José Trajano me telefonou em novembro de 1999 e mudou minha vida. O convite era para comentar a Copa da África de 2000. "Depois a gente vê como a coisa anda, negão!" Na época, eu assinava com o Lédio Carmona uma coluna sobre futebol internacional no LANCE! O Trajano lia e gostava.

Já tinha feito participações em 1999 no Futebol no Mundo e no Bola da Vez. Comecei a fazer transmissões e depois programas. "Prorrogação", com o Amigão após as rodadas do Brasileirão. O Sportscenter Meio Dia, com a Soninha e o Paulo César Vasconcellos... Linha de Passe com o Milton Leite, depois com o Palomino, com o Paulo Andrade.
Putz! Quanta gente legal. Aprendi com o Plihal, o Cledi, o André Kfouri, Palomino, Renata Netto, João Simões, Mauro Cezar, amigo desde a redação de Placar. Aprendi com quem você conhece do vídeo e com quem me conhece na tela. Aprendi que há uma coisa que distingue a ESPN de todos os outros lugares: o fã de esportes.
Aprendi tanto e até hoje não sou um cara de TV, mas um jornalista de revista que põe conteúdo em todas as mídias.
Se as pessoas ainda acham estranho quando eu digo isto é porque minha cara virou a ESPN.
Minha cara, não.
Minha casa!
"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar..." Nem o Renato Russo nem a Cássia Eller são para sempre.
Nem eu na ESPN.
Cobri três finais de Copas do Mundo, nove decisões de Champions League, é hora de ir. A decisão é minha.
Impossível dizer o que será de mim. Possível apenas saber que sigo minha vida de colunista na Folha de S. Paulo aos domingos e segundas-feiras. E que vou sentir uma falta desgraçada de vocês todos.
Darei notícias.