terça-feira, 27 de março de 2012

Libertadores


19h15 Nacional (URU) 1x0 Alianza Lima Grupo 5 
21h30 Deportivo Táchira 0x0 Nacional (PAR) 6
21h30 Universidad de Chile 2x1 Peñarol Grupo 8

Liga dos Campeões


15h45 APOEL 0x3 Real Madrid
15h45 Benfica 0x1 Chelsea

VÍDEO: Bebida alcoólica não é a única 'ameaça' da Lei Geral da Copa à legislação brasileira

Constituição é o conjunto de leis, normas e regras de um país ou de uma instituição. A Constituição regula e organiza o funcionamento do Estado. É a lei máxima que limita poderes e define os direitos e deveres dos cidadãos. Nenhuma outra lei no país pode entrar em conflito com a Constituição. Pelo menos é assim que aprendemos na escola. Mas a Lei Geral da Copa está aí para mostrar que não é bem assim. Tudo por conta do Mundial de 2014, o Brasil está prestes a aceitar uma série de exigências da Fifa que contradizem a Carta Magna e outras leis em vigência. Bebida alcoólica nos estádios não é o único atentado à nossa legislação. Há outros assuntos mais graves e polêmicos.

Foi por conta desta lei que Joseph Blatter, presidente da Fifa, veio a Brasília na semana retrasada para conversar pessoalmente com a presidenta Dilma Rousseff. Na conversa, a retratação por conta do “pontapé no traseiro” sugerido pelo secretário geral Jerome Valcke e, principalmente, o pedido para que se apresse aprovação do projeto de lei. Blatter não quer nem saber das obras fora de prazo de estádios e infra-estrutura. O que interessa para ele é que o Congresso Nacional seja rápido na aprovação daquilo que mais interessa ao suíço. O motivo é fácil de explicar!

“A Lei Geral é uma boa para a Fifa e para seus patrocinadores. É boa para garantir que eles vendam e lucrem bastante e é horrível para o povo brasileiro. Ela cria um verdadeiro reinado para a Fifa Fifa”, diz o estudante de ciência política Vitor Guimarães, integrante do Comitê Popular de Brasília, que estudou de cabo a rabo a Lei Geral da Copa assim como o conselheiro tutelar Rafael Madeira, que também faz parte da organização.



Assista à reportagem!
“A Lei ataca de fato diversos direitos que foram conquistados pelo Brasil depois de um período grande de ditadura. Está ocorrendo uma modificação da legislação brasileira que vai afastar a população da Copa do Mundo e também vai limitar a possibilidade de se viver uma plena cidadania”, ataca Madeira.

Como se tem discutido bastante, a Lei Geral da Copa fere o Estatuto do Torcedor ao autorizar a venda de bebida alcoólica nos estádios, mas, sem dúvida, esta é a menor das discussões. Outros pontos são muito polêmicos. O comércio popular é proibido nos arredores dos estádios e nas vias de acesso a eles, bares ou restaurantes estarão transgredindo as regras se mostrarem em telões para seus clientes jogos da Copa do Mundo, a Fifa não vai precisar pagar nenhum tostão ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) para registrar suas marcas e a meia entrada estará limitada a apenas um setor – o mais barato – das arenas, entre outras coisas. Tudo isso contradiz nossa leis e faz parte das exigências da Fifa que estão prestes a serem aprovadas pelo Congresso Nacional.

Mas tem mais. Há questões que mexem com a soberania e com o bolso dos cidadãos. Durante a Copa, o Brasil perde a autonomia sobre quem entra no país. “Pela lei, quem vai decidir quem entra no Brasil é a Fifa. Tendo ingresso ou credencial, entra automaticamente”, revela Guimarães, que faz outro alerta: “Todo e qualquer dano por ação ou omissão do governo brasileiro, quem vai ter que bancar é o governo. Então, está muito fácil para a Fifa vir fazer o evento aqui. O Governo banca toda a infra-estrutura e ainda se tiver algum problema quem paga é a União”.

Pois é! Até isso está previsto na Lei. E olha que se trata de um evento privado. Parece uma volta ao Brasil-Colônia. Como os portugueses fizeram durante séculos, a Fifa virá ao Brasil com suas regras e sem a menor chance de ter prejuízo, que, se acontecer, será apenas do anfitrião.

Está mais do que na hora dos deputados prestarem atenção na importância do documento que eles têm em mãos. Há muita coisa a ser discutida. Não trata-se só da bebida. A votação já foi duas vezes adiada, mas isso não aconteceu por conta da discussão do conteúdo do projeto de lei. O que está emperrando é a crise política que envolve a presidenta Dilma e os partidos aliados. Cada um pensando em seus interesses, barganhando politicamente em prol do benefício próprio e não do que é melhor para o país como explicou na quarta-feira Arlindo Chinaglia, o líder do governo na Câmara:

“Nem tudo o que ocorre nós temos o direito de tornar público. Vocês sabem disso. O enfrentamento que ocorre ele traduz uma realidade, mas não toda. Então, há espaço para negociação”.

Ou seja, a transparência é zero! E é na mão deles que nós estamos! Depois de aprovada na Câmara dos Deputados, a Lei Geral da Copa passa pelo Senado antes de ser sancionada pela presidenta Dilma Rousseff. Mesmo se isso acontecer, a Articulação Nacional dos Comitês Populares das 12 cidades-sede da Copa do Mundo prometem brigar na Justiça para evitar que ela entre em vigor.

“Tem alguns artigos da Lei Geral que são flagrantemente inconstitucionais. Então a gente está preparando as peças. Se a lei for aprovada desse jeito, vamos para o Supremo (Tribunal Federal). A gente tem convicção de que pelo menos lá eles vejam que está desobecendo as nossas leis”, finaliza Guimarães.

Caçada a Neymar e Lucas lembra os gloriosos momentos do MMA

Como se não bastasse servir de magnífico trampolim político aos samaritanos presidentes de federações, a pré-temporada com ingresso pago, também conhecida como estadual, está se transformando em ótima passarela para os brucutus desfilarem garbosamente com a faca no bico da chuteira. E sai de baixo!

O que se viu no fim de semana, com uma caçada aos garotos Neymar e Lucas ‘Marcelinho’ no Paulistinha, além de uma gentil e criminosa entrada de Chicão para levar Barcos a pique, foi digna dos grandes momentos do MMA, em que a torcida entra em êxtase, como ‘mata-leão’.

A pérola santista lidera o ranking dos que mais recebem carinho, com a média de sete bordoadas por partida. E o são-paulino beira a cinco.

Outro saudável golpe aconteceu no Gauchinho, mais precisamente aos 11min do segundo tempo de Cruzeiro x Grêmio.

O zagueiro Leo Carioca quebrou literalmente o atacante Kleber, que não é nenhuma flor que se cheire e talvez por isso tenha perdoado o agressor.

O gladiador ficará cinco meses no estaleiro, no mínimo. Balanço do hospital: um prejuízo de R$ 2,5 milhões ao Imortal, já que ele embolsa R$ 500 mil de salário.

Também no Catarininho os trogloditas foram muito bem representados pelo defensor Souza, do Chapecoense: arrebentou Héber, do Figueira. O raio X constatou a eficiência do golpe: fratura na tíbia e na fíbula.

Como nada irá acontecer no octógono da bola, a gloriosa caça à raposa continuará sob os olhares de nobres senhores que não poderiam apitar nem campeonato de pebolim.                 
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O preço da vida. A diligente Federação Paulista de Futebol proibiu a Gaviões e a Mancha nos estádios após a morte do palmeirense André Alves Lezo, baleado na cabeça. Uma medida exemplar: em um passado recente, as organizadas também foram barradas, ficaram fora por um tempo, e depois voltaram belas, formosas e armadas até os dentes.

Sugismundo Freud (by Nelson Rodrigues). Nesta terra, qualquer um é neurótico, inclusive os passarinhos matinais.

Zapping. Esperança de bons fluidos no ibope global, o Dérbi do Pacaembu rendeu 20 pontos de audiência na grande Pauliceia desvairada, esburacada e insegura. O duelo entre o ‘bando de loucos’ e os periquitos em revista empatou com Corinthians x São Paulo, que liderava sozinho o ranking do Paulistinha nesta temporada. O placar dos outros clássicos: Santos x Corinthians – 18 pontos; Palmeiras x São Paulo – 16; e Santos x Palmeiras – 13. Na Band, o confronto de domingo cravou sete. Somando-se as audiências, 27 pontos, 15 a mais que a estreia do reality show ‘The Ultimate Fighter’ na plim-plim.

Twitface. O garoto Neymar completou um time de patrocinadores: o ponta-esquerda é o site ‘Palpiteros’, uma espécie de rede social das chuteiras.

Pica-Pau. Surpreendentemente, o ‘Trio de Ferro’ já conseguiu a classificação para a próxima fase do equilibradíssimo Paulistinha. São Paulo, Corinthians e Palmeiras correram como uma zebra em grande forma, deixando para trás ‘bichos-papões’ – 15 de Piracicaba, Guaratinguetá e a dupla Come-Fogo sem nenhuma chama de Ribeirão. Neymar & Cia. poderão reforçar o trio parada dura na próxima rodada, apesar das reduzidas chances, algo em torno de... 99,999999%.

Tiro curto. Antes mesmo de chegar o primeiro saco de cimento, o Saci colorado já fatura com o novo Beira-Rio: à venda, miniatura do estádio, com luzes e hino.

Amigo de fé. Pelo jeito, o Corinthians já começou a ficar para escanteio depois de reinar por algum tempo no Circo Brasileiro de Futebol. Na reunião com José Maria Marin, o Zé da Medalha, ninguém viu o representante do ‘bando de loucos’ ao lado dos coirmãos São Paulo, Palmeiras, Santos, Lusa, Ponte, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.

Gilete press. De Juca Kfouri, no ‘Uol’: “Poucos fenômenos emburrecedores são tão parecidos como o BBB e o MMA. A inegável popularidade de ambos apenas aumenta a preocupação com o futuro do processo civilizatório.”

Tititi d’Aline. ‘São’ Marcos recusou o convite para ser comentarista. Apesar de sempre ter se dado muito bem com o microfone quando fazia milagres com a camisa dos periquitos em revista, ele acha que ainda está verde para soltar o verbo na TV. Edmundo e Denílson respiram aliviados.

Você sabia que... o rechonchudo imperador Adriano faltou a 67 sessões de fisioterapia após a cirurgia?

Bola de ouro. Dilma Rousseff. Pela segunda vez, a presidenta vetou a tungada que pretendiam dar no FGTS para obras da Copa-2014 e da Olimpíada-2016.

Bola de latão. Valdivia. A turma do amendoim cresceu novamente os olhos para o mago. Diz que no momento agá, como no clássico com o coirmão Corinthians, ele nunca tira um coelho da cartola.

Bola de lixo. Andrés Sanchez. O rei do sorriso detonou o zagueiro Paulo André por espinafrar o Circo Brasileiro de Futebol e exigir drásticas mudanças.

Bola sete. “Marin está sólido na CBF. Tem os escudos de paulistas e cariocas como maior proteção” (de Luiz Zini Pires, no ‘Zero Hora’ – chororô à vista!).

Dúvida pertinente. O Vasco deve apostar em Carlos Alberto (R$ 280 mil/mês) e o Flamengo em Adriano (R$ 380 mil)?

VIDEOBLOG: Torcedor que arruma briga deveria fazer trabalho comunitário em dia de jogo e ser impedido de circular

Um torcedor de 21 anos do Palmeiras morreu, no domingo, após ser baleado em meio a uma briga da torcida de seu time com os rivais do Corinthians. É inacreditável que isso continue. Nós repetimos muito esse assunto, parece um disco velho, e nada muda.

O que me espanta é nossa incapacidade, a incapacidade da polícia e do judiciário, de resolver esse problema. Há quanto tempo temos notícias de pancadaria, matança, torcedor baleado? E já sabemos que não se resume a brigas no estádio, pois muitas são programadas até na internet. Porém, continua sempre tudo igual.

Como ninguém vai preso, ninguém é condenado, isso vai acontecer sempre. Enquanto isso, o prefeito está preocupado com seu novo partido, o governador está preocupado com seu candidato às eleições da prefeitura, as autoridades estão em campanha.

Por que no dia do jogo não se impede esse torcedor, que já foi preso e identificado, de circular? Por que ele não fica o dia inteiro fazendo trabalhos comunitários ao invés de ficar arranjando confusão? Tinha que impedir esse cara de circular. Ou então continuaremos com o velho disco repetindo sempre o mesmo assunto.


Assista ao videoblog desta segunda-feira!

VÍDEO: Proibir torcidas é tolice. PM admite impotência. Guerra continuará

Rede Globo, programa Bom Dia Brasil, segunda-feira, manhã seguinte à batalha da Avenida Inajar de Souza entre corintianos e palmeirenses. No ar uma matéria sobre o conflito. Palavras do Cabo Adriano Lopomo: "Eles começaram a se aproximar, a Polícia Militar ficou no meio das duas torcidas. Mas teve uma hora que a integridade física da gente ficou comprometida e não teve como evitar a aproximação. Eles estavam utilizando fogos de artifício, bombas caseiras, entendeu? E a Policia Militar não teve outra saída a não ser recuar e deixar, infelizmente, praticamente assistir ao conflito" — clique aqui e veja a reportagem.

O cabo da PM de São Paulo em entrevista após o conflito de domingo


Na mesma matéria, policiais aparecem disparando balas de borracha contra torcedores, na tentativa de organizar filas para que corintianos entrassem no Pacaembu, segundo a repórter. Ou seja, numa área com potencial conhecido para conflitos violentos, centenas de torcedores se enfrentaram diante de duas viaturas da PM cujos ocupantes sentiram-se impotentes e nada fizeram. Já na Praça Charles Miller, em frente ao estádio, enorme contingente atacava torcedores porque os responsáveis pelo jogo não conseguiam montar simples filas.

Policiais atiram com balas de borracha em frente ao estádio do Pacaembu
Policiais atiram com balas de borracha em frente ao Pacaembu
Crédito das imagens: Reprodução TV Globo

Não é preciso pensar muito para perceber o quão ruim é a estrategia da polícia paulista nos dias de clássicos explosivos. O que leva o cidadão sem qualquer relação com isso a passar momentos de terror, como os vividos pelos que estavam na Avenida Inajar de Souza na manhã de domingo. O histórico recente de brigas entre integrantes de organizadas dos dois rivais apontava para a enorme perspectiva de confusão. Lideranças das torcidas passaram, mais de oito meses antes, o mapa dos pontos onde acontecem tais conflitos. E esse endereço está lá, registrado. Era possível evitá-lo.

Douglas Karim Silva, torcedor do Corinthians, foi encontrado morto no rio Tietê em 29 de agosto, pouco tempo depois da entrega do mapa à polícia. Ele morreu dois dias antes, após uma briga com palmeirenses. Uma das versões que circulam entre corintianos é a de que o rapaz foi morto na "trairagem", em represália após uma briga marcada (sim, isso mesmo, uma briga devidamente agendada) na qual os alvinegros teriam ido com o dobro de integrantes. Na volta após a batalha, palmeirenses teriam encontrado dois torcedores do clube rival. Doulgas seria um deles.

O troco estava encomendado. No submundo das torcidas, muitos falavam que neste domingo os alviverdes levariam o troco. Comentários sobre a briga, a vingança, circulavam nas redes sociais. Veja, abaixo, reprodução do twitter com informação registrada na véspera da partida, em 24 de março. Na visão de palmeirenses, os rivais quebraram um "acordo" na briga do ano passado.

Conflitos acertados como esse podem ter algumas regras, como não chutar o "inimigo" caído no chão e não levar arma de fogo. Duelos regionalizados para quem apenas deseja... brigar. Foi assim até que algumas falhas no acordo aconteceram e o cenário foi ficando pesado, alcançando o estágio atual, um dos piores na história da rivalidade entre integrantes de organizadas dos dois rivais.

Reprodução de tuitada feita na véspera do conflito da Inajar de Souza
"Tuitada" feita na véspera do conflito da Inajar de Souza: surpresa?
Crédito da imagem: Reprodução

Tudo isso reforça a ideia de que, para muitos integrantes de organizadas, as brigas são uma oportunidade de extravasar. Eles têm prazer pelo confronto, curtem a adrenalina do combate. É assim no mundo inteiro! Que fique claro, o texto não faz uma defesa de tal comportamento, mas apenas uma constatação. Assim, a inócua proibição da Federação Paulista, que promete não mais permitir que Mancha Verde e Gaviões da Fiel entrem nos estádios, vetará no máximo camisas, bandeirões e faixas. Quem quiser brigar, continuará brigando, até porque o ringue não costuma ser o local do jogo, o que está bem claro.

Integrantes dessas facções que não participam de tais confusões e querem mesmo apoiar seus times sairão perdendo. Só falta proibirem as torcidas de vez e empurrarem esses grupos para o anonimato, como na segunda metade dos anos 1990. Sem saber quem são eles, qual o nome do líder, como se estruturam e o que pretendem fazer, os policiais ficarão em dificuldades ainda maiores na tentativa de contê-los. Se fosse tão simples assim eliminar o problema, proibindo as torcidas, brigas como a de domingo não mais existiriam há pelo menos 15 anos.

Falta inteligência, estudo, trabalho, conhecimento do problema. Há muito tempo o cenário não era tão favorável a quem deseja brigar com outra torcida. E se a vingança corintiana estava no ar há meses, a palmeirense, claro, entrou na fila. Ou alguém acha que essa história triste vai parar por aí? A guerra continuará.




Clique no player e veja a análise feita no programa Linha de Passe

Comandante volta da folga e diz: 'Legislação é forte, mas penas são brandas'

No início da tarde de segunda-feira, o tenente-coronel Carlos Celso Savioli, comandante do 2o Batalhão de Choque da Polícia Militar, abandonou sua folga e voltou ao trabalho. Extremamente educado, falou sobre todos os problemas que envolveram a morte do torcedor palmeirense André Alves, de 21 anos. Falou também sobre o preparo da Polícia Militar para enfrentar o problema da violência. Leia a íntegra:

PVC - Falamos sobre o problema da legislação, mas também sobre o preparo da PM para cuidar do problema. Qual o maior entrave?
TENENTE CORONEL SAVIOLI -
As duas coisas. Quando se fala que havia dois carros da Polícia Militar na Inajar de Souza, essa região tem o cuidado do Policiamento da Capital. Não é ligado ao Batalhão de Choque. Minha área é estádio. Então, eu faço relatório com os locais de risco de conflitos. Havia outros lugares onde poderia haver conflitos. Outra questão é que o jogo era às 16h, o que significa que nosso contingente estava preparado para cuidar dos locais a partir do meio-dia.

PVC - Mas ano passado, houve um problema na Avenida Inajar de Souza à noite, num dia de jogo às 16h em Presidente Prudente, a 550 km da capital. Não poderia haver problemas no domingo de manhã, ontem?
TENENTE CORONEL SAVIOLI -
Poderia. Vamos dizer que houve erro de avaliação? Veja, havia outros locais onde poderia haver problemas. Havia cuidados no Terminal Carrão, no Largo do Paissandu, no centro. Fazemos os relatórios para o policiamento de área. Fizemos o que dava para fazer.

PVC - Então vamos voltar à raiz do problema. Desde 1995, pelo menos, fala-se em legislação específica, mas a questão parece ser de Polícia e de Justiça.
TENENTE CORONEL SAVIOLI -
É isso. Por isso, eu tenho falado que é preciso fazer todos os esforços necessários para conter esse problema. É preciso unir sociólogos, psicólogos. Fala-se que é preciso extinguir as torcidas uniformizadas, mas eu tenho insistido em dizer que a violência agora está fora do estádio. É preciso discutir esse assunto a fundo, porque ele vai ser muito mais sério do que o problema de ontem permite pensar. Hoje, já temos pelo menos 30 torcedores proibidos de entrar nos estádios.

PVC - O senhor diria que o problema é do Legislativo e do Judiciário?
TENENTE CORONEL SAVIOLI
- Veja, há três anos fizeram uma legislação extremamente forte, com o Estatuto do Torcedor. Mas as penas são brandas. Se você olhar para a legislação, o Estatuto do Torcedor hoje resolve tudo, mas as penas são leves. Há o processo, o torcedor leva tempo para ser julgado e as penas são revertidas em cestas básicas.

PVC - Então o Legislativo não legislou a contento?
TENENTE CORONEL SAVIOLI -
A lei é bem forte.

PVC - No passado, havia comandantes como o Tenente Coronel Vilar, que estudaram na Inglaterra, conheceram o relatório Taylor, se aprofundaram no problema. A impressão hoje é de que não é assim. O senhor estudou o assunto fora do Brasil?
TENENTE CORONEL SAVIOLI -
Eu estudei pelo Brasil. Li tudo o que saiu no Brasil, teses sobre o assunto.

PVC - Mas o senhor viajou pelo Brasil, foi ao Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul...?
TENENTE CORONEL SAVIOLI -
Não.

PVC - Pessoalmente, o que sempre me incomodou foi tratar o assunto como uma culpa do futebol, em vez de tratar de um problema de segurança pública...
TENENTE CORONEL SAVIOLI -
Aí você matou o problema.

PVC - O problema não é do futebol, mas da Polícia e da Justiça... Falou-se sobre legislação específica, mas o que aconteceu ontem na Inajar de Souza foi homicídio.
TENENTE CORONEL SAVIOLI -
Aí você chegou ao xis da questão. Tirou o coelho da cartola. É homicídio.