sexta-feira, 18 de julho de 2014

Brasilerão Série B

21h50
1 AVA Avaí X Ponte Preta PON 0

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19h30


2 ABC ABC X Joinville JEC 1

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1 POR Portuguesa X Paraná Clube PAR 1

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Dunga rejeita projeto de quatro anos para ir à Copa da Rússia. Pode ser pela CBF?

GAZETA PRESS
Dunga afirma que não jogar no Beira-Rio está sendo fundamental para a má fase do Inter no Brasileiro
Dunga rejeitou proposta da seleção da Venezuela: cotado para assumir o Brasil?
Dunga foi volante do Internacional campeão gaúcho na mesma equipe em que Gilmar Rinaldi jogava. São próximos. Isso não deve ser levado a ferro e fogo como indício de que o novo-velho técnico da seleção brasileira será o mesmo comandante de 2010.
Mas pode ser.
No início desta semana, Dunga tinha compromisso para viajar e estudar o convite para dirigir uma seleção nacional que sonha disputar a Copa do Mundo da Rússia. Tudo apalavrado para ouvir a proposta, muita coisa avançada para assinar o contrato.
Se ele quisesse.
Podia não ir por não gostar do projeto do futebol, do país: a Venezuela. Também bastava dizer não. Dunga está em São Paulo e a notícia é que Gilmar Rinaldi passará o fim de semana discutindo questões com o novo treinador. Se é Dunga ou não, não se sabe.
Sabe-se apenas que Dunga não vai treinar a Venezuela, que o queria.


'Festival de frases feitas e vazias', diz Antero sobre coletiva de Marin, Del Nero e Gilmar

CBF dá um tapa na cara de todos com Gilmar Rinaldi

"Mata mas não esculacha". Ninguém me contou mas tenho certeza de que foram as palavras de Saddam Hussein ao ser encontrado pelos americanos num buraco em Bagdá. Como um rato. O que eu jamais imaginei é que iria um dia me ver na mesma situação. O 7 x 1 da Alemanha já tinha levado pro buraco. O "mata mas não esculacha" veio ontem, 17 de julho de 2014. Já maltratado e amuado pela escumalha que dirige nosso futebol, sentei-me para ver o anúncio de quem seria o novo coordenador da seleção brasileira. Não que esperasse muito do Zé das Medalhas e Cia. Mas quando Gilmar Rinaldi adentrou sorridente no salão e se confirmou que era ele, entreguei todos os pontos. "Mata logo mas não precisa esculachar tanto assim" era a única coisa que me ocorria.
Só podia ser deboche. No momento mais dramático da história do futebol brasileiro, quando mais do que nunca as coisas tem que passar por uma revolução de ideias, homens e acima de tudo, moral, entra um empresário de futebol, até ali com sua banca virtual de produtos ainda no ar pelas ondas da internet e avisa que ele é o cara que vai tomar conta do galinheiro.
Juro por tudo que é mais sagrado: minha vontade era largar tudo, parar com tanto sofrimento, tanto tapa na cara, tanto desaforo. Mas segui vendo, e não brinco, porque nessas horas temos visões meio alucinadas, nos apegamos nas coisas mais loucas, segui vendo porque por alguns momentos tive a convicção de que a Polícia Federal ia entrar naquela sala de rapel invertido e ia acabar com toda aquela palhaçada. Quase os super homens que iriam nos restituir a glória e as estrelas da camisa e avisar: "perderam, tá todo mundo preso, vocês não podem esculachar tanto assim as pessoas, mexer com o sentimento de tanta gente, ser tão indiferente, tripudiar, ignorar que a tragédia vai crescer".
Não, não aconteceu. O circo nonsense, onde os palhaços somos nós, seguiu. Marin, Del Nero, Gilmar, Gallo...
Enquanto esperava um pé irromper aquela cena descendo uma corda, Gilmar comprovava que não mudou muito em relação ao sujeito que cedeu Adriano (com 19 anos) e Reinaldo por Vampeta (verdade que depois foi ser empresário de Adriano), aquele que achou grande negócio romper com Romário na vigência do contrato (o clube paga até hoje) e aquele que foi o gestor da carreira de Adriano. Em sua fala mais profunda, afirmou que com ele o time não usaria boné com dizeres incentivando Neymar, fora do jogo, e sim Bernard, que estava em campo. (agora pensa bem, imagina todo time da Argentina com boné "Força Enzo Pérez", o substituto de Di Maria, contundido! O que o sujeito ia pensar? Que é café com leite, que precisa disso?) Com efeito, poucas vezes vi algo tão ridículo. É esse sujeito que vai comandar a revolução.
Escolher um empresário de jogadores tem o simbólico de dar um tapa na cara de todos. E foi feito de propósito, imagino que com risadas nos bastidores. Para exibir a impunidade. Não basta ser impune. Tem que execer a impunidade. Desafiar. No tempo do "funk ostentação", queriam ostentar que não estão nem aí pra todo mundo. Sendo Gilmar, o esculacho foi maior. Empresário e como gestor, um zero à esquerda. Assim foi feito.
Depois veio o Gallo, o homem que hoje pensa o futebol brasileiro. Que subiu muito no conceito dos cartolas da CBF na Copa do Mundo. Felipão, que não pode falar nada porque vendeu seus jogadores baratinho quando falava pra jornalistas sobre problema emocional e sobre suas convicções em relação ao grupo, diz que foi vendido por Gallo. E assim vai nosso futebol, de acusação de trairagem em trairagem....
Complementando a pantomima, Gallo citou o "gap" umas 10 vezes.
O novo guru do futebol brasileiro é aquele mesmo que avisou logo ao assumir a seleção que jogador não pode usar brinco, cortar cabelo assim ou assado. É esse o pensamento do guru.
E por incrível que pareça, vi parte de nossa imprensa já tolerante com Gilmar e Gallo. Gostando e impressionada com o discurso do picolé de chuchu Gallo.
Provavelmente a mesma parte da imprensa adesista e frouxa que há um mês deslumbrava-se com os métodos de motivação e a parte táticade Felipão. E que achava normal a nossa Weggis serrana instalada na Comary, com seus 24 homens da CBF TV passeando pela privacidade de recantos sagrados da concentração, com os barracões de patrocinadores e seus clientes apinhados no lugar de trabalho, os treinos ridículos sempre escancarados.
O momento é muito mais dramático do que se pensa. As eliminatórias logo ali na esquina, com todos os adversários em iguais condições e agora sem medo da "amarelinha" lembram que, se acharam que o 7 x 1 foi o fundo do poço, a primeira não ida para um Mundial pode mudar esse conceito e a fundura do buraco.
E algo que ainda não pararam para pensar e é razoável imaginar que comece a acontecer: traumatizados por tudo que passaram, traumatizados por treinarem com técnicos com repertório atualizado em seus times e aqui encontraram gente que nem dar treino mais sabe, por terem seu prestígio arranhado por aqui se apresentarem como turma que se juntou pra pelada, tudo isso em nome de um amor por uma camisa que o entorno deles desmente, bastando apenas olhar para os urubus na carniça que só veem na seleção grande oportunidade de negócios, será que esses jogadores seguirão tendo razão para tanto bate e volta, de Londres para La Paz, de Madri para Bogotá, encarando sufoco e times mais organizados, perigando serem humilhados e ainda ficarem na história como os que não levaram o Brasil para um Mundial? Tudo isso em nome do patriotismo que tem como líderes Marin, Del Nero...Qual é a razão hoje para imaginar que é obrigação passarem por isso, depois de tudo o que passaram agora? E quem não estava, viu tudo o que ocorria? (afinal, assim como na música de Chico, onde "só Carolina não viu", no processo de treino da Copa, só nossa imprensa não viu!).
E saber que quando penarem e pagarem pela indigência tática de nossos treinadores, terá gente dizendo que são "emocionalmente frágeis", quando estiverem impiedosamente dominados, terá gente falando em suas transmissões que "e ainda tem gente que diz não existir problema emocional" e desculpando o treinador, terá gente consultando psicólogos, terá debate sobre isso. Ah, o tal do jornalismo, como faz falta...Por que passarão por tudo isso?
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Esses dias lembrei do Barcelona x Santos de 2011. O massacre na final do Mundial de Clubes. Fui rever um texto que fiz naqueles dias. Estava indignado que, diante do massacre, tivesse gente falando em "complexo de vira-latas", "psicológico", etc. Não acreditei ao reler. Era tudo tão atual, tudo tão igual a hoje. É assim a nossa história. É sempre um prazer para alguns falar que somos uns frágeis emocionais, um Zé Povinho, uma sub raça. E deixamos de ouvir o que um gênio como Pep Guardiola falou. Perdemos ali mais três anos. Perdemos ali talvez a chance de ter um gênio, o homem que mudou o futebol ao fazê-lo voltar para suas origens e responde, como entidade pelos dois últimos títulos mundias, Espanha 2010 e Alemanha 2014.
Ficamos com o esculacho da CBF. Em breve teremos gente vendo qualidade no trabalho de Gilmar e Gallo, o grande pensador do nosso futebol. A que horas a polícia vai descer de rapel invertido e acabar com isso? Vai ser esse esculacho mesmo? Peço que nos matem. Já nos mataram. Mas sem esculacho. Vale apenas lembrar junho de 2013: nem sempre as pessoas suportam tanto esculacho.
Fica o convite para o texto do pós-Barcelona x Santos. É de 18 de dezembro de 2011 mas parece que foi escrito ontem. Tá tudo lá: os Zé Bumbuns discutindo o psicológico, os desmandos da cartolagem...
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18/12/2011
Nada poderia ter sido melhor para o futebol brasileiro do que o humilhante massacre do Barcelona sobre o Santos. Não que este Barça não venha fazendo isso por aí, contra qualquer um, em qualquer lugar. Mas no caso específico desta final de Mundial, o mesmo sentimento generalizado, unânime tomou conta do país: em algum lugar do passado, em algum momento, perdemos o passo, a mão, a bola, o bolo desandou. O tiro de misericórdia para não deixar dúvidas sobre a necessidade de uma reflexão profunda veio na coletiva de Guardiola: "O que tentamos fazer é tocar a bola o mais rápido possível. Na verdade, é o que o Brasil sempre fez, segundo me contavam meus pais e meus avós". Devastador. É preciso entender e traduzir as palavras do treinador: no lugar de provocar, tripudiar, escolheu a elegância habitual quase em tom de pedido, súplica de amante do futebol para que o Brasil retome suas origens. Foi isso que Guardiola fez: um pedido de amante do futebol, que se dói com esse Brasil do cínico pragmatismo.
Coisa para bom entendedor, daqueles para quem meia palavra basta. No caso, disse com todas as letras. Provavelmente desperdiçaremos a imensa chance para a reflexão. As palavras de Mano Menezes em seu blog pós-jogo indicam isso. Falaremos dela logo abaixo. Algumas breves pitacadas em busca desse "elo perdido" do futebol brasileiro se fazem necessárias. Coisas de dentro e de fora do campo.
Em primeiro lugar é preciso entender o que aconteceu, onde e no que perdemos o tal elo. Naquele exato momento em que se trocou a posse de bola, o toque envolvente do Brasil (agora do Barcelona e da Espanha) pela correria, pela obsessão do tal contra-ataque, pela bola parada, pelos duzentos zagueiros e pelos volantes cabeçudos em detrimento dos que sabem sair pro jogo. Quando deixamos de fabricar o meias, pegando todo garoto habilidoso da base e jogando pra frente ou pra volante paradão.
Enquanto isso, lá fora, estava em gestação o futebol de posse de bola, deslocamentos, jogadores sem posição fixa, troca de posições. O que o mesmo Japão tinha visto no Flamengo de Zico, em 1981.
É preciso todo cuidado do mundo agora para que a metralhadora não aponte para todos os lados. Ao contrário do que muitos irão dizer, ainda formamos bons jogadores. Mesmo para meias ou volantes com saída de jogo. Veja o atual brasileiro sub-20. Existem algumas pistas. Adryan, talentoso meia, transformado em homem de frente, aberto num 4/2/3/1, espelhando o esquema da moda por pura macaquice, e mais um talento se esvaindo. O mesmo é verificável nas demais equipes. Algum talento, sufocado em esquemas-espelho da mediocridade do time de cima.
Um pragmatismo cínico cada dia mais incorporado em nossas vidas responde muito por isso. Em todas as esferas. No torcedor que se omite e se exime da obrigação de tentar ver se a seleção ou seu time estão jogando bem, aceitando acriticamente o discurso cínico dos "professores", que ironizam os que "querem ver espetáculo, que deveriam ir ao teatro". Nesse falso dilema entre competição x espetáculo, perdeu-se o óbvio: a questão não é dar espetáculo, é JOGAR BEM, sempre o caminho mais indicado para a vitória. Jogando bem, forçosamente o tal espetáculo vem, mais isso é outra história.
Numa zona de conforto de salários astronômicos, nivelados com os maiores treinadores da Europa, referendados por cartolas mais preocupados em outras coisas do que na responsabilidade de ver seu time JOGAR BEM, nossos professores em sua maioria inundam seus times com 32 volantes cabeçudos, 88 zagueiros, contra-ataques e bolas paradas como arma maior. É o tal pragmatismo cínico que nos assolou e vai mudando nossa história.
O mesmo pragmatismo cínico que vi após a vitória do Barcelona dito tranquilamente na televisão em uma análise. "O jogo de hoje provou que precisamos repensar os conceitos de nosso futebol". Dito por gente que há um ano atrás defendia com voracidade o pragmatismo de Dunga. Ora, das duas uma: ou você defende que se repensem conceitos depois de ver o Barça da posse de bola, da troca de passes e dos deslocamentos de jogadores sem posição fixa, ou você defendia vorazmente o modelo de Dunga, a antítese do Barcelona. Contra-ataque, bola parada, volantões fixos, meias pouco criativos...
A calma que o momento pede não pode permitir também o ressurgimento do complexo de vira-latas, ou querer ver isso aqui ou acolá. Achar que nos curvamos ainda no túnel (o que não houve), que isso ou aquilo, teorias que sempre surgem quando o Brasil perde, vindas geralmente de nossas classes dirigentes e elites, que assim, jogando a culpa na raia miúda, se exime de suas patacoadas e responsabilidades.
Estamos falando de um país capaz de uma das mais assombrosas transformações da história da humanidade: em menos de meio século, passamos de um país agrícola e subdesenvolvido para um país com assento entre as potências econômicas, o país onde o futuro chegou antes do que se esperava, a grande esperança para problemas da humanidade. Falta tanto, divisão de renda, educação, mas a transformação foi assombrosa, a ser contada um dia nos livros de história. E de mais a mais, quando Baggio olhou Romário no túnel ninguém elaborou teorias diminuindo o povo italiano. É preciso manter o foco na floresta, e não se distrair com o dedo que aponta a árvore...
A lição irá desgraçadamente se esvair. Basta ver as palavras de Mano Menezes depois do jogo em seu blog. No lugar da urgente autocrítica, o único culpado nominado foi... a crítica. "Aqui, nossos críticos ainda estão rotulando uma equipe de ofensiva ou defensiva pelo número de atacantes ou volantes que o seu técnico escala na formação inicial, e isso passa para o torcedor". Então tá, a culpa é da crítica, que tem lá as suas, mas essa não, mano velho...Técnicos, assim como seu chefe na CBF, c...e andam para a crítica. Então olhe para o espelho e vamos aproveitar o momento para ver os próprios erros.
Falando no seu chefe, alguém imagina o mandatário acordando no domingo, às 8h30, vendo o jogo, a aula do Barça e depois ligando pro Mano, trocando ideias de futebol, falando da necessidade de reformularmos as coisas, novos conceitos, ou melhor, resgatar antigos conceitos, como disse Guardiola? Podemos explicar parte de nossos problemas por aí, não é, "Professor"?
A calma que pedimos para analisar o que se passa por aqui é providencial para falarmos do Barcelona. Um senhor time de futebol. Para a história. Um privilégio ver isso acontecendo em nosso tempo. Um belo trabalho na base. Mas é só. E isso é muita coisa. Muita coisa mesmo. É que temos também a mania, hipócrita e fruto também do cinismo, de querer que coisas do futebol, do campo, dos atletas, se transformem em "exemplos para a sociedade".
E o cinismo das pessoas e muitas vezes a inocência de outras geralmente embarca nessa. Assim, acriticamente vamos aceitando idealizações sem respaldo na verdade. Ao Barcelona basta e já nos dá demais sendo um time espetacular de futebol, protagonista de uma revolução nas quatro linhas. Quando nos deixamos levar por idealizações, mundos perfeitos, exigir que homens se transformem em modelos, negligenciamos a verdade que não é tão aparente, nos deixamos levar por manipulações. O Barça, (suas categorias de base, seus princípios, seus atletas), não é modelo a ser seguido pela sociedade, como já se escuta aqui e ali, principalmente quando começam a mergulhar na busca das razões para o sucesso do time catalão.
Na presidência, está Sandro Rosell, amigo íntimo de Ricardo Teixeira, que vive em acusações mútuas também com seu antecessor. O homem que levou o patrocínio da Fundação Catar para o uniforme azul-grená. Um corpo que gerou e alimenta Sandro Rosell está longe de ser o modelo de sociedade que sonhamos. Um Barça que busca meninos talentosos na África ou América, ao arrepio da lei do artigo 19 da Fifa, um Barça com todos os pecados do mundo do futebol, e dificilmente seria diferente, sendo ele parte disso tudo. Um Barça que fez uma revolução nos campos, e isso, repito, é muita coisa. Isso diz respeito ao jogo que veneramos, e portanto a nossas vidas. Mas lá como aqui, devemos rejeitar idealizações. Digo porque começo a ver isso se repetir toda hora.
Mas isso é o menos importante aqui e agora. O importante é buscar o elo perdido, que é nossa sobrevivência como brasileiros, mestiços, cafuzos, mamelucos, capoeiras, Manés, Pelés, moleques. Aqueles que os avós do Guardiola contaram um dia ao menino. Algo que se perdeu no tal pragmatismo cínico aqui tratado, exemplificado nos nossos "professores", cartolas, imprensa acrítica, adepta do jornalismo de resultado, das arquibancadas cada dia mais gélidas e cínicas também, elitizadas sem o crioulo sem dente que botava água no feijão para levar seu amor incondicional ao estádio, substituído a cada dia pelo almofadinha que não conhece a derrota na vida. É ele que legitima esse modelo cínico da vitória a qualquer custo que vai nos matando em essência, conteúdo e forma. Até sermos cobrados por um técnico estrangeiro em coletiva.


Ps - só pra descontrair porque o assunto acima é muito sério e diz respeito a nossa sobrevivência como povo, no qual o futebol é parte fundamental de nossa identidade, uma pergunta que tenho me feito nos últimos dias e para qual ainda não arrumei resposta: quem é mais otimista ou crédulo, o sujeito que gasta uma nota preta para ver seu Santos do outro lado do mundo enfrentar o poderoso Barça, ou o sujeito que gasta uma nota preta comprando um ingresso antecipado para um show do João Gilberto?

Muricy muda seu modelo de jogo, mas vai precisar revezar as estrelas para mantê-lo no São Paulo

OLHO TÁTICO
Na vitória sobre o Bahia, a consolidação de uma proposta ofensiva, baseada em movimentação e posse de bola.
Na vitória sobre o Bahia, a consolidação de uma proposta ofensiva, baseada em movimentação e posse de bola.
O São Paulo teve a melhor atuação coletiva no retorno do Brasileiro nos 2 a 0 sobre o Bahia na Fonte Nova pela décima rodada. Com mais de um mês para trabalhar, Muricy Ramalho consolidou mudanças que vinham ganhando forma bem antes da parada para a Copa - leia AQUI. Talvez o Mundial tenha ajudado os jogadores a compreender melhor.
O técnico vem alterando seu modelo de jogo. Ou suas idéias na montagem de uma equipe. Muricy prefere que seu time tenha a bola, mas antes não fazia tanta questão. Também era confortável jogar fechado, saindo em contragolpes, apostando na bola parada e, se tivesse um talento para desequilibrar, acionando até a exaustão - Conca no Fluminense e Neymar no Santos, os exemplos mais bem sucedidos. Para compensar a liberdade do craque, jogadores marcadores.
Agora a proposta é outra. Os conceitos privilegiam a técnica. Na equipe que entrou em campo em Salvador não há um atleta essencialmente marcador. Para compensar, todos precisam participar na recomposição. Pressionando quem está com a bola, aproximando os setores, fechando espaços para as possibilidades de passe ou, se houver necessidade, parar o jogo com faltas. Recurso legítimo para não ser surpreendido. Sem exageros, obviamente.
Ao atacar, valoriza a posse. Toca curto, inverte o lado da jogada com paciência. Movimentação constante na frente para desorganizar o rival e criar espaços. Bola no chão. 66% de posse no jogo. No campeonato é um dos cinco que mais ficam com a pelota e acertam passes. Mas ao contrário da edição passada do Brasileiro, essa posse vem junto com a objetividade. O tricolor paulista tem o segundo melhor ataque e é o quinto que mais acerta finalizações.
Ganso está mais móvel, participativo. Porque os companheiros aceleram o jogo e quase sempre há uma opção de passe. Souza cumpre todas as atribuições de um volante moderno. Marca e vai jogar, recua na linha dos zagueiros para ajudar na saída de bola. Aparece na frente para servir os companheiros.
OLHO TÁTICO
Movimentação de Souza contra o Bahia: volante moderno, que joga de uma intermediária a outra, ajuda na saída de bola e ainda aparece no ataque.
Movimentação de Souza contra o Bahia: volante moderno, que joga de uma intermediária a outra, ajuda na saída de bola e ainda aparece no ataque.
Tem a companhia de Maicon, que evolui com Muricy e procura se dedicar mais no combate. Douglas e Álvaro Pereira são laterais ofensivos, mas que apóiam alternadamente. Os atacantes ajudam dificultando a saída do adversário. Futebol coletivo, bonito de ver em alguns momentos, como na jogada do segundo gol. Primeiro oficial de Kardec pelo novo clube.
REPRODUÇÃO TV GLOBO
Flagrante do segundo gol do São Paulo: seis jogadores no ataque, três dentro da área, e Ganso servindo Souza que acha Kardec
Flagrante do segundo gol do São Paulo: seis jogadores no ataque, três dentro da área, e Ganso servindo Souza que acha Kardec
O ex-atacante do Palmeiras entrou muito bem. Sabe fazer o trabalho de pivô, mas também se mexe pelo ataque. Abre espaços, dá seqüência às jogadas, lê bem o jogo. Osvaldo e Ademilson são a velocidade pelos flancos, fundamentais para aprofundar as jogadas, aproveitar os espaços às costas da defesa.
A idéia é ótima, atual. Independe do sistema tático, que varia do 4-2-3-1 para o 4-3-3. Mas requer muita concentração e fôlego. Sem intensidade a marcação fica frouxa e não há controle de jogo. Depois dos 2 a 0 o São Paulo teve alguns problemas diante de um time frágil. Contra Cruzeiro ou Corinthians pode ser fatal.
Por isso será fundamental rodar o elenco, revezar. Cultura que ainda encontra resistência no futebol brasileiro. Para manter o modelo não basta voltar com Pato e estrear Kaká. Um quarteto ofensivo com a dupla e mais Kardec e Ganso pode ser bonito no papel. Na prática, a tendência é que perca rapidez e dinamismo.
Kaká pode iniciar como um dos três meias, porém mais aberto. Como atuou no final da Era Mano Menezes na seleção brasileira. Alternando com Ganso ou Pato no centro. Já que Luis Fabiano ficará um bom tempo fora por lesão, Kardec deve se fixar no centro do ataque. Muricy só não pode juntar todos. Porque Osvaldo, mesmo sendo bem mais limitado tecnicamente, é quem dá profundidade. Acelera para variar o trabalho com a bola e não sacrificar os laterais. Também marca mais. Não pode sair do time base.
OLHO TÁTICO
Uma possível formação do quarteto ofensivo são-paulino, com Kaká - Pato e Luis Fabiano esperam, mas também pode ser o contrário. Revezamento de peças.
Uma possível formação do quarteto ofensivo são-paulino, com Kaká - Pato e Luis Fabiano esperam, mas também pode ser o contrário. Revezamento de peças.
Revezar as estrelas em campo. "Turnover" como se diz na Inglaterra. Para Muricy Ramalho manter o funcionamento e aprimorar seu novo jeito de pensar futebol vai precisar da colaboração de todos. Correndo e priorizando o time. No campo ou no banco de reservas. Só assim o São Paulo continuará forte para lutar em igualdade com os principais concorrentes pelo sétimo título brasileiro.

O passado como solução

Depois da goleada imposta pela Alemanha na Copa do Mundo, o futebol brasileiro necessitava uma revolução. O inesquecível 7 a 1 poderia ser o início de um amplo e necessário debate sobre o nosso modelo, sobre como encaramos e pensamos o jogo. E como imaginamos o futuro. Esqueça.
A pancada foi tão forte que, certamente, desorientou ainda mais a já desorientada cúpula da CBF. A perspectiva de mudança é bem pequena, pois no lugar de um debate sobre o futuro, recuperamos o passado como solução. Nada contra as pessoas, nada contra Gilmar Rinaldi, escolhido para capitanear as mudanças.
Eu esperava por ideias!
Quem imaginou uma revolução como resposta ao fracasso deve ter levado mais um susto. E percebido que a CBF se especializou em mudar não mudando nada.
Gilmar é sujeito agradável, educado, muito bem articulado. Sempre deu boas entrevistas e salvou muitas pautas com suas ótimas declarações. Mas até quarta-feira, dia 16 de julho, ele era empresário de futebol, seu olhar era outro.
Eu esperava por ideias!
Eu sonhava com alguém que conhecesse profundamente no que se transformou o mundo da bola. Sonhava com quem tivesse noção das técnicas de treinamento mais avançadas, essas que nos destroçaram.
Quem domina esse conhecimento no Brasil, infelizmente, está submerso, não frequenta a sala da elite que dirige o esporte. Repito, o problema não é a pessoa, é o conhecimento. Ou a falta dele.
Apenas para ter uma ideia, será que estamos preparados para aplicar a periodização tática nas equipes de base? Será que temos na CBF alguém que tenha noção do que é o treinamento sistêmico?
Continuamos na pré-história do ludopédio, falando em fábrica de talentos, da força do futebol brasileiro e de todas aquelas bobagens do tipo. E não custa lembrar que o modelo atual foi referendado pelo cartola do seu clube na última eleição da CBF.


Obviamente, seu time segue na mesma direção!

Palmeiras começa mal depois da copa

Palmeiras começa mal a decima rodada e perde para o time do Santo  
O time das palmeiras jogado cupê mal e a acaba perdendo
Será que as palmeiras  vão reagi ou vai ser como o flamengo que tá na zona de rebaixamento.

Bicampeão mundial, Zito sofre AVC e é internado em estado grave



GAZETA PRESS
Zito, bicampeão mundial com a seleção brasileira, está internado em Santos
Zito, bicampeão mundial com a seleção brasileira, está internado em Santos
Enquanto torcedores santistas deixavam a Vila Belmiro felizes pela vitória por 2 a 0 no clássico diante do Palmeiras, um dos maiores ídolos da história do clube era internado por conta de um grave problema de saúde. O craque Zito, bicampeão mundial pela seleção brasileira nas Copas de 1958 e 1962, sofreu um AVC e acabou hospitalizado na UTI da Santa Casa de Santos.

SAIBA MAIS

Um dos maiores nomes da ‘Era Pelé', Zito passou mal na tarde desta quinta-feira e foi encaminhado ao hospital para fazer exames. A tomografia realizada constatou um sangramento na região cerebral, o qual levou o ex-jogador a imediatamente ser instalado na UTI do hospital.
De acordo com informações do hospital, apesar da delicadeza do caso, o estado de saúde do antigo meio-campista é grave e, por ora, estável. A princípio, o grave sangramento não apontou a necessidade de cirurgia; o suporte da UTI servirá como primeira medida para conter o problema de Zito.
Considerado um dos grandes nomes da história do Santos - e do futebol brasileiro -, Zito teve uma carreira de sucesso, especialmente com a camisa branca do clube praiano. Ao lado de craques como Pelé, Pepe e Coutinho, o ex-meio-campista conquistou o bicampeonato da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes nos anos de 1962 e 1963.
Com a seleção brasileira, Zito foi peça importante nos dois primeiros títulos de Copa do Mundo. O meio-campista foi titular nos dois jogos que consagraram o futebol verde-amarelo. Em 1958, na goleada por 5 a 2 sobre a Suécia, e quatro anos mais tarde, no triunfo por 3 a 1 sobre a Tchecoslováquia, ele liderou o setor ao lado de Didi.