segunda-feira, 4 de julho de 2016

Após tesoura de corintiano Fagner, Ederson para por um mês no Flamengo

No lance em questão, o árbitro Heber Roberto Lopes nem sequer assinalou falta, tampouco puniu o atleta do Corinthians com o cartão amarelo.
Ao reclamar da infração, o técnico interino Zé Ricardo foi expulso. O Flamengo terminou a partida dirigido por Jayme de Almeida do banco de reservas.
"Só falei que o Fagner não acertou a bola. Cada um com a sua consciência. O Fagner tentou atingir a bola, mas foi um carrinho forte. Pegou e acertou o Ederson. Não falei nada agressivo, levantei o braço, o que talvez tenha chamado a atenção dele. Mas acho que a minha expulsão foi um ato covarde. Não sei se ele faria o mesmo com outro treinador", afirmou Zé Ricardo.

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Apelo aos pais de meninas

"Acho que você deveria parar de falar de futebol na Folha. Mulher no futebolou é macho ou é mera companhia do marido ou do namorado no estádio".Recebi essa mensagem no Facebook. Ele continua: "Mas, apesar dos pesares,gosto das críticas que você faz à CBF". O problema não é o conteúdo do queescrevo, mas o fato de eu ser mulher.
O que me incomodou, de fato, foi o trecho a seguir: "Outro dia impedi umcolega de trabalho de matricular a filha na escolinha de futebol". Senti umatristeza enorme por essa menina que nem conheço, mas que representa arealidade de tantas outras.
Pesquisa da marca Always mostra que sete em cada dez garotas sentem quenão pertencem ao mundo do esporte, a metade delas (53%) abandona aspráticas esportivas até os 17 anos. Os números fazem parte da campanha"Continue jogando #tipomenina".
Depois dessa idade, o esporte perde o caráter lúdico e passa a ser apenasfuncional na vida das meninas, segundo dados do Olga Esporte Clube, umaparceria entre a ONG Think Olga e a embaixada britânica. Para 53%, aatividade física  faz parte de sua vida para emagrecer.
Faz sentido, não conheço nenhuma garota que pratique esporte coletivo,como os homens têm o seu futebol semanal, por exemplo. É um desafio paraas meninas, o preconceito e a falta de estímulos estão em toda parte.
Ainda segundo a Always, para 36% das pessoas, as meninas são piores emesportes do que os rapazes, apenas 35% delas é incentivada por amigos efamiliares. Uma amiga contou que a filha de nove anos treina futebol de salãoe society. Desde os cinco anos, a garota enfrenta resistência de coleguinhas deambos os sexos, que dizem que ela parece um menino e que futebol não écoisa de menina.
Esse preconceito não nasce com as crianças. Vem da educação que recebemem casa e muitas vezes na escola. "Minha filha começou a jogar futebol comnove anos  com meninos e roubava, como ninguém, a bola dos machinhos.Os pais ficavam fulos da vida. Cansei de ouvir: seu bosta, uma menina estároubando você", me disse a jornalista Márcia Pereira. Hoje, a garota tem 22anos e joga futebol em uma universidade na Argentina.
Meninos não deveriam ser criados com regalias e nem com cobrançasexageradas. Eles não precisam ser melhor do que as meninas em nada. Énessa fase tão delicada que se aprende conceitos sobre igualdade. As meninascrescerão com mais autoestima e confiança, enquanto eles sentirão menospressão para que sejam super-heróis.
Meu pai me ensinou a esquiar na água quando eu ainda era muito pequena.Pratiquei todo tipo de esporte. Com nove anos ganhei uma Mobilette, emsociedade com meu irmão, um ano mais novo –sim, hoje parece loucura.Sempre tivemos os mesmos direitos e deveres. Isso certamente teve efeitopositivo em minha formação e fez do meu irmão um homem que trata asmulheres de igual para igual.
Faço um apelo aos pais e mães de menina. Deem mais do que amor eeducação para sua filha. Incentivem, inspirem, encorajem que ela não apenaspratique esporte, mas escolha aquele que mais gosta. Não existe modalidadede menino ou de menina. Restringir as opções de uma criança dessa forma édizer desde cedo que ela é incapaz apenas porque nasceu mulher. 

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