Mano Menezes caiu. Ou melhor: foi derrubado - e isso no melhor momento dele como técnico da seleção brasileira. A questão, claro, extrapola o campo, o resultado, o trabalho.

A nova cúpula da CBF (e nisso incluo também Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista) nunca foi simpática ao staff deixado pelo antecessor Ricardo Teixeira. Andrés Sanchez, como diretor de seleções, e, consequentemente, seu 'homem de confiança', Mano Menezes.

O trabalho de Mano à frente da seleção não foi fácil. Encarou uma entressafra das bravas, apostou tudo na única referência técnica do futebol brasileiro hoje, o garoto (e bota garoto nisso) Neymar.

No primeiro ano de trabalho, Mano enfrentou e apanhou das principais seleções do mundo. No segundo ano, contra adversários mais frágeis, saiu-se beeeem melhor. Mas perdeu, de forma vexatória, a inédita medalha de ouro na Olimpíada de Londres.

Mano não caiu depois da Olimpíada. E foi justamente depois da medalha de prata que ele encontrou uma formação mais confiável, com Kaká ao lado de Neymar e Oscar, sem um centroavante de referência. Era a semente de um time promissor.

Mas derrubaram Mano, no momento mais impróprio para isso. Não sou exatamente um fã de Mano Menezes. Suas palavras medidas, sua postura, suas convocações por vezes estranhas, sua ligação com o empresário Carlos Leite.

Só que uma coisa é fato: nenhum técnico brasileiro tem mais condições de dirigir a seleção do que Mano Menezes. Pelos dois anos de trabalho, pelo time-base enfim encontrado, pelo repertório tático, pelos estudos...

Os demais técnicos de ponta do país não chegam aos pés de Mano Menezes hoje. Luiz Felipe Scolari, principal favorito agora, não faz um bom trabalho há anos. Vanderlei Luxemburgo esboça uma reação no Grêmio. Muricy Ramalho vive momento de estagnação no Santos. E Tite, que vive ótimo momento, não me parece pronto ainda.

E para você? Existe alguém mais capacitado do que Mano Menezes para dirigir a seleção?