segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Argentino

17h10 Estudiantes 2x1 Arsenal Sarandí

Espanhol

14h45 Rayo Vallecano 0x2 Real Madrid
16h30 La Coruña 0x2 Sevilla

Português

15h00 Estoril 3x1 Marítimo
16h15 Sporting 2x1 Gil Vicente

Seedorf brilha no empate entre Bota e Corinthians

A contratação de Clarence Seedorf é dos bons episódios do Brasileiro de 2012. O holandês acrescentou qualidade ao Botafogo e hoje, sem exagero, é o jogador que mais se destaca. Em pouco tempo, assumiu liderança no grupo e chamou responsabilidade nos momentos complicados. Como no clássico deste domingo com o Corinthians: não só marcou os dois gols da equipe, no empate por 2 a 2, como deu passes, cobrou faltas, ordenou o jogo.
Seedorf tem 36 anos, não é garoto nem deve prolongar a carreira por muito tempo. Mas, até o momento, desmente quem visse sua aventura no Brasil apenas como uma oportunidade para curtir as praias e o sol do Rio, ou como um período de férias remuneradas. Ele faz a parte que lhe cabe e, por seu talento, alimenta a esperança do torcedor de que o time possa garantir uma vaga para a Taça Libertadores de 2013.  Objetivo possível, mas um tanto difícil.
Difícil porque o Botafogo oscila, como mostrou no Engenhão. Como em tantas outras partidas, teve altos e baixos, o que emperra voos mais ousados. Largou bem, com o gol de Seedorf aos 4 minutos, mas sentiu o baque com a virada corintiana, nos gols de Guerrero aos 7 e de Douglas, de pênalti, aos 11. O pênalti existiu, em cima de Martinez, que pegou rebote de Jefferson após chute de Romarinho. O detalhe: Martinez estava impedido.
O Botafogo teve o mérito de não baixar a guarda, ao ficar em desvantagem, e insistir. O prêmio veio com o segundo gol de Seedorf, na etapa final. Não vale nem falar que o holandês teve sorte nos dois lances, porque em ambos contou com algum desvio de corintianos. Explicação com indisfarçável dor de cotovelo. Fez os gols, porque os procurou.
O resultado deixa o Botafogo ainda a flertar com o bloco principal da competição. Para o Corinthians não altera nada. A intenção de Tite e seus rapazes é manter ritmo constante, para que o time chegue forte no Mundial de Clubes, no final do ano, no Japão.
Neste domingo, não jogaram, por motivos diversos, Fábio Santos, Chicão, Emerson, Danilo. O rodízio será mantido até algumas rodadas antes do encerramento, quando então entrará em campo sempre o time principal. Estratégia interessante.

Diante da criatura

A vitória sobre o Figueirense é um símbolo de esperança. Se representa ou não a guinada do Palmeiras no Brasileirão, só as próximas rodadas poderão dizer. A derrota para o Corinthians empurrou a família Scolari para o abismo, ampliou a fragilidade administrativa da instituição e desenvolveu incertezas.

A semana quase terminou sem treinador, não fosse a disposição de Gilson Kleina ao risco. Por que não aceitar o desafio? Se conseguir evitar o retorno do clube ao inferno, as consequências para a carreira serão muito maiores do que se cair. A permanência na elite é um feito heroico diante da queda anunciada.
O risco de rebaixamento ainda é gigantesco, mas a troca pode despertar o time que duvidou do próprio sofrimento, certo da imunidade gerada pelo título da Copa do Brasil. Jogadores profissionais deveriam nascer vacinados contra o vírus que amolece as pernas e o pensamento.
A sorte palmeirense é que liderança, maturidade e capacidade técnica não são problemas para Marcos Assunção, perfeito em Florianópolis: foram dois cruzamentos para gol e uma bola na rede num placar de 3 a 1. Aos 36 anos, trata-se de destreza impar no futebol brasileiro.
O mérito do Palmeiras foi tocar a ferida dos defeitos do adversário. A defesa catarinense e as saídas em falso do goleiro Wilson foram determinantes para a derrota. Seria injusto, porém, usar esses erros para diminuir o tamanho da vitória. Recentemente o Figueirense empatou com o Fluminense e superou Corinthians, Cruzeiro e Coritiba. Havia com o que se preocupar.
O melhor da noite, entretanto, estava reservado para o fim do confronto. Assunção exibiu seu caráter para mostrar a porta de saída da crise: a mudança de comportamento. Sem ela Gilson Kleina será apenas mais um nome na lista dos treinadores palmeirenses.
"Não precisou mudar de técnico, o que mudou foi a atitude. Se o Felipão estivesse aqui, se nós não quiséssemos, não ia adiantar." A objetividade e a clareza da frase não tiram o mérito do novo chefe. Afinal, parte dessa mudança de postura pode até ser atribuída a ele, pela transformação do ambiente.
Não houve nenhuma revolução. O sistema de jogo era do conhecimento de todos, assim como as bolas extraordinárias de Assunção. A saída está na reação individual e no esforço coletivo. Cada um pode fazer a sua leitura do resultado.
Além de ajudar a reestabelecer a confiança, Kleina agora enfrentará a ainda sua Ponte Preta, que contratou Guto Ferreira, do Mogi Mirim, para comandá-la. Se o substituto de Felipão chegou precisando criar um fato novo no Palmeiras, a primeira tarefa de Ferreira é não estragar o que vem funcionando.
Diante de tanto sofrimento atrás de uma rota de fuga, a conclusão é a seguinte: no sábado, no Pacaembu, Kleina enfrenta ele mesmo, tendo a vantagem de poder explorar os defeitos e neutralizar as virtudes de sua criatura. Que oportunidade!

Vai dar Mundial

Hoje é o dia do sorteio das chaves do Mundial de Clubes. Tite não quer saber. Diz quase não assistir ao Chelsea jogar. "Por enquanto, deixo para os meninos", diz, referindo-se à sua equipe. Por ora, o objetivo do Corinthians é fazer 43 pontos: "Depois começamos a pensar no Mundial", diz o técnico. Se pensasse mais sobre o assunto, Tite estaria entre a ansiedade e a realidade. O Chelsea, possível rival da final do Mundial de Clubes, não está jogando bem. É líder do Campeonato Inglês, mas soma quatro jogos ruins seguidos. Derrota por 4 x 1 para o Atlético de Madrid, empates contra Queen's Park Rangers e Juventus de Turim, vitória por 1 x 0 sobre o Stoke City sábado. Jogando mal!

O técnico Roberto Di Matteo trocou a firmeza defensiva das finais da Liga dos Campeões (veja a ilustração 1) pela incerteza de três meias leves que criam e marcam pouco. Oscar joga bem, o espanhol Mata não e o belga Hazard começou muito bem, deu quatro passes para gol, mas caiu de produção. O problema é que o Corinthians também não convence, ainda. Oscila. É o Robin Hood do Brasileirão, rouba pontos dos grandes, devolve aos pequenos e empata contra os de aspiração média, como o Botafogo.

Além de se aproximar dos 43 pontos, Tite deseja outra coisa: encontrar seu centroavante. "O time foi desenhado para isso", afirma. Nesse aspecto, o empate de ontem, contra o Botafogo, foi positivo. O primeiro gol do peruano Guerreo pelo Corinthians dá confiança para que se firme como o dono da camisa 9. Aos poucos, ele se acostuma ao sistema tático que Tite pretende repetir no Mundial, em comparação com a Libertadores: marcação pressão, com início no centroavante. Ao mesmo tempo, o Chelsea lidera na Inglaterra, mas sem mostrar a mesma força da reta de chegada da Liga dos Campeões. A impressão é que vai dar jogo!