sexta-feira, 2 de outubro de 2015

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Diretora admite mentira em livro e deixa cargo no Comitê Olímpico do Brasil

  • Divulgação / Rio-2016
    Christiane Paquelet, agora ex-dirigente do COB
    Christiane Paquelet, agora ex-dirigente do COB
O COB (Comitê Olímpico do Brasil) anunciou nesta quinta-feira (01) a saída de Christiane Paquelet, que ocupava a diretoria cultural da entidade. A ex-nadadora deixou o cargo após ter admitido que mentiu sobre ter participado dos Jogos Olímpicos de Munique-1972 - a história inverídica foi publicada no livro "Atletas Olímpicos Brasileiros", escrito pela pesquisadora Katia Rubio.
"Christiane Paquelet admite que não compareceu aos Jogos Olímpicos de Munique 1972, não sendo, portanto, atleta olímpica e, por esse motivo, já apresentou suas desculpas à Professora Katia Rubio", disse o COB em nota oficial.
Reprodução
Trecho do livro em que Christiane Paquelet diz ter participado das Olímpiadas de 1972
A história sobre a mentira foi contada na segunda-feira (28) por Daniel Brito, blogueiro do UOL Esporte. Na terça, também em seu blog no UOL Esporte, Juca Kfouri revelou que a responsável era Paquelet.
"Lamento muito esse desfecho [saída da Christiane do COB]. Minha vida segue e a pesquisa também, já a vida da Christiane parece que começa um novo capítulo a partir de agora. Foram horas de entrevista, e pelo que sei agora foi tudo ficção do começo ao fim. Não havia intenção de me prejudicar, sacanear, nada disso. 'Só' queria figurar entre os olímpicos. Ela sendo da memória do COB. O desejo de ser olímpico foi maior que a prudência da verdade", disse Katia Rúbio, autora do livro, ao UOL Esporte. A autora disse ainda que descarta entrar na Justiça contra Paquelet por falsidade ideológica ou danos morais.
Museóloga e diretora cultural do COB, Paquelet era uma das responsáveis pela preservação da memória olímpica do Brasil. Na última quarta-feira (30), ela foi cobrada publicamente por Carlos Arthur Nuzman, presidente da entidade. "Entendemos que ela deve explicações", disse o dirigente em entrevista coletiva.
Paquelet esteve no COB na manhã de quarta-feira, mas saiu antes de ser cobrada internamente. Ela ainda não se pronunciou sobre o que a levou a contar a história distorcida.
O livro de Katia Rubio compila histórias de atletas brasileiros que foram aos Jogos Olímpicos, incluindo reservas e os que foram cortados antes de competir. Como não existe registro documental completo sobre os esportistas que não participaram efetivamente das disputas, a pesquisadora se baseou muito no declaratório.
"Essa pesquisa toda é norteada pelo ponto de vista do narrador. Tenho, por exemplo, dois ou três atletas que participaram de um mesmo episódio. As versões discordam completamente uma da outra, mas não é sobre uma questão objetiva como ter ido ou não aos Jogos. A fala do sujeito é muito importante para mim do ponto de vista da mobilização emocional do atleta que vai aos Jogos Olímpicos", explicou Katia.
Outros entrevistados contaram histórias que a pesquisa de Katia conseguiu derrubar. No caso de Paquelet, porém, a autora foi alertada apenas quando o livro foi lançado. "Consigo entender a indignação dos atletas que foram olímpicos. O nível de mobilização de uma pessoa para chegar a ser olímpico é fora de propósito, e ela se sente furtada nessa realização. Talvez por isso essas questões estejam ganhando tamanha repercussão", teorizou a pesquisadora.
Caso de Paquelet não é a única polêmica do livro
O livro com perfis dos atletas é resultado de 15 anos de pesquisas e resultou em 1.796 representantes do esporte brasileiro. O caso de Paquelet, contudo, não é o único controverso. O ex-nadador Zequinha Santos também fez um relato confuso sobre os Jogos Olímpicos de Moscou-1980.
Zequinha, que tinha 16 anos na época dos Jogos, disse ter sido reserva da equipe brasileira no revezamento 4x100m livre. No entanto, a prova sequer fez parte do programa de Moscou-1980 – foi incluída na edição seguinte, em Los Angeles-1984.
O caso foi relatado por Renato Cordani, ex-nadador e blogueiro especializado no assunto. "Quem me alertou foi o filho de um olímpico que tem. Ele falou que o Zequinha estava no livro e que dizia ter ido a Moscou-1980. Todo mundo achou um absurdo", disse Cordani, que é sete anos mais novo do que Santos e chegou a ser rival dele nas piscinas nacionais.
"É fato que ele não foi. Não sei como ou por que ele conta detalhes. Desde ontem ele não entrou em contato comigo ou com ninguém", completou Cordani.
UOL Esporte tentou contato com Paquelet e Zequinha, mas nenhum deles foi encontrado para comentar as acusações. Katia Rubio disse ter revisto os vídeos das entrevistas após as acusações de fraudes e reafirmou o conteúdo publicado.