terça-feira, 8 de julho de 2014

Copa do Mundo

17h00

1 BRA Brasil X Alemanha ALE 7

Vai, Alemanha! *

Nós com os alemão vamo se divertir.
No século XVIII (18, animal) o inglês Samuel Johnson escreveu que o patriotismo é o último refugio de um canalha. Excelente frase. Mas era muito fácil dizer isso quando ainda não existiam Copa do Mundo, leis bancárias suíças e nem os voos regulares para o Brasil. Canalhocracia à parte a verdade é que desde os anos de chumbo da década de 60 que torcer patrioticamente pela Seleção Brasileira é considerado um hábito meio jeca.
Nos anos 70 os milicos tentaram uma aquisição hostil da Seleção Brasileira que acabou custando a cabeça do treinador João Saldanha e rendendo a convocação de Dadá Peito-de-Aço pro escrete. Nas rodinhas de intelectuais da época não havia nada mais cafona do que torcer pela Canarinho. O que não impediu que a comunistada toda comemorasse o TRI e a conquista definitiva da finada Jules Rimet enchendo a cara e soltando morteiro junto aos reacionários, entreguistas, dedos-duros e alienados de plantão.
O tempo passou e a Copa do Mundo ganhou importância ao mesmo tempo em que as nacionalidades ficavam cada vez mais débeis. Os clubes ficaram riquíssimos (só os gringos) e transformaram a Copa do Mundo em um feirão de compra e venda de jogadores. Um mercado exclusivo pros grandes clubes europeus no qual os brasileiros são apenas produtores e feirantes, no máximo atravessadores.
Mas o Brasil também ganhou importância e organizou a sua segunda Copa do Mundo, dessa vez com boas chances de conquistar o Hexa mundial e se vingar do vexaminoso Maracanazzo de 50. E aí aconteceu de novo o fenômeno de 70 e torcer pela Seleção passou a ser coisa de burguês, coxinhas e alienados da elite branca. Ou, dependendo da origem do discurso, coisa da rafaméia descamisada, classe C ou teleguiados do Bolsa Família. Que beleza é a evolução da sociedade brasileira.
E na terça-feira, também conhecida como amanhã, o Brasil disputa mais uma semifinal de Copa do Mundo. E mais uma vez teremos vários brasileiros torcendo contra o Brasil. Os motivos pra anti-torcida brasileira são muitos, englobam fila no SUS, 20 centavos, bigode de Felipão, não convocação de Brocador e camisa 2 da Alemanha.
Parece um pouco quinta colunismo torcer contra o Brasil, mas isso também atesta o desenvolvimento do recém desperto gigante brasileiro. Torcer contra o próprio país é coisa própria de países modernos, democráticos e respeitadores dos direitos individuais. Essa parada de “Todos Juntos, Vamos” hoje em dia só se permite para republiquetas bananeiras e teocracias abstêmias.
Para países com classificação Baa2 na Mooody’s essas patriotadas absolutistas simplesmente não pegam bem. Tem que ter uns manés do contra pra mostrar independência. Se bem que não me lembro de ver nenhum italiano, inglês ou alemão torcendo pra outra seleção enquanto a sua própria ainda disputava a Copa. Bem, sejamos tolerantes com a galera, ainda estamos aprendendo a ser um país rico.
De toda forma é importante salientar que a Seleção Brasileira, com ou sem Brocador, não é o Brasil. Assim como a Alemanha, mesmo bem vestida bagarai, não é o Flamengo. A camisa 2 da Alemanha é a mais bonita da Copa, ok. Mas é só uma imitação do Manto do Mengão. Torça pra quem você quiser, cada um com seu cada um. Mas não banque o otário achando que se o Brasil perder as coisas vão melhorar, o povo vai despertar do torpor estupefaciente do ópio futeboleiro ou que a eleição de outubro vai ser assim ou assada. Tem nada a ver. Aliás, se o Brasil ganhar também não vai mudar nada.
Eu, atrasado, classe C e reacionário que sou, vou humildemente torcer pro Brasil. O Mengão já ganhou a Copa do Brasil três vezes, tá na hora de deixar a Seleção Brasileira ganhar uma pelo menos.
*Vai pra Puta que Pariu!
Mengão (Brasil) Sempre!
Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo nosócio torcedor.

Diário alemão da Copa: Dia #33, o capítulo da história na sua frente

O gramado do Mineirão, pronto para a história
O gramado do Mineirão, pronto para a história
Não poderia ser diferente. De todos jogos nos quais trabalhei nesta Copa do Mundo, esse Brasil x Alemanha na semifinal desta terça-feira é o que gera mais ansiedade.
São os dois times mais pesados da história dos Mundiais. Enquanto os alemães têm 104 jogos, os brasileiros somam 102 - nenhuma nação têm mais. São oito títulos e alguns dos maiores jogadores do planeta.
Jogo pesadíssimo! É uma pena, acima de tudo, que o Brasil vá sem Neymar e Thiago Silva, assim como a Alemanha sem Marco Reus e outros lesionados que ficaram de fora da competição.
Quem gosta de futebol, gostaria de ver esses dois times se enfrentando com força máxima.
Não acredito em jogo épico, um quatro a três, cheio de jogadas maravilhosas e belíssimos gols. Creio em um jogo duro, bem pegado e disputado até o fim.
Mas acima de tudo, mais um capítulo da história da Copa do Mundo sendo escrito.
Muitas vezes, tomados pela adrenalina do momento, pela intensidade de uma cobertura, não percebemos o tamanho de alguns fatos.
Nesta segunda-feira, quando desci ao gramado do Mineirão e fiquei atrás da região de um dos gols, passou um filme na minha cabeça.
Lembrei da minha primeira vez no Pacaembu. Um jogo simples, contra o Juventus. De quando saí da estação de metrô e vi pela primeira vez o Maracanã. De quando fui na Vila Belmiro e fiz questão de pegar um pedaço da grama pelo alambrado!
Coisas de maluco, de um apaixonado por futebol.
E ao lado do gramado do Mineirão, vi as cenas do jogo desta terça ali, na minha frente. Naquela pequena área algo grandioso pode estar prestes acontecer. Naquele pedacinho de terra!
Parece bobo, não é? Mas é mesmo, e é isso que torna tudo ainda mais espetacular. Porque as coisas mais simples da vida são aquelas que mais te marcam.

Agentes da Copa ajudam em prisão de condenado por crimes de tortura na Argentina

DIVULGACÃO
Luiz Eduardo Navajas é o chefe da Interpol no Brasil e participou da ação
Luiz Eduardo Navajas é o chefe da Interpol no Brasil e participou da ação
Com ajuda de agentes que trabalham na Copa, a Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira Salvador Siciliano, 74 anos, um dos torturadores argentinos mais procurados no país vizinho e cujo nome havia sido colocado na lista de difusão vermelha do Interpol. Ele é acusado de sequestro, homicídio, cárcere privado e tortura durante a ditadura nos anos 70.
Siciliano mudava de endereço com frequência e foi surpreendido em sua casa na cidade de Arujá, na região metropolitana de São Paulo.
O torturador pertencia ao grupo de extrema-direita Triple A (Aliança Anticomunista Argentina), que atuou como um grupo paramilitar durante o último governo de Perón e foi responsável por mais de 700 assassinatos.


O argentinovinha tendo os seus passos rastreados pelas autoridades e teve a sua prisão facilitada pela presença de policiais compatriotas ligados à Interpol no Centro de Cooperação Policial Internacional em Brasília. A estrutura de segurança do Mundial já conseguiu prender outros quatro procurados do exterior nos últimos 30 dias.

Polícia prende suspeito de articular venda ilegal de ingressos da Copa-2014

GETTY
Ray Whelan
Ray Whelan é suspeito de liderar venda ilegal de ingressos no Mundial
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu o suspeito de liderar um esquema de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo de 2014.
Diretor da 'Match', empresa exclusivamente autorizada pela Fifa para comercializar pacotes de ingressos e camarotes, Ray Whelan foi preso no Copacabana Palace, nesta segunda-feira, sob a acusação de articular o esquema milionário. O mandado foi expedido pelo Juizado Especial do Torcedor.
Jamil Chade revela prisão de suspeito de liderar venda ilegal de ingressos
A Polícia chegou ao nome do suspeito graças à gravação de 900 registros telefônicos autorizada pela Justiça na 'Operação Jules Rimet', que, na semana passada, já havia levado 11 pessoas à cadeia.
As ligações e mensagens eram originárias ou tinham como destino o número de um celular oficial da Fifa. Nas chamadas rastreadas, foi feita a associação de Whelan com o franco-argelino Lamine Fofana, que até então era tido como o principal líder do esquema
A operação Jules Rimet é resultado de pelo menos um mês de investigações da polícia e do Ministério Público e apreendeu mais de cem ingressos, além de dinheiro e máquinas para pagamento com cartão de créditos.
As entradas eram destinadas a patrocinadores da Fifa, membros de comissões técnicas das seleções e clientes de camarotes.
Segundo a Polícia Civil, o lucro da quadrilha chegava até a R$ 1 milhão por jogo, podendo totalizar R$ 200 mi ao final do Mundial. Todos os envolvidos e presos no caso vão responder por crimes de lavagem de dinheiros, associação criminosa e cambismo.
A Match tem ligação com o sobrinho do presidente da Fifa. Phillipe Blatter é CEO da Infront Sports & Media AG, empresa que detém 5% de participação na Match. Os dois filhos de Ray Whelan são sócios da Match, mas não foram presos.
Copa das Copas? Fora de campo, cambistas acabam com sonhos de torcedores

Na véspera das semis, técnico alemão mostra precaução com violência brasileira

GETTY
Joachim Low durante coletiva da seleção alemã
Joachim Low durante coletiva da seleção alemã
"Na Europa, os 22 jogadores não teriam acabado esse jogo", disse nesta segunda-feira, véspera do confronto das semifinais da Copa do Mundo, contra o Brasil, o técnico da Alemanha, Joachim Low.
O comandante germânico se referia á partida entre brasileiros e colombianos pelas quartas de final do Mundial, duelo que ele definiu como uma "luta."
"Essa energia física no jogo com a Colômbia foi além dos limites. Foram faltas brutais, não apenas aquela contra o Neymar, mas faltas cometidas por trás, faltas perigosas, carrinhos por trás e pelo lado. Temos que proteger os jogadores, os atacantes", pediu.
"Que essas faltas muito violentas sejam paradas, senão, não veremos mais Neymar, Messi etc, veremos outros jogadores que vão entrar em campo para destruir", completou Low, que começou a entrevista coletiva no Mineirão desejando boa recuperação à estrela brasileira, fora da Copa depois de fraturar uma vértebra por entrada de Zuñiga na final da partida com a Colômbia.
Apesar de ter levado a pior e perdido Neymar naquele jogo, foi o Brasil quem mais cometeu faltas no duelo da sexta-feira passada, em Fortaleza. Foram 31 infrações do time de Luiz Felipe Scolari e 26 do adversário.
A seleção brasileira é a equipe que mais faltosa do Mundial até aqui, com 96 em cinco confrontos disputados, média de 19,2 por jogo. Os alemães cometeram 56 faltas, 11,2 por partida.
Mistério aqui e lá
Assim como no Brasil Felipão não revela que será o substituto de Neymar, na Alemanha, Low também esconde o time titular. A tendência é que Lahm continue na lateral direita, posição que a imprensa local clamava para que ele fosse escalado e na qual ele entrou na partida passada, contra a França. Mertesacker, assim, ficaria na reserva.
Klose, discreto na partida das quartas, com os franceses, tem a sombra de Schurrle, Podolski e Gotze. 
Os alemães devem jogar com Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Howedes; Schweinsteiger, Khedira e Kroos; Ozil, Klose e Muller.

O jogo entre Brasil e Alemanha acontece nesta terça-feira, às 17h, no Mineirão, em Belo Horizonte, e terá transmissão ao vivo da ESPN Brasil e do WatchESPN, além de transmissão em tempo real do ESPN.com.br. 


Brasil x Alemanha de 2004 teve clima de revanche, obra prima de R. Gaúcho e confusão com R. Carlos; reveja