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Dívida do Bota aumenta para R$ 845 mi e a do Flamengo diminui

Clube tem déficit de mais de R$ 174 milhões em 2014 e ultrapassa Flamengo na ponta do ranking do endividamento. Rubro-Negro se destaca por ter maior equilíbrio fiscal

Por  em abril 29, 2015
O ranking de endividamento dos clubes brasileiros tem um novo líder. O Botafogo fechou 2014 com déficit de R$ 174,8 milhões – o maior dos últimos quatro anos no clube – e agora tem incríveis R$ 845,5 mi de débitos a quitar, um aumento de 20% em relação ao valor divulgado no final do ano anterior, que era de R$ 698,8 milhões. O Alvinegro ultrapassou o Flamengo, que está justamente no caminho contrário. O Rubro-Negro diminuiu sua dívida de R$ 757,4 mi para R$ 697,9.
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Os números são de um levantamento realizado pelo consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, que tem como base o balanço financeiro publicado pelos clubes. Os dois rivais cariocas são os melhores exemplos do estudo. O Botafogo, pelo lado negativo, e o Flamengo, pelo lado positivo. O descontrole administrativo da gestão anterior no Glorioso, segundo Amir, deixou um rombo e poucas perspectivas ao clube. O motivo é uma conta simples: nos últimos quatro anos o Botafogo gastou muito mais do que arrecadou.
– No ano passado o déficit foi de quase R$ 80 milhões, neste ano de R$ 174 milhões. Se pegarmos os últimos dois anos, somar os dois déficits, estamos falando de valores fora da realidade. Estamos falando de um clube que não tem como operar com esses números. No mesmo período as receitas caíram. De R$ 181 milhões em 2013 passou para R$ 163 em 2014. O resultado é a maior dívida de um clube brasileiro – analisa o autor do levantamento, Amir Somoggi.
Para o consultor, outra razão para o aumento considerável do valor é a inadimplência do clube. Boa parte desse acréscimo vem de juros e correções monetárias. O ex-presidente botafoguense, Maurício Assumpção, deixou de pagar encargos salariais e recolher impostos e apostava no parcelamento da dívida por meio do Proforte, nome do projeto inicial da MP do Futebol, assinada em março pela presidente Dilma Rousseff e que ainda está em análise no Congresso. Para Amir, a solução do clube pode estar justamente no programa proposta pelo governo.
– O Botafogo parou de pagar todos os impostos e isso foi cobrado com juros. Essa é a maior despesa. Só com questões trabalhistas, a dívida era de 109 milhões, a dívida fiscal era R$ 129 mi e foi para R$ 197 mi. A irresponsabilidade da gestão em parar de pagar, gastar mais do que devia, é o drama do clube. Se o Botafogo se mantiver perdendo milhões, será o fim. A MP é essencial. Eles vão ter que pagar por mês, e para o Botafogo é melhor pagar de vez – analisa o especialista.
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Flamengo no outro extremo

A saída para o Botafogo é aumentar as receitas, diminuir os gastos e manter um time competitivo. Parece uma equação improvável, mas o clube tem um bom exemplo ao lado. Para Amir Somoggi, a postura dos últimos anos no Flamengo é referência pra os demais clubes brasileiros. Desde 2012, o Rubro-Negro conseguiu diminuir sua dívida em mais de R$ 100 milhões. No mesmo período, a receita aumento R$ 135 mi.
– O Flamengo é um case. É um clube que, segundo seu balanço de 2012, tinha dívida de 800 milhões. É um número absurdo, impagável. Agora já caiu para R$ 697 milhões. O que eles fizeram? Incrementaram a receita, resgatando a credibilidade junto ao governo, dobrando os ganhos com patrocínio e mantendo um equilíbrio. O clube tem dívida enorme, isso é indiscutível, mas quando se compara com a receita é muito mais equilibrado. Está caminhando para a normalização total.
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Mesmo com a tentativa de um equilíbrio administrativo e financeiro, Amir Somoggi ainda acredita que o Flamengo possa melhorar sua situação se ter mais excelência em seu principal setor: o futebol.
– O que está faltando é eficiência no departamento de futebol, é acertar o rumo do futebol. Ir para Libertadores todo ano, chegar à final, entrar sempre como favorito nas competições. Isso gera renda de bilheteria, de premiação e dá um incremento no programa de sócio-torcedor – analisa.

Flamengo: o complicado equilíbrio entre finanças e futebol

Nunca gostei muito do assunto extra campo. Políticas, alianças, federações, arbitragem e balancetes jamais foram meus assuntos prediletos em relação ao mundo esportivo. Contudo, como estamos em uma nova pré-temporada, “campo e bola” ficam meio esquecidos, e o foco se volta para a política e bastidores do Flamengo.
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Dando uma olhada nos noticiários recentes sobre os balanços fechados dos grandes clubes, foram divulgados os resultados em relação ao ano de 2014. Cruzeiro e Atlético-MG fecharam o ano no vermelho. A Raposa ficou devendo 38 milhões, e o saldo negativo do Galo fechou na casa dos 48 milhões. Some-se a isso as dívidas monstruosas do Corinthians, que não param de ser noticiadas (mesmo com pouco destaque) e o panorama para o futebol brasileiro parece sombrio.
A exceção nesse noticiário é (quem diria!) o nosso Flamengo. Com uma gestão que vem sendo incensada mundo afora (até notícias no New York Times e BBC foram veiculadas – LEIA AQUI), o clube rubro-negro fechou o ano no azul e vem pagando dívidas, reduzindo um passivo que estava quase incontrolável. Ainda estamos longe do ideal, conforme afirmam os dirigentes. Porém, com mais um ou dois anos nessa pegada, o clube terá um fôlego como a muito não se via na área financeira.
flamengo 01Mas, agora fica a questão: a torcida terá  a paciência que vem demonstrando até agora?
A matemática parece não jogar a favor nesse caso. A torcida começa a exigir jogadores de renome, ingressos baratos, camisas “limpas” sem uma enxurrada de patrocinadores e outros pontos que nos tornariam uma potência. Por outro lado, como continuar com a ideia de austeridade sem recursos para investir? Como pagar salários milionários sem patrocínios na camisa? Como colocar ingressos mais acessíveis, sem um programa sócio torcedor com uma adesão da grandeza do Flamengo?
Além disso, as taxas cobradas pelo Maracanã, tungam e sangram os cofres rubro-negros a cada partida realizada em suas dependências. Se a diretoria começa a jogar em outras praças, a torcida reclama. Se pagam as taxas do Maracanã, reclamam.
Como você pode perceber, é uma situação difícil e a balança fica sempre mais complicada de se equilibrar.