Evidentemente, a frase que dá título a esta coluna brinca com a sentença atribuída a Carlos Alberto Parreira, sobre o gol. O detalhe do clássico carioca foi o Botafogo com posse de bola e o Flamengo com o gol.
E, nesse caso, o gol não é um detalhe.
A bola, um pouco.
Seedorf, devidamente amarrado pela marcação de Victor Cáceres, às vezes mais dura do que o necessário, e vigiado por Elias e Íbson. O 4-3-3 de Dorival Júnior com Rafinha pela direita, Carlos Eduardo à esquerda -- e depois Rodolfo -- punha velocidade em contra-ataques incríveis.
Como aquele em que Rafinha deixou Rodolfo frente a frente com Jéfferson e, em seguida, com o gol aberto. Chutou por cima.
Ter a bola e não saber o que fazer com ela, no caso alvinegro, tinha a ver com a falta de aproximação entre Lodeiro e Seedorf. O holandês não pode se ver obrigado a receber de costas para a defesa, como aconteceu em 90% das vezes em que a bola lhe chegou.
O contra-ataque animou a torcida rubro-negra e deu ao Flamengo a primeira colocação na classsificação geral do Campeonato Carioca, quatro pontos à frente do campeão brasileiro, o Fluminense. Difícil ter certeza de que a festa se repetirá nas semifinais. Mas sair da condição de azarão para a de líder garantido, uma rodada antes do fim da fase de grupos... bem, isso não é um detalhe.