tricampeonato.
Os Estados Unidos já foram campeões mundiais duas vezes (1991 e 1999) e chegaram ao pódio nas outras três edições realizadas. Além disso, conquistaram três das quatro medalhas de ouro disputadas na história do futebol feminino na Olimpíada. E, para completar, eliminaram o Brasil da estrela Marta nas quartas de final da competição da Alemanha. Por isso, eram os favoritos na decisão deste domingo.
Diante de um público de 48.817 pessoas que lotou o estádio em Frankfurt, além da torcida do presidente Barack Obama, que acompanhou a final pela TV, os Estados Unidos começaram melhor, pressionando o adversário. E chegaram a mandar uma bola no travessão aos 27 minutos, com Wambach. Mas, aos poucos, o Japão equilibrou o jogo e passou a ter maior controle de bola.
Os gols, porém, saíram apenas no segundo tempo. Num rápido contra-ataque aos 23 minutos, Morgan, que tinha entrado no lugar de Cheney no intervalo, abriu o placar para os Estados Unidos. Mas o Japão empatou aos 34, quando Miyama aproveitou vacilo da zaga adversária e deixou tudo igual.
A decisão, então, foi para a prorrogação. E os Estados Unidos saíram novamente na frente, com uma cabeçada de Wambach aos 13 minutos do primeiro tempo. Mas o Japão voltou a empatar aos 11 da segunda etapa, quando Sawa também fez de cabeça, tornando-se a artilheira do Mundial (cinco gols) - Marta ficou com quatro.
Na disputa por pênaltis, as experientes jogadoras norte-americanas sentiram o nervosismo e desperdiçaram três cobranças - a goleira Kaihori defendeu os chutes de Boxx e Heath, enquanto Lloyd chutou por cima. Assim, os Estados Unidos marcou apenas com Wambach. Do lado do Japão, Nagasato também errou, mas Miyama, Sakaguchi e Kumagai fizeram os gols e garantiram o título inédito.


O preço foi alto

O primeiro tempo do Brasil foi muito bom. Saiu da marcação por pressão, marca registrada do Paraguai, e ainda criou chances roubando duas bolas no ataque. Teve Robinho buscando o jogo, perto dos volantes, emprestando sua experiência, como se fosse um armador de verdade. Justamente Robinho deu a Neymar a chance mais clara de gol que a seleção de Mano Menezes teve na Copa América. Mas Neymar chutou para fora.

As chances de gol sucessivamente desperdiçadas por André Santos e Lúcio fizeram de Justo Villar um dos destaques da partida, mas evidenciaram o preço da juventude. O Brasil apresentou uma equipe de futebol, lúcida, madura, envolvente. Não equipe infalível.
Neymar teve mais uma chance aos 3 minutos do segundo tempo, Pato chutou em cima de Justo Villar aos 27. E aos 36, cara a cara com o goleiro, perdeu de novo.
O preço de jogar a Copa América com um time tão jovem foi a eliminação. Jogar com os homens que não podem falhar, um aos 19 anos, outro de 21. Ainda que com a experiência no Santos e no Milan, isso pesa.
Mano Menezes responderá, com razão, que o torneio é parte da preparação para a Copa de 2014. De fato, não se pode atropelar as etapas, desde que se veja progresso na equipe. Eles existiram.
Lucas Leiva e Ramires nunca deixaram o Paraguai jogar às suas costas, Maicon e André Santos foram ao ataque alternadamente, com raros momentos em que o Paraguai conseguisse usar seus setores. Mas o ataque...
Em 12 jogos de Mano, o time marcou 16 gols. Não dá para dizer que uma seleção que jogou quatro vezes e só venceu o Equador tenha feito bom papel. Precisava chegar às semifinais para ser elogiada.
Trata-se, então, de time promissor. O jogo com o Paraguai deixou essa certeza.
JOGADA ENSAIADA
O melhor time. A primeira fase não mostrou o Uruguai convincente. Mas quando a equipe teve essa característica em início de competição? O que o time de Oscar Tabárez possui é simples: o time está formado há quatro anos e, por isso, tem variação tática, segurança na defesa, rapidez no ataque, do destaque Luis Suárez. Também tem a grande história da Copa América. O goleiro Muslera, que nasceu em Buenos Aires no dia em que o Uruguai foi eliminado da Copa de 86 pela Argentina.
A maior surpresa. Na história, a seleção peruana sempre teve grandes jogadores. Não se fala de gerações passadas, como Tolo Fernández ou Teófilo Cubillas. Há pouquíssimo tempo, o time tinha Pizarro e Farfán. O que castiga o futebol peruano é a falta de estrutura e de organização de sua federação nacional. O técnico uruguaio Sergio Markarian deu organização à equipe, num 4-2-3-1, com destaque absoluto para Vargas, o melhor jogador de meio de campo do torneio.

 

E Mano ainda diz que já temos um caminho…

O futebol sul-americano está na contramão da história. Enquanto os europeus valorizam o futebol ofensivo, de toque de bola, tendo a seleção espanhola (leia-se Barcelona) como referência, a América do Sul aposta no futebol de força, de pegada.
A tradução perfeita dessa opção de jogo é o Uruguai, com uma mãozinha do Paraguai. Esta evidência ficou clara nas quartas de final da Copa América. Os uruguaios, com a velha raça impregnada de história, despacharam os argentinos sábado.
E ontem, os paraguaios conseguiram levar para os pênaltis a decisão da vaga com o Brasil. Jogaram também com a sua história debaixo do braço para derrubar outro gigante da bola. Quem gosta deste tipo de futebol deve ter ficado feliz da vida com os jogos Uruguai e Argentina, no sábado, e Paraguai e Brasil, ontem.
O Uruguai evitou o pior no primeiro tempo quando Lionel Messi cansou mais uma vez de deixar seus companheiros na cara do gol.
Depois, chegando junto e apostando na experiência de Diego Forlán e na força de Luis Suárez, levou o jogo para prorrogação e se garantiu com o extraordinário goleiro Muslera, que havia feito milagres nos 90 minutos e 30 de prorrogação.
O Paraguai copiou o Uruguai e segurou o Brasil, que perdeu um caminhão de gols. Conseguiu levar a decisão para os pênaltis. E aí se escancarou a decadência do futebol brasileiro. Foram quatro cobranças ridículas. Vergonhosas. Daquelas de ficar para a história. Inadmissível.
Faltaram à Seleção os protagonistas que não tem mais desde que a geração de Romário, Ronaldo e Rivaldo se acabou. Faltou também um treinador de currículo. A Seleção Brasileira não é para experiências. Ricardo Teixeira havia errado quando optou por Dunga há quatro anos.
E erra mais ainda agora quando faz a opção por Mano Menezes, um campeão de Série B. Mano passou quase um ano atrás de um novo time. Quando foi colocado no paredão, com resultados ruins, recorreu aos decadentes do grupo de Dunga.
O treinador imaginou que a combinação de velhos espantalhos de Dunga com a empertigada nova geração de Neymar seria suficiente para o sucesso. O futebol ensina que não basta reunir os melhores, é preciso ter capacidade, bagagem, para organizar um time e formar um grupo.
Muito dono de si, Mano disse que não se abalou com a derrota e que já tem um caminho a seguir com a Seleção. É risível. Ricardo Teixeira também tem de dar uma satisfação ao torcedor, se é que se preocupa com a torcida. A decadência do futebol brasileiro é notória. Difícil saber se a geração de Neymar vai ter força para encarar 2014. Força por força, o Uruguai e o Paraguai, hoje, são os melhores.

Seleção: a partir de agora é ou vai ou racha

Gosto de fazer comentários no blog no calor da hora, assim que terminam os jogos que estou a acompanhar. Mas, no caso da seleção, preferi esperar um pouco, baixar a poeira, ver o clássico Inter x São Paulo, escrever minha coluna no Estadão e depois vir para cá. Não sei se adiantou muito, porque a sensação de desconforto é grande.
 Admito que ainda estou bestificado! Nunca vi uma seleção principal do Brasil perder quatro pênaltis numa decisão. Já vi Zico, Sócrates e Júlio César desperdiçarem chances, em Copa do Mundo, nas quartas de final de 86 contra a França. Mas Zico perdeu no tempo normal, enquanto os outros dois falharam na sequência de cinco cobranças.
Como ocorreu na tarde deste domingo, pra mim é inédito, a não ser que o PVC e o Celso Unzelte, dois malucos enciclopédicos, puxem algo semelhante pela memória. Errar um, até passa, por causa do desgaste da prorrogação. Dois é coincidência, três é nervosismo, quatro é descontrole total. Para não falar em incompetência.
Não tem justificativa, nem dá para falar no excesso de areia. A “areia movediça” tinha também para os paraguaios, que erraram uma vez e acertaram duas. Também não vale o argumento de inexperiência, porque o quarteto que errou é bem rodado. As desculpas que fiquem para a turma de lá – Mano Menezes incluído.
Mas é justamente o treinador que me chama a atenção agora. A seleção não jogou mal contra o Paraguai – ao contrário, fez sua melhor apresentação na Copa América. (O que não significa excelente, pois isso não aconteceu na competição em nenhum momento.) O time criou inúmeras chances, foi pra cima, não se mostrou apático nem presunçoso. O Paraguai desde o começo jogou para ir para prorrogação ou pênaltis. E teve sucesso.
Volto para Mano. Ele precisa aproveitar a experiência da Copa América, que continuo a achar longa, chata e desgastante, para de fato criar uma seleção forte para o Mundial. Tem de botar o dedo na ferida, com precisão cirúrgica e forte dose de autocrítica. Caso contrário, ficará pelo caminho. Ou ele é ingênuo a ponto de acreditar cegamente em promessas de estabilidade feitas por cartolas?
O time não é ruim, mas lhe falta ainda o espírito vencedor, aquela centelha que caracteriza os grupos que brilham. Não vou sair na caça às bruxas, mas da defesa ao ataque há o que melhorar, há o que evoluir. Jogadores precisam amadurecer e outros certamente perderão espaço.
O período de namoro acabou: agora começam as cobranças. Mano sabe disse e deve preparar-se. Não deve confiar nos ufanistas de plantão, sempre prontos a exaltar a seleção em qualquer circunstância. Nem deve temer aqueles que só querem atirar pedras, porque é fácil detonar neste momento. A bola está com Mano. Ou muda ou sobrará para ele também quando menos esperar.

Mano, um desabafo contra o anti-argentinismo e um vídeo revelador

Mano Menezes queimou seus cartuchos. Chegamos a um ano com a seleção da CBF em suas mãos e o resultado não é animador. Entendo que uma renovação se faz com tempo e não bastariam vitórias na Copa América sem um time que avance, evolua, cresça. O problema é que nenhuma das duas metas foi alcançada. E não importa se eu entendo e você eventualmente tem paciência. Mídia, torcida, corneteiros e CBF geralmente querem tudo rapidamente.

Mano que abra o olho, deixe de lado um pouco desse estilo excessivamente sóbrio. É preciso mais do que técnica e tática para se formar um bom time. Características que até faltam ao Uruguai em algumas funções. E eles compensam jogando com alma. O duelo de sábado contra a Argentina foi o melhor da competição. E despertou uma série de manifestações contra os hermanos na internet.

Até acredito que algumas sejam sinceras, é possível que brasileiros tenham rivalidade real com argentinos no futebol. Mas a meu ver isso é coisa de poucos. A maioria embarca na grande onda acionada pelos mestres de cerimônias da mídia do oba-oba. Gente ingênua e facilmente manipulada, é o torcedor manobrado e que engole a tese segundo a qual para ver futebol é preciso torcer por alguém ou contra alguém. O ótimo texto do jornalista Fernando Faro, abaixo, resume bem isso.

Mas antes da ótima leitura, curta o vídeo a seguir. Um comercial que tem como gancho a rivalidade no futebol sul-americano. E ela não envolve o Brasil. Sim, os dois maiores rivais do continente estiveram mais uma vez frente a frente sábado, em Santa Fé.





Em tempo: acho as manchetes do diário argentino Olé provocando o futebol brasileiro absolutamente imbecis. Sei que existe um vídeo igual ao que você viu acima com o argentino na torcida brasileira. Defendo, apenas, a tese de que a maior, verdadeira, acirrada rivalidade sul-americana, até pelo tempo, convivência e proximidade, é Uruguai x Argentina. Abaixo, o texto do Fernando Faro.


Contra o anti-argentinismo Nunca vi um povo comemorar um gol como o argentino. No campo ou na arquibancada, as veias saltam e a cor geralmente desbotada da pele portenha rapidamente se avermelha como um belo Malbec.

Quando a derrota vem, o vulcão de sentimentos permanece o mesmo. O chão some, as mãos trêmulas buscam repouso nas cabeças e não raro as lágrimas escorrem em profusão estarrecedora.

Um gol argentino é como um tango de Gardel. Denso. Forte. Emotivo.

Como país e povo, os argentinos (ao menos comigo) sempre foram gentis e amigos. Isso sem contar a beleza das paisagens, a culinária saborosa...

A Argentina também sempre tratou a bola com raro carinho. De Di Stéfano a Maradona e Messi, vimos brotar naquelas terras gênios capazes de rivalizar com os brasileiros. Isso em um país muito menor e com 1/5 menos de 'pé de obra' disponível.

Fica difícil, portanto, entender o porquê da raiva de alguns brasileiros contra nossos vizinhos. O que se leu nas redes sociais após a derrota para o Uruguai não foi rivalidade, essa sim sempre saudável. Foi algo menor.

Resisto pensar que se trate de dor de cotovelo, mas é difícil pensar em outra coisa. Falar que argentino é convencido e arrogante é muito fácil, mas quantas dessas milhões de pessoas realmente conhecem um portenho pra falar tal coisa (e como se nós fôssemos um país de humildes cordeirinhos).

Talvez, lá no fundo, o brasileiro gostaria de ver seus jogadores comemorando gols menos com coraçõezinhos e imitações tontas de bonecos e mais com seus companheiros e a torcida.

Somos acostumados a cobrar títulos aos montes e ai do time que não corresponder. Será rotulado de perdedor - que o diga o Brasil de Dunga. Quando perdemos, o que vem é a indignação. Como o melhor futebol do mundo ousa perder para um "inferior"?

Enquanto isso, mais ao sul, os argentinos sofrem com uma seca de títulos. Querem apenas ter o prazer de gritar campeão. Quando eles perdem, o que vem é a dor.

Vai ver que dorme escondido um sentimento de que eles jogam para trazer alegria à gente sofrida deles. Os nossos parecem sempre jogar para tentar comprovar sua condição de "superior" e aumentar sua fama.

Torcer contra a Argentina (e contra Uruguai, Itália, França, Holanda, Alemanha, etc) é atentar contra o futebol, violentar a tradição. Não só me nego como adoto o caminho inverso, sempre quero ver os gigantes frente a frente.

Nenhum time é nada se não existirem seus temidos rivais. E a rivalidade genuína nada mais é do que uma mistura de temor e respeito mútuo. Um sentimento paradoxalmente nobre e honrado.

Uma pena que muitas pessoas - alimentadas muitas vezes pela própria mídia e seus animadores de auditório - deturpem esse respeito e o transformem em avacalhação.

Como brasileiro, admiro demais o futebol argentino e vejo como ele completa o nosso e vice-versa. Em minha modesta concepção, isso é muito mais patriota do que sair gritando que sou brasileiro com muito orgulho e muito amor.

Pena que devo ser minoria.
Twitter do Fernando Faro: @fernandofaro
Blog do Fernando Faro: blogdosesportes.blogspot.com

VÍDEO: A queda nas quartas contra a construção da seleção brasileira

É claro que uma seleção brasileira eliminada nas quartas-de-final da Copa América, e que venceu apenas um jogo em quatro disputados, não pode escapar da palavra fracasso. Como no caso da Argentina (clique aqui e leia), é hora de refletir, sem catasrofismo. O processo de construção da equipe precisa ser examinado com cuidado e entendendo que anda errado.

O ataque, por exemplo, é o grande problema. Em 12 partidas de Mano Menezes, foram apenas 16 gols. Pouco, muito pouco. O time empatou por 0 x 0 com Venezuela, Paraguai, Holanda, ganhou de 1 x 0 do time reserva da Romênia. O ataque precisa ser mais forte.

Não significa que se deva por o trabalho por terra e começar tudo do zero. Não é assim.

A primeira coluna escrita por este colunista no Estadão na chegada á Argentina tratava de jogar a Copa América com referências de 21 anos e 19 anos. Não se faz isso impunemente. Copa América foi difícil para o Brasil a vida inteira. Difícil com Pelé, Garrincha, Didi, Zizinho, Falcão, Zico...
Com um time de promessas, não de craques confirmados, é óbvio que seria difícil.

A seleção precisa seguir se montando e, mais, integrando jogadores das seleções de base. O Brasil precisa pensar na sua renovação, com o comando técnico de uma seleção ligada à de baixo e à de baixo e assim por diante. Já se perdeu muito tempo sem fazer isso direito.

A derrota nos pênaltis para o Paraguai deve servir para fazer a seleção -- também quem torce por ela ou a analisa -- pensar no que tem sido feito de errado. Melhor do que profetizar o apocalipe, como alguns argentinos de ontem e brasileiros de hoje gostam de fazer.



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Fair-play financeiro: morto antes mesmo de começar?

Acabar com a vantagem desmedida de clubes com donos bilionários e proteger outros times do risco de falência por causa de gastos descontrolados. Estas são as duas principais razões para a Uefa implantar o regulamento conhecido como "fair-play financeiro", que exigirá dos clubes participantes de competições europeias que gastem dentro de suas possibilidades de receita.

A temporada 2011/12 será a primeira considerada pela entidade que controla o futebol europeu, que pretende advertir os clubes fora da norma em 2013/14 e exclui-los dos torneios a partir da temporada seguinte. Leia este post de fevereiro para entender como será feita a implantação gradual.

O fato é que, onde há regras, há sempre gente pensando em como fazer para driblá-las. E se não houver uma maneira de fiscalizar adequadamente o fair-play financeiro, a ideia pode já nascer morta. O que impediria os donos dos clubes de inflar contratos de patrocínio ou comprar produtos superfaturados para maquiar os balanços a serem apresentados à Uefa.

O alerta veio na última semana, com o anúncio de um contrato de 400 milhões de libras (cerca de R$ 1 bilhão) entre o Manchester City e a Etihad, companhia aérea situada em Abu Dhabi, de onde também é o consórcio liderado pelo sheik Mansour que adquiriu o clube em 2008. De acordo com o City, o contrato inclui os naming rights do estádio City of Manchester, que passará a levar o nome da Etihad, o patrocínio de camisa e a construção de um novo centro de treinamentos.

A fiscalização prevista pela Uefa prevê que negócios fechados com partes próximas ao clube têm de ser avaliados por especialistas em mercado, para que se saiba se o valor previsto em contrato está dentro da realidade. Se a avaliação for negativa, será deduzida da contagem a parcela excedente do valor.

O problema é que, em contratos como o do City, que têm um valor global por mais de um benefício, a conta fica mais complicada. No caso da construção do CT, o valor não pode ser computado como gasto para o fair-play financeiro, já que investimentos em estrutura (considerados "gastos virtuosos") não são considerados.

Como era de se esperar, o megacontrato do Manchester City já gerou gritaria nos rivais da Premier League. Arsène Wenger, técnico do Arsenal, que não foge de uma boa briga, atacou: "A credibilidade do fair-play financeiro está em jogo. Para que ele tenha uma chance, o patrocínio tem de estar no valor do mercado. Não pode ser duplicado, triplicado ou quadruplicado".

As palavras de Wenger encontraram eco em Ian Ayre, diretor administrativo do Liverpool. "Etihad, City e o sheik Mansour são partes relacionadas? Se são, a Uefa precisa decidir sobre eles. Os caras da Uefa que estão cuidando disso prometeram um processo adequado sobre transações do tipo", disse Ayre ao jornal The Independent.

O City, por sua vez, nega que os valores veiculados na imprensa sejam reais e declara publicamente apoio à implantação do fair-play financeiro. Por isso, considera "infundados e lamentáveis" os comentários vindos dos outros clubes.

Para efeito de comparação, o contrato do Arsenal com a Emirates, em vigor desde 2006, vale 100 milhões de libras (cerca de R$ 250 milhões, pela cotação atual) por 15 anos de naming rights do estádio e oito anos de patrocínio na camisa.

O fair-play financeiro é uma bandeira gigantesca da administração de Michel Platini na Uefa, e seu fracasso seria uma importante derrota política do francês. Por isso, todas as armas para que a fiscalização seja firme e justa têm de ser usadas desde já.

O Uruguai e o canto do ringue

O canto do ringue é muito mais do que um espaço físico. Muito mais do que o córner de um tablado de lutas, onde geralmente fica o combatente que está em desvantagem, o canto do ringue é na verdade um estado de espírito, uma oportunidade ímpar de separar homens e meninos, de mostrar superação e capacidade de suportar provações. Quem tem caixa para se superar. Tenho essa convicção. Dava até um filme, livro ou coisa que o valha. “O Canto do Ringue”. Ainda farei! Estar no canto do ringue é o momento em que sabemos quem joga a toalha, quem sucumbe ou descobrimos quem é resiliente, para usar a nova-palavra-conceito da moda, aquela bola da vez entre alguns charlatões que adoram inventar um blá-blá-blá para levar um qualquer dizendo-se modernos.

Pois ninguém andou mais pelo canto do ringue no cenário do futebol mundial nos últimos anos do que o Uruguai. De tudo se falava dos gloriosos celestes. Decadentes, incapazes de renovar, bobos que confundiam raça com destempero...E tome decepções...Em silêncio, sem que se percebesse, uma revolução foi iniciada naquele país, em várias frentes, para salvar o futebol charrua. Tendo um líder inconteste à frente, o Maestro Oscar Tabárez.

Colonizados, muito mais entusiasmados com tudo o que é do tal “primeiro mundo”, eurocentristas e americanófilos dependendo do esporte em questão, mas sempre, por resumo, meramente colonizados, tal revolução passou ao largo por aqui de maneira geral. Só a grama que cresce na Europa ou no Tio Sam presta geralmente para alguns. E a grande revolução, talvez a única que ocorre dentro e fora do campo nos últimos anos foi passando despercebida (no Barcelona também aconteceu uma revolução, mas apenas dentro do campo, retomando formas mais clássicas do futebol, aliado a preceitos modernos). Era no Uruguai.

De certa forma, conheci o que é um pouco o tal canto do ringue uruguaio ao escrever sobre tal revolução lá atrás aqui nesse blog, em 18 de fevereiro. Falava sobre tal revolução no dia seguinte a uma fragorosa derrota dos sub-20 celestes, por 6 x 0 para o Brasil. Não é fácil falar de revolução num dia seguinte a um 6 x 0. Tome pancada. Mas tal revolução uruguaia é tão estruturada, consciente e sabedora dos seus destinos e razões, que independe de resultados. Eles acabam vindo por conseqüência de um trabalho honesto. Quando se tem uma ideologia, convicção, os resultados eventualmente ruins, audiência, marcas, são possíveis de serem suportados. Nesse caso, o canto do ringue é lugar de reflexão, de amadurecer convicções, de enxergar a luta. É esse Uruguai, saído do canto do ringue, que segue sua trajetória com Oscar Tabárez.

Republico abaixo o texto que escrevi em 18 de fevereiro. Contém alguns detalhes dessa revolução, os bastidores e razões, dentro e fora do campo para a única revolução que acontece no futebol mundial nos últimos tempos. Curiosamente, revejo agora que encerrava dizendo que voltaríamos ao assunto. E estou certo de que este é um assunto para voltarmos muitas vezes ainda. Nesse momento em que o modelo brasileiro, baseado apenas no talento magnífico de sua mão de obra, tão espetacular (e aqui não há ufanismo) que somos capazes de chegar mesmo com a mais incompetente gestão esportiva do mundo, parece dar mostras de ter que ser repensado, é sempre bom pensarmos em homens como Oscar Tabárez e na revolução que acontece no país vizinho, onde um universo de apenas 3 milhões de pessoas vai sendo mais fértil do que um de 200 milhões. E onde acima de tudo, a preocupação com o ser humano está acima de tudo.




Alguma coisa está fora da ordem mundial do futebol. E se chama Uruguai. A goleada sofrida na final do Sub-20 contra os brasileiros não pode de maneira alguma apagar a coisa mais digna, revolucionária e humana que está se fazendo no cenário do futebol atual: o exemplar trabalho de base realizado no Uruguai desde 2006, idealizado desde a chegada de Oscar Tabárez na seleção principal e coordenando todas as categorias. E com ele, um personagem pouco conhecido mas com um trabalho modelo e espetacular, um dos profissionais mais brilhantes que conheci nesse meio: o psicólogo Gabriel Gutierrez.

Os resultados não são o mais relevante nesse caso. Nem mesmo a inquestionável escalada da “Celeste Olímpica” nos últimos anos. Não é tão relevante o sucesso na última copa do mundo, a classificação para as Olimpíadas de Londres no ano que vem, depois de 84 anos de ausência, comprovando que algo de diferente mesmo acontece, e não serão relevantes eventuais resultados ruins. Quando um trabalho é sólido, eventuais resultados não podem ser o fator preponderante. É mais ou menos como audiência em tv: coisas tenebrosas bombam, batem recordes de ibope, e coisas como os especiais do Geneton devem dar traço. Azar do ibope.

Existem diversos caminhos para a vitória, sem fórmulas matemáticas. Comentar em cima de resultado, além de erro, é vergonhoso. Comentários devem ser em cima de trabalhos. Pois se existe um trabalho que deveria ser analisado, comentado e divulgado por todos, é o trabalho de base realizado no Uruguai. Pelos aspectos técnicos também, conquistas, mas acima de tudo, por ser exemplo de trabalho voltado para o ser humano, como jamais foi feito aqui no Brasil, e me parece tão distante ainda de acontecer. Vale a pena um breve mergulho no país vizinho para conhecermos um pouco do que está se fazendo por lá e deveria ser feito aqui. Urgentemente, para ontem.

A militância e o especial interesse por categorias de base, por entender que lá estão as maiores aberrações realizadas nesse mundo do futebol me chamaram atenção para o Uruguai há algum tempo. Algo de novo acontecia por lá. Comecei a ter contato com os responsáveis em diversos sul-americanos sub-15, sub-17, e a tentar conhecer o que acontecia. Uma revolução silenciosa estava em andamento. Uma revolução de humanistas, de gente com escrúpulos e de bem, em um mundo da bola onde geralmente só o dinheiro interessa, e como já vimos e falamos aqui tantas vezes, meninos são tratados como bichos em criadouros até os 18 anos, quando a ampla maioria é devolvida para a sociedade como o que foram criados: bichos.

Era diferente aquele Uruguai que tanto me chamava a atenção. De um “maestro” e líder, o simpático Oscar Tabárez, capaz de discorrer sobre botânica, história, política e filosofia em um papo, além de deliciosas histórias sobre o futebol de ontem e hoje. Assim que assumiu, mudou o rumo da história dos seus comandados. Estudar era preciso, e em cada seleção de base, os meninos eram incentivados e as condições para tal eram criadas. Muito diferente do cenário brasileiro, onde os bichos são confinados em alojamentos por meses, anos, saindo, tal e qual bichos mesmo, apenas para treinamentos. A mente sendo deixada atrofiada...E depois não entendem minha revolta quando vejo o cara sendo criticado porque virou um bicho, quando faz bobagem, e não o sistema que criou esses bichos...

Procurei me aprofundar mais um pouco sobre aquilo que acontecia no Uruguai. A tal revolução que começava a ver. Que tinha começado de forma surpreendente: em um país de três milhões de habitantes apenas, sem a mesma base larga de observação como o Brasil, o primeiro passo para a renovação do futebol uruguaio foi uma imensa peneira pelo país, ainda em 2006, para compor as seleções de base. Feito isso, selecionados jogadores, o estudo passou a ser tão importante quanto treinos de campo e físicos.

Ainda em 2007, procurei o psicólogo Gabriel Gutierrez, braço direito e peça fundamental no trabalho de Oscar Tabárez com garotos da base. Encontrei ali convicções e ideologia, certezas muito acima de resultados eventuais, e uma imensa preocupação com ser humano acima de tudo. Muito diferente de tudo o que eu já havia visto no futebol e da nossa máquina de moer gente das categorias de base. Repasso aqui trechos da entrevista brilhante que Gabriel, que segue até hoje em todas as seleções de base uruguaias e também esteve na África do Sul com a seleção principal em 2010, me concedeu em 2007. Discorria sobre o quanto é fundamental fazer esses meninos da base completarem os estudos e do crime que é relegar isso em detrimento da ganância e de interesses maiores.

Gabriel Gutierrez:

“Menos de um por cento chega a ser profissional. Seria muito irresponsável estimular que o futebol é a salvação, quando a estatística marca que 99% não irão se salvar”.

“Falar com os pais é fundamental, mas creio que as instituições esportivas tem que divulgar essas cifras, que são duras, e estabelecer políticas, nas quais, quem está participando do processo esportivo não abandone os estudos, que consolidem sua personalidade. É tarefa dos adultos porque em algum momento os prejudicados serão esses 99%, que em algum momento vão reclamar. Um dia eles se perguntam: ‘Por que não me disseram que esse caminho não era seguro, me disseram tantas vezes que ia chegar’. O menino tem 12, 14, 15 anos, e há adultos, que, com pouca responsabilidade, estimulam, estimulam e depois quando esse menino, ou adulto está só, não vê ninguém ao redor, para dizer que agora tem 20, 25, 30 anos, e futebol te disse que não, e está só na vida”.

“É obrigatório exigir o estudo como plano A ou B como atividade fundamental porque as cifras do futebol são muito duras”


Alguns aspectos dessa revolução charrua devem ser ressaltados:

- A seleção sub-20 uruguaia do sul-americano no Peru já é fruto dessa experiência incrível e dessa revolução de costumes e modos que vai se processando no Uruguai. Dez dos 22 acabaram o segundo grau, sendo que todos acabaram o primeiro grau. Alguns ingressaram na universidade. Não tenho os números aqui, mas provavelmente, nas outras seleções da competição, seja um milagre encontrar algum jogador com segundo grau completo, salvo um esforço individual imenso. Repito: 10 jogadores da sub-20 uruguaia terminaram o segundo grau.

- Lideranças são estimuladas, ao contrário do comportamento de “boizinhos de presépio” geralmente estimulado no futebol de uma maneira geral. O capitão Diogo Polenta é capitão desde a seleção Sub-15, passando pela sub-17.

- A presença e a liderança de Oscar Tabárez vai muito além de algo superficial, um jogar para a torcida. O “Maestro”, como é chamado no Uruguai, comparece a praticamente todos, exatamente isso, praticamente todos os treinamentos das seleções sub-15, sub-17 e sub-20. E se necessário, sem maiores melindres, entra em campo, corrige o necessário, conversa com jogadores e treinadores.

- O estímulo para o estudo e o incentivo para o surgimento de lideranças começa a ter efeito prático no cenário uruguaio. Jogadores com maior senso crítico despontam, com suficiente postura e clarividência para se posicionarem e decidirem as coisas por si. A nova geração de talentos, a geração de Tabaréz, tem sistematicamente se insurgido contra decisões de seus empresários, e muitas vezes inclusive rompido com os poderosos do futebol uruguaio, dominado muito tempo por Juan Figger, depois por Paco Casal e mais recentemente por Daniel Fonseca. Os jovens Luis Suarez e Nicolas Lordeiro, ambos presentes em 2010 foram dois a se insurgir contra o empresário nos últimos tempos, sempre lutando por seus direitos.

- Finalizando: me incomoda profundamente toda vez que vejo louvações a “estrutura do vôlei brasileiro” na imprensa. Será admissível que meninos de 15 anos fiquem confinados no centro de treinamento de Saquarema por meses em treinamento sem estudar? Os próprios treinadores Bernardinho e Zé Roberto já se pronunciaram sobre a questão, lamentando. Toda vez que alguém louva tal “estrutura”, é cúmplice desse desrespeito ao ser humano, dessa eterna escolha por resultados em detrimento ao ser humano. Voltaremos ao assunto.