Thiago Arantes/ESPN.com.br
Ao fundo, o céu e o mar: à frente, a corrida dos jogadores do Taiti
Ao fundo, o céu e o mar: à frente, a corrida dos jogadores do Taiti

Eram 30 homens de vermelho atravessando a rua em direção à praia. O povo olhava com estranheza, meio surpreso, curioso, assustado. Mas não era só o povo que estava meio surpreso, curioso, assustado.
Eram 30 homens vivendo o sonho de uma vida. Uma vida que é modesta, mas está longe, bem longe de ser ruim. Eles moram no paraíso, têm empregos humildes, alguns nem tem emprego, mas não param de sorrir. É um conto improvável, um time de amadores chamando atenção no país do esporte que eles ainda aprendem a jogar.
Eram 30 sorrisos em rostos que se parecem, e nem precisavam ter rostos, porque não são apenas eles que estão ali, é um país inteiro de pescadores, entregadores, alpinistas e sonhadores. Um país que, a rigor, nem é país, mas que ontem fazia seus mais famosos representantes se orgulharem, era o maior país de todos.
Era apenas uma praia, um treino de futebol, um técnico, comissão técnica, dirigentes e seus jogadores. Algo simples, corriqueiro, outro dia tem mais.
Não, não era. Porque aqueles 30 homens jamais estarão ali novamente. Afinal, um homem jamais entra num rio duas vezes, porque não é mais o mesmo rio, nem o mesmo homem.
30 homens não entram para a história duas vezes, porque não será a mesma história. E os taitianos, que mudaram a história do futebol, nunca mais serão os mesmos.