quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Copa Sul-Americana

22h15 Millonarios 3x1 Grêmio

Argentino

18h00 Godoy Cruz 0x1 Racing Club
20h15 Lanús 2x1 San Martín
22h30 Tigre 0x1 Arsenal Sarandí
22h30 Boca Juniors 0x0 Newells Old Boys

As transmissões da semana 11 da NFL

A semana 11 da NFL terá mais cinco transmissões ao vivo nos canais ESPN e no WatchESPN. Anote e programe-se:

quinta, 15
23h15 - BUFFALO BILLS X MIAMI DOLPHINS - ESPN/ESPN+/WATCHESPN ao vivo

domingo, 18
16h - DETROIT LIONS X GREEN BAY PACKERS - ESPN+/WATCHESPN ao vivo (na ESPN em andamento a partir de 16h30)
19h25 - DENVER BRONCOS X SAN DIEGO CHARGERS - ESPN/ESPN+/WATCHESPN ao vivo
23h15 - PITTSBURGH STEELERS X BALTIMORE RAVENS - ESPN/ESPN+/WATCHESPN ao vivo

segunda, 19
23h - SEMANA NFL
23h30 - SAN FRANCISCO 49ERS X CHICAGO BEARS - ESPN/ESPN+/WATCHESPN ao vivo

Mártir pra quê?*


Está cheio de torcedor miolo mole à solta pelo mundo. Em nome da paixão pelo futebol, esse tipo acha que vale qualquer atitude exagerada. Por isso, a cada semana elege vilões ou heróis para sua equipe. E inverte os papéis dos personagens de uma rodada para outra, ao sabor do vento, ou das vitórias e derrotas. Na maioria das vezes, não passa de folclore. Há situações, porém, em que o amor cego a leva a ameaças, tragédias. Mortes.
Muita gente no Palmeiras anda com medo. A vida de pessoas comuns, mas ligadas ao clube, mudou por causa de intimidações, na maior parte anônimas, que recebem nestes dias duros que antecedem o quase inevitável rebaixamento. Há quem tenha jurado infernizar a rotina de cartolas, e têm o presidente Arnaldo Tirone como alvo principal. Os avisos de guerra estariam nas pichações e no ataque à loja oficial na sede social.
O cartola se sente acuado – e não é para menos. A administração que encabeça tem responsabilidade pelos tropeços da equipe, como teve méritos na conquista da Copa do Brasil. Se foi exaltada naquele episódio feliz, não surpreende enfrentar cobranças nesta hora angustiosa. Mas, assim como Tirone e turma não eram deuses meses atrás, não se justifica a demonização de agora. São executivos, que tinham objetivos a alcançar. Falharam? Então, assumam e sumam. Sair de cena será atitude generosa, para que reflitam e se reciclem.
Inadmissível é considerar a pressão violenta como mera bravata de desocupados. Nunca se sabe do que é capaz alguém que aposta na impunidade para extravasar frustração. Há os que entendam só a linguagem da violência; para esses, não resta forma de cobrar a não ser com brutalidade. Começam com palavrões, provocações, emboscadas, invasões e não se sabe onde vão terminar.
Vi uma entrevista, após a derrota para o Fluminense, em que Tirone trata de mostrar naturalidade diante da intimação bandida. O presidente se saiu com a constatação de que morrer “é destino inevitável de todo mundo” e se disse disposto a virar mártir palmeirense.
Epa, que conversa é essa?! A Humanidade tem mártires de sobra, homens que deram a vida por causas religiosas, políticas, filosóficas, e assim alteraram a história. Os gestos de coragem e caráter deles se eternizaram, são exaltados até hoje. Embora em muitos casos tenham virado só motivo para feriado…
O futebol não precisa de mártires, está recheado de figuras clássicas e perenes, como os craques, os carrascos, os pernas de pau, os juízes “ladrões”, os técnicos “burros”, os cartolas. Apesar de alguns serem polêmicos, sempre remetem a vida e sentimento. Nada de morte, sobretudo como consequência de postura de torcedor covarde. Não se admite isso, nem em sonho.
Há decepção com o descaminho palestrino – justa e compreensível. A torcida tem direito de demonstrar descontentamento, com protesto, com vaia, até com o abandono do time. Pode pedir, à maneira de Raul Gil, para o dirigente pegar o banquinho e sair de fininho. Jamais agir com violência.
Fred na amarelinha. Treinador tem cismas – e com Mano Menezes não é diferente. O regente da seleção deixou Fred na geladeira por um ano. Mas enfim reconheceu a fase excepcional do artilheiro do Brasileiro. Por isso, o incluiu na lista de convocados para o jogo com a Argentina, na semana que vem, em Buenos Aires. Gesto sensato do técnico, ao olhar para quem decide. Tomara que Fred tenha voltado para ficar de vez, assim como Kaká, que hoje enfrenta a Colômbia.

Carta a um jovem amigo palmeirense

Matheus, 

A gente ainda não se conhece, mas é questão de tempo. Seu pai é um dos bons amigos que fiz nesse mundo moderno, onde a gente não se encontra muito com os amigos, mas sabe do que eles gostam, sabe pelo que eles sofrem, sabe qual o prato preferido de gente que a gente preferia ver mais vezes. 

A gente ainda não se conhece, mas eu sei que você está numa fase complicada, rapaz. No domingo, seu pai me contou que teve uma conversa séria com você, explicando que os próximos dias, talvez meses ou anos, seriam difíceis. Ele não te deu alternativas, né?, e você acabou se tornando um palmeirense; ou um palestrino, como dizem os antigos. Mas seu pai não é tão antigo assim.

Os próximos dias serão difíceis, mesmo, Matheus. Mas serão importantes. Você ainda não sabe disso, mas o futebol é uma coisa que, para gente como eu, seu pai e você, vai muito além daquele jogo de quarta, domingo, do treino e da crise que derruba um técnico e faz gente chorar, sorrir, enfartar e pichar muros. Pichar muro é errado, hein, não caia nessa.

Para gente como eu, seu pai e você, o futebol é uma escola. Eu não nasci aqui em São Paulo, nasci numa cidade chamada Goiânia, um dia a gente pode ir passear por lá. E eu resolvi que torceria por um time da minha cidade, que é uma cidade bonita, de gente boa, trabalhadora. Mas que talvez nunca terá um time campeão brasileiro. Da Série A, porque da B a gente consegue se virar de vez em quando.

Mas eu não vou falar de Série B com você agora, no quinto parágrafo desta carta que você só vai ler daqui a uns cinco anos e só vai entender direitinho, palavra por palavra, uns anos depois, quando estiver na escola, aprendendo as letras, números e sonhos que nos fazem crescer e conhecer mais na infância do que em qualquer outra época da vida. E na infância, a gente acha que essa escola onde a gente aprende matemática, português e ciências é a única. Mas eu vou te avisar uma coisa: não é.

O futebol também é uma escola, Matheus, e seu pai sabe bem disso; não conte a ele que eu te disse, mas ele está te ensinando uma série de lições desde que você nasceu. No futebol, existem dois lados: os dos que vencem e o dos que aprendem a viver. Quem vence faz festa, comemora, grita, vibra, enche o saco do colega de trabalho no dia seguinte, sente-se o herói do mundo por uma, duas, três semanas. Tem gente que é mais chato e sente-se o herói por toda a eternidade, mas você vai saber se afastar desse tipo de gente.

Quem perde, sofre. Claro que sofre. Seu pai me contou que, no fim do jogo do Palmeiras com o Fluminense, no domingo, ele ficou abraçado com você, de pé, na sala de casa. Ele me disse que queria estar junto com você, é claro que ele tinha de fazer isso, ele é seu pai e precisa te proteger. Mas ele não vai conseguir te proteger sempre, e isso também é bom. 

Talvez, quando você for para a escola, daqui a uns dois ou três anos, o Palmeiras já tenha voltado para a Série A e ganhado títulos, o Palmeiras é grande, é imponente, é um monte de outras palavras que você vai aprender a colocar antes ou depois do nome do seu time, naquele caderno de Geografia, durante as aula de relevos, tipos de clima e vegetação.

Mas o mais importante, Matheus, é que, qualquer que seja a divisão em que seu time jogar, qualquer que seja o resultado do jogo, você estará bem - seja comemorando as vitórias, seja aprendendo com as derrotas. Só que, na hora das derrotas, você nunca vai perceber isso; você só vai perceber quando seu time vencer de novo, quando você notar o quanto valeu a pena cada lágrima de choro, cada piada que você vai ouvir, cada falha daquele jogador que seu pai vai xingar mil vezes - e, por favor, aprenda os palavrões com seu pai, é mais legal que aprender na rua.

Os próximos dias serão difíceis, Matheus. Desde que você nasceu, há pouco mais de dois meses, os dias para seu time têm sido difíceis. O Palmeiras deve cair para a Série B, mas não é o fim do mundo. É como se fosse assim: imagina que você fez muita bagunça, daí seu pai te colocou de castigo. Você fica no castigo, para de fazer bagunça e depois volta, sabendo que não vai poder bagunçar de novo. 

Se você for esperto, vai saber fazer suas bagunças de um jeito diferente, vai ser feliz e continuar aprontando de vez em quando. Um castigo bem dado vale muito mais que um presente caro.

Mas isso, você não precisa entender agora.

A Colômbia de Nestor José Pekerman e a história dos argentinos por lá

São quatro vitórias seguidas, desde a derrota para o Equador, em junho. Desde que Nestor José Pekerman assumiu a seleção da Colômbia, em janeiro, tornou-se um novo time. Toque de bola, característica do futebol colombiano desde os anos 40, quando uma invasão de argentinos ensinou como jogar com o misto de malícia e habilidade típicas no sul do continentel.

Hoje a Colômbia tem dois volantes marcadores e um defeito grave na defesa: lentidão. Contra o Paraguai, jogaram Valdezm do Philadelphia, e Yepes, do Milan. Hoje, contra o Brasil, devem atuar Perea, do Cruz Azul, e Yepes, o primeiro de 33 anos, ex-Atlético de Madrid, o segundo de 36 anos, semifinalista da Libertadores de 1999 pelo River Plate -- quanto tempo.

Mas do meio para a frente há a velocidade de Teófilo Gutiérrez, ex-Racing da Argentina, hoje no Junior de Barranquilla, a armação de Macnelly Torres, semifinalista da Libertadores de 2007 pelo Cúcuta, hoje no Atlético Nacional. Pela esquerda, James Rodriguez, sensação do Porto, e no ataque Radamel Falcão Garcia, de atuações espetaculares pelo Atlético de Madrid.

O 4-2-3-1 você vê abaixo na imagem capturada do site impedimento.org, do jornalista Eduardo Cecconi, que fez ótima análise sobre a equipe de Pekerman. 
Impedimento.org
Imagem da Colômbia do site impedimento.org: 4-2-3-1
Imagem da Colômbia do site impedimento.org: 4-2-3-1

A história dos argentinos no futebol colombiano começa em 1948, na greve que interrompeu o Campeonato Argentino. Quando o torneio recomeçou, o Independiente foi campeão com os juvenis. Ao mesmo tempo, na Colômbia, o presidente da Liga, Alfonso Senior, comprava o sonho do governo de dar circo ao povo com um grande torneio de futebol. Mas como contratar craques para fazer isso?

Rompida com a Fifa, Alfonso Senior solucionou a questão viajando à Argentina e oferecendo aos jogadores grevistas contratos milionários. Em vez de pagar aos clubes, levava os jogadores para a Colômbia na mão grande. Assim foram para o Millonarios de Bogotá craques como Pedernera, Nestor Rossi, Di Stéfano.

O campeonato foi um sucesso e os colombianos aprenderam a jogar à base de toque de bola. O sonho chamado de Eldorado, ou de Liga Pirata (os jogadores eram pirateados), durou até 1954, dois anos depois do congresso da Fifa em Lima que selou a paz com os colombianos e deu o prazo de dois anos para deixar de contar com os craques. Em 1954, Di Stéfano foi vendido pelo Millonarios ao Real Madrid, numa polêmica disputa com o Barcelona, que chegou a comprá-lo do River Plate, proprietário do passe.

Anos mais tarde, nos anos 70, Carlos Bilardo foi técnico do Deportivo Cáli. E Nestor José Pekerman foi volante do Independiente de Medellín. Pekerman conhece bem o futebol colombiano. Conhece a ponto de recuperar o futebol da seleção nacional, rival desta noite do Brasil.