segunda-feira, 4 de abril de 2011

ÁUDIO: Muricy Ramalho é o novo treinador do Santos

O técnico Muricy Ramalho acertou sua ida para o Santos na tarde desta segunda-feira, revela a colunista do Grupo Estado Sônia Racy. O treinador estava sem emprego desde que deixou o Fluminense há 21 dias e havia pedido um mês de férias antes de negociar com qualquer outro clube.

Poucos depois de deixar o Rio de Janeiro, porém, Muricy já dava a entender que poderia assumir o time da Vila Belmiro. O presidente do Santos, Luís Álvaro Ribeiro, chegou a fazer um convite de trabalho ao treinador publicamente. Uma reunião foi marcada para esta segunda-feira, indicando que as férias de Muricy estavam próximas do fim.

Muricy já treinou outras sete equipes paulistas. Começou no São Paulo, em 1994, onde voltou dez anos depois para ser tricampeão brasileiro. No São Caetano, venceu o Campeonato Paulista de 2004, e mais recentemente, entre 2009 e 2010, teve passagem frustrada pelo Palmeiras. Além disso, treinou por períodos curtos Ituano, Guarani, Botafogo-SP e Portuguesa Santista.




 

Português

16h15 Nacional da Madeira 1x0 Paços Ferreira

Goiano

20h30 Atlético-GO 2x3 Anapolina

Espanhol

16h00 Almería 1x3 Athletic Bilbao

Patricia Amorim: 'O Love é o primeiro nome da lista'

Rio de Janeiro (RJ)
O torcedor que ficou desolado com a ida de Adriano para o Corinthians, com medo de que o Flamengo não iria atrás de um atacante para a disputa do Brasileirão, pode ficar sossegado. A presidente rubro-negra Patricia Amorim confirmou ao MAIS que a contratação de Vagner Love é o principal objetivo do time para o segundo semestre.
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- Há um interesse recíproco do clube e do jogador, mas não está simples. Para isso se materializar tem uma distância grande ainda. De coração e de vontade, o Love é o primeiro nome da nossa lista. Mas futebol é muito dinâmico, pode ter alguma outra oportunidade de negociação mais vantajosa para o clube. Os russos estão dificultando muito - admite a presidente, que deve começar a cuidar da negociação  assim que o time acertar o patrocínio e as cotas de televisão, que devem vir mesmo da Globo:

(Love deixou saudade na torcida do Flamengo - Crédito: Cleber Mendes)

- Nesta semana, o Flamengo precisa focar no contrato de transmissão e depois no patrocinador, para depois termos o dinheiro para contratar. Comigo, só depois de assinado é que confirmo. Só apresentei o Ronaldinho depois de assinado. A foto com o Obama idem. Mas se for levar em conta que o Corinthians e os três grandes do Rio fecharam com a Globo, a tendência é essa também.

 

O Santos parou

ERAM 36MIN do primeiro tempo quando Felipão trocou Adriano por Luan. Sua intenção era clara. Neymar vencia a marcação de Cicinho e contava com o apoio de Léo, desmarcado. Luan entrou pela esquerda, marcando Pará. Patrick trocou de lado para acompanhar o lateral esquerdo do Santos.
Ainda que o Santos tenha tido chances de marcar, o jogo mudou. Marcado, o Santos caiu. Manjado depois do ótimo 2010, o time de Ganso e Neymar não lembra nem de longe o dirigido por Dorival Jr. no primeiro semestre de 2010.
Pegue os números como exemplo. Ano passado, 176 gols em 74 partidas, média de 2,37 por jogo. O melhor ataque do Paulistão continua com 40 gols em 20 partidas no ano. Não é pouco para um time comum. Mas ninguém julga o Santos assim, um time normal.
O clássico serviu para o Palmeiras se afirmar. O último campeão paulista sem vencer clássico foi o São Paulo de 1989. O Palmeiras teria de superar esse trauma e chegar às finais sabendo que teria a desconfiança geral. Ganhar da Ponte, do Mirassol, do Oeste, tudo bem. Mas e os clássicos?
Felipão viu seu time ganhar na Vila. Antes, empatou com São Paulo e perdeu do Corinthians, único revés do ano. Hoje, pode se orgulhar de o Santos não tê-lo vencido desde que virou a coqueluche do futebol brasileiro, com Ganso e Neymar. Perdeu três e empatou um clássico contra o Palmeiras.
O Santos vive da fama de 2010. Dos jogos importantes de 2011, ganhou do São Paulo, perdeu os outros clássicos e não venceu na Libertadores. O Palmeiras dá demonstrações de que pode ganhar título no primeiro semestre. Mas falta a diretoria resolver o velho incômodo dos atletas, que não sabem se terão prêmio por qualquer conquista. Não é preciso pagar. Só avisar.

CRAQUE-PROBLEMA
O Atlético-MG demitiu Ricardinho e Zé Luís após o revés ante o Prudente. Na entrevista sobre a demissão, hoje, será dito que a saída do meia melhorará o ambiente.

GOL DE PLACA
Lucas fez uma obra-prima ao passar por toda a defesa do Mirassol e chutar para o gol vazio. O time de Carpegiani é oito ou 80. É rápido, insinuante, mas há jogos fracos demais. Um risco nas finais.

Palmeiras maduro

A AFIRMAÇÃO que faltava ao Palmeiras, pelo menos no Campeonato Estadual, aconteceu na Vila Belmiro, onde, aliás, é histórica a supremacia paulistana. O time é líder e pode sim ser campeão.
E não foi apenas porque Kleber não perdoou ao receber um passe fabuloso de Patrik. Foi também porque -apesar de ter visto Paulo Henrique Ganso, fora de ritmo e ausente, perder gol feito no primeiro tempo, e Deola fazer milagre no segundo em cabeçada de Durval- soube suportar quando o Santos pressionou e ser até mais agudo nas chances de gol, com duas bolas na trave mandadas por Marcos Assunção, uma em cada tempo.
Ainda sem a força ofensiva que Luiz Felipe Scolari quer e sem a qual o Brasileirão será um sofrimento, o Palmeiras já é uma equipe equilibrada, que está longe de encantar, mas que, não por acaso, tem a melhor defesa do Paulistinha, com apenas seis gols sofridos em 17 jogos, 0,35 gol por partida.
Se não brilha, é um time duro de roer, e ontem ganhou definitivamente a confiança que lhe permite brigar por seu 23º título estadual de igual para igual com os outros três grandes que, lembremos, estão atrás dele.
Pena que a mesma altivez não se materialize fora de campo, como se vê mais abaixo.
A Arena Barueri já merece ter sua primeira placa na parede depois do golaço de Lucas na magra vitória do São Paulo sobre o Mirassol.

PODER DELEGADO
O Corinthians acha que não, que muito ao contrário e, na qualidade de primeiro a sair do Clube dos 13, argumenta que os clubes, com quatro auditores que indicarão, terão mais controle do que tinham no Clube dos 13 sobre o "fundo de custeio" que o contrato com a Globo entrega à CBF e à emissora, como Bernardo Itri e Paulo Vinicius Coelho revelaram ontem.
Mas é evidente que os clubes retrocederam mais de 20 anos em relação ao poder que detinham, numa clara abdicação da hegemonia alcançada em 1987 com a fundação do C13. Soa até escandaloso.
E o alvinegro garante não estar preocupado com o movimento do Flamengo para continuar a ganhar mais que o líder de audiência em São Paulo.
Porque, segundo argumenta seu diretor de marketing, Luís Paulo Rosenberg, no contrato com o Corinthians há uma cláusula que estabelece paridade. "Tomara que o Flamengo arranque mais mesmo", deseja ele. A conferir.

O problema do Palmeiras mudou. Agora é ter sido descoberto

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Felipão pensava em chegar à fase final do Paulistão sem fazer alarde. Queria ficar entre os quatro, não fazia questão de estar entre os dois primeiros. Em terceiro, quem sabe, enfrentaria um pequeno nas quartas-de-final e fugiria do melhor time da primeira fase na semifinal. Com sorte, um pequeno eleminaria o clássico da penúltima fase e o time se aproximaria discretamente da decisão.

Não vai ser assim, porque a liderança pela sexta rodada -- ninguém ficou mais tempo na primeira posição -- faz o Palmeiras ser notado. O time deixou de ser azarão, ainda que seja apontado como o elenco mais pobre dos quatro grandes. O que não é verdade absoluta, dada a dificuldade para o Corinthians encontrar substitutos para Dentinho, Jorge Henrique e Alessandro, quando estão ausentes.

O Palmeiras chegará às finais confiando na organização defensiva e no talento de dois jogadores: Kléber e Valdivia. É possível ganhar o título, sim. E é melhor tentar isso com o elenco confiando nisso, depois de vencer o clássico contra o Santos.

Mas, agora, os adversários também sabem disso

O Palmeiras lutador de Felipão

e

O que um time tecnicamente limitado pode fazer diante de um adversário muito mais qualificado? E se o confronto acontecer fora de casa? Por característica, não havia como o Palmeiras enfrentar o Santos de igual para igual, era necessário marcar, recuperar a bola e não vacilar nos contra-ataques. Esse era o jogo.

Ao Santos, o melhor ataque do campeonato, faltou definição. Zé Eduardo passou boa parte do tempo aberto pela direita, prendendo o lateral Rivaldo e abrindo corredor para Elano, que venceu o duelo com Marcos Assunção, que o acompanhava.

Mesmo com liberdade de circulação e com Neymar e Zé Eduardo pelos lados, o meio-campo se abria para PH Ganso, centralizado, e podendo chegar na área pela porta da frente.

No segundo tempo, Felipão continuou enxergando tudo e manejando sua equipe de acordo com as possibilidades oferecidas pelo grupo. Com Luan no lugar de Adriano ainda na primeira etapa e, depois, com João Vitor no de Lincoln, o meio-campo reduziu os espaços e passou a jogar mais próximo da defesa, que foi brilhantemente testada por Neymar.

O Palmeiras continua fazendo o que pode, jogando no limite, enquanto o Santos, este sim capaz de dar espetáculo, permanece longe de ter sua formação ideal e sem conseguir formar uma equipe de verdade.

Apaixonado e cruel, o torcedor santista chamou Ganso de mercenário. E assim encontrou um culpado pela derrota.

Depois de uma cirurgia no joelho e sete meses de recuperação, não existe milagre. Ganso mantém as mesmas características, apesar de fisicamente permanecer muito distante do que o time precisa, principalmente numa partida contra um adversário grande e bem organizado.

A vitória palmeirense foi justa. O time de Felipão está próximo do máximo enquanto o Santos ainda apresenta o mínimo, apesar dos números.

SANTOS 0 X 1 PALMEIRAS
Local: Estádio Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Vinicius Furlan
Assistentes: Giulliano Neri Colisse e Fábio Rogerio Baesteiro
Assistentes adicionais: Luiz Flavio de Oliveira e Raphael Claus
Cartões amarelos: Elano, Neymar, Adriano e Durval (Santos); Danilo, Rivaldo, Patrik e Cicinho (Palmeiras)
Gol: Kleber, aos 33 minutos do segundo tempo

Público: 10.719
Renda: R$ 447.102,82

SANTOS: Rafael; Pará (Felipe Anderson), Durval, Edu Dracena e Léo; Adriano, Danilo, Elano e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Zé Eduardo (Keirrison)
Técnico: Marcelo Martelotte

PALMEIRAS: Deola; Cicinho (Chico), Danilo, Thiago Heleno e Rivaldo; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Patrik e Lincoln (João Vítor); Adriano (Luan) e Kleber
Técnico: Luiz Felipe Scolari

Zebras dão as caras e estaduais empolgam minoria de milhões

Os estaduais estão realmente empolgantes. Supimpas. Nunca se viu tanta surpresa com a bola rolando, para felicidade de uma minoria de milhões de torcedores. Que o digam as estatísticas do ‘chancedegol.com.br’.

No Paulistinha, por exemplo, Palmeiras, São Paulo, Corinthians e Santos têm somente 100% de chances de classificação para as quartas de final. Um feito extraordinário, obtido há um batalhão de rodadas.

Mais quatro azarões comandam a corrida por vaga às semifinais do returno no Carioquinha: Vasco (98,4%), Botafogo (74,5%), Fluminense (73,5%) e Flamengo (65,6%). Pequeno detalhe: o urubu rubro-negro já soltou o grito de campeão no turno e está na final.

No pão de queijo do Mineirinho, novos sabores rumo ao forno: Cruzeiro (100%), América (99,8%) e Galo (99,4%).

No Gauchinho, tudo indica que Grêmio (100%) e Internacional (99,9%) dificilmente deixarão de quebrar a rotina de conquistas de Caxias, Lajeadense, Juventude...

O Pernambuquinho também entrou na dança, com Santa Cruz e Náutico garantidos nas semifinais e o Sport na bica. E o Goianinho não ficou atrás, com Atlético, Vila Nova, Goiás e Anapolina na corda nada bamba rumo às semifinais.

Já no Paranazinho, um desconhecido Coritiba cismou de não perder mais, chegou à 13ª vitória seguida, um recorde, e colocou as mãos, as chuteiras, as meias e tudo mais no título.

Haja coração até a hora de a onça morrer de sede. São tantas emoções...
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Samu/192. Depois de 13 anos e mais de R$ 300 milhões em reforços e salários, a Unimed pensa seriamente em colocar ponto final na parceria com o Fluminense, desligar o tubo de oxigênio. O acordo se encerra no final deste ano e são remotas as chances de renovação, já que o mandachuva e trovoadas da empresa, Celso Barros, anda tão satisfeito com a política atual nas Laranjeiras quanto uma torcida a caminho do rebaixamento. Se o divórcio acontecer, o Fluminense certamente irá respirar na UTI do SUS, desde que encontre vaga. O presidente Peter Siemsen reconhece a quase unção: se o PS da Unimed mudar para outra freguesia, o Fluminense quebra.

Sugismundo Freud (inspirado no Barão de Itararé). Mais vale um galo no terreiro do que dois na testa.

Gladiador. De quarta força entre os chamados grandes, a líder indiscutível. Pois é, o ‘matador’ Kleber espera que agora os holofotes iluminem mais as chuteiras palmeirenses. Que a mídia deixe de aplaudir apenas os coirmãos e também reserve elogios aos periquitos em revista, mais badalação. Kleber cansou de ser apenas coadjuvante: como nos outros times, há bons jogadores no Palmeiras.

Twitter. Corinthians mantém tabu de 20 anos contra o Botafogo de Ribeirão. E, também, a certeza de que só mesmo um bando de loucos pode apostar numa equipe com Moradei, Fábio Santos, Morais, Cachito, Edno...

Gari. Depois da quizumba armada por ‘Muriçoca’ Ramalho nas Laranjeiras, o Santos tratou de preparar a ‘Vila Sésamo’ para a chegada do treinador: instalou 11 lixeiras de 240 litros cada, iniciando a coleta seletiva no estádio. Até prova em contrário, nada de ratoeiras.

Facebook. A mudança de Wellington Paulista para o ninho dos periquitos deixou Cuca preocupado. Ele agora só tem sete atacantes à disposição na Toca: Brandão, André Dias, Ortigoza, Farías, Reis, Thiago Ribeiro e Wallyson.

Maria-fumaça. A promessa do trem-bala até a Olimpíada-2016, ligando Rio-São Paulo, descarrilou de vez. O leilão previsto para o dia 29 deverá ser adiado de três a quatro meses. Se tudo correr na linha, poderá acontecer em julho. O leilão foi postergado pela segunda vez. O primeiro estava previsto para dezembro. O custo do trem-bala está estimado em módicos R$ 33 bilhões. A ideia inicial era colocá-lo nos trilhos até a Copa de 2014.

Gilete press. De Jorge Bastos Moreno, colunista do ‘Globo’: "Orlando Silva, aos poucos, vai saindo da UTI da demissão. Mas acho que ainda respira por aparelhos. Não me atende! Se atendesse, saberia antes o que vai ler agora, de Dilma para uma ex-namorada minha que a visitou: ‘Eu não frito ministro’. Ela demite." Ou seja, o olímpico Silva Jr. encontra-se no bico do corvo.

Tititi d’Aline. O técnico Mano Menezes está preocupado com a cabeça dos boleiros da seleção. Ele pediu a contratação de um psicólogo, profissional exterminado na era Dunga.

Você sabia que... o ‘professor Paulo Pardal Carpegiani’ fez 56 substituições em 19 jogos neste ano (só não mudou três contra o Mirassol)?

Bola de ouro. Palmeiras. Primeira vitória em clássicos, liderança garantida e moral no pico do Jaraguá. Felipão tira leite de pedra. Menção honrosa: o são-paulino Lucas, um golaço na Arena Barueri.

Bola de latão. Ganso. Voltou a enlouquecer a torcida santista: ‘Ganso seu pipoca. Não quer jogar vai pra Europa’.

Bola de lixo. Guarani. Mais um clube que comemora 100 anos sem ter nada para comemorar: dívida superior a R$ 120 milhões, festival de rebaixamentos na última década, eliminado da Copa do Brasil pelo Horizonte/CE...

Bola sete. “Fazia tempo que eu perseguia esse gol. Sempre chegava na cara e errava” (do garoto Lucas, sobre o antológico gol que marcou no Mirassol, após driblar quatro adversários – um pintura).

Dúvida pertinente. Rato nas Laranjeiras: queda da marquise, mal súbito ou suicídio?

As nossas pequenas "Escola Base" de cada dia

“Kombi era motel na escolinha do sexo” gritava a manchete do jornal popular. Os jornalões não ficaram muito atrás. Afirmavam com todas as letras e sentenciavam os envolvidos no caso como culpados. Corria o ano de 1994, que iria ficar marcado para sempre no do jornalismo brasileiro. Pela porta dos fundos. Uma história que ficou conhecida como o “Caso da Escola Base”. Em linhas gerais, foi assim: os donos de uma escolinha em São Paulo acusados de atos de pedofilia com alunos. O linchamento era diário. Acusações e apurações que jamais se confirmaram eram o tempero desse linchamento que passou para o literal apedrejamento da escola e da casa dos diretores. Reputações foram destruídas. Terminado o inquérito, nada foi provado. Era tarde. A destruição de reputações já estava consumada.

Nunca mais houve um caso de tamanho descalabro em nossa imprensa. Que de certa forma, por linhas tortas, tomou uma inesquecível lição. Em nome do rigor e da ética. No entanto, pequenas “Escolas Base” se repetem todos os dias. Muito menores, mas que multiplicam o poder de destruição pela repetição diária.

Poderia desfilar um monte dessas pequenas Escolas Base. Mas por hora o que me interessa e me chama atenção é mais uma vez o Caso Adriano. Alguns dirão que é um exagero a comparação. Claro que é. Ainda bem, seria uma aberração de novo vivermos uma “Escola Base”. Outros dirão que Adriano colabora muitas vezes com postura pouco profissional para que falem dele. Verdade. Mas não estou falando sobre isso. Estou falando sobre “Pequenas Escolas Base”, coisas ditas e repetidas sem comprovação. Que depois, se desmentidas ou não comprovadas, pouco faz de diferença. O estrago já está feito.

Aqui não há defesa ou ataque. Lá atrás nesse blog já botei minhas opiniões e tomei partido. Um pouco solitário, mas bem acompanhado, com Eduardo Galeano. Também não é o caso de mais opinião técnica sobre valer a pena ou não ter o jogador hoje em dia. Aqui se quer apenas discutir nossas pequenas escolas base de cada dia. Sei que muitas vezes na internet é preciso desenhar no lugar de escrever para tentar se fazer entender. Sorte que, sabe-se lá a razão, essa trincheirinha tem sido lugar muito especial quanto ao nível da discussão, mesmo na discordância.

TALVEZ PARA ALGUNS SEJA DIFÍCIL ENTENDER QUE JÁ NÃO ESTÁ MAIS EM QUESTÃO ADRIANO, QUE NÃO ESTAMOS FALANDO DE NOVO EM ADRIANO. ESTAMOS FALANDO DE COISAS MUITO MAIORES. DE NOSSA IMPRENSA, DE NOSSA SOCIEDADE...

Pois um jornal do Rio tinha hoje uma capa escandalosa sobre “novas gravações da polícia sobre Adriano”. (No dia em que ele se apresentou ao Corinthians...)Vamos tentar entender, deixa ver se entendi...Quer dizer que a polícia, paga com o meu e o seu dinheiro, investiga e grava o jogador e sua família há anos...(tem pouco trabalho e coisas pra fazer certamente, estamos na Suécia, afinal). Delegados chamam o jogador para depor. Promotores convocam ele para depor. E anos depois dessas gravações, o que temos é ele contando que passou por uma blitz sem documentos do carro?

Que diabos de estado democrático é esse? Que lei é essa, para quem? Um cara é investigado, grampeado e gravado durante anos. Não constatado o crime, para não perder o serviço e a possibilidade de aparecer, promove-se o vazamento de coisas da vida privada, festas, ou ainda anos de trabalho pra descobrir que ele passou por uma blitz sem documento? Será que não é para ficar indignado nesse país da roubalheira, do Maracanã custando um bilhão, o Pan insepulto em suas contas, Olimpíadas vindo aí, o dinheiro comendo solto na Copa, e um imenso número de bravos policiais durante dois anos dedicados a gravar um sujeito para vazar que ele bebeu ou que furou uma blitz?

Pelo amor de deus, repito, não estou mais falando de Adriano, é Brasil, somos nós, nossa imprensa e nossa sociedade? Que diabos estamos fazendo? É legal isso, ficar gravando sob a couraça de investigação de tráfico e chegar-se a essas conclusões? (como já conheço a cantilena, sei que vão falar da tal foto com fuzil, aquela que o Fantástico ia dar mas recuou porque descobriu que era um abajur. De péssimo gosto, é fato, mas é possível chamar alguém de marginal porque tem um abajur de péssimo gosto?).

No caso de Adriano, o estrago já está feito. Apareçam ou não as tais cabeludas provas de que é bandido, marginal, o veredito já está dado.
É possível chamar alguém de dependente químico sem prova? Se ele é ou não não sei. Mas se não tenho provas, como posso fazer? Adoraria tornar público o que escuto sobre um conhecido político, governador, falar em dependência. Mas não tenho provas. Com Adriano vale. E não querem que eu fale de preconceito, racismo, no ódio que um negro favelado andando com louras desperta...Perguntem ao Paulo César Caju...Anos depois, quando o ódio e o preconceito somam para destruir alguém, vem os vencedores de sempre e sentenciam: “não disse”.

Que imprensa é essa que estamos fazendo? Capa de um jornal para divulgar o fruto de gravações com tal conteúdo? Será que a matéria não era outra? Por exemplo: que polícia é essa e que estado é esse que fica anos usando o dinheiro do contribuinte para isso, anos de investigação e é esse o resultado? E a roubalheira do Pan, do Maracanã? Matérias nos mais variados órgãos reproduzindo o nada...O estrago já está feito. É essa escola que bebeu na fonte do jornalismo-manja que forma tantas opiniões. Quem não lembra da vida exposta de um jogador, citado como namorado de um cantor? Não interessa a ninguém, mas foi dito, citado e ficou por isso mesmo...

Vamos para nossa segunda geração de manjas por estas terras de São Sebastião. É pra isso que tantos derramaram sangue heróico e lutaram pela liberdade? A ala dos jornalistas na passeata dos Cem Mil ainda é uma foto na minha parede. Que o Criador ilumine aquela foto, que aquelas pessoas iluminem o futuro. Estamos precisando.

Ps- tenho visto por aí uma fúria questionadora, com direito a comentários negativos sobre os jogadores que foram à Chechênia. Todos procedentes. Foi um absurdo o tal jogo. Só senti falta de muitos que agora condenam terem feito o mesmo quando a CBF levou o Brasil para jogar no Zimbábue e em tantos outros lugares. Ainda aguardo a mesma coragem.

Por que o Barcelona, o time da posse de bola, já é o tricampeão espanhol

Este é o fim de semana que poucos vão lembrar daqui um ou dois meses. Mas, na minha visão, foi o fim de semana em que os quatro principais campeonatos nacionais da Europa ficaram decididos: Manchester United, na Inglaterra, Borussia Dortmund, na Alemanha, Milan, na Itália, e Barcelona, na Espanha, serão campeões.

O Dortmund vinha derrapando e deu um golpe de autoridade. O United vê Rooney renascer na fase decisiva da temporada e contou de novo com tropeços de Arsenal e Chelsea. O Milan ganhou bem o clássico contra a Inter e abriu cinco pontos - é o menos garantido dos quatro, mas encaminhou o Scudetto no duelo direto.

E o Barcelona...

Bem. Já dizia há algumas semanas que uma virada do Real Madrid era muito difícil pela tabela que ambos tinham pela frente.

Antes desta rodada, faltavam nove para o fim. Uma, a do clássico, daqui a duas semanas. Quatro delas favoráveis ao Barcelona, já que o Real Madrid vai pegar quatro cascas fora de casa (Athletic de Bilbao, Valencia, Sevilla e Villarreal). Outras três, neutras, com jogos relativamente tranquilos para ambos. E apenas uma rodada era altamente favorável ao Real Madrid.

Justamente essa, a 30ª. O Real pegaria o Sporting Gijón em casa, enquanto o Barcelona enfrentaria o Villarreal, terceiro colocado, fora. Se o Madrid quisesse ganhar o campeonato, teria que sair dessa rodada 2 ou 3 pontos atrás do Barcelona. Assim, poderia ganhar o clássico e dependeria de suas forças no que restasse de liga.

Aconteceu o contrário. Na única rodada favorável ao Real, o time de Mourinho perdeu para o Sporting e o Barça ainda ganhou em Villarreal, abrindo oito pontos.

O Barcelona perdeu, até agora, só 1 jogo em 30 no Espanhol. Para ganhar o título, o Real, além de ganhar o clássico e todos os seus outros jogos, precisa que o Barça perca duas das outras sete partidas restantes. Não vai acontecer.

Não é só a tabela, logicamente. O Real Madrid tem um ótimo time, foi mais consistente do que nas temporadas anteriores. E ainda pode ganhar a Copa do Rei (jogo único contra o Barcelona) e a Champions League (ainda que, para isso, também tenha o Barça no caminho). Mas hoje, contra o Gijón, algumas coisas ficaram evidentes.

A saída de bola de Marcelo e suas chegadas pela esquerda são importantes. O ritmo de jogo que dita Xabi Alonso, a qualidade no passe e as bolas em profundidade, também. E a eficiência de Cristiano Ronaldo dispensa comentários. Hoje, os três ficaram fora da partida. E com os três juntos fora, ao mesmo tempo, a criatividade desapareceu.

Özil é craque? Não sei. Muito bom jogador sim, ele é. Mas ainda não foi capaz de mostrar que consegue levar jogos nas costas, ganhar partidas "sozinho". O Real completo, incluindo a volta de Higuaín, pode ganhar as duas taças que restam. Mas, sem Cristiano, Xabi Alonso e Marcelo, nem do Gijón passa.

O Barcelona também teria dificuldades sem Messi, Xavi e Daniel Alves. Sem os três, ao mesmo tempo, também viraria um time com problemas dependendo do adversário que enfrentasse. Foi assim no primeiro tempo contra o Villarreal, sem Xavi e Messi, além de Pedro.

Mas o trunfo do Barça é ter um time, do 1 ao 11, que sabe a que joga. Que tem um estilo definido. A qualidade cai com a troca de peças fundamentais, mas a maneira consistente de jogar deixa o time sempre mais perto da vitória do que o adversário.

Encerro o raro post com um dado. Desde que Pep Guardiola assumiu, o Barcelona jogou 167 partidas oficiais. Em TODAS ELAS, teve posse de bola superior à do adversário - em alguns jogos, passou de 80%. Estamos incluindo aqui duelos de Champions, Copas... todas as competições. Nesta temporada atual, sua média de posse de bola na liga espanhola é de 71%.

A última vez que o Barcelona teve menos posse do que o rival foi em maio de 2008, no Bernabéu, contra um Real já campeão por antecipação. O time estava esfolado mentalmente e a revolução viria no mês seguinte, com a chegada de Guardiola, a saída de Ronaldinho e outros.

São quase três anos completos com a bola no pé. São quase três anos completos jogando um futebol melhor do que qualquer outro time. Por isso, pela tabela, por tudo junto... o Barcelona já é, pela segunda vez em sua história, tricampeão espanhol.