segunda-feira, 20 de maio de 2013

Argentino

18h10 Argentinos Juniors 1x3 Belgrano
20h15 Tigre 0x0 Lanús

Espanhol

17h00 Mallorca 1x0 Betis

Ano inesquecível


Tite explicou semana passada por que mudou o posicionamento de Danilo, da ponta para o meio. Diz que a bola para mais no ataque com Danilo centralizado. Na opinião do técnico campeão paulista, Paulinho ganha com isso.
Danilo prende a bola na frente e isso dá tempo para o volante se aproximar do ataque, funcionar mais como armador do que como cabeça de área. Organizar a equipe.
Se a tese de Tite está certa, não foi acaso o fato de Paulinho ter voltado a ser destaque do Corinthians nos três últimos jogos. Na Vila Belmiro, o volante, que pode ter se despedido ontem, desequilibrou bem menos do que na semana passada no Pacaembu.
Menos também na comparação com o segundo tempo contra o Boca Juniors. Mas a dupla com Danilo deu certo a ponto de o meia ter feito o gol de empate e de Paulinho ter chutado uma das bolas na trave de Rafael, no primeiro tempo.
A formação do Corinthians campeão paulista segue o modelo de 2012. Se Paulinho joga bem, o Corinthians joga bem. Se Paulinho joga mal, o Corinthians acompanha seu desempenho.
Ontem, Paulinho oscilou, e o time de Tite idem. Contou com Cássio, goleiro de falhas em meio de temporada, mas infalível nas decisões. Mas oscilou menos do que Neymar.
Na possível despedida do melhor jogador do Brasil, Neymar enfiou uma bola linda para Felipe Ânderson, tentou dribles, mas errou passes. Esteve longe de realizar a partida que está devendo neste ano, como pretendia.
O Corinthians fica com o título de consolação. De fato, por mais que seja justo pensar na importância que o Estadual mantém, é inegável que se pudessem escolher entre Paulistão e Libertadores os corintianos optariam pelo segundo troféu.
Ou pelos próximos.
No dia da eliminação contra o Boca Juniors, havia corintianos jurando que uma eventual eliminação significaria o favoritismo para vencer o Brasileirão. Há uma certa arrogância nessa afirmação. Mas não é absurdo pensar assim.
O Corinthians tem o melhor ou o segundo melhor time do Brasil. Seu rival mais direto em qualidade de jogo, o Atlético, segue na disputa da Libertadores.
Mas é possível cogitar se o Corinthians continuará jogando no mesmo nível dos últimos dois anos ou não. Depende de... Paulinho.
A Internazionale oferecerá 18 milhões de euros. Não é garantia de que o volante queira jogar numa equipe que fracassou na temporada recém-acabada e, por isso, não jogará nenhuma copa europeia em 2013/14. Para Paulinho, jogar mal no próximo ano pode significar a ausência na Copa do Mundo e o risco aumenta se a Inter não mudar de vida na temporada que vem.
Se Paulinho ficar, o Corinthians tem chance de brigar pelo Brasileirão e pela Copa do Brasil. Mesmo sem Libertadores, o ano corintiano ainda pode ser inesquecível.
AZAR CELESTE
O primeiro tempo foi de domínio total do Cruzeiro, capaz de mostrar que está no caminho certo. Não conquistou o Estadual porque o Atlético tem dois anos de trabalho a mais do que Marcelo Oliveira, no Cruzeiro. E por causa do erro de Egídio responsável pela marcação do pênalti para o Atlético.
FICA OU VAI?
Na sexta-feira, muita gente dava como certa a transferência do zagueiro Henrique, do Palmeiras para o Cruzeiro. No Palmeiras, a informação é que não há proposta. Por isso, pelo menos por enquanto, Henrique fica. É também a informação da Toca da Raposa. Pela Série B, o Palmeiras precisa do beque.

Confusão, queda e pressão da torcida: Fla atropela o São José e vira semifinal Jogo 3 tem confusão entre Fúlvio e Zanotti, contusão de Murilo, pressão da torcida e vitória por 20 pontos de diferença na Arena da Barra, no Rio


O terceiro jogo da série semifinal do NBB entre Flamengo e São José teve de tudo um pouco na noite deste domingo no Rio de Janeiro. Confusão entre Fúlvio e Zanotti, pressão dos 6.500 torcedores que compareceram à Arena da Barra, muitas faltas técnicas, Murilo deixando a quadra de maca após cair de mau jeito e uma vitória incontestável do Flamengo, por 20 pontos de diferença: 106 a 86. O resultado vira a série melhor de cinco jogos para 2 a 1 e coloca o Rubro-Negro a uma vitória da vaga na final contra o já classificado Uberlândia.
Murilo, que foi encaminhado para fazer exames em um hospital da Zona Oeste carioca, terminou como o cestinha da partida, com 20 pontos. Pelo lado do Fla, Olivinha foi o maior pontuador, com 18. Caio Torres anotou um duplo-duplo, com 14 pontos e 10 rebotes.
- Acho que o nosso grande mérito nesses dois jogos no Rio foi a regularidade da equipe. Voltamos a jogar com intensidade, tanto na parte defensiva, quanto na ofensiva. Sabemos que o quarto jogo lá será complicado, mas temos que esquecer o clima da torcida e focar no que precisamos fazer. O jogo será decidido dentro de quadra - disse José Neto.
basquete nbb flamengo e São José (Foto: Alexandre Vidal / FlaImagem)caio Torres enfrenta a forte marcação da defesa do São José (Foto: Alexandre Vidal / FlaImagem)
As duas equipes voltam à quadra na próxima quinta-feira para a quarta partida da série melhor de cinco jogos, em São José dos Campos, às 18h45m, com transmissão do SporTV e tempo real com vídeos no GLOBOESPORTE.COM.
O jogo
Empurrado pelo público que compareceu em peso à Arena da Barra, o Flamengo começou com o pé no acelerador e rapidamente abriu 8 a 0. A reação de São José, porém, foi imediata, e com uma bola de três de Dedé e outros dois pontos de Murilo a equipe paulista encostou: 8 a 7. O jogo, então, passou a ser lá e cá e seguiu equilibrado durante todo o período.
O Flamengo comandou as ações até a metade do quarto, quando a arbitragem anotou uma falta em Dedé. José Neto reclamou e recebeu uma técnica. O ala paulista foi para a linha dos lances livres, converteu três dos quatros arremessos e colocou o time paulista na frente pela primeira vez: 19 a 18.
Olivinha deu o troco com uma bola de três no ataque seguinte e recolocou os donos da casa na liderança por 21 a 19. As duas equipes passaram a não errar até o fim do período, e, com uma bola de três de Gegê, o Rubro-Negro sacramentou a vitória parcial por 26 a 22.
Clima quente em quadra
O segundo período pegou fogo de vez. Com marcação agressiva e um ótimo aproveitamento nas bolas de três, que chegou a ser de 72%, o Fla abriu 14 pontos. Gegê, de três, e Duda, marcando dois pontos e sofrendo a falta, incendiaram a torcida na Arena da Barra. Mas depois de uma falta de Zanotti em Fúlvio, o armador joseense jogou a bola propositalmente no ala paraguaio em frente ao banco rubro-negro e armou uma confusão. Zanotti foi para cima do adversário e ficou testa a testa. Fúlvio caiu no chão encenando uma agressão, e jogadores e comissões técnicas dos dois times se estranharam.
Os árbitros afastaram os atletas e deram uma falta técnica para cada lado. Apesar de ter levantado de vez o torcedor, a quase briga prejudicou o Flamengo. A equipe se desconcentrou e viu a diferença cair para apenas três pontos (43 a 40). Nos últimos dois minutos, a equipe carioca colocou a cabeça no lugar, abriu novamente e foi para o intervalo vencendo por 50 a 42.
Jefferson voltou para o terceiro quarto com a mão calibrada. O ala fez uma cesta de dois e, em seguida, anotou uma de três para diminuir a diferença, que chegou a ser de 13, para um ponto: 57 a 56. O São José fez 12 a 2 e equilibrou novamente o confronto. As duas equipes oscilavam e, em outro apagão da equipe paulista, os rubro-negros aproveitaram três contra-ataques e abriram 11 pontos novamente: 81 a 70. Caio Torres fez a diferença e chegou aos 14 pontos e 10 rebotes no jogo.
Murilo deixa a quadra de maca
A torcida na Arena da Barra não parava de cantar um minuto sequer. A cada cesta o barulho aumentava. Duda aumentou a vantagem para 14 pontos. Quando Caio fez 88 a 70, Murilo, que tentava evitar a cesta, caiu de mau jeito e o jogo foi paralisado. Os médicos atenderam o pivô, que saiu de quadra de maca e recebeu aplausos das arquibancadas. O São José sentiu o "golpe", e o Flamengo deslanchou. Sentindo o bom momento, a torcida rubro-negra já cantava o "chocolate".
Olivinha acertou de três e a diferença subiu para 20 (93 a 73). No ataque do São José, Fúlvio recebeu sua segunda falta técnica e foi excluído do jogo. Aí as coisas desandaram de vez para os paulistas. A ponte aérea de Olivinha para Marquinhos, e a cravada de Shilton, que fez a contagem entrar na casa dos 100 pontos (101 a 75), animaram ainda mais os torcedores. A vantagem chegou a 30 pontos, mas o Fla diminuiu o ritmo e fechou a virada na série semifinal com uma vitória por 106 a 86.
Escalações
Flamengo
: Kojo, Benite, Marquinhos, Olivinha e Caio Torres. Técnico: José Neto.
São José: Fúlvio, Laws, Dedé, Jefferson e Murilo. Técnico: Régis Marrelli.
Flamengo (1º) x São José (7º)
14/05 - São José 80 x 72 Flamengo - Lineu de Moura, em São José dos Campos (SP)
17/05 - Flamengo 100 x 84 São José - Arena da Barra, no Rio de Janeiro (RJ)
19/05 - Flamengo 106 x 86 São José - Arena da Barra, no Rio de Janeiro (RJ)
23/05 - 19h - São José x Flamengo - Lineu de Moura, em São José dos Campos (SP)
25/05 - 21h45m - Flamengo x São José - Arena da Barra, no Rio de Janeiro (RJ) - se necessário

Embalado, Flamengo recebe o São José buscando virar o placar da série Depois de derrotar rival por 100 a 84 nesta sexta-feira, Rubro-Negro joga com objetivo de passar à frente no playoff da semifinal. Técnico Neto pede cautela


Equipe de melhor campanha na temporada 2012/13 do Novo Basquete Brasil (NBB), o Flamengo enfrenta o São José neste domingo, às 20h, na terceira partida da semifinal. Assim como na última sexta-feira, o duelo será realizado na Arena Barra, no Rio, com transmissão ao vivo do SporTV. Com o playoff empatado em 1 a 1, o Rubro-Negro joga para ficar a uma vitória da classificação à decisão. A julgar pelo planejamento da comissão técnica rubro-negra, um triunfo neste domingo seria essencial para as pretensões da equipe na competição, para garantir a classificação na partida 4, na próxima quinta-feira, em São José dos Campos (SP).
Basquete NBB - Flamengo x São José (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)Basquete NBB - Flamengo x São José (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)
- Nosso objetivo é vencer esse jogo em casa e ir para São José dos Campos precisando de uma vitória para fechar a série. O São José joga muito bem coletivamente e temos que estar atentos nisso - afirmou o técnico do Flamengo, José Neto, após a triunfo sobre o São José por 100 a 84, nesta sexta-feira.
Satisfeito com o desempenho do Flamengo na última partida, Neto fez questão de lembrar que o confronto deste domingo pode ter um desfecho completamente diferente. Precavido, o treinador pediu atenção aos seus comandados para não ser surpreendido pelo São José.
- Cada jogo tem a sua história. Hoje (sexta-feira), a gente precisava impor o ritmo com a menor quantidade de erros possíveis e o mais importante era manter a regularidade para voltar a confiança. Não chegamos onde chegamos por acaso e os jogadores precisavam sentir isso. A partir da boa defesa, conseguimos ter tranquilidade para chegarmos bem ao ataque - ressaltou.
neto flamengo basquete nbb (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)Neto quer Flamengo com o mesmo empenho do jogo 2 (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)
Fazendo uma análise da ótima campanha do Flamengo no NBB 2012/13, Neto destacou a versatilidade do seu time, que, na sua visão, possui diversos jogadores capazes de decidirem uma partida.
- Gosto do nosso time pela nossa versatilidade. Temos jogadores que podem virar protagonistas de uma partida a qualquer momento, como o Vitor (Benite), Caio (Torres), Marquinhos, Duda e o Kojo. Num grupo vencedor, você não pode ter apenas um nome capaz de puxar o jogo para si - concluiu.
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Atuações do Timão: defesa funciona e Danilo decide na Vila Belmiro


CÁSSIO – goleiro
Precisa retomar o ritmo que desenvolveu no ano passado. Instável nessa temporada, foi inseguro em algumas saídas de bola e assustou o setor defensivo em cruzamentos. Não teve culpa no gol marcado por Cícero. Nota: 5,0

ALESSANDRO – lateral
Deu espaços para Neymar no lado direito da defesa do Corinthians. Acabou pouco acionado como opção no campo de ataque. Não conseguiu ganhar disputas em velocidade com os jogadores do Santos que o "desafiaram". Nota: 4,5

GIL – zagueiro
Havia anulado Neymar no clássico entre Santos e Corinthians na primeira fase e foi novamente firme na perseguição ao craque adversário. Preciso no tempo de bola, antecipou-se com qualidade quando necessário e demonstrou que não brinca em serviço. Se apertar, ele se vira.Nota: 6,0

PAULO ANDRÉ – zagueiro
Normalmente calmo, parecia mais pilhado na tarde deste domingo. Sem medo de jogar feio, deu chutão e limpou a área corintiana. Bem posicionado, cobriu o companheiro de zaga em alguns lances e foi à lateral para ajudar Fábio Santos em outros. Nota: 6,0

FÁBIO SANTOS – lateral
Tomou um cartão amarelo logo no começo da partida e teve de jogar preocupado em não prejudicar a equipe com uma possível expulsão. O jogo fluiu pelo seu lado do campo, principalmente no primeiro tempo. No conjunto da obra, foi bem. Nota: 5,5

RALF – volante
Seu nome é pouco falado durante o jogo, mas a importância tática que tem para a equipe é notável. Incansável, o "Pitbull" oscilou na intermediária da defesa durante os 90 minutos e dificultou as coisas para o ataque do Santos. Arriscou alguns passes longos. Nota: 7,0

PAULINHO – volante
Praticamente todas as jogadas do Corinthians passam por seus pés. O lance que resultou no gol de Danilo, inclusive, começou com ele. Centralizou quase toda a transição entre defesa e ataque e ainda chegou com perigo à área adversária. Nota: 7,0

DANILO – meia
Decisão é com ele mesmo. Como de costume, compensou a falta de velocidade no meio-campo alvinegro com a capacidade de fazer a diferença individualmente. Frio na conclusão a gol, poderia ter feito seu segundo na partida, mas parou na trave. Nota: 7,5

ROMARINHO – meia-atacante
Voltou bastante para ajudar a recompor a defesa quando o Corinthians não estava com a bola. Foi um dos jogadores de maior movimentação da equipe, mas perdeu um gol que não poderia, sozinho, cara a cara com Rafael. Na prática, fez pouco. Nota: 5,0

EMERSON SHEIK – atacante
Abusou dos passes errados e não foi tão eficiente quanto costuma ser nas jogadas individuais. Nas poucas vezes em que se arriscou com a bola, quebrou o ritmo do ataque do Timão. Bem marcado, pecou pela falta de precisão em toques fáceis. Nota: 4,5

PAOLO GUERRERO - atacante
Isolado no campo de ataque, vem aparecendo menos que anteriormente. Ainda é o artilheiro do Corinthians na temporada, mas a mudança de posição tirou um pouco os holofotes do peruano. Bem ao fazer a "parede" para os companheiros de setor ofensivo. Nota: 5,5
EDENÍLSON - lateral
Entrou para reforçar a defesa e ajudar Alessandro a marcar Neymar no setor esquerdo do ataque santista: cumpriu sua missão e ainda buscou se aventurar no setor ofensivo. Tem gás para ser titular na atual formação do Corinthians. Nota: 6,0 

ALEXANDRE PATO - atacante
Vem sendo prejudicado pela falta de sequência, já que raramente consegue jogar um tempo completo. No tempo em que permaneceu em campo, correu bastante, como de costume, mas passou praticamente despercebido enquanto atacante. Nota: 5,0

DOUGLAS - meia
Entrou no fim do jogo. Pouco tempo para ser avaliado. Sem nota
arouca santos danilo corinthians final paulista (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Frio e calculista: Danilo foi decisivo mais uma vez para o Timão (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

CEARÁ ADMINISTRA EMPATE E CONQUISTA TRICAMPEONATO CEARENSE NO CASTELÃO


O tricampeonato voltou a Porangabuçu após 15 anos na tarde deste domingo. Com o domínio no primeiro tempo, o Ceará garantiu novo empate por 1 a 1 com o Guarany de Sobral, na Arena Castelão, e levantou a taça de campeão cearense de 2013. O resultado de igualdade foi o suficiente para o Vovô, que havia conseguido resultado igual no domingo passado, no Junco, a jogava por uma nova igualdade por até 1 a 1 - ao Cacique, um 2 a 2 daria o título pelos gols fora de casa. Mas o time alvinegro soube administrar o maior equilíbrio em campo no segundo tempo e anulou a defesa bugrina.
A última vez que Vovô havia levantado a taça como tricampeão foi em 1998, em final contra o Ferroviário. O Cacique do Vale nunca conseguiu ser campeão cearense. O Alvinegro de Porangabuçu não só comemora a nova conquista, mas também se garante na Copa do Brasil de 2014. Antes, já tinha conquistado vaga na Copa do Nordeste do próximo ano, ao passar pelo Fortaleza, na semifinal.
Ao Guarasol, restou a vaga no Nordestão 2014. Com o vice-campeonato, o Cacique do Vale ainda terá que brigar por vaga na Copa do Brasil na Taça Fares, no segundo semestre. Além disso, o time sobralense foi o campeão do Interior, título decidido na semifinal do Estadual, contra o Icasa.
Lance do jogo entre Ceará e Guarany de Sobral (Foto: Jarbas Oliveira / Futura Press)Ceará e Guarany de Sobral fizeram jogo de dois tempos bem diferentes (Foto: Jarbas Oliveira / Futura Press)
Ceará dominou com sobras
O primeiro tempo foi um passeio da equipe alvinegra. Embora tenha levado um susto, logo aos quatro minutos, quando Luiz Carlos chutou de longe e abriu o marcador, o Ceará não teve dificuldades para dominar as ações em campo durante os primeiros 45 minutos.
Com o gol, foram sete lances claros de perigo à meta do goleiro Eliardo. Sem contar, a sequência de bolas levantadas na área e as finalizações que não levaram tanto perigo assim. E as estatísticas estavam tão a favor do Ceará que o gol de empate chegou com menos de dez minutos, após o marcado por Luiz Carlos.
No decorrer da partida, o Cacique do Vale pouco fez de ofensivo. Na primeira etapa, o time criou a jogada de gol e dois contra-ataques que não levaram perigo à meta de Fernando Henrique. A zaga não se entendeu e falhou, inclusive no gol do Alvinegro de Porangabuçu. Júnior Alves e Bebeto ficaram olhando a bola passar e ficar no pé de Mota, que marcou.
Por outro lado, o Vovô obrigou o goleiro Eliardo a trabalhar muito. Foram três grandes defesas em finalizações de Mota, Magno Alves e Ricardinho. Diante dos mais de 50 mil torcedores que foram ao Castelão, Vicente foi o melhor jogador do primeiro tempo. Bem articulado e veloz, ele ainda acertou duas bolas no travessão do Guarasol. Lulinha também andou mandando bola na trave.
Equilibrou tudo
Se no primeiro tempo, o jogo praticamente foi todo do Ceará, na segunda etapa, foi bem mais equilibrado. Com a necessidade de vencer para ser campeão, o Guarany de Sobral investiu mais no ataque. Marciel perdeu gol em cabeçada, aos dez minutos. Fernando Henrique defendeu à queima-roupa.
O Vovô teve chance real de virar aos 31 minutos. Magno Alves recebeu passe de Mota, na cara do gol, e mandou na trave. No restante do jogo, houve muita troca de passe e pouca objetividade nos setores de ataque das duas equipes. O passe final sempre saía errado. Com isso, restou ao Alvinegro administrar a partida em campo. E comemorar com o estádio praticamente lotado, após o apito final do árbitro.

CRUZEIRO VENCE, MAS RONALDINHO MARCA E CONFIRMA O TÍTULO DO GALO


Os dois times dividem os corações dos torcedores mineiros. De um lado, aqueles da camisa azul. Do outro, os que usam a de listras pretas e brancas. Mas, no principal e maior palco do futebol de Minas Gerais, eles não estavam em igualdade. Nas arquibancadas, que tinham 42.142 pagantes, quase 90% vestiam o uniforme estrelado. Em campo, eles estavam em igualdade, mas quem comemorou no Mineirão foi a minoria. E milhões de atleticanos Brasil afora. Apesar da vitória de 2 a 1 do Cruzeiro no clássico, em um jogo de três pênaltis, o título ficou com o Atlético-MG, que, no primeiro jogo, venceu por 3 a 0.
Réver levanta a taça de campeão mineiro do Atlético-MG (Foto: Reprodução TV Globo Minas)Réver levanta a taça de campeão mineiro do Atlético-MG (Foto: Reprodução TV Globo Minas)
Para chegar ao título, o Cruzeiro precisava do mesmo placar, pelo menos. Como teve a melhor campanha na fase classificatória, jogava por dois empates ou vitória e derrota pelo mesmo saldo de gols. A pressão foi grande, mas o anticlímax para a torcida cruzeirense veio no pênalti convertido por Ronaldinho Gaúcho, aos 32 do segundo tempo. Resultado que confirmou o título do Galo.
O camisa 10 alvinegro, um dos mais empolgados na comemoração, afirmou que vive um novo momento na carreira.
- Chegar aqui, ganhar título, ver minha carreira dar mais um upgrade... Faltam seis meses de trabalho, mas o título é para coroar esse um ano maravilhoso aqui.
Título estadual definido, as duas equipes, agora, se dedicam nesta semana a competições diferentes. O Cruzeiro, na quarta-feira, pega o Resende, no jogo de volta da segunda fase da Copa do Brasil, às 22h (de Brasília), no Mineirão. No dia seguinte, quase na fronteira com os Estados Unidos, o Galo pega o Tijuana-MEX, às 21h30m, na primeira partida das quartas de final da Taça Libertadores.
Cruzeirenses agradecem a Gilberto Silva e Richarlyson
O Cruzeiro entrou em campo com um número na cabeça: o três. Três que foi o placar que o rival Atlético-MG construiu no primeiro jogo da final, no Independência, e o mesmo resultado que precisaria fazer neste domingo, agora em casa, no Mineirão. Com isso, partiu para cima desde os minutos iniciais. E a primeira boa chance foi do time de azul. Tardelli, que perdeu a bola aos oito minutos, permitiu um contra-ataque do Cruzeiro, quase mortal. Dagoberto lançou Borges, que deu um chute rasteiro, com boa defesa de Victor.
E o Cruzeiro continuou sua blitz. Com velocidade nas saídas e boa marcação, não dava espaços ao Atlético-MG. Pressionado, o time alvinegro deu espaço para a imprudência. Aos 18 minutos, Dagoberto entrou na grande área. Gilberto Silva, que foi dar combate, derrubou o jogador na grande área. Pênalti claro e indiscutível. O próprio atacante bateu. Bola de um lado, Victor para a outro. E o Mineirão, predominantemente azul, explodiu em alegria.
Dagoberto cruzeiro gol atlético-mg (Foto: Bruno Magalhães / Agência Estado)Dagoberto comemora um dos gols do primeiro tempo (Foto: Bruno Magalhães / Agência Estado)
O número três, aquele tão perseguido pelo Cruzeiro, se aproximava. Talvez nem mesmo os cruzeirenses em campo e os da arquibancada podiam esperar que ele se aproximasse tão rápido. E, de novo, de uma atitude infantil por parte da marcação do Atlético-MG. Agora, com Richarlyson. Aos 31, de costas para Borges, o lateral-esquerdo solou o pé do atacante. Muita reclamação dos jogadores do Atlético-MG, mas o lance não permitia discussão. A penalidade foi clara. Dagoberto, de novo ele, foi para a cobrança. No “reencontro” com Victor, se deu bem mais uma vez. 2 a 0. E o número três se aproximava, para esperança dos cruzeirenses. E agonia dos atleticanos.
R10: a segurança para o título
As duas equipes voltaram para o segundo tempo sem mudanças. Na verdade, só na postura. E isso já foi uma grande diferença. Mais agressivo, o Atlético-MG, já aos 15 minutos, chegou ao gol de Fábio com uma frequência que não aconteceu ao longo de todos os 45 da etapa anterior. E tome susto para o Cruzeiro, principalmente com uma bola na trave de Jô, aos 13.  Para o Cruzeiro, a busca para chegar ao terceiro gol começava a ganhar ares dramáticos. Até porque, da mesma forma que aconteceu no Independência, ele teve dificuldades em chegar à meta adversária.
À medida que o relógio corria, o Atlético-MG continuava a pressão. E Ronaldinho Gaúcho, apagado durante quase toda a partida, começava a aparecer. E foram dos pés dele, sempre ele, que saiu a tranquilidade que confirmou o título do Galo. Aos 32 minutos, Léo empurra Luan, fora da área, e Egídio termina de fazer a falta, agora, dentro do setor de Fábio. Pênalti. Mais um. Ronaldinho Gaúcho na cobrança. Se marcasse, afastaria a chance de o Cruzeiro chegar ao terceiro gol. Se perdesse, poderia dar fôlego ao rival. Mas ele não titubeou. Com categoria, marcou o gol que deu a segurança para o título do Galo.
Já aos 44 minutos, Luan ainda fez uma falta desnecessária em Dagoberto, com um carrinho por trás. Leandro Pedro Vuaden, em cima do lance, deu o vermelho no ato. Para piorar, a partir desse lance começou uma confusão em campo, com jogadores reservas entrando para discutir. Luan, o reserva do Cruzeiro, era um dos mais exaltados.
Mas nem esse incidente tirou o brilho da campanha do Atlético-MG, tampouco a alegria daqueles presentes ao Mineirão. Bicampeonato confirmado, título que dá ainda mais ânimo para esse time não só na Taça Libertadores, mas, também, no Brasileirão.

Parnahyba arranca empate no fim e se consagra bicampeão Piauiense


O amor sublime do Parnahyba explodiu no peito do torcedor azulino. Ou melhor, pintou o Piauí nas cores azul e branco do time do litoral, com a conquista do título estadual de 2013. No ano do seu centenário, o grande Tubarão faz história no dia 19 de maio: levanta a taça de bicampeão após derrubar o River-PI, por 2 a 2, dentro do Estádio Lindolfo Monteiro, em Teresina, lotado, com um público de 5.128 torcedores, fazendo uma renda R$ 57.690,00. O pulsante Lindolfinho se calou. E viu um guerreiro e valente Parnahyba comemorar. A noite para a torcida azulina será pequena. E os próximos dias também.
No primeiro jogo da final, o Parnahyba venceu o River-PI por 1 a 0. E, neste domingo (19), precisava apenas de um empate para ser campeão Piauiense e deu certo. O Tubarão começou mal a partida e viu o River-PI abrir 2 a 0 no primeiro tempo. Na volta, o time do litoral veio melhor armado e conseguiu marcar seu primeiro gol aos 8 minutos, com Gilmar Baiano, e empatar com Fabinho, aos 42 minutos.
Parnahyba comemora o título do Piauiense 2013 (Foto: Renan Morais)Parnahyba comemora o título do Piauiense 2013 (Foto: Renan Morais)
Aranha, Eridon, Gilmar Bahia, Ivan, Rian, Ramon, Luciano, Capela, Idelvando, Zé Rodrigues e Fabinho... São os filhos bravos e destemidos do litoral. A torcida do Parnahyba reverencia a equipe pelo quinto título, da era profissional, na centenária história. O grupo, aliás, deu uma demonstração de garra, e encontrou forças do inimaginável. Apesar da crise financeira – que atrasou o salário de todo o elenco – o grupo continuou firme, assim como traduz a letra do poeta R. Petit no hino do clube: “Do nosso esforço vem a surgir a glória excelsa em teu porvir”.
Mas foi no comando experiente do treinador Paulo Moroni que o Parnahyba, de fato, se tornou imbatível. Experiente, o técnico controlou o grupo no momento instável e soube usar a liderança para manter o foco na equipe. Assim, Moroni – que ganha o seu quarto título Piauiense da carreira – termina o campeonato com nove vitórias, cinco derrotas e quatro empates. Assim como na partida no Lindolfo, uma campanha equilibrada. E melhor, de glória.
Além de faturar a desejada taça de campeão, o Parnahyba é o primeiro time do estado a garantir vaga na Copa do Brasil 2014. Antes disso, o clube encara outra missão a partir do dia 2 de junho: disputar a Série D do Campeonato Brasileiro. O time do litoral caiu no grupo A2, ao lado do Gurupi (TO), Maranhão (MA), Salgueiro (PE) e Ypiranga (AP).
... E quem da luta todo ardor não liba. Ao som do brado: Salve ó Parnahyba!
River-PI cumpre objetivo
Sem o atacante Maranhão, o treinador Edson Porto escalou Gabriel ao lado de Anderson Kamar no ataque. O estilo veloz do jogador era o ingrediente que o técnico riverino desejava para reverter a vantagem do empate do Parnahyba na decisão. Do outro lado, Moroni optou pela segurança. Com o retorno de Eridon, o comandante manteve o restante do grupo que venceu o jogo de ida por 1 a 0.
River-PI x Parnahyba final campeonato piauiense (Foto: Nayra Macedo)Momento do gol de Anderson Kamar, pelo River-PI (Foto: Nayra Macedo)

E no confronto entre a velocidade e segurança, o Parnahyba teve melhor postura. Apesar do jogo truncado, com quatro faltas em oito minutos, veio da equipe azulina a primeira chance de abrir o placar: aos 4, Capela cobrou um arremesso lateral para Rian, que cruzou rasteiro pela esquerda. Com o goleiro Robinho já fora do lance, a bola passou por toda a pequena área, mas não nem Zé Rodrigues e Fabinho tocaram nela.
Só aos 7, com uma jogada de Jeferson, o River-PI chegou. E foi nas bolas paradas que o Galo começou a rondar a área do Parnahyba. Porém, o perigo era afastado sempre por Eridon, Gilmar Bahia e Luciano. Aos 10 minutos, o Lindolfo Monteiro explodiu nas cores tricolor. Pela direita, Totty cruzou. Aranha não segurou e deu rebote. Na confusão dentro da área, Anderson Kamar abriu o placar: 1 a 0.
Com o gol, o Parnahyba acusou o golpe. E em quatro oportunidades de ataque – com Kamar, Tote e duas de Neto, dentro de um período de quatro minutos – o River-PI não ampliou o placar. Com o controle da partida, Thiago Marabá e Jefferson dominavam o meio de campo. Sem espaço, o Parnahyba tinha dificuldades, tanto que só aos 25 minutos um chute fraco de Capela trouxe algum trabalho para Robinho.
E se Robinho não teve tanto trabalho, o mesmo não pode ser dito para Aranha. Aos 39 minutos, Jeferson arriscou um chute da intermediária. O que era para ser algo despretensioso, se transformou no segundo gol do River-PI. Traído pelo quique da bola – talvez por conta do péssimo estado de gramado do Lindolfo – o goleiro do Parnahyba acabou aceitando o chute, e ficou com as penas do frango na mão. 2 a 0.
Parnahyba empata no final
Com dois gols de vantagem, tudo parecia tranquilo e o River-PI aguardava a prorrogação. Mas a equipe tricolor não contava com o gol de Gilmar Bahia logo na volta do intervalo. Aos 8 minutos, o jogador aproveitou uma cobrança de falta de Rian, pela direita, e apareceu como elemento surpresa. A bola encontrou o zagueiro livre, que descontou o placar.
Os torcedores do River-PI respiraram fundo. E o clima dentro de campo esquentou. Aos 15 minutos, os jogadores do Parnahyba cercaram o árbitro Antônio Dib de Morais após o volante Ramon levar cartão amarelo devido a uma dividida com Thiago Marabá. Com os ânimos controlados, o time de Moroni por pouco não empatou.
Em lance inacreditável, Fabinho, aos 18 minutos, perdeu em baixo da trave de Robinho. Pela esquerda, Rian foi até a linha de fundo, olhou para área e viu o atacante sozinho. Porém, o camisa 11 pegou mal e isolou.
Em jogo decisivo, um lance que fez falta ao Parnahyba. E a situação ficou ainda mais complicada com a expulsão do zagueiro Gilmar Bahia, aos 37 minutos. O jogador segurou Anderson Kamar ao barrar o contra-ataque do River-PI. Com um jogador a mais, o River-PI controlou o ritmo de jogo, mas até os 41 minutos.
Assim como no primeiro gol do Parnahyba, Rian cruzou. Após confusão na área, Fabinho testou e saiu comemorando. Tudo igual no Lindolfo Monteiro. Desesperado, Edson Porto ainda colocou Curiri no ataque. No entanto, o placar permaneceu em 2 a 2. A festa é do Parnahyba!
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Criciúma acorda no segundo turno e arranca até título Catarinense


Acelera, ultrapassa e termina na frente. A reação do Criciúma no Campeonato Catarinense, como um carro de corrida potente, foi recompensada com o título estadual. O descrédito virou confiança com o técnico Vadão, que chegou para levantar o time. O torcedor foi da frustração ao êxtase, passando pela incredulidade. A virada do primeiro para o segundo turno gerou embalo. Assim o Criciúma caminhou até o título – 10º do futebol de Santa Catarina, somado o primeiro, conquistado quando se chamava Comerciário.
Criciúma x Chapecoense Marcel (Foto: Maurício Vieira/ Agência RBS)Criciúma de Vadão arranca do primeiro turno ruim para alcançar o título do Campeonato Catarinense
(Foto: Maurício Vieira/ Agência RBS)
Comandante do acesso à primeira divisão do Campeonato Brasileiro, Paulo Comelli tinha sobre os ombros a responsabilidade de guiar o Criciúma ao fim do jejum. A última conquista estadual havia sido em 2005 e, de lá para cá, ainda foram três finais perdidas (2007, 2008 e 2011). Com a equipe reformulada, alternou bons e maus momentos. Os bons foram a vitória por 2 a 0 sobre o Figueirense e a estreia com goleada por 6 a 0 sobre Camboriú. Mas as alternâncias de escalações em busca do encaixe e os resultados negativos foram os fatores que o fizeram cair, junto com parte do comando do departamento de futebol.

No segundo turno e com o comando novo, o time conseguiria avançar para as fases finais. Mas a virada. já sob com o técnico Vadão como responsável pela equipe, demoraria. Nos quatro primeiros jogos, cinco pontos. Daí um fragilizado Juventus apareceu no caminho e no Heriberto Hülse. O Criciúma fez 8 a 0 e o estilo ofensivo predominou. Com quatro vitórias em sequência e fazendo de cada confronto uma final, conquistou o título do returno na última rodada.
Dos outros três times que chegaram nas semifinais, o Criciúma enfrentaria o pior rival. É que o Avaí também gozava de embalo na reta final para avançar. Tanto que foi o time azurra a terminar com a sequência de sete jogos de invencibilidade (somada a Copa do Brasil). A derrota por 3 a 2, no jogo de ida, não fez o Tigre baixar a guarda. Nem a torcida. No Heriberto Hülse, conseguiu o placar mínimo necessário para chegar à grande decisão.

Homem de desapego ao passado, Vadão pensou para frente no Criciúma. Sem abrir mão da premissa que fez que seus comandados também imprimissem, conseguiu guiar a equipe num 2 a 0 importante no primeiro embate das finais do Catarinense deste ano. Ficou mais fácil celebrar diante da Chapecoense que não havia perdido jogos sob o seu mando. O time de Chapecó até venceu, mas teria que ter feito mais que 1 a 0. O Tigre fez valer o embalo de time e da torcida valeu. Após oito anos, Criciúma volta a gritar ‘É campeão’.

Renegados, ex-tricolores são determinantes no título do Vitória


Mansur, Luís Alberto, Vander e Marcelo Nicácio. O que esses quatro campeões baianos de 2013 têm em comum? Todos nasceram para o futebol no clube vice-campeão da competição, o Bahia. Além disso, o quarteto de ex-tricolores foi fundamental para a conquista do 27º título estadual do Vitória.

As jogadas de linha de fundo de Mansur, a liderança e o bom passe de Luís Alberto, os gols de Nicácio e o gás sempre renovado de Vander deram um ar de saudosista, por parte dos tricolores, para o título rubro-negro. E um sabor ainda mais especial para a torcida do Vitória.

Batuqueiro tricolor, artilheiro rubro-negro

Autor de nove gols no Campeonato Baiano, Marcelo Nicácio é provavelmente o ex-tricolor mais  ligado ao ex-clube. Antes de vestir a camisa do Bahia, Nicácio era membro de uma torcida organizada do clube. A titularidade com o uniforme do time de coração veio em poucas doses. Após muitos empréstimos, Nicácio deixou o Tricolor de vez em 2006, com 13 gols marcados. Rodou por diversos clubes até chegar, em 2012, ao Vitória. Na chegada, avisou que agora era torcedor do Vitória, mas não esqueceu suas origens.
Marcelo Nicácio gol vitória (Foto: Eduardo Martins / Ag. Estado)Marcelo Nicácio marcou nove gols no Baianão 2013 (Foto: Eduardo Martins / Ag. Estado)
-  Sempre costumo falar que torço pelo time que me paga. Hoje pode ter certeza que eu sou Vitória desde criancinha. Eu creio que não sou conhecido no Bahia. Tive uma passagem muito discreta. Fiquei na base e joguei por apenas um ano lá. A única lembrança que tenho do Bahia é da base, porque, no profissional, eu fiquei por apenas um ano. A questão da torcida começou com 15, 16 anos. Não vou dizer que não foi bom, porque vou ser hipócrita. Aquele momento foi muito bom em minha vida e nunca vou esquecer daquilo. Mas é passado. Agora eu estou no Vitória, e tomara que tenha a possibilidade de conquistar o que não conquistei pelo Bahia – garantiu

O atacante não se firmou como titular e foi colocado em uma lista de negociáveis para a temporada 2013. No entanto, o técnico Caio Junior decidiu apostar em Nicácio e fez dele o artilheiro do Vitória no campeonato. Apesar de ter ficado fora das partidas finais, o atacante foi fundamental para a campanha rubro-negra. O ex-batuqueiro tricolor agora faz barulho de campeão do lado rubro-negro.

De humilhado a algoz
mansur, lateral do vitória (Foto: Felipe Oliveira/EC Vitória/Divulgação)"Humilhado" no Bahia, Mansur brilha na Toca
(Foto: Felipe Oliveira/EC Vitória/Divulgação)
Em janeiro de 2012, o jovem lateral Mansur deixou o Bahia, após uma decisão judicial. O jogador havia ficado dois meses sem receber salário e sem recolhimento do FGTS. Com isso, Mansur partiu para novos ares e foi recebido na Toca do Leão. No Vitória, ganhou a confiança da comissão técnica.
Promovido a titular por Paulo César Carpegiani, foi importante na campanha do acesso à Série A. Um ano depois de chegar ao Rubro-Negro, o lateral levanta a sua primeira taça como profissional. Durante a campanha do título, Mansur marcou gol contra o antigo clube - e não teve piedade.

- Eu não fui revelado pelo Bahia, fui revelado pelo Vitória! E esse gol que fiz contra o time onde eu fui humilhado foi presente de Deus, porque ele é perfeito. Estou feliz em marcar em um time onde fui humilhado – disse.

Com a camisa do Vitória, o jogador também chegou à Seleção sub-20. Se no Bahia lhe faltava carinho, em solo rubro-negro, Caio Junior foi mais um a lhe dar abrigo e pedir que o torcedor o apoiasse. Impiedoso, mas verdadeiro. O ex-humilhado lateral agora é campeão baiano.

O desconhecido de Old Trafford
Luis Alberto comemoração Vitória Feirense (Foto: Mauro Akin / Agência Estado)Luis Alberto virou o pulmão rubro-negro no Baianão
(Foto: Mauro Akin / Agência Estado)
Revelado pelo Bahia, o volante Luís Alberto foi autor de um gol histórico na temporada passada, quando marcou em Old Trafford, o tento que garantiu a vitória do Cluj sobre o poderoso Manchester United na Liga dos Campeões da Europa.
Poucos meses depois, Luís Alberto estava de volta à Bahia, com saudade de atuar em casa. Informações de bastidores dão conta que o jogador teria procurado o Bahia, mas ouviu dos seus dirigentes um “não”. A justificativa era de que não conheciam o seu futebol.
Diante disso, Luís Alberto foi bater na porta rival. Aceito, o volante se tornou uma referência no meio-campo do Rubro-Negro. Líder por natureza, o ex-tricolor se apresentou para quem não o conhecia: muito prazer, Luís Alberto, campeão baiano de 2013.

V de Vingança

Entre os ex-tricolores do elenco do Vitória, nenhum tem uma história tão conturbada quanto Vander. Depois de aparecer como promessa e ajudar o Tricolor a voltar para a Série A, o meia-atacante foi emprestado ao Flamengo. Elogiado por Ronaldinho Gaúcho e Vanderlei Luxemburgo, o jovem meia sofreu com seguidas contusões. Voltou ao Bahia, mas teve poucas chances. Com problemas para renovar o contrato, Vander foi colocado de lado a pedido do presidente Marcelo Guimarães Filho.
vander bahia x vitoria (Foto: ROBSON MENDES/AGÊNCIA O DIA/Agência Estado)Diante do maior rival, a vingança: bola na rede (Foto: ROBSON MENDES/AGÊNCIA O DIA/Agência Estado)
Sem jogar, o meia enfrentou meses de treinos separado do restante da equipe tricolor para só voltar a jogar em 2013. No Vitória, Vander voltou a atuar. Encontrou do caminho do gol e, quando encarou o antigo clube, fez como Mansur: sem piedade, marcou um gol na humilhante goleada de 5 a 1 e lembrou pelo que passou.

- Tudo que eu sofri... Hoje eu pude mostrar que tenho valor. Não poderia ser dispensado por deficiência técnica. Pude dar minha resposta em campo.

De demitido por deficiência técnica a vingador rubro-negro, Vander é bi. Campeão baiano de 2012 pelo Bahia e de 2013 pelo Vitória.
Renegados, humilhados, esquecidos. Pouco importa o que sofreram no lado contrário. O ex-quarteto tricolor é agora o quarteto campeão baiano.