No último “Linha de Passe”, Juca Kfouri lançou a pergunta? “Se o jogo da seleção fosse amanhã, você escalaria o Zé Roberto?” A pergunta resultou em interessante debate, como costumam ser os das mesas da ESPN. Somando, dividindo, pesando as opiniões, a resposta foi um uanênime “sim”. Em casa, enquanto os amigos trocavam pareceres, fiquei pensando em outra pergunta para a qual não vejo resposta: por que Zé Roberto não foi titular da seleção desde aquela derrota para a França em 2006? Por que Dunga, Mano e agora Felipão, este com mais razão, não pensaram nele?

Hoje pode-se usar o argumento de que Zé Roberto já passou da idade. Terá 39 anos na Copa das Confederações e 40 na Copa do Mundo. Felipão, realmente com mais razão, decerto prefere outros nomes para formar o seu time. Mas, e Mano, e Dunga, por que não cogitaram chamar o mais jovem Zé Roberto para ajudar a arrumar a casa sempre indefinida de seus respectivos meios de campo.

É verdade que o próprio Zé Roberto, confessando certo desencanto com a seleção, preferiu voltar ao Bayern de Munique a atender à convocação de Dunga para a Copa América de 2007. Teria, assim, fechado as portas para integrar mais adiante a seleção do treinador. Mas desencantos nem sempre são eternos. O futebol de Zé Roberto bem valeria uma boa conversa que o permitisse rever sua posição e, a Dunga, contar com ele em 2010.

É evidente que o Zé Roberto que conta, razão da pergunta do Juca, é o de hoje. Mas penso mais no dos últimos sete anos, quando sua categoria, seu dinamismo, sua personalidade, sua experiência internacional, estavam por aí, dando sopa aos nossos técnicos de seleção. Vê-lo em ação no Grêmio, com futebol de craque e fôlego de garoto, é realmente impressionante e justifica o debate no “Linha de Passe”.

Não se pode negar a Felipão o direito, e até a razão, de não convocar Zé Roberto, até porque, segundo ele mesmo diz, tudo que faz agora visa às Copas que estão por vir, a das Confederações este ano e do Mundo ano que vem. Só não entendo que estejam em seus planos, para estas e futuras convocações, trintões com menos fôlego e menos bola que o Zé Roberto de impressionante sobrevida no Grêmio.