Há quem aposte que, se não se impuser ao Náutico, no Maracanã, o Fluminense afunda de vez. Faz sentido. Depois de nove jogos sem vencer (seis derrotas e três empates), o atual décimo-oitavo colocado do Campeonato Brasileiro está mesmo em vias de entrar para história: seria o primeiro campeão a descer no ano seguinte ao da conquista do título. Como já foi o único, dos chamados grandes clubes brasileiros, a conhecer as escuras profundezas da terceirona. Vejam só o que aguarda o substituto de Vanderley Luxemburgo.
Pessoalmente, acredito que, em espírito, em motivação, em comportamento diante de sua melancólica campanha, o tricolor das Laranjeiras já se sente rebaixado. Há uma aparente conformação na maioria dos jogadores que o Fluminense tem mandado a campo. Como se eles já entrassem "para não perder", vendo num mero empate, seja qual for o adversário, um resultado aceitável, normal.
Seu treinador até aqui devia passar isso aos jogadores. Afinal, era exatamente o que ele deixava claro aos jornalistas nas entrevistas pós-jogo. Não se via nele um líder a transmitir aos liderados uma vontade de vencer como a que, já foi dito em comentário anterior, o Vasco da Gama tem, para citar o outro carioca a um passo da degola. Os jogadores do Vasco, pelo menos, chutam a gol, fazem gols, buscam o ataque como quem quer vencer. Os do Fluminense, não.
Mas não era apenas Luxemburgo o único comandante do barco tricolor a ver, sem reação, seu time ir a pique. Sua atitude mais exaltada, mais inconformada, era contra os árbitros que, segundo acreditava (ou não) prejudicam o Fluminense. Culpar a arbitragem sempre foi o melhor contra-ataque dos perdedores. Para fazer companhia ao treinador, há o gestor do futebol do clube, que assiste impassível a derrocada de um time cujo 2013 ele era um dos que tinha a função de reprogramar. Se não para ganhar o bi, ou para ficar no G4, pelo menos para não estar no lugar onde está. Sua última medida para salvar o Fluminense é tão louvável ou eficaz quanto culpar a bola por se redonda: ele pretende ir aos tribunais para reclamar contra um erro que o árbitro não cometeu.
Está feia coisa nas paragens de Álvaro Chaves. E mais feia ficará se o time não conseguir, em casa, superar o Náutico, saco de pancadas maior neste duro 2013. Vejam só o que aguarda o substituto de Luxemburgo.