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quarta-feira, 25 de março de 2015
Palmeiras se alia a delegado-geral e juiz por torcida única
GAZETA PRESS
Como combinado em reunião na Secretaria de Segurança Pública, no início do mês, o clubes paulistas enviaram as suas propostas de como ajudar a solucionar o problema da violência no futebol. No documento, o Palmeiras foi o único time a sugerir a realização de uma experiência de torcida únida em clássicos.
Embora já tenha declarado publicamente a sua preferência para partidas sem visitantes, a diretoria de Paulo Nobre dá, dessa forma, um passo importante para um primeiro teste neste formato. Um novo debate entre os representantes do governo estadual e dos clubes vai acontecer na próxima sexta-feira para que medidas sejam tomadas.
O que aumenta a chance de mudanças no curto prazo é que Nobre não está sozinho. O desembargador do Juizado do Torcedor do Tribunal de Justiça, Sérgio Ribas, também é adepto ao modelo de torcida única. Segundo ele, há ainda o apoio do Delegado Geral da Polícia Civil de São Paulo, Yousseff Abou Chain.
"Tivemos a reunião há duas semanas e debatemos sobre algumas sugestões. Eu sou favorável a um teste com torcida única. O Palmeiras também já declarou que concorda com isso e quer que seja assim. O Delegado Geral da Civil, o doutor Youssef [Abou Chahin], também pensa assim e apoia", afirmou Ribas, em contato com o ESPN.com.br.
"Eu acho que é melhor tanto do ponto de vista econômico, já que os clubes podem arrecadar mais, quanto também do ponto de vista do combate à violência, do trabalho da Polícia Militar. O Santos falou que é a favor de duas torcidas. O São Paulo quer torcida mista e o Corinthians ainda não se pronunciou", completou.
A Federação Paulista de Futebol, por outro lado, afirmou que sempre lutará por duas torcidas nos estádios e que enviou sugestões mais genéricas sobre como pode ajudar no combate á violência, especialmente na parte de organização dos jogos.
"A Federação Paulista de Futebol vai sempre fazer de tudo para que tenhamos duas torcidas. Mandamos coisas mais sobre a parte de organização, como podemos ajudar a combater a violência desde essa parte", disse Coronel Marinho, diretor da FPF.
No começo de fevereiro, o Ministério Público de São Paulo tentou fechar os portões para os corintianos em um Dérbi, iniciativa que acabou caindo após decisão judicial, faltando apenas algumas horas para a bola rolar.
Nesta sexta-feira, uma nova reunião acontecerá na Secretaria de Segurança Pública, com a presença de dirigentes de clubes e federação, desembargadores, juízes e parlamentares.
ESPN.COM.BR
Sheherazade diz ter vergonha da organização do Brasil para Copa e Olimpíada
Apresentadora do SBT Notícias e comentarista da rádio Jovem Pan de São Paulo, Rachel Sheherazade prevê problemas para a disputa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro no ano que vem. Crítica ácida do governo federal, ela diz que será necessário muito empenho político e uma “ajudinha dos céus'' para que as obras sejam entregues a contento.
Segundo ela, parte da preocupação vem do fato de que as empreiteiras que conduzem as obras são as mesmas envolvidas e acusadas de corrupção na Operação Lava Jato. “Se elas forem consideradas inidôneas, não sei como as obras serão finalizadas a tempo e a contento. Além disso, estamos vivendo uma crise econômica seríssima, com necessidade de contenção de gastos'', diz ela.
No ano passado, antes do início da campanha eleitoral que terminou com a presidente Dilma Rousseff (PT) reeleita, Sheherazade deixou de ter liberdade para fazer os seus comentários no Jornal do SBT. A proibição, que partiu do dono da emissora, Silvio Santos, e se deu depois de ela afirmar que achava “compreensível'' a ação de um grupo de “justiceiros''.
Na ocasião, em uma nota, a emissora afirmou que “em razão do atual cenário criado recentemente em torno de nossa apresentadora Rachel Sheherazade, o SBT decidiu que os comentários em seus telejornais serão feitos unicamente pelo Jornalismo da emissora em forma de editorial. Essa medida tem como objetivo preservar nossos apresentadores Rachel Sheherazade e Joseval Peixoto, que continuam no comando do SBT Brasil''.
Sem o espaço para os comentários na TV, ela foi contratada pela Rádio Jovem Pan de São Paulo em novembro do ano passado, onde apresenta o Jornal da Manhã ao lado de Joseval Peixoto, com liberdade para opinar.
Ela diz que a pouco mais de um ano para o evento, algumas metas importantes não devem ser alcançadas, como a despoluição da Baía de Guanabara. “Sinto-me envergonhada por nossa incompetência em receber grandes eventos''.
Segundo ela, a própria imprensa poderia fazer um papel melhor de fiscalização em torno dos gastos para a realização da Olimpíada. “Acho que poderíamos fazer bem melhor. Poderíamos acompanhar o andamento das obras e seus respectivos gastos mais de perto, com mais afinco, dar mais visibilidade ao que está sendo planejado, ao que está sendo gasto''.
Porém, ela acredita que o momento político vivido no Brasil tem desviado um pouco as atenções. “O foco da imprensa brasileira mudou. Inflação fora de controle, governo sem comando, a revolta do Legislativo, o isolamento político da presidente, os movimentos pró-impeachment, o escândalo da Petrobras e seus desdobramentos (…) são assuntos mais urgentes que requerem uma atenção ainda maior dos jornalistas''.
A âncora cita o exemplo da Copa do Mundo, em que foram prometidos muitos benefícios, mas o legado deixou a desejar. “Vejo promessas não cumpridas, elefantes brancos por toda parte. Três estádios (em Manaus, Brasília e Cuiabá) já nos dão um prejuízo de pelo menos R$ 10 milhões.Vejo obras inacabadas, mal feitas, vejo um rombo nos cofres públicos fruto do mau planejamento e do superfaturamento'', disse ela.
A apresentadora afirma que a Copa foi acima de tudo um “investimento político''. “Foi um ótimo negócio para as empreiteiras que faturaram alto com as obras. O tal “investimento'' da Copa do Mundo no Brasil, no fim das contas, trouxe à sociedade mais perdas que ganhos. A derrota por 7 a 1 para a Alemanha foi o menor dos males. A maior vergonha foi a Copa em si: seus gastos astronômicos e seu legado vazio''.
Para ela, o circo deu lugar à razão durante o Mundial do Brasil. “Chegou um ponto em que a imprensa também se calou e se rendeu à festa, fechando os olhos aos escândalos. As obras foram superfaturadas, mal acabadas, o grito de protesto nas ruas contra os gastos astronômicos em estádios de futebol — em detrimento de investimentos em outras áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança –, foi calado''.
Sheherazade afirma que o jornalismo esportivo poderia ser mais enfático ao cobrar transparência das autoridades e que é muito focado no futebol. “Temos outros esportes que precisam de mais visibilidade na mídia'', diz ela. “Acho que o jornalismo esportivo tem enveredado para o lado mais crítico, que acho ótimo. Gosto de acompanhar os debates na rádio, e também gosto de programas televisivos que mostram outras modalidades esportivas, ainda que timidamente. Esse tipo de matéria acaba incentivando os atletas, que não se encaixam no perfil da chuteira''.
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