A iniciativa da torcida do Atlético foi bem legal, ir ao estádio Independência com máscaras doPânico. Ainda bem que depois do veto inicial a polícia liberou a brincadeira. Válida, mas com moderação, claro, afinal, era noite de jogo à vera, de duelo pela Libertadores, certame com o qual os atleticanos estão se acostumando após mais de uma década de afastamento. Seriedade!

A atuação do Galo foi bem abaixo de sua média e a boa presença do Tijuana fez do cotejo um drama inesperado para muitos que davam como certo o triunfo mineiro. Comandado pelo experiente técnico Antonio "El Turco" Mohamed, campeão da Copa Sul-Americana 2010 com um fraco time que tinha o Independiente (superou o Goiás na decisão), o conjunto mexicano mostrou suas virtudes.

Responsável pelo fim da invencibilidade do Corinthians e algoz do Palmeiras na competição, o time que veio da fronteira com os Estados Unidos não é a porcaria que muita gente dizia aqui no Brasil. Misto de arrogância com desconhecimento. É mais fácil rotular uma equipe que vem de longe como ruim por jogar em grama sintética, etc, do que perceber que não são futebolisticamente cegos.

O Tijuana errou pouco. A falha mais gritante resultou no gol de Réver, que empurrou a bola para as redes andando dentro de uma área onde estavam dez adversários. Bem estruturada, a equipe do treinador argentino teve duas claras chances de fazer 2 a 1 no segundo tempo, antes de Luan perder bela oportunidade e do pênalti que deu contornos épicos ao duelo no Horto.

Victor foi heróico ao deter o chute do colombiano Riascos no centro da meta, já nos acréscimos. A emoção enorme que se espalhou pelo Independência escancarou mais uma noite sensacional da melhor invenção do homem, o futebol. Antes e depois da cobrança que levou o Atlético a avançar. Alívio para a torcida e um sonho mantido. Não é fácil, caro atleticano, nunca será.

Pela campanha foi justo, mas pela partida especificamente, não. Como alertamos no Bate-Bola 1ª edição da ESPN Brasil na quinta-feira, não era noite de baile de carnaval, mas sim de jogo da Libertadores. E o Galo teve seu verdadeiro batismo. Outras noites virão e será preciso mais bola e mais sorte (por que não?) para que elas sejam... de folia.

Reuters
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