23h00
0 ALZ X BGU 0
Falamos campeonatos das séries A B C D campeonatos internacionais todos Português todos os resultados do Paulista da segunda divisão e ainda Futebol Internacional como Futebol Inglês Espanhol Italiano Portugal e o Argentino e campeonatos Importantes falaremos do Regional do Rio Grande do Norte do Cearense do Pernambucano e do Carioca e falamos da copa do nordeste
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
A noite em que conheci o Palmeiras
Na infância, poucas coisas me deixavam eufórico como o momento no qual meu pai dizia: "Vamos ao jogo". Pronto. Era hora de deixar Niterói. Pegávamos um ônibus, atravessávamos a Baía de Guanabara na boa e velha barca da STBG, que depois viraria Conerj; mais um ônibus na Praça XV e chegávamos ao Maracanã.
Houve uma noite na qual eu jogava futebol de botão. Era rodada importante do meu campeonato, que tinha cobertura de um jornal e uma revista que escrevia à mão em folhas de caderno e ilustrava com recortes de "Placar" e do "Jornal dos Sports". A peleja foi interrompida quando ele chegou do trabalho com a frase esperada.
O adversário era o Palmeiras, e o impacto de sempre na chegada ao templo. Imenso, grandioso e naquela ocasião com muita gente lá dentro. Gente que viu Ademir da Guia desfilar em campo com a camisa número 10. Espetáculo! Foi a primeira vez que testemunhei uma derrota no estádio e voltei para casa conformado.
A superioridade do time de verde era tamanha que mal foi possível torcer. Menino ainda, ali aprendi uma lição. Já havia percebido em jogos anteriores que, mesmo mais frágeis, podíamos nos superar e triunfar. Mas naquele jogo entendi que há rivais e momentos nos quais não há esforço, raça e grito de torcida que dê jeito.
Assim conheci o time que hoje faz 100 anos. Moleque, respeitava o Palmeiras, que também detestava. O ódio é a maior deferência de um torcedor por um time que não o dele. Você detesta porque sabe: dificilmente irá vencê-lo. Naqueles anos 1970 era assim que víamos aquela camisa verde. Ela era realmente temida.
O agora centenário Palmeiras será sempre forte na minha memória. Coisas que você vive ainda criança, na arquibancada, e não esquece. E como seria bom voltar à velha barca com meu pai, que perdi há quase 15 anos, e reencontrar o Maracanã para desafiar aquele Palmeiras. Mesmo sabendo que provavelmente não venceríamos, ia valer a pena.
ARQUIVO
O Palmeiras que sabe ser brasileiro, português, paulistano e italiano. O clube de todos os povos faz 100 anos
Confesso que me incomoda um pouco o vermelho na camisa do centenário. O Palmeiras é verde e branco! Foi assim que aprendi, 45 anos atrás, quando entrei no clube pela primeira vez. Os portões verdes escuros altos já diziam isso. E até entendo quando todos os palestrinos ilustres de sobrenomes italianos se emocionam com as referências á fundação.
O Palmeiras completa 100 hoje e é parte da história da cidade de São Paulo e de todo o país. É o clube dos italianos, mas também de pernambuanos como Vavá, Aldemar, Gildo e Rivaldo, dos baianos, paranaenses, o clubes dos paulistanos, que são todos misturados. É o clube também dos italianos.
Meu avô chegou ao Brasil em fevereiro de 1955 vindo de Lisboa. Torcedor do Belenenses em sua terra, escolheu a Portuguesa. E tratou de tentar incentivar seu filho mais jovem, nascido em 1960, a ser luso como ele. Ah, seu Alexandrino, bom português, disse ao Sílvio, meu tio: "Tu vais torcer pra Lusa, ó pá! E vais também ser sócio deste clube que temos aqui bem próximo à nossa casa. Chama-se Palmeiras!"
E lá foi o Sílvio assistir aos treinos de Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei. Aprendi a falar com o meu tio recitando a escalação, mais do que uma formação, uma poesia, como definiu o historiador Fernando Galluppo.
E depois cresci com o time de Telê Santana, que encantou e não ganhou em 1979. Vi gerações formando seu caráter nas derrotas e ouvindo histórias das quais até hoje a gente riu para não chorar. Quando o Palmeiras empatou com a Ferroviária por 0 x 0 no Pacaembu, em 1990, meu tio encostou na marquise do Pacaembu às 11h da noite e olhou no relógio cinco minutos depois. Era meia-noite e meia! Estava em estado de choque. Naquela noite, a Mancha Verde invadiu o clube e quebrou a sala de troféus.
Três anos a mais de espera, mas já com Evair, César Sampaio, Edmundo, Roberto Carlos e vio o título paulista na tarde de sábado, 12 de junho. E o bi no ano seguinte e os dois Brasileiros seguidos. E o time dos 102 gols em 1996 e a Libertadores em 1999, ano em que nasceu João Pedro. Nem ele nem a Bruna que veio em 2003 no ano do título da Série B também não teve a escolha que meu avô deu ao Sílvio.
As vacas são magras, mas nem tanto. Estas gerações mais jovens viram o título paulista de 2008 e da Copa do Brasil de 2012. Não existe fila, embora a agonia seja parecida e a urgência para voltar a ser grande ainda maior do que nos anos 80, dada a concorrência de clubes do Brasil inteiro e também da Europa.
O Palmeiras é o maior clube verde do mundo! Verde e branco. Como a esperança de ser campeão ano sim ano não, como o velho esquadrão.
ESCLARECIMENTO - Por um vacilo meu, a edição da Folha de S. Paulo no domingo teve Antônio Carlos como zagueiro. Eu escrevi por ato falho, mas minha opção é como está na revista Placar. Apenas troquei Edmundo por Rivaldo, aí sim por uma nova escolha pessoal. O meu Palmeiras de todos os tempos é: Marcos, Djalma Santos, Luís Pereira, Waldemar Fiúme e Roberto Carlos; Dudu e Ademir da Guia; Julinho, César, Evair e Rivaldo. Técnico: Luiz Felipe.
Palmeiras confirma Ronaldinho fechado de manhã, mas avisa: 'Melou porque o Assis estressou'
BRUNO CANTINI/CLUBE ATLÉTICO MINEIRO
O Palmeiras esteve muito perto de confirmar a contratação de Ronaldinho nesta terça-feira, dia em que completou o seu centenário. A transferência só não ocorreu, porque o irmão e empresário do jogador, Assis, se revoltou com o clube paulista. Pelo menos é isso o que contou o vice-presidente do time paulista, Maurício Galliote.
"Foi uma negociação complexa, longa, tivemos muits solicitações, atendemos praticamente todas as solicitações. Hoje de manhã estava praticamente fechado quando à tarde recebemos informação de que o Assis tinha estressado com o Palmeiras. Não sei explicar o motivo. Em determinado momento chegou uma ligação para nós dizendo que o Assis estava estressado",, declarou o dirigente.
O presidente Paulo Nobre também confirmou a informação de que o Palmeiras efetuou o pagamento à federação. "Era necessário fazer isso por uma questão jurídica. Um advogado pode explicar melhor. Mas era necessário fazê-lo", explicou o dirigente. O time alviverde desembolsou R$ 600 para retirar o nome do meia-atacante da entidade de Minas Gerais e, consequentemente, transferi-lo à FPF.
"Não entendi. O que aconteceu foi que o Assis estressou. Essa foi a única satisfação que nos deram. Não tem condições. Aceitamos todas as solicitações. Alinhamos tudo. Estavas fechado. O Assis mandou um recado por meio do procurador quando a documentação já estava com eles. Disseram que estressaram, eram reinvidicações de um grande jogador. Acertamos absolutamente tudo", continuou o vice palmeirense.
"Recebemos vários pedidos, não só de última hora, e atendemos a praticamente todos. Posso considerar todos os pedidos. Fechamos todas as solicitações financeiras e no final a resposta que deram foi que o Assis tinha estressado. Nós aceitamos todos os pontos que eles pediram", finalizou o cartola.
Assinar:
Postagens (Atom)