domingo, 23 de junho de 2013

Copa das Confederações



16h00 Nigéria 0x3 Espanha
16h00 Uruguai 8x0 Taiti

Argentino

15h15 Newells Old Boys 0x1 Argentinos Juniors
18h00 San Lorenzo 2x2 Lanús
15h15 River Plate 3x1 San Martín
15h15 Vélez Sarsfield 2x1 Atlético Rafaela
17h30 Arsenal Sarandí 4x0 All Boys
21h30 Godoy Cruz 1x1 Boca Juniors

Copa do mundo sub 20

11h00 Nova Zelándia 0x3 Ubequistão
12h00 Chile 2x1 Egito
14h00  Uruguai 0x1 Croácia
15h00  Inclaterra 2x1 Iraque

Plantão médico

Enquanto as pessoas vão às ruas protestar contra eventuais privilégios e exigências da Fifa no país, a entidade já tem leitos de hospitais reservados no Brasil para qualquer necessidade de seus cartolas ou das seleções. Antes de vir ao país, a Fifa assinou convênio com 17 hospitais particulares estabelecidos nas seis sedes da Copa das Confederações.
Está no papel. Quem banca o convênio é a Isos Health Care, operadora internacional que presta serviços médicos para a Fifa. A situação é prevista na Lei Geral da Copa e se trata de uma obrigação acatada pelo governo brasileiro ao se comprometer a realizar a Copa das Confederações e o Mundial-2014.
Pior a emenda... Autoridades brasileiras acreditam que nem a Fifa nem seus parceiros comerciais vão acionar a União exigindo indenizações pelos danos que os protestos pelo país têm causado à Copa das Confederações.
...que o soneto. O entendimento é que, se exigir a indenização --prevista na Lei Geral da Copa--, a Fifa estará comprando uma briga ainda maior com a população brasileira. Lembram, aliás, que a entidade está entre os principais alvos das manifestações populares espalhadas pelo país.
Para tudo. A Secretaria da Copa de Pernambuco enviou um comunicado aos voluntários recrutados pelo governo federal no Estado avisando que, devido aos protestos em Recife, suas atividades nos períodos da tarde e da noite de anteontem seriam canceladas.
Contra a parede. Na esteira das manifestações contra a Fifa e a realização da Copa no país, diversas pessoas recrutadas pelo Brasil Voluntário, programa governamental de voluntários, têm sido questionadas por torcedores por que elas estão trabalhando de graça para o torneio. O fato tem irritado os recrutados.

A chave é pressionar

O Brasil mostrou, novamente, sua melhor qualidade coletiva, a marcação por pressão, que cria mais chances de gol, por tomar a bola no campo do rival, quando a defesa está desprotegida, e que dificulta o outro time a se organizar, trocar passes e chegar ao gol.
Se a Copa fosse fora do país, o Brasil, mesmo se quisesse, não conseguiria fazer tão bem essa marcação. Felipão sabe disso e tem aproveitado muito essa situação. Se outras equipes, até as medianas, como México e Uruguai, inferiores ao Brasil, atuassem em casa, fariam o mesmo e teriam mais chances.
A deficiência coletiva continua a mesma. Os dois volantes não se misturam com os três meias. Como a equipe toma muito a bola no campo do adversário, os meias e atacantes não precisam da passagem da bola, desde o campo de defesa.
Quando o Brasil faz um gol e deixa de pressionar --não dá também para fazer isso durante toda a partida--, permite a pressão do adversário, como fez a Itália, em vários momentos, não sabe cadenciar o jogo e ficar com a bola.
A Itália, que estava sem os dois grandes jogadores de meio-campo, Pirlo e De Rossi, ficou, logo no início, sem seu terceiro bom armador, Montolivo. Isso prejudicou muito o time italiano.
A arbitragem errou em vários gols. No primeiro, de Dante, havia impedimento. No segundo, não houve falta em Neymar. No gol da Itália, o árbitro marcou pênalti e o jogador italiano fez o gol.
Se o árbitro tivesse marcado o pênalti, o que seria o correto, Luiz Gustavo, que já tinha cartão amarelo, teria de ser expulso, o que provavelmente seria muito pior para o Brasil.
Sofreria um gol e ficaria com um jogador a menos.
O Brasil jogou melhor do que a Itália, mas os erros do árbitro foram decisivos para a vitória. Fred, além dos gols, se movimentou muito mais que nos jogos anteriores
O time continua bem, definido na maneira de jogar, organizado, mesmo com algumas deficiências, e com uma enorme vontade de ganhar a Copa das Confederações
FORÇA DO INCONSCIENTE
Se não houver uma grandíssima surpresa, o Brasil vai enfrentar o Uruguai, e a Itália, a Espanha.
Poucas seleções têm três bons jogadores na frente, como Suárez, Cavani e Forlán. Em compensação, o Uruguai tem graves deficiências.


Após as vitórias sobre Venezuela, nas eliminatórias, e Nigéria, na Copa das Confederações, o Uruguai pode crescer. Há um temor e um respeito pela raça uruguaia. A imagem de Obdulio Varela, símbolo da raça, campeão do mundo em 1950, no Maracanazo, ainda brilha no inconsciente de todo os jogadores uruguaios.

Belo horizonte

A seleção já tem presente e tem futuro de novo. Desta vez não fez gol no começo do primeiro tempo, só no fim.
Que, sim, para que ninguém me venha com aleivosias, pegou uma Itália sem Pirlo e De Rossi, além de em fim de temporada, como, o time brasileiro, exceção feita à dupla de ataque.
Time brasileiro que jogou sem Paulinho, mas que, dirá o advogado do diabo, teve a sorte de fazer um gol no fim da etapa inicial, vantagem ponderável para o segundo tempo. Além do mais, com Dante em posição de impedimento, não?
Mas o time levou o empate logo de cara no recomeço do jogo e não se abalou, logo fazendo o segundo gol em cobrança fabulosa de Neymar.
Sim, em falta cavada, não?
O time não reduziu seu ritmo nunca, foi regular até quando tomou um digno sufoco dos italianos e ainda fez mais dois gols.
Tudo após o melhor primeiro minuto de jogo em muitos e muitos anos da seleção brasileira, em blitz inesquecível.
Parece que o time tem uma combinação para fazer logo um gol, será que não?
Ah, sim, parte da intensidade deveu-se a erros de passes italianos. Mas, por que, em função de quê?
Com três vitórias, nove gols em três jogos, é claro, o verdadeiro teste ainda não veio.
Nem a Itália, tetracampeã, que sofreu, sob o comando de Prandelli, sua segunda derrota em jogos a valer. A primeira foi contra a Espanha...
Ouviremos e leremos muito nos próximos dias sobre a mística da Celeste e o Maracanazo. Tudo verdade, tudo mentira. Basta respeitar os uruguaios, em Belo Horizonte, depois de amanhã. Para só depois pensar na Espanha.
O trio atacante oriental é da melhor qualidade, mas a defesa vive mais por conta do coração de Lugano.
Só que, como tudo tem dado errado para os uruguaios no Brasil, até em elevador teve jogador que ficou preso, após passar dias sem campo para treinar, sabe-se lá o que o futuro reserva para eles.
Para os brasileiros, independentemente do que aconteça numa eventual final contra os atuais campeões mundiais, que buscam esta Copa da Confederação como a que lhes falta, o porvir ficou menos preocupante nestes dias.
Entre outras razões porque a torcida está sabendo separar a seleção do que a preocupa pela falta de representatividade, pelo excesso de corrupção, e pela ausência de educação, saúde e locomoção de padrão Fifa.


Chegaremos lá, ao que tudo indica. Porque temos de novo um time e um povo disposto a não dormir mais em berço esplêndido.

Gente grande

Hernanes conhece bem o ponta Candreva, seu companheiro de Lazio. Na sexta-feira, perguntado sobre a escolha de Prandelli pelo laziale, julgou ser uma opção para atacar Marcelo. Não era só isso. O poder de ir ao ataque e voltar à intermediária deixou evidente com cinco minutos a intenção de Prandelli: um triângulo para marcar Neymar.
O lateral Abate marcava de frente, Candreva protegia na ponta e Montolivo fechava o triângulo como volante. Neymar saiu-se muito bem. Valente, tentou o drible, mesclou com o passe, sofreu as duas faltas que resultaram nos gols.
Neymar clareou o caminho para a vitória mais categórica da equipe desde a volta de Felipão. Atuação de gente grande, do craque e do time.
Não é fácil encarar a Itália. Além do triângulo em torno do 10 do Brasil, a marcação impecável do meio-de-campo italiano para trás obrigou o Brasil a rodar a bola com paciência. Houve 63% de posse de bola no primeiro tempo.
A marcação por pressão também fez parte do cardápio. Nos cinco minutos iniciais, quatro desarmes no campo de ataque. O quarto gol nasceu com Luiz Gustavo roubando na intermediária.
Houve problemas também, quando a Itália levou 3 x 1 e passou a atacar com Candreva, após a saída de Neymar.
Dos 11 gols sofridos sob o comando de Felipão, quatro foram do lado esquerdo da defesa, entre eles os dois ontem. Marcelo foi bem no ataque, mas faltou cobertura em seu setor. Candreva cobrou o escanteio do gol de Chiellini e também da bola cabeceada na trave por Maggio.

O Brasil sofreu mais do que deveria depois da saída de Neymar, poupado porque tinha cartão amarelo. Mas era um clássico contra a Itália, derrotada num jogo oficial apenas pela segunda vez nas 25 que atuou sob o comando de Cesare Prandelli --a outra foi para a Espanha. Ontem, a seleção deu sua primeira mostra de maturidade.

Italia e Brasil



O Itália 2 x 4 Brasil de Salvador foi o 25o jogo de competição oficial dos italianos sob o comando de Cesare Prandelli e apenas a segunda derrota. Antes, 16 vitórias, sete empates e um encontro com a Espanha, na final da Eurocopa -- derrota por 0 x 4.
A informação serve para entender que o Brasil fez um jogo dificílimo contra a Itália. Não havia Pirlo e De Rossi, é verdade. Mas a Azzurra jogou uma partida de marcação apertada, diminuindo espaços, obrigando o Brasil a ter repertório.
Bola saindo pelo chão, apesar de três passes longos nos primeiros trinta minutos, de Thiago Silva, David Luiz e Marcelo. Paciência para rodar e abrir espaços, sem pressa para não entregar o contra-ataque ao adversário. Jogo mesclado com pedaços de marcação por pressão, como na jogada do quarto gol, retomada de Luiz Gustavo no campo ofensivo.
É verdade que houve problemas, principalmente depois da substituição de Neymar, claramente porque tinha cartão amarelo e correu o risco de expulsão. Erros também de cobertura do lado esquerdo da defesa. O que foi aquele primeiro gol de Giaccherini, com Marcelo saltando de cabeça no meio-de-campo, sem Hernanes conseguir fazer a proteção?
Mas ganhar da Itália, vice-campeã europeia, num jogo difícilimo, é um sinal de crescimento da equipe do Brasil. 

Diário das Confederações - A Espanha nos ensina a tocar a bola, o Taiti nos ensina a tocar a vida



Thiago Arantes/ESPN.com.br
Ao fundo, o céu e o mar: à frente, a corrida dos jogadores do Taiti
Ao fundo, o céu e o mar: à frente, a corrida dos jogadores do Taiti

Eram 30 homens de vermelho atravessando a rua em direção à praia. O povo olhava com estranheza, meio surpreso, curioso, assustado. Mas não era só o povo que estava meio surpreso, curioso, assustado.
Eram 30 homens vivendo o sonho de uma vida. Uma vida que é modesta, mas está longe, bem longe de ser ruim. Eles moram no paraíso, têm empregos humildes, alguns nem tem emprego, mas não param de sorrir. É um conto improvável, um time de amadores chamando atenção no país do esporte que eles ainda aprendem a jogar.
Eram 30 sorrisos em rostos que se parecem, e nem precisavam ter rostos, porque não são apenas eles que estão ali, é um país inteiro de pescadores, entregadores, alpinistas e sonhadores. Um país que, a rigor, nem é país, mas que ontem fazia seus mais famosos representantes se orgulharem, era o maior país de todos.
Era apenas uma praia, um treino de futebol, um técnico, comissão técnica, dirigentes e seus jogadores. Algo simples, corriqueiro, outro dia tem mais.
Não, não era. Porque aqueles 30 homens jamais estarão ali novamente. Afinal, um homem jamais entra num rio duas vezes, porque não é mais o mesmo rio, nem o mesmo homem.
30 homens não entram para a história duas vezes, porque não será a mesma história. E os taitianos, que mudaram a história do futebol, nunca mais serão os mesmos.

Fred brilha, Neymar foi vital sem ser genial, Hernanes melhora saída de bola. Brasil bem. E a Itália gostou

Fred tocou na bola nove vezes na vitória sobre o México. Em três delas deu passes errados. Contra os japoneses foram 15, sendo quatro equivocados. Ou seja, 17 passes certos em dois jogos. Nos 4 a 2 sobre a Itália, o centroavante do Fluminense tocou na pelota em 20 oportunidades e em todas ela chegou aos pés de seus companheiros ou foi para as redes inimigas.
Mesmo que não tivesse feito os dois gols e participado de outro, o camisa 9 teria feito sua melhor atuação na Copa das Confederações. Nele, em Neymar (para variar) e nos equívocos da equipe de arbitragem o Brasil calçou sua terceira vitória em três pelejas pela Copa das Confederações. Que foi merecida, independentemente do apito. O novo atacante do Barcelona manteve o nível de suas atuações anteriores. O camisa 9, enfim, se destacou.
Mas é claro que não há como ignorar os erros do apito e do bandeira nos 90 minutos em Salvador. Um exemplo do que poderá acontecer em 2014 com a Copa do Mundo no Brasil. Times da casa costumam ser beneficados, como a Coréia do Sul em 2002, quando eliminou espanhóis e italianos graças a enormes falhas dos apitadores. Com uma camisa pesada e tradicional como a do Brasil, isso será ainda mais fácil de acontecer no Mundial de 2014.

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Fonte: Footstats
Rashvan Irmatov, do Uzbequistão, é árbitro experiente, mas teve uma atuação fraca e comprometida por um de seus auxiliares, Bakhadyr Kochkarov, do Quirguistão. No primeiro gol brasileiro o assistente não observou impedimento de Dante após a cabeçada de Fred. Em lance de bola parada, esse tipo de erro é inaceitável. Já o apitador uzquebe enxergou falta em lance normal "cavado" por Neymar. A partir da equivocada marcação nas imediações da área italiana, o camisa 10 fez bela cobrança no segundo tento "canarinho". Um belo gol em cima de Buffon!!!!!
Além da participação de Fred em três gols (dois dele e um marcado após cabeçada do camisa 9), o Brasil apresentou novidades positivas. Como Hernanes, substituto de Paulinho e muito mais participativo na saída de bola e na construção das jogadas do que o corintiano. O meia da Lazio deu 45 passes, 43 certos, número próximo do registrado pelo titular diante do Japão, mas a maioria no campo de defesa. O ex-são-paulino apareceu mais para começar os trabalhos com Luiz Gustavo e os quatro defensores.
E os pontos negativos do time "scolariano"? Para variar, foi preciso que Neymar tirasse coelhos da cartola. Mais uma vez ele apareceu com gol e participação no primeiro, que surgiu após cobrança de falta do camisa 10. Outro problema, o time pouco criava até marcar dois gols pelo chamado "Muricybol", ou seja, houve certa dependência da bola parada, já que antes dos dois primeiros gols, a partir de faltas, não foram tantas oportunidades criadas.
E Marcelo, que foi muitíssimo bem no lance do quarto gol, de Fred, chutando para o rebote de Buffon, voltou a errar lá atrás. O lateral-esquerdo do Real Madrid precisa evoluir defensivamente para se transformar num excepcional jogador da posição. Falta a ele um "quê" de Roberto Carlos. Mas o time brasileiro marcou bem, mais uma vez, a saída de bola adversária, no começo do cotejo e no final. Assim nasceu o quarto gol.
Mais uma vez decisivo (chega a ser redundante) Neymar participou menos, com 17 passes (foram 32 diante do México) e exagerou nas faltas, fez seis, mais do que qualquer outro jogador na partida. Ele segue com o vício das "cavadas" (entre faltas reais e "à brasileira" acumulou oito sofridas) e levou vantagem com a arbitragem uzbeque. Mas esse vício pode levá-lo a se dar mal. Contudo, é inegável que ele tenta participar mais do jogo, marcar, e também por isso comete mais infrações. Só não precisa exagerar, como no lance em que tirou Abate do jogo. Imagine se fosse ao contrário. "Neymarzetes" de ambos os sexos e de todas as idades estariam irados(as).
No final, brasileiros e italianos saíram satisfeitos. Os europeus por terem encarado o anfitrião do certame mesmo com desfalques seríssimos (Pirlo e De Rossi) e quase terem empatado quando Maggio cabeceou no travessão e o placar apontava Brasil 3 a 2. Os brasileiros por terem vencido o terceiro jogo na melhor atuação do time de Felipão na Copa das Confederações. Resta saber se o técnico será capaz de observar bem os problemas que seu time apresentou, apesar do triunfo. Afinal, esse foi o melhor teste para sua equipe até aqui. Quais as lições dele tiradas?
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Neymar tomou um cartão amarelo neste sábado: muitas faltas cavadas e cometidas
Neymar tomou um cartão amarelo neste sábado: muitas faltas cavadas e cometidas na vitória sobre a Itália