Gazeta Press
Lucas celebra com os companheiros o gol que deu o título ao Botafogo
Lucas celebra com os companheiros o gol que deu o título ao Botafogo
Dezesseis finalizações contra seis, 58% de posse de bola - chegou a 63% no primeiro tempo – e seis jogadores dentro da área adversária, sem contar os dois que criaram a jogada pela esquerda, no lance do gol único da partida.

A necessidade de vitória induziu a postura ofensiva do Botafogo no Engenhão. Ocupar o campo de ataque não foi o mérito alvinegro na conquista da Taça Guanabara. O time de Oswaldo de Oliveira venceu porque teve inteligência e paciência para trabalhar a bola, no ritmo de Seedorf.

O meia holandês não cumpriu atuação espetacular, mas abusou da experiência jogando mais avançado e centralizado, quase como um centroavante. Rafael Marques pelos flancos e Seedorf retendo a bola e fazendo o pivô para a chegada de Fellype Gabriel e Lodeiro. Um 4-2-3-1 novamente executado com muita rotação na frente.

Com a entrada de Bruno Mendes no centro do ataque, o camisa dez veterano voltou para articular e começou com belo toque de calcanhar para Julio César a jogada que chegou a Bolívar e do zagueiro para o chute preciso de Lucas que superou Alessandro. No lance, Vitinho, impedido, atrapalhou o goleiro cruzmaltino. A arbitragem ignorou.

O Botafogo foi ainda mais efetivo na frente no segundo tempo com Vitinho na vaga de Marcelo Mattos. Aberto pela esquerda, a jovem revelação alvinegra foi dar trabalho a Nei e Fellype Gabriel recuou para ser mais um armador e aumentar o volume de jogo alvinegro. Sempre com bola no chão, sem o desespero de jogar a esmo na área do oponente.

A proposta do Vasco contribuiu. Como esperado, a equipe de Gaúcho marcou a partir da própria intermediária com Eder Luís e Wendel acompanhando os laterais do Bota e Carlos Alberto e Bernardo combatendo os volantes. Estratégia legítima pela vantagem do empate.

Olho Tático
Com Seedorf centralizado à frente, Bota tentou atacar um Vasco que marcava a partir da própria intermediária.
Com Seedorf centralizado à frente, Bota tentou atacar um Vasco que marcava a partir da própria intermediária.

O problema foi não ter um contra-ataque planejado, especialmente no segundo tempo, quando o adversário avançou ainda mais as linhas. E, principalmente, não ter aproveitado a chance cristalina no início da primeira etapa com Carlos Alberto.

A troca de Feltri, que podia ter sido expulso ainda no primeiro tempo por faltas seguidas e um cartão amarelo, por Fellipe Bastos não foi feliz. O setor esquerdo perdeu combatividade e Bastos só apareceu em bolas paradas e no gol do Bota, deixando Lucas livre para a finalização.

Olho Tático
Com Vitinho e Bruno Mendes, Seedorf foi mais articulador; Vasco perdeu força pela esquerda com Fellipe Bastos.
Com Vitinho e Bruno Mendes, Seedorf foi mais articulador; Vasco perdeu força pela esquerda com Fellipe Bastos.

A pressão no final com Dakson e Romário e o time dando trabalho a Jefferson deixou claro que era possível atacar mais e melhor. A boa campanha aponta um norte, mas é preciso voltar a vencer no torneio regional. O vice é o quarto seguido em um turno de estadual - derrotas para o Flamengo na Taça Rio 2011, Fluminense e Botafogo no ano passado e novamente o alvinegro em 2013.

A sétima Taça Guanabara do Botafogo é da superação. Do contestado Oswaldo de Oliveira a um time que sempre tem sua força questionada e conseguiu reverter as vantagens dos rivais Flamengo e Vasco.

Com a liderança e experiência de Seedorf transferindo confiança, o Botafogo pode mais que um título de turno na temporada.