Metalurh Donetsk
Moraes é ídolo no Metalurh Donetsk
Moraes é ídolo no Metalurh Donetsk
É inevitável falar em Moraes e não se lembrar do gol marcado na final do Campeonato Paulista de 2007 pelo Santos. No entanto, passados seis anos, o atacante de 26 anos atualmente tem muitas outras histórias para contar.
Jogador do Metalurh Donetsk, da Ucrânia, Moraes se destaca desde 2010 no Leste Europeu.
Filho do ex-jogador do Santos Aluisio Guerreiro e irmão de Bruno Moraes, ex-Porto, Júnior Moraes, como é chamado atualmente, tem a carreira consolidada na região, e não pretende voltar tão cedo ao Brasil. Perdidos pelo mundo
Você defendeu o Gloria Bistrita, da Romênia, na temporada 2010-11. Depois foi para o CSKA Sofia, da Bulgária, e desde 2012 está no Metalurh Donetsk, na Ucrânia. Já virou um especialista em Leste Europeu?
Se eu falar que meu sonho era jogar no Leste Europeu, seria mentira. Com o passar dos anos, as oportunidades que tive por aqui, conheci bastante a região. Minha primeira impressão na Romênia foi muito boa, isso ajudou. Depois que saí do Brasil minha carreira alavancou, só obtive sucesso. Fui eleito o melhor atacante do Campeonato Romeno, depois na Bulgária tive uma adaptação difícil por causa da língua, mas fui artilheiro e melhor jogador do campeonato. Fui muito feliz lá, um dos lugares onde fui mais feliz. Agora na Ucrânia só sucesso também, e é um campeonato mais conhecido internacionalmente, com muitos brasileiros. Posso falar que estou muito bem adaptado ao Leste Europeu e muito feliz por aqui.
Destes países, qual tem a liga nacional mais forte?
A Ucrânia. Eles têm mais dinheiro e estrutura. A Romênia me surpreendeu muito, tem muita qualidade técnica, lembra o Campeonato Espanhol.
Em relação ao que você aprendeu na base no Brasil, a parte tática é muito diferente?
Totalmente diferente. Tive que me readaptar ao futebol, mas por mais que seja difícil no começo, alcançamos o objetivo no final. Aqui no Leste tem muita pancada também, sofro com vários hematomas e algumas lesões. Como aprendi a jogar futebol no Brasil, tenho também aquela malandragem para saber se proteger, perceber quando entram na maldade, para machucar.
O jogador brasileiro ainda é visto no Leste Europeu como um jogador diferente, que chegar para resolver os problemas no ataque?
As pessoas abrem o olho sim... Não gosto de falar por mim, e sim do brasileiro de modo geral. Mas no Leste Europeu, falou que é brasileiro é para fazer a diferença.
Seu atual time, o Metalurh Donetsk, é de porte médio na Ucrânia. Por que optou pelo clube?
Como você falou, é um clube médio na Ucrânia. O projeto deles me impressionou, principalmente a estrutura. O objetivo é ser grande, lutar por títulos. O clube é muito novo ainda, foi fundado em 1996 e tem dois presidentes. Eles têm outros dois clubes, um na Rússia (Kuban Krasnodar) e um na Armênia, e muito poder aquisitivo, são muito ricos. A base, como eles chamam o Centro de Treinamentos, é de primeira. Fui criado no Santos, e a base aqui é melhor do que Santos. Temos até mesmo um avião particular para os jogos.
Já que você citou o Santos, quando está de férias na cidade, ainda é parado nas ruas pelas pessoas por causa do gol marcado na final do Paulista de 2007?
Até brinco que isso passou rápido demais, seis anos já! Quando falo quem sou, até porque não temos muitos Moraes no futebol, logo ligam meu nome àquele Santos. É uma satisfação boa ser lembrado por algo bom.
É um objetivo seu atualmente retornar ao futebol brasileiro?
Saí do Brasil muito cedo, e meu primeiro ano como profissional foi muito bom, marcando o gol do título. Tive essa oportunidade diferente... Sinto muita falta de jogar o Brasileiro, acompanho os jogos todo final de semana, mas hoje não é minha primeira opção na carreira retornar ao Brasil. Tenho um nome feito no Leste Europeu com muito esforço, até mesmo na Europa. Meu objetivo hoje é jogar em um clube de ponta, disputar títulos e jogar a Champions League.
Você joga pelo time pequeno de Donetsk, e mesmo assim há rivalidade com o Shakhtar?
Tem rivalidade sim. Como disse, é um clube novo ainda, mas em época de jogo tem sempre as brincadeiras. Não dá para comparar com um GreNal ou um Santos x Corinthians, mas é o dérbi da cidade. Mas os clubes têm bom relacionamento, principalmente os presidente, e é sempre engraçado porque enfrentamos vários brasileiros!