sexta-feira, 11 de abril de 2014

Português 2014



ACA Acadêmica1X1Vitória de Setúbal VIS

Espanhol 2014

OSA Osasuna0X0Valladolid VLL

Francês 2014

MON Montpellier2X3Olympique OLY

Alemão 2014



SCH Schalke 042X0Eintracht Frankfurt EFR

Estaca Zero

Perder é a pior parte de se torcer pra um time de futebol. Mas o período pós-derrota é ainda mais perigoso do que a própria derrota em si. Porque depois de perder um jogo, um título ou uma classificação, o torcedor, exercendo seu pleno direito à irracionalidade, se dispõe a derrubar tudo que foi construído, a lotar supostas barcas com seus desafetos e a decretar o exílio, o banimento e a morte (simbólica) daqueles que até poucas horas atrás eram a grande esperança na Nação.
Assim é o torcedor, basicamente um sujeito disposto a fazer muitos sacrifícios, sejam de ordem financeira, pessoal ou afetiva, para assistir a um espetáculo imprevisível sobre o qual já sabe antecipadamente que não deterá nenhum poder de decisão sobre seu desfecho. Como não tem a menor obrigação de pensar a médio ou longo prazo, já que o ato de torcer é circunscrito ao aqui e agora mais imediato, após uma derrota o torcedor pode exercer sem culpas a função de juiz plenipotenciário e condenar quem ele quiser com requintes de crueldade. Por isso é de bom alvitre dar um desconto pras linhas de ação sugeridas pela torcida logo depois de uma derrota. Torcer pelo Flamengo é uma coisa, administrar o Flamengo é outra coisa totalmente diferente.
Da mesma maneira que acho uma tremenda babaquice atacar ou louvar o trabalho da diretoria unicamente em função dos resultados do futebol, também acho muito babaca responder às inevitáveis zoações dos adversários com CNDs e recibos de salários e impostos pagos. Futebol é uma coisa, contas pagas, além de ser obrigação, são outra. Mesmo concordando com o titulo do best-seller do Ferran Soriano sabemos que a desgraçada da bola entra por acaso, sim. E como entra. É perfeitamente possível formar um time campeão recheado de supercraques e levar o clube à ruína financeira, assim como é possível fazer uma excelente gestão e apresentar resultados modestos no futebol. No Flamengo de hoje a única certeza que temos é que tão cedo não vai rolar um timaço com supercraques. O resto está em aberto.
O torcedor pode, e deve, bronquear com a escalação do jogo de ontem. Hoje parece extraordinariamente óbvio que três caras meio bichados entrando no time logo de uma vez não podia mesmo dar certo. Mas se coloque no lugar do Jayme, a quem foi oferecida a opção de contar com seus jogadores mais experientes no jogo mais importante do ano e a tal obviedade vai esmaecendo, esmaecendo, até sumir. Você abriria mão de ter o Léo Moura, mesmo à meia-bomba, em favor de uma improvisação na lateral direita? Escalaria João Paulo enquanto deixava André Santos no banco? Elano, Mugni, Cadu ou Rodolfo, com qual meia você preferiria entrar em campo?
Os erros que Jayme cometeu ontem à beira do gramado ou na formação do banco qualquer um de nós, torcedores, por força das circunstâncias, poderíamos ser igualmente levados a cometer. Eu, pelo menos, os cometeria numa boa e ainda erraria convicto de que estava tomando as decisões mais corretas, que estava fazendo o melhor pro Flamengo.
Mesmo depois da desclassificação é muito mais difícil admitir que o Flamengo era mesmo o time mais fraco do grupo do que apelar pras críticas fáceis de que o Jayme é burro e que faltou empenho aos jogadores. Não compartilho dessa ideia, pois vi os jogadores durante toda essa Libertadores se esforçando, dando o seu máximo. Podemos chama-los de perebas, mas eles não tem culpa se o máximo de que são capazes de oferecer foi insuficiente para superar as potências futebolísticas oriundas dos disputadíssimos campeonatos boliviano, equatoriano e mexicano.
É visível que futebol brasileiro como um todo, e o Flamengo em especial, está num nível de desenvolvimento tático e estratégico abaixo do resto de nuestros hermanos latinos. Esqueçam aquelas boas desculpas listando fatores extracampo, patrimônios imateriais e outras platitudes de dificílima comprovação cientifica. Pelo menos nessa edição da Liberta o Flamengo não foi vitima de nenhuma dessas imaterialidades. Perdemos para times melhores que o nosso. Agora vão lavar a cara e voltem ao trabalho. A Libertadores nasceu em 1960, o Flamengo em 1895. Portanto, independente do resultado de Flamengo x Leon, Flamengo x Tigres ou Flamengo x Lhamas a única coisa certa é que o Flamengo continua.
E se estamos mesmo em busca da evolução do Flamengo não existe outro caminho a seguir senão o de qualificar o elenco para voltar cheio de gás à estaca zero. Subir a escadinha do zigurate jogando os mixurucas Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, conquistar o direito de voltar pela 13ª vez e assim ganhar quilometragem na Libertadores. Competição em que ainda somos aqueles eternos coadjuvantes que um dia, há 33 anos, substituíram os protagonistas habituais e se saíram bem.
Vamos ralar. A estrada é longa, condizente com a grandeza da meta. Não há menor necessidade de profundas reformulações, troca de paradigmas ou descobertas tardias da pólvora no Flamengo. Aos carecas recomendo muito cuidado e sangue frio ao manusear a caneta. Continuem trabalhando e não deixem que a parte boa do trabalho feito até agora seja jogada fora. Aos torcedores do Flamengo se permite, ocasionalmente, a porralouquice, aos seus dirigentes, jamais.
A Libertadores desse ano acabou, nosso calvário pelo Brasileiro ainda nem começou e o mais certo a se fazer é começar o planejamento para 2015 o quanto antes. Tomara que a torcida mantenha a tradição e supere esse tropeço rapidinho, porque o Flamengo continuará precisando desesperadamente da sua força e fidelidade. Sem a torcida o Flamengo não vai a lugar nenhum. Mas de chororô já tô legal, lembrem-se que não estamos em General Severiano. Em 2014 só quero saber do que pode dar certo.
Mengão Sempre
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Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo nosócio torcedor.

CBF consegue duas vitórias e devolve Portuguesa à Série B

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) teve duas vitórias nesta tarde. A primeira foi a de conseguir suspender a liminar que recolocava a Portuguesa na primeira divisão. O time paulista briga na Justiça pelos quatro pontos que teve retirados pela escalação irregular de Héverton contra o Grêmio, na última rodada do último Brasileirão. A informação é da própria CBF, mas ainda não foi publicada no site do Tribunal de Justiça de São Paulo.

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No mesmo instante, praticamente, o Superior Tribunal de Justiça também decidiu que nenhuma ação sobre o caso vale fora no Rio de Janeiro, na 2ª Vara da Barra da Tijuca, revogando a liminar da Lusa.



Na tarde desta quarta, o Ministério Público de São Paulo, que atua do mesmo lado da Lusa, sofreu uma derrota que já antecipava a decisão de agora. O órgão entrou com uma ação civil pública pedindo uma liminar que anulasse o julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas não conseguiu. Em seu recurso, recebeu uma segunda resposta negativa. Segundo o desembargador Edson Luis de Queirós, as regras do direito desportivo foram seguidas no caso Héverton e não há motivo para contestação.
Foi ele mesmo quem, nesta quinta, concedeu "efeito suspensivo" em relação à liminar do juiz Miguel Ferrari Júnior, autor da primeira decisão.
"Processe-se, com efeito suspensivo, em atendimento ao princípio da segurança jurídica e em razão do resultado de julgamento do recurso de agravo de instrumento 2040644-63.2014.8.26.0000, nos autos de ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, contra Confederação Brasileira de Futebol - CBF e Superior Tribunal de Justiça Desportiva - STJD, de minha relatoria, decidida pela R. 5a Câmara de Direito Privado do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo", define Edson Luis de Queirós.

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Veja o trecho da primeira decisão, do recurso do MP, repetida na segunda.


Ainda sem ter conhecimento das decisões, a equipe do jurídico da Lusa não quis falar sobre o assunto, mas já disse que deve recorrer mais uma vez. 

"Fla Coxinha" comanda vaias a um time limitado, mas esforçado, embora eliminado. Que torcida é essa?

O time do Flamengo tem óbvias limitações. Ampliadas pela saída de Elias — e aí não faz sentido o rubro-negro reclamar, as cifras pedidas pelo Sporting para cedê-lo eram exageradas para um clube que tenta se reorganizar. Mas ainda com o meia novamente corintiano, a equipe foi além do que se imaginava, batendo quatro dos seis melhores times do último Brasileirão. Assim, ganhou a Copa do Brasil.
Não, amigos, não estava nos planos flamenguistas levantar aquela taça. As coisas foram... acontecendo. E consequentemente não se esperava vaga na Libertadores. Mas ela apareceu. E com um time repleto de jogadores sem a maturidade necessária para a competição e com nítidas limitações, protagonizou mais um fracasso do clube no certame: nova eliminação na fase de grupos. Feio, claro. Bem feio. Mas não foi por falta de "vergonha" que o Flamengo não se classificou. Foi pelas suas próprias fraquezas.
Gazeta Press
Flamenguistas lamentam derrota e eliminação da Libertadores em pleno Maracanã
Flamenguistas lamentam derrota e eliminação da Libertadores em pleno Maracanã: León mostrou ser mais time
E quando há fraglidade no futebol é preciso buscar forças. E elas muitas vezes vêm de fora, da arquibancada. Mas nem sempre isso aconteceu no New Maracanan, repleto de torcedores apaixonados, que incentivam, e também daqueles que só lembram que o clube existe quando há a perspectiva de uma vitória relevante. Aqueles que vaiam com bola rolando, que apupam no primeiro tempo, como na saída de Elano, sentindo a lesão após período afastado. Não são torcedores, mas clientes, que acreditam ter um direito na compra do ingresso. O direito à vitória.
Mas não há Código de Defesa que assegure o triunfo a quem paga por um tíquete. E aí, sem a força da galera e diante de um rival superior — sim, o León é mais time — fica mais complicado. Vivemos a coxinhização do futebol, amplificada pelas novas "arenas" e seus ingressos caros, cujos preços são estipulados por marqueteiros e cartolas elitistas que imaginam ser o futebol um apenas produto. Não, não é. Futebol é paixão e torcedor não é espectador, muito menos consumidor.
Gazeta Press
Boselli vibra com gol do León sobre o Flamengo e frustra torcida rubro-negra no Rio
Boselli vibra com gol do León sobre o Flamengo e frustra torcida rubro-negra no Rio de Janeiro: artilheiro de 2009
A torcida que apoiou o Flamengo na Copa do Brasil, quando o time jamais se viu obrigado a virar um placar no New Maracanan, desta vez se dividiu entre os que cantavam o hino, apoiavam, e aqueles que preferem exigir seus "direitos". Sim, eles acham que têm direito ao triunfo. São os torcedores de vitórias, não do clube, capazes de chamar um time esforçado mas como óbvias limitações de "sem vergonha", o que nitidamente não é. Então, parodiando o cântico dos próprios rubro-negros nos momentos de êxito, vem a pergunta: "Que torcida é essa"? É a "Fla Coxinha".