segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Musa da copa do nundo feminino musa do esporte



A goleira americana Hope Solo mostra as mãos para a torcida após a vitória sobre o Brasil

Goleira americana Hope Solo defende pênaltido batido pela brasileira Daiane

Copa América

21h45 Argentina 3x0 Costa Rica

Pequeno pitaco sobre o caso Kleber

Não estou em uma fase, digamos, muito ativa nos bastidores do futebol. Então, o que eu sei do caso Kleber vem do noticiário, do ouvido atento às entrevistas dadas hoje e das informações dos repórteres que acompanham o caso.

Marcos disse que todas as partes estão certas, mas quanto mais penso no caso avalio que todas as partes estão, na verdade, erradas.

A lógica fácil da situação: o Flamengo tem direito a oferecer um salário maior a um jogador de outro time; Kleber, com isso em mãos e sabendo de outros salários do Palmeiras, tem direito de pedir mais; o Palmeiras, com o contrato em mãos, tem direito de exigir que este seja cumprido.

Mas todas essas lógicas acima podem ser descontruídas. E aí o imbróglio se forma. Hoje, há um verdadeiro impasse.

Vejamos. A regra da Fifa é claríssima para esses casos. Um clube só pode conversar diretamente com um jogador se este estiver nos últimos seis meses de contrato, o que não é o caso de Kleber. Salvo essa situação, um clube X precisa se acertar com o clube Y para, então, falar com o jogador. O Flamengo não pode fazer o que está fazendo.

Logicamente, essa é a regra mais difícil de ser seguida e de ver ser seguida. Burlar essa regra é algo em que José Mourinho, Alex Ferguson e grandes clubes europeus são especialistas. Isso dá um desconto, mas não deixa de tirar a razão do Flamengo na história. Não cola o discurso do "livre comércio", "um time tem direito de querer o jogador do outro". Sim, tem. Mas vai lá, negocia com o "outro" e, SÓ DEPOIS, com o jogador.

Agora, o Kleber. Vamos considerar a premissa de que ele mereça, sim, um aumento. Que seu salário esteja defasado pela importância que tem no clube, no futebol brasileiro, etc. Ótimo, ele tem todo o direito de pedir um reajuste, de negociar por um novo e melhor contrato. 

Mas não tem direito de desrespeitar o vigente, que está assinado por ele. O cara não pode treinar bem a semana inteira e aparecer com dor na véspera do jogo (todo mundo que sabe o mínimo de futebol sabe que a lesão é cascata, que, não fosse o imbróglio, o Gladiador teria jogado hoje. Todos sabemos que jogador entrar em campo sem dor é uma ilusão. A profissão de esportista de elite é doída, são os ossos do ofício). 

E, o fundamental: o cara não pode simplesmente não aparecer na concentração. É como faltar sem avisar. Não pode, é antiprofissional. Primeiro, tem que cumprir as obrigações. Depois, pedir mais. 

Por fim, o Palmeiras. Talvez, vendo de fora, o menos errado de todos. Mas nós não sabemos - ou eu não sei, pelo menos - se algum dirigente do Palmeiras prometeu o tal aumento ao Kleber. Vai saber se o presidente ou vice ou algum diretor chegou para o cara e disse mundos e fundos. São os detalhes de bastidores que precisariam vir a público, se é que existem.

Se isso não aconteceu, o Palmeiras tem razão de estar bravo. De exigir que o Flamengo pague a multa rescisória na íntegra ou deixe seu jogador em paz. E exigir que seu jogador, seu melhor jogador, se dedique, faça gols e cumpra suas obrigações. Agora, em um clube tão dividido politicamente, é difícil imaginar que Kleber não tenha ouvido promessas de aumento de algum lado.

Todos têm sua parcela de razão. E todos estão errados, de alguma forma. 

No fim das contas, vai acontecer o que Kleber e seu empresário quiserem. Porque sempre é assim no futebol. No fim, é o cara quem entra em campo e joga, então é ele quem determina seu futuro. Um dia, os jogadores foram quase escravos. Hoje, eles têm as leis a seu lado. É bom que seja assim. Mas que está enchendo esse poder todo, está...

Willians rouba a cena do Fla x Flu


O torcedor que foi ao Engenhão apostava em Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves, Rafael Moura, Ciro e Deivid como possíveis herois do Fla x Flu. Só que o volante Willians roubou a cena. 

Ele não foi brilhante, mas foi preciso e fez o gol que garantiu a 4ª vitória consecutiva do Rubro-negro no Campeonato Brasileiro. O resultado deixa o time na briga pela liderança da competição, vendo o Corinthians bem, de perto.

Quando Willians é heroi de um clássico é sinal que as coisas estão fora da ordem? Sim e não! O Fla x Flu teve boas emoções no início, com o Fluminense tendo as melhores chances. 

Aliás, se o time tivesse forçado mais com o Ciro, o resultado final poderia ser outro. O atacante era o mais perigoso e estava enlouquecendo a defesa do Flamengo. Ronaldo Angelim e Junior Cesar sabem bem do que estou falando. 

Só que futebol é bola na rede. Mesmo com Thiago Neves distante dos bons tempos, o meia consegue mostrar que pode ser decisivo, como no passe para o gol do Willians. O volante aproveitou o presente e fez o gol único. 

Ronaldinho não reeditou as últimas atuações, mas não teve atuação ruim. No entanto, o placar foi injusto. O empate seria mais justo. Só que o futebol não permite justiça. O velho esporte bretão quer é bola na rede e gols para contar história. 

No fim, o técnico Abel Braga exaltou a luta do time. Mesmo sem Fred e Mariano, o Fluminense brigou e dominou boa parte do primeiro tempo, além de ter equilibrado as ações no segundo. Só que a posição na tabela já preocupa o treinador. 

Hoje, o Tricolor está em nono com 12 pontos e 10 atrás do líder Corinthians, que também tem um jogo a menos que a maioria. 

Então, é bom o Abel encontrar um jeito para fazer o Fluminense somar três pontos com mais freqüência, como tem feito o Flamengo. 

Caso contrário, a briga pelo G4 vai começar a ficar distante. Se tratando do campeão brasileiro, este não é o papel que o torcedor quer ver em campo.

"Vamos que Vamos!": emocionante livro sobre o Uruguai e a alma uruguaia

Ana Laura Lissardy é uruguaia, escritora, jornalista e, mais recentemente, torcedora de futebol. Assistiu à Copa do Mundo da África do Sul pela televisão e pelas imagens das pessoas de seu país, nas ruas. Percebeu que cada gol fazia redescubrir um pedaço da alma dos uruguaios. Em dezembro, ela reuniu todas as emoções e partiu para as cidades onde vivem os 23 campeões, digo, quartos colocados no Mundial da África. O resultado disso é o livro “Vamos que Vamos!”, publicado pela editora Prisa Ediciones (http://www.prisaediciones.com/uy/libro/vamos-que-vamos/)No livro, ela traça os perfis dos 23 convocados, cada um a partir de um epíteto. Na entrevista abaixo, ela não dá um depoimento sobre futebol. É um depoimento emocionante sobre o Uruguai e sobre o efeito da Copa no povo uruguaio.


PVC - Como surgiu a ideia de fazer os perfis dos jogadores do Uruguai, da Copa do Mundo de 2010?
Ana Laura Lissardy -
 Não foi uma busca claramente futebolística, é um estudo muito mais humano. Queria ver como esses 23 jogadores, com suas maneiras de ser, seus comportamentos, suas visões, nos fizeram recordar quem somos, nossa identidade. 
Como disse Lugano no livro, eles são reflexo do país. Não é o país o reflexo deles. 
Suas histórias e suas personalidades são as que são porque nasceram e foram criados no Uruguai. E então essas histórias são as nossas. A sua, a do vizinho, da prima do vizinho, a minha história também.
A prova de que este reencontro com nossa identidade transcendeu o aspecto futebolístico foi o fato de a população ter saído para festejar depois da partida que o Uruguai perdeu para a Alemanha e terminou em quarto lugar. Queriam dizer que o placar não era o mais importante. Dizer também: “Nós somos vocês!”
O mesmo se passou com a recepção no retorno da África do Sul. 
Chegar em quarto lugar no Mundial potencializou este sentimento popular, mas não foi isso o que gerou esse sentimento. O que gerou foram as personalidades dos que construíram essas histórias. Por isso decidi fazer esses perfis, que são os perfis de todos nós, o povo uruguaio.

PVC - A seleção modificou o ânimo do país?
Ana Laura –
 Uma noite durante a Copa do Mundo, eu estava esperando um ônibus, chovia e fazia muito frio. Havia duas estudantes conversando sobre uma prova que fariam. Uma dizia que não conseguiriam se preparar para a prova. E então a outra respondeu algo assim: “Sim, vamos conseguir, veja a Celeste como pode fazer coisas que todos duvidam!”
É um exemplo gráfico de como a seleção mudou o estado de ânimo do país. Porque a sensação de “Vamos Poder!” se vivia nas ruas, no trabalho, em todos os lados. E é justamente por tudo isso que digo: recordamos quem somos.

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Vamos que vamos!: a capa



PVC – A sua relação com o futebol começou quando era criança? O que falavam seu pai, seu avô, sua mãe sobre o futebol uruguaio do passado?
Ana Laura –
 Na verdade, minha relação com o futebol não completou nem sequer um ano. Comecei a ver futebol durante a Copa do Mundo, puxada por tudo isso que comentei nas respostas anteriores. Agora vejo até mesmo partidas de clubes europeus. Aprendi a gostar de futebol, mas não tenho uma história de vida com o futebol, tenho uma relação que cresce, mas é recente.
Há muita gente como eu, sobretudo mulheres, que começaram a ver futebol e a entendê-lo e desfrutá-lo a partir da Copa do Mundo da África do Sul, a partir do resultado da Celeste.
A alguns jogadores e à comissão técnica chegaram cartas ou mensagens de gente que dizia ter visto uma partida de futebol pela primeira vez na vida, durante a Copa do Mundo e que agora estavam se tornando torcedores. Viraram torcedores de futebol e não apenas da Celeste.
A seleção aproximou o povo, porque foi mais do que uma seleção de futebol.



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Ana Laura Lissardy



PVC – Que importância tem para o Uruguai, para a continuidade do que houve no Mundial, a conquista da Copa América?
Ana Laura –
 Eu mentiria se dissese que não há grandes expectativas no Uruguai, quanto à Copa América. As expectativas são grandes, sim. Mas me parece que a continuidade não vai depender do resultado da Copa, ainda que esteja claro que uma boa campanha consolidaria e fortaleceria o que se fez até aquí. Refiro-me ao fato de que a continuidade depende muito mais de se poder seguir com um projeto que começou em 2006, de um pensamento de futebol, de profissinalismo, de como fazer as coisas. E esse projeto e esse processo vão continuar independentemente da conquista da Copa América. 

PVC – O que significa a Olimpíada de Londres em 2012? A primeira disputa da Celeste em Olimpíada desde o título de 1928.
Ana Laura –
 Sabe que vários jogadores da seleção principal – para não dizer todos – estavam assistindo em suas casas à partida da seleção sub-20 contra a Argentina, e que foram vários os que se emocionaram com a vitória? Mandaram mensagems para os garotos para dar parabéns aos jogadores da sub-20?
Imagino Forlán, Abreu, Suárez, Lugano, vendo o jogo pela televisão, acordados no meio da madrugada, muitos deles, e se emocionando e festejando, mandando mensagens ou telefonando para dar um abraço.
E imagino, por outro lado, os jogadores da seleção sub-20 recebendo um telefonema ou uma mensagem desses jogadores consagrados, que tanto admiram e que tanto seguem. Imagino-os atendendo ao telefone e escutando a voz de Lugano ou de Forlán, que lhes dizem: “Parabéns!” Imagino a emoção de um lado e do outro e acredito que essas duas imagens simultâneas mostram bem o que significa a classificação para o Uruguai.

PVC – Nos perfis, você deu apelidos a cada jogador, epítetos. Me lembre todos eles e me diga qual te parece a história mais impressionante?
Ana Laura –
 São várias. A de Diego Pérez, porque é o símbolo da garra charrúa e é um homem super sensível. Tudo o toca muito e a sensibilidade é a sua força. Sente tudo, e tanto, que dá tudo de si no campo. 
Também a de Luis Suárez, que começou a treinar no futebol profissional querendo jogar na Europa, por amor, porque sua mulher, na época sua noiva, estava lá. 
A de Lugano criança, que acompanhava sua mãe para ensinar trabalhos manuais em centros de acolhida e via realidades duras de abandono, e que ao ver isso, desde cedo, começou a desenvolver um forte sentido social, que tem até hoje.
Ou a de Abreu, que aos 7 anos, quando ouviu a empregada que trabalhava em sua casa lhe pediu para deixar de chutar a bola contra a parede, respondeu: “Deixe, porque serei o futuro goleador do Nacional e da sua Seleção Nacional. Abreu se lembrou disso quando se preparou para bater o pênalti contra Gana, na Copa do Mundo.

Os apelidos:Fernando Muslera – A timidez
Diego Lugano – O idealismo
Jorge Fucile – O otimismo
Walter Gargano – A picardia
Mauricio Victorino – A tranquilidade
Edinson Cavani – A águia
Sebastián Eguren – A solidariedade
Luis Suárez – A atitude
Diego Forlán – O profissionalismo
Alvaro Pereira – O atleta
Juan Castillo – A empatia
Sebastián Abreu – O carisma
Nicolás Lodeiro – O protegido
Egidio Arévalo Rios – O resiliente
Ignacio González – A fé
Andrés Scotti – O equilíbrio
Alvaro Fernandez – As raízes
Sebastián Fernández – O intelectual
Martín Cáceres – A frescura
Martin Silva – A família
Oscar Tabares – O fazedor

Após recusar teste do bafômetro, Romário bate-boca no Twitter PUBLICIDADE DE SÃO PAULO

O deputado federal e ex-jogador Romário (PSB-RJ) bateu boca ontem no Twitter com seguidores que criticaram o fato dele ter se recusado a fazer o teste do bafômetro na madrugada deste domingo (10), no Rio. Romário teve a carteira de habilitação apreendida após ter sido parado pouco depois da meia-noite numa blitz da Lei Seca na avenida Armando Lombardi, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
No começo da discussão na internet, Romário afirma que é pública a informação de que não bebe. "Não é novidade q vcs sabem q eu não bebo né, e tb não é novidade q já fui parado outras vezes.Como qualquer cidadão tenho direito de recusar."
Na sequência, ele diz ser "100% a favor da Lei Seca, os números, pesquisas e estatísticas já comprovaram q diminuiu e muito o numero de acidentes", mas ao ser provocado por seguidores que diziam não acreditar que o ex-atleta não bebe, responde: "Não me preocupo nem um pouco se alguém acredita ou não sobre este assunto de eu beber".
Mesmo irritado, com muitos seguidores que usam palavra de baixo calão para ofendê-lo, Romário não baixou o tom ao nível de seus críticos."Tô recebendo uns twits aqui dizendo pra eu bloquear os babacas e imbecis q querem fazer graça em cima de mim. Pelo contrário."
Alan Marques - 05.abr.11/Folhapress
Romário tem carteira apreendida em blitz da Lei Seca no Rio
Romário tem carteira apreendida em blitz da Lei Seca no Rio
"Só uma perguntinha p alguns : Qual foi o mau exemplo q eu dei em relação à blitz da Lei Seca?", questiona em meio a ofensas de seguidores.
O documento do deputado ficará retido por cinco dias e o deputado terá de pagar multa de R$ 957,70 e responderá processo administrativo no Detran.
O carro, uma Land Rover, foi liberado porque um dos acompanhantes do ex-jogador estava habilitado para conduzir o veículo.
A assessoria parlamentar do deputado confirma que a conta Romário11 é do parlamentar, mas não comentou o assunto.
Romário tem mais de 219 mil seguidores no Twitter.

Flamengo vence o Fluminense e segue na cola do Corinthians Williams fez o gol do 1 a 0 e time rubro-negro soma quatro vit

Fluminense, o clube rubro-negro venceu por 1 a 0, neste domingo, no Engenhão, e segue na segunda colocação do Campeonato Brasileiro, com 19 pontos, na cola do líder Corinthians, que tem três pontos a mais. O Flu permanece com 12 pontos.
Fabio Motta/AE
Fabio Motta/AE
Williams comemora o gol da vitória do Fla com Ronaldinho
A quarta vitória seguida do time da Gávea foi marcada por muita luta e pouco brilho de Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho. O jogador mais efetivo em campo foi o volante Willians, voluntarioso como sempre. "É importante vencer, se manter no grupo da frente. Estamos no caminho certo. Valeu a persistência", comentou Renato.
O clássico evidenciou a carência tricolor no meio de campo, com a venda de Conca. Souza e Marquinho não conseguiam criar e no banco não havia quem pudesse entrar e mudar o panorama do jogo.
Jogo. As equipes buscavam o gol, mas os erros de passe faziam com que a bola não saísse das intermediárias. Não pode se dizer, porém, que era um jogo desprovido de emoções, apesar de a arbitragem não contribuir para a evolução da partida, marcando qualquer lance de contato como falta.
Aos 22, Deivid tocou para as redes, depois de lançamento de Ronaldinho Gaúcho, mas o lance foi invalidado corretamente por impedimento. Dois minutos depois, o Flu respondeu com uma bola na trave de Rafael Moura, em conclusão na pequena área.
O gol veio nos acréscimos. Uma boa trama ofensiva rubro-negra, com a bola rodando da direita para a esquerda, encontrou Thiago Neves, que cruzou de primeira na cabeça de Willians, sozinho e em posição legal, testar para o gol: 1 a 0.
"Estava no lugar certo na hora certa. Agora não podemos descuidar para não sermos surpreendidos pelo Fluminense", comentou Willians.
O segundo tempo seguiu a mesma receita. Muita luta, passes errados, faltas em demasia e pouca inspiração. Melhor para o Flamengo, que apenas administrava a vantagem.
O técnico Abel Braga tentou como pôde e terminou o jogo com quatro atacantes: Rafael Moura, Ciro, Rodriguinho e Matheus Carvalho. Mas faltava quem lhes passasse a bola em boa situação. O Fluminense teve duas boas chances de empatar. Rodriguinho chutou cruzado para fora aos 33 e Ciro desperdiçou sozinho de cabeça, aos 41.
Por fim, fica evidente que o Flamengo tem suas limitações, mas tem boas opções no banco. Ao Flu, resta ir ao mercado e tentar arranjar um nome ou dois capaz de fazer às vezes do argentino que partiu para a China.
FLUMINENSE - 0 - Diego Cavalieri; Diogo (Matheus Carvalho), Gum, Márcio Rosário e Carlinhos; Edinho, Diguinho (Fernando Bob), Marquinho (Rodriguinho) e Souza; Ciro e Rafael Moura. Técnico: Abel Braga.
FLAMENGO - 1 - Felipe; Leonardo Moura, Welinton, Ronaldo Angelim e Junior Cesar; Airton, Willians, Renato e Thiago Neves (Diego Maurício); Ronaldinho Gaúcho (Bottinelli) e Deivid (Negueba). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Gols - Willians, aos 46 minutos do primeiro tempo; Árbitro - Rodrigo Nunes de Sá (RJ);Cartões amarelos - Márcio Rosário, Diguinho, Carlinhos e Airton; Renda - R$ 656.500,00; Público - 18.884 pagantes; Local - Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ).

Olha a frente!

O Brasileiro é uma tremenda casca de banana para os críticos, pelo sobe e desce constante. Ainda assim, arriscamos a opinar. Então, lá vai. Com a ressalva de que muita bola vai rolar, antes de sair o campeão, já há indícios fortes que sinalizam para onde caminha a briga pelo título. Corinthians e Flamengo são boas apostas. Ambos têm chamado a atenção, pela regularidade, pelos resultados e, de quebra, pela invencibilidade.
Ok, as posições que ocupam no momento estão sujeitas a chuvas, trovoadas, pênaltis, desfalques, polêmicas e até entregadas de rivais na reta final. Só que não é por acidente que se encontram no topo após nove rodadas. Trata-se de fruto de qualidade e empenho.
Seria leviano dizer que Corinthians e Fla encantam. O exagero e a distorção ficam para quem molda sua opinião pelos números do Ibope. Pra ser sincero, infelizmente não há um supertime. O nivelamento dos concorrentes ajuda a entender por que a Série A nacional está entre as mais equilibradas do mundo.
Inegável, porém, é a eficiência que líder e vice-líder mostram até agora. O Corinthians se refez de traumas de início de temporada - sobretudo da eliminação na fase preliminar da Libertadores - e engatou uma quarta. Algum mérito, que vai além da "sorte", deve ter uma equipe que venceu sete e empatou um de oito jogos disputados. Falta-lhe acertar o ponto da quinta marcha e disparar.
O Flamengo conseguiu engatar a terceira, depois de arranhar a trajetória com empates embaraçosos. Com o 1 a 0 diante do Fluminense, na tarde de ontem, no Engenhão, pôs no bolso a quarta vitória em seguida e mostrou que não será figurante. Exceto se cometer o pecado de gastar todo o gás antes da hora. O que também é comum na elite, pois todo ano tem um ou dois cavalos paraguaios.
O Corinthians tem conjunto forte - e está nesse aspecto uma das explicações para a largada acima da média. Tite conseguiu fazer com que sejam bem coordenadas ações defensivas e ofensivas. Parece coisas simples, mas não é tão fácil ir à frente ou fechar-se, sempre em bloco. Cena corriqueira: ver Ralf, Paulinho, Danilo arriscar chutes a gol, assim como é comum acompanhar Jorge Henrique (ontem Alex), Willian, Liedson recuados quando o time é pressionado. Não há "postes" nesse Corinthians solidário.
Essa característica funcionou contra o Atlético-GO, num desafio complicado. O Corinthians não mandou no jogo; ao contrário, em muitos momentos foi pressionado e teve até uma bola defendida por Júlio César que deu a impressão de ter entrado. Daqueles lances polêmicos que geram discussões intermináveis.
Nas situações mais agudas, o alvinegro não se desesperou. Teve paciência para controlar o ânimo adversário, ficou em vantagem com Willian e dela não se separou até o fim. Amadureceu - e muito.
Serena também tem sido a postura do Flamengo. A turma do profexô Luxemburgo pode não estar afinadíssima, só que passa longe da afobação do Carioca e da Copa do Brasil. Sabe suportar carga, e não foi diferente no clássico. O Flu ficou mais tempo no ataque, sem sucesso. Numa bola, o Fla decidiu. E até a defesa, antes seu calcanhar de aquiles, anda segura. Imaginou se Ronaldinho deslanchasse? Aí seria pedir demais...
Olha a rabeira! Sinal de alerta no Santos. O campeão da Libertadores parece ainda viver a ressaca do título. Tem dois jogos a menos do que os demais, mas só 8 pontos. Pouco. Por isso, ronda a zona de rebaixamento. Está certo que os desfalques pesam. Então, que pedisse adiamento também do clássico de ontem à noite.
O Palmeiras mantém rotina de decepcionar numa hora, como no empate com o América-MG, e empolgar em outra, como na vitória no Pacaembu. O primeiro tempo foi estupendo. Com ritmo forte, atropelou o Santos, fez os três gols, fora outras tantas oportunidades de ampliar. Desacelerou no segundo. O que estará a pensar agora Kléber? Fica ou prefere pegar o bonde andando? História estranha.
Isto é América! É praxe, em grandes competições, que na última rodada os jogos de mesma chave sejam disputados simultaneamente. Por aqui, é diferente. No Grupo A, a Colômbia se garantiu ontem, ao bater a Bolívia. Hoje, a Argentina entra em campo e precisa ganhar da Costa Rica para seguir adiante. Nas chaves B e C, as partidas estão marcadas para o mesmo dia, porém com horários diferentes. Dá pra levar a sério? 


O esquema do time da Agentina

A noite de segunda-feira tem um jogaço marcado e não há hipótese de ser diferente o Argentina x Costa Rica. Ou a Argentina deslancha e o jogo será espetacular, por Messi e Cia., ou a Costa Rica dificulta o jogo e a partida valerá pela emoção.
Nesse caso, vai ser um tango!
O Brasil tem mais justificativas para jogar mal do que a Argentina, na Copa América, porque é mais jovem. Mas, como o time de Mano Menezes, os argentinos têm uma equipe em formação.
É duro, muito duro começar um trabalho que rompe com o anterior e não deixa nenhum ponto em comum. Se Kaká estivesse na seleção de Mano, haveria um fio condutor com o que restou de Dunga.
A Argentina tem Messi, Tevez, Agüero, Higuaín e um enorme complexo de inferioridade. Nas ruas, percebe-se o que o país perdeu nas últimas décadas. A cabeça erguida, às vezes confundida com prepotência, diminui à medida em que aumentam os problemas sociais. No futebol, isso se reflete.
A Argentina só pensa em copiar o Barcelona. Em 2010, Maradona imitou o 4-2-3-1 com que Guardiola escalava o Barça. Messi era o armador, enganche, como se diz por aqui.
Em 2011, Batista tentou o 4-3-3 com Messi escalado como atacante centralizado, como no Barcelona. Como Banega e Cambiasso não são Xavi e Iniesta, não podia dar certo.
Hoje, o time volta ao modelo do ano passado com Messi armando e Higuaín como centroavante. O armador, Pastore, parece mais necessário do que o centroavante. Batista pensa diferente.
Impossível piorar. Ao lado da escalação, deveria vir a placa: time em construção. Na Copa América, a Argentina não é eliminada na primeira fase desde 1983. Pode ser hoje. Não precisa torcer contra. Vitória do time de Messi por 2 x 0 permite ao Brasil passar com empate contra o Equador, na quarta.
JOGADA ENSAIADA
Corinthians Líder
Alex vai entrando no time aos poucos e William detonando sempre. O Corinthians é o time que melhor aproveita os desfalques de Santos e São Paulo, durante o Campeonato Brasileiro.
E Luxemburgo recupera-se. O Flamengo só perdeu uma este ano e agora esboça brigar pelo título nacional.
Palmeiras Forte
No 4-2-3-1, mesmo sem o atacante Kleber - com lesão muscular e salarial - o time do Palmeiras jogou grande partida no clássico contra o Santos, no Pacaembu. O time está organizado, não
pronto para brigar pelo título, é óbvio. Mas muito mais forte do que o time do ano passado, que
terminou em décimo lugar. Felipão pode brigar por uma vaga na Taça Libertadores do ano que vem.