terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Presidente da Conmebol recebia US$ 50 mil/mês para manter contratos de TV

De acordo com a justiça uruguaia, o ex-vice-presidente da Fifa e presidente da Conmebol Eugenio Figueredo recebia US$ 50 mil por mês ilegalmente de empresas que comercializavam direitos desportivos.
Extraditado da Suíça, onde ele foi preso em maio, Figueredo se apresentou à corte de Montevidéu na última quinta-feira, onde, de acordo com o promotor encarregado do caso, Juan Gomez, reconheceu os casos de corrupção dentro da Conmebol e foi imediatamente levado sob custódia.
Preso em maio na Suíça, Figueredo se apresentou na quinta (24) em Montevidéu
Preso em maio na Suíça, Figueredo se apresentou na quinta (24) no Tribunal em Montevidéu
“De acordo com as provas recolhidas'', escreveu a juíza encarregada do caso Adriana de los Santos no site do Ministério da Justiça do Uruguai, “Figueredo recebeu grandes somas de dinheiro de empresas que comercializavam os direitos desportivos de várias competições de futebol.''
Segundo o relatório de De los Santos, “além do salário de US$40 mil como presidente da Confederação Sul Americana de Futebol, ele recebia a soma de US$ 50 mil por mês de empresas em troca da atribuição de direitos de TV de torneios Sub-20 e Sub-17.''
Figueredo admitiu, ainda ter recebido mais de US$ 400 mil da empresa Full Play Group SA de marketing esportivo para a manutenção de contratos, usando de  “estratagemas e enganos, em detrimento dos clubes uruguaios e de futebolistas profissionais.''
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Pelas acusações de fraude e lavagem de dinheiro que pesam contra ele, o ex-dirigente enfrenta a possibilidade de uma pena de 2 e 15 anos de prisão. “Mas por causa de sua idade e problemas de saúde pode receber o benefício de cumprir sua sentença em casa, sob supervisão judicial'', informou Gomez.
Preso como parte de uma ofensiva da Justiça Norte-Americana contra os funcionários da FIFA, Figueredo teria dito à justiça, que aceitou subornos de vários milhões de dólares em troca da concessão de direitos de marketing para transmissão de jogos de futebol para uma empresa dos EUA.
Figueredo foi vice-presidente Conmebol entre 1993-2013, ano em que assumiu a presidência da organização. Ele também liderou a Associação de Futebol do Uruguai (AUF) entre 1997 e 2006.

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17h45


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Mossoroense sonha com cidadania americana para se tornar campeão de jiu-jitsu

Foto: Valéria Lima
24 Dez
14:122015
Cezar Alves - Da redação

O mossoroense Gilvan Gomes da Costa, de 23 anos, dito pelo nome, poucos vão conhecer. Talvez os amigos mais próximos, como o advogado Diego Tobias, o identifique com facilidade, faça referência ou puxe aplausos, merecidos, que fique aqui registrado.
Gilvan vem de família de poucas posses em Mossoró. Tem 11 irmãos e procura seu espaço nas artes maciais desde os 13 anos, quando teve acesso a um tatame através do professor Rafael Godoy, na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).
Nestes dez anos, se tornou um promissor lutador de jiu-jitsu (faixa marrom), sem patrocínio. Praticamente trabalhando para competir. Inclusive perdeu dois anos de treinos para estudar e trabalhar nas empresas que prestam serviços à Petrobras e ter recursos. 
Hoje está na faixa marrom, mas poderia estar na faixa preta, se tivesse patrocínio ou existisse estrutura do Estado que possiblitasse treinos associados com albetização e um curso superior.
Competindo, arrastou medalhas e mais medalhas no Brasil, em disputas realizadas no Rio Grande do Norte, Ceará (CE) e Paraíba (PB), tanto com kimono quanto sem. Sempre se saiu bem nas duas modalidades, mas também conheceu derrotas.
No caso, as derrotas serviram apenas para fazê-lo apreender. “Eu não sabia nada e achava que sabia tudo. Era birrento e inclusive minha mãe achava que eu ia ficar mais violento quando começasse a treinar jiu-jitsu. As derrotas me ensinaram mais do que as vitórias”, destaca.
O sonho de ficar entre a elite do esporte nos Estados Unidos da América só crescia, porém lhe faltavam condições financeiras. Por mais que trabalhasse, ainda assim não dava para ter alimentação adequada e tempo para treinar com os mestres de artes maciais. Sonha com a cidadania americana para ir além.
Aventurou-se nos EUA, onde enfrentou o gelo, a solidão e as dificuldades financeiras extremas em Boston para treinar, se alimentar e competir, perder e ganhar. Antes dos Estados Unidos, Gilvan esteve na Itália, em abril de 2014, onde ficou em terceiro lugar.
No mês de outubro de 2014, Gilvan embarcou para os EUA para disputar o NAGA – North American Grappling Association - na categoria meio pesado. As disputas foram em San José. Sagrou-se campeão com kimono e sem, do torneio lutando contra atletas experientes.
Na mesma viagem, disputou o mundial meio pesado na Califórnia e perdeu. Exibe com orgulho o cinturão e diz: “a experiência é o maior prêmio”. Retornou para o Brasil e novamente bateu o visto no Passaporte para embarcar para os EUA.
Desta vez o destino foi Boston e Nova Iorque. Na temporada de 15 dias, disputou New York Open de Jiu-Jitsu e Boston Open de Jiu-Jitsu. Em Boston foi com kimono e em Nova Iorque foi com kimono e sem. Destas competições, ganhou mais duas medalhas de bronze.
Em Curitiba, o mossoroense Gilvan Costa competiu o Curitiba Open de Jiu-Jitsu. Venceu com kimono e ficou em segundo lugar sem kimono. As vitórias fizeram o atleta alimentar ainda mais o sonho de treinar e viver entre a elite dos competidores desta arte marcial nos EUA.
O sonho americano foi enfrentado logo em seguida, no final do primeiro semestre de 2015, Gilvan deixou esposa e demais familiares em Mossoró, fez uma feijoada para arrecadar recursos e foi para Boston. “Eram 80 centímetros de neve quando cheguei lá”, reclama o atleta.
Novamente em território americano, Gilvan disputou competições abertas em Boston, Dallas, San Antônio, Chicago e Pan americano. Sem patrocínio, foram três meses dormindo na academia, casa de amigos, se alimentando com o que tinha. “Fiz boas amizades”, destaca o aluno dedicado do professor de jiu-jitsu de João Paulo Marques no Brasil.

Atleta critica falta de estrutura no Brasil e revela seu grande sonho
O atleta faz uma dura crítica a educação no Brasil. "Não permite oportunidade", diz. Os atletas que se destacam o fazem por conta própria.  ”As escolas não têm estrutura de esportes nenhuma para modalidade nenhuma. "Lá nos EUA eles levam isto muito a sério", afirma.
“No Brasil não existe cultura de patrocínio as práticas esportivas com visão de negócio e principalmente social. Aqui alimenta-se a cultura de "ajuda" e isto não é suficiente. Estas bolsas que o Governo Federal estava dando, tem vários colegas que já estão sem", afirma o mossoroense.
O atleta disse que agora vai procurar trabalhar no setor eólico ou petrolífero, que já tem experiência, no Rio Grande do Norte, para novamente embarcar para competir nos EUA. O sonho americano é muito mais do que competir. “É viver bem”, destaca.
Fez uma revelação: “Meu filho eu quero que venha ao mundo nos EUA”, finaliza.
Gilvan chegou a Mossoró há poucos dias. Treina na Academia Brazilian Top Team, que fica na Avenida Diocesana, perto do Esporte Soccer, no bairro Doze Anos. Esta academia tem filiais em várias partes do Brasil e do mundo, e auxiliam seus atletas nas competições.
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