terça-feira, 5 de julho de 2016

Série B

21h30
BahiaBAH
Vila Nova-GOVNO


Série B

19h15
Paraná ClubePAR
AvaíAVA

A goleada improvável

O FLAMENGO jogou os 45 minutos iniciais como se estivesse no velho Maracanã, sem deixar o Corinthians respirar ao exigir que Cássio comprovasse estar de volta e que a trave, pelo menos uma vez, o salvasse.
O Corinthians errava, errava e errava.
O segundo tempo começou quase no mesmo diapasão.
Bastou, no entanto, depois de um bate-rebate na área rubro-negra, que o estrelado Romero abrisse o placar, aos 14, para que o Flamengo desmoronasse até ser destruído pelo Timão, que passou a acertar tudo e a se aproveitar da incompreensível prostração rubro-negra.
Daí sucedeu-se um massacre, com mais três gols frutos de acertos de passes que não pareciam prováveis para quem vira o primeiro tempo alvinegro.
O 4 a 0 que era inimaginável no intervalo do Clássico do Povo se desenhou com brilho para mais de 32 mil torcedores na nova Arena Corinthians.
Certamente os 45 minutos finais foram os melhores do Alvinegro nesta temporada, consagrando, enfim, a primeira vitória contra um time de respeito, porque, lembremos, o triunfo sobre o Santos não foi contra o time completo.
Santos que aparece como candidato, embora vá perder três jogadores para a seleção olímpica, mas que tem sido capaz de se reinventar até mesmo quandoderrotado, como contra o Grêmio na semana passada.
Hoje ainda teremos o Palmeiras, em Recife, para não vacilar diante do antepenúltimo colocado, Sport.
Com corintianos, gremistas e santistas secando.
Parece inútil.
O QUE SERÁ DA RIO-16?
Que anúncio a Rio-16 fará do Brasil?
Já se disse que receber uma Copa do Mundo de futebol, ou uma Olimpíada, é uma ótima oportunidade para fazer o anúncio de um país.
Com um risco: o de fazer um mau anúncio.
A Copa do Mundo, apesar de todos os pesares que tão bem foram previstos e hoje conhecemos detalhadamente, foi saudada pelo mundo que nos visitou.
É claro. Os nossos problemas são nossos, não dos que nos visitaram.
E a Olimpíada?
A pouco mais de um mês da abertura, tirante a certeza de que o carioca receberá o evento com a hospitalidade que o caracteriza, o que esperar?
Os primeiros sinais são de alerta total e são negativos.
Atletas estrangeiros já foram assaltados e os que treinaram nas águas poluídas das lagoas cariocas e da baía da Guanabara estão alarmados.
O assalto aos caminhões da TV alemã também não servem à propaganda das autoridades.
Arrastões se sucedem, pessoas são mortas em ações criminosas da polícia, balas perdidas acham vítimas inocentes, a Linha Vermelha é tinta de sangue, instalações olímpicas são bafejadas por mau cheiro, teme-se o colapso dos hospitais e as manifestações de funcionários públicos com salários atrasados.
Rio-16 se apresenta como passo maior que as pernas e até os exames antidoping, como na Copa, estão sob suspeita e, por enquanto, serão feitos fora do Brasil.
Batamos três vezes na madeira para isolar: que não morra nenhum atleta será a maior medalha que poderemos ganhar.
E, por favor, o momento não comporta as ridículas reações bairristas.
Em qualquer outra cidade brasileira os riscos e os problemas seriam, exatamente, os mesmos. 

A maior vitória

Vencer times pequenos é fundamental para quem quer ser campeão brasileiro. O Corinthians quer. Mas antes de ganhar do Flamengo, o campeão brasileiro tinha sete vitórias e cinco delas contra os cinco piores do Brasileirão: SportSanta CruzAméricaBotafogo e Coritiba.
Nos grandes jogos de 2016, o Corinthians vacilou. Exceções foram o São Paulo em crise, em fevereiro, e o Santos em junho, mas sem Lucas Lima, Gabriel e Ricardo Oliveira.
Não era o Santos.
Editoria de Arte/Folhapress
PVC 03/07
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No Brasileirão, fora os cinco piores e o clássico contra os santistas, o Corinthians tinha vencido a Ponte Preta. O primeiro tempo contra o Flamengo reforçava a ideia de que o Corinthians sofre contra os maiores. Levou bola na trave, teve menos posse de bola e sofreu. O segundo tempo mudou isso.
A vitória do Corinthians ontem foi a mais sólida do ano e a que ajuda a quebrar a desconfiança da torcida de que o time piorou depois da saída de Tite. As vitórias sem jogar bem contra Santa Cruz e América aumentavam a incerteza quanto ao nome do treinador contratado há duas semanas. Mas a falta de força contra os grandes, em 2016, era um problema de Tite, também. Não só de Cristóvão Borges.
Perdeu para o Palmeiras duas vezes, empatou duas vezes e foi eliminado pelo Nacional, empatou com o Santa Fé e perdeu do Cerro Porteño, perdeu do Santos no Estadual, caiu contra o Audax na semifinal do Paulistaempatou com o Grêmioperdeu do Atlético-MG.
Só o último jogo citado aconteceu sob o comando de Cristóvão Borges.
"Depois que sofremos o gol nos desestabilizamos", explicou William Arão após a goleada.
A goleada foi injusta com o Flamengo e não espelha o futebol corintiano. Mas o resultado leva o Corinthians aos mesmos 25 pontos do Palmeiras, o líder, que joga hoje à noite no Recife contra o Sport. Os 4 x 0 jogam a pressão sobre a equipe de Cuca.
A SEMIFINAL
derrota contra a Ponte Preta não espelha o São Paulo que enfrentará o Atlético Nacional, porque Edgardo Bauza escalou dez reservas. Mas há problemas para avançar para a decisão. Sem Ganso nem Kelvin, é bem difícil escalar os titulares de quarta-feira.
Bauza pode ter Wesley na ponta e Ytalo na ponta de lança. Não aposte. Nem Bauza sabe qual equipe irá escalar.
O Atlético Nacional também tem problemas. Perdeu Copete, titular em sete dos dez jogos da Libertadores, mas reserva em três dos últimos seis. Titular absoluto que foi embora, só Ibarbo, o centroavante. O Atlético Nacional aposta nas infiltrações pela faixa central do campo. O São Paulo acredita nas bolas paradas.
São 41% dos gols nascidos em jogadas assim, de faltas e escanteios.
Um lance desse tipo pode dar tranquilidade para ir à Colômbia em busca do empate que classifique. Só que o São Paulo não vai bem como visitante desde a chegada de Bauza e o treinador argentino só venceu uma partida fora em mata-matas de Libertadores. Aconteceu em 2001, pelo Rosario Central, contra o Cobreloa, pelas oitavas de final.
No Morumbi, há quem imagine a hipótese de mudar a estratégia. Lutar pelo empate em casa e tentar fazer gol fora de casa. O retrospecto da carreira de Edgardo Bauza não dá segurança de que esta seja a melhor estratégia.
TITE VISITA
O último técnico da seleção que ia sempre aos jogos para observar jogadores ""sempre"" foi Telê Santana. Tite foi ao Gre-Nal ontem, vai a Palmeiras x Santos terça que vem. É seu trabalho e parte do serviço que pode devolver a noção de que a seleção nos pertence.
O LÍDER
O Palmeiras joga hoje com a estreia de Mina e a tentativa de abrir vantagem. Cuca tem uma boa definição do momento em que o técnico fica bom: "É quando ele entra na cabeça do outro técnico e sabe o que ele vai fazer." Ele quer marcação pressão como visitante. 

Adryan se reapresenta ao Flamengo nesta terça, mas clube tenta transferência

Na tarde desta terça-feira os jogadores que não foram titulares contra o Corinthians se apresentam no Ninho do Urubu, e entre eles, estará uma novidade: Adryan. Após o fim de seu empréstimo ao Nantes, sem acordo para a compra em definitivo, o meia será reintegrado ao grupo do Flamengo. Mas apesar de participar dos treinamentos, a ideia inicial é que o jogador seja novamente negociado.
Adryan esteve emprestado ao Nantes até 30 de junho, e o clube francês, que tinha a preferência de compra, fez uma oferta inferior aos € 3 milhões pretendidos. Como a quantia não foi aceita, o jogador de 21 anos naturalmente retornou ao grupo do Flamengo, clube com o qual tem contrato até março de 2018. O plano de seu empresário, entretanto, é de que ele siga fora do Brasil, mas deixou claro que todas as possibilidades estão abertas.
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– A ideia é de levá-lo novamente à Europa, para que ele continue a se desenvolver. Mas futebol não é matemática. Ele pode ser bem sucedido no Flamengo também – afirmou Reinaldo Pitta, seu agente.
Adryan disputou seu primeiro jogo oficial nos profissionais do Flamengo aos 17 anos. Foram 48partidas no total com três gols e pouco brilho. Ele deixou o clube rumo à Europa, onde atuou por Cagliari (Itália), Leeds United (Inglaterra) e Nantes (França).
Outro novo integrante do grupo que se apresenta nesta terça-feira é Lucas Mugni. Mas ao contrário de Adryan, o argentino fará treinos em horários diferentes da equipe principal, já que não está nos planos da comissão técnica. O Flamengo busca negociar o meia, seja por empréstimo ou em definitivo.

Palmeiras vence como verdadeiro líde

Time que queira ser campeão não pode se limitar a ganhar pontos em casa.
Tem de ganhá-los também fora.
O Palmeiras sabe disso e jogou o primeiro tempo na Ilha do Retiro como deve: como líder.
Assim saiu na frente logo aos 10 minutos, em cruzamento de Gabriel Jesus para Erick completar.

O Sport tentava agredir e esbarrava numa defesa que agora tem duas torres quase intransponíveis pelo alto, com Victor Hugo e Mina.
Aliás, esta é a diferença que faz do Palmeiras candidatíssimo: um grupo repleto de jogadores talentosos num campeonato em que estes são raros.
Por menos que esteja jogando um Tchê Tchê, um Roger Guedes, um Gabriel Jesus ou Dudu (hoje ausente), sempre se pode esperar deles um lance decisivo, para não falar de Fernando Prass, invariavelmente capaz de defesas decisivas.
Tudo isso bem combinado com Cuca, que deu ao time o padrão que não tinha mesmo com boa parte de seus atuais jogadores, embora sem Tchê Tchê e Roger Guedes.
E é preciso ter elenco mesmo, porque acidentes acontecem, como o estiramento de Moisés logo no oitavo minuto do segundo tempo, substituído por Matheus Sales.

Ou cartões amarelos, como o terceiro de Gabriel Jesus, que o tira do clássico contra o Santos, na terça-feira da semana que vem.
Ou como, aos 13 minutos, quando Mina fez pênalti, mas Gabriel Xavier se aproveitou da confusão e fez o gol de empate, ao driblar Prass.
Mas time que quer sem campeão não pode se apavorar porque tomou gol fora de casa.
E, incontinenti, o Palmeiras criou duas chances com Gabriel Jesus.
E busca com Cleiton Xavier, no lugar de Jean, o gol que o coloque na frente de novo.
E consegue, com Gabriel Jesus, aos 21.
E amplia com Cleiton Xavier cobrando pênalti mandrake em Gabriel Jesus.
E sofre, com os terceiros cartões amarelos de Thiago Santos e Roger Guedes, além de mais um machucado, Tchê Tchê.
Brasileirão é isso, uma maratona que precisa ter elenco para ganhar.
O Palmeiras tem.