segunda-feira, 11 de julho de 2016

Brasileirão

20h00


CruzeiroCRU
Atlético-PRCAP

Série C

19h15
Mogi MirimMOG
GuaraniGUA


Lições da Euro

Seria um capricho do destino se Gignac marcasse o gol da vitória da França nolance em que chutou na trave aos 45 minutos do segundo tempo. Em 1984,primeira semifinal europeia de Portugal, Platini marcou no minuto 119. AFrança ganhou sua primeira Euro, porque tirou os portugueses na semi.
Também foi caprichoso o gol de Éder. Ganhar a taça na decisão comovisitante, doze anos depois de perdê-la como anfitrião. Espetacular!
A emoção do final do jogo foi contrastante com o término do primeiro tempo,quando a antiga glória do futebol português, Luís Figo, foi flagrado bocejando.A França controlava a posse de bola, mas havia poucas chances de gol, amelhor delas numa cabeçada linda de Griezmann espalmada por Rui Patrício.
O sono de Figo simbolizava mais seu desinteresse pelo futebol do que a faltade qualidade da finalíssima. Mas a Euro não foi mesmo o principal torneiorecente em nível técnico. A Copa do Mundo foi melhor. O maior pecado dotorneio europeu foi o inchaço. É muito pior ter 24 participantes do que 32,porque os múltiplos de oito permitem eliminar dois times por grupo naprimeira fase.
Classificar quatro terceiros colocados aumenta a chance dos que preferem oempate e odeiam o risco.
Editoria de Arte/Folhapress
Neste cenário, as novidades táticas passam a existir exclusivamente nasseleções mais frágeis. Os galeses que nos encantaram pela felicidade de suatorcida, jogaram num 5-3-2. Defendiam para privilegiar Bale e Ramsey. AIslândia foi diferente. Não era defensiva, mas segura, modelo sueco adotadopelo técnico Lars Lagerback ao eliminar a Argentina de Marcelo Bielsa naCopa de 2002.
Organização é a maior qualidade das seleções na era dos clubes globalizados.Elas jogam uma vez por mês e atraem público nos grandes torneios –a Euroteve 47 mil espectadores por jogo e a Copa América 41 mil  mas seleçãoprecisa de sequência para atingir qualidade.
É o que mais falta ao Brasil desde 2010, período em que a teve cinco técnicose trocou 14 jogadores em média por competição oficial.
Outro ensinamento da Eurocopa é a linha de separação entre as melhoresseleções, cada vez mais tênue. A França chegou ao torneio como a equipe emmelhor fase. Nos últimos dezesseis jogos antes da final, teve um empate com aSuíça, quando  estava classificada na fase de grupos, e uma derrota para aInglaterra, quatro dias depois do atentado de Paris. Antes, perdeu da Albâniae do Brasil. Não é brilhante, mas é precisa.
A Alemanha paga o preço de ter a média de idade mais baixa entre asprincipais seleções do mundo. Mesmo campeã mundial, renova-se. É uma dasmelhores seleções do mundo, não a melhor. Venceu  cinco de seus últimosdez jogos e perdeu três.
Na final, a França usou o 4-2-3-1 e Portugal jogou num 4-4-2. Marcava paraproteger seu craque, Cristiano Ronaldo, substituído por lesão no primeirotempo. Diferente do que acontecia até os anos 80, os torneios de seleções nãosão mais um festival de novidades. Estas são consumidas semanalmente noscampeonatos de clubes.
No futebol das seleções, mais do que entre os clubes milionários, atranspiração costuma vencer a inspiração. Portugal venceu sem CristianoRonaldo.
ATAQUE X DEFESA
O Corinthians não sofre gols  três jogos e o Palmeiras marcou nos últimosnove. É um símbolo do duelo pelo título do primeiro turno. O Corinthians deCristóvão cresce. O Palmeiras de Cuca precisa de 14 pontos em seis jogos paraganhar o turno.
A VOLTA
O que Bauza pode mudar para sonhar em virar contra o Atlético Nacional?Pelo jogo do domingo (10), nada... Kardec foi o melhor, mas não entrará nolugar de Calleri. Centurión pode entrar. Mas não costuma ocorrer nadadiferente com ele em campo. 

Tiro no pé

prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), começou a colocar as manguinhasde fora e seu projeto político na rua. A menos de um mês do começo daOlimpíada, ele tenta descolar sua imagem da parceria de anos com outrosanfitriões.
É um jogo perigoso, mas ele sabe que, se posar como o rei da festa e tudo saircomo esperado, o prêmio é viabilizar seu nome como alternativa à presidênciaem 2018, ainda que diga que o próximo passo seria o governo estadual.
O caminho natural para brilhar  está aberto. Temer é um presidente que nãoé presidente, candidato a vaias nos Jogos. O governador licenciado do RioLuiz Fernando Pezão (PMDB) segue em tratamento médico, e seu interino,Francisco Dornelles (PP), é um ilustre desconhecido, nacionalmente falando.
No turbilhão de críticas que o Rio vem recebendo, principalmente em relaçãoà criminalidade, que tem como coadjuvante a falência do Estado, o alvo doprimeiro ataque pesado foi justamente a ineficiência do governo estadual emrelação à segurança pública.
Paes disse que o Estado tem feito "trabalho horrível na segurança", quedeveria "tomar vergonha na cara", "arregaçar as mangas", "parar com ochororô". É uma boa cartada se despir de responsabilidades e pode até colarporque a segurança pesada está na conta do governo estadual, mas faltaesclarecer a falta de patrulhamento da Guarda Municipal (GM), que podeajudar a manter a ordem, coibir pequenos delitos ou organizar o trânsitocaótico na cidade.
Segunda-feira (4), era possível andar pela orla inteira do Leblon ao Arpoadorsem avistar um único policial civil ou agente da GM. Infelizmente o que deupara ver foi um senhor ser roubado. Também sempre me pergunto o quefazem os agentes da CET-Rio, além de acenar para que os carros passem nosinal verde e parem no vermelho, sem no entanto terem poder de multarqualquer tipo de infração.
Num outro episódio, Paes pediu aos turistas que não venham ao Rioesperando encontrar cidades como Londres ou Nova York. Nessa altura docampeonato, essa ressalva soa como desculpas adiantadas. Vem, vai entrando,fique à vontade, a cerveja está gelada, mas não reparem na bagunça. Para oprefeito, talvez o Rio esteja para Londres e Paris, assim como Maricá está parao Rio.
Nessa tentativa de se blindar em relação aos problemas mais óbvios, o quecausa espanto é a insistência de Paes em manter o nome de Pedro PauloCarvalho como seu candidato à prefeitura. Não é de hoje que a vida pessoal depolíticos é exposta e explorada por adversários.
Mas o caso da agressão na qual Pedro Paulo esteve envolvido ganha aindamais projeção num momento importante em que a violência contra a mulhervem sendo muito mais discutida e combatida.
Não haverá trégua. No dia do lançamento de sua pré-candidatura à prefeitura,o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) referiu-se a Pedro Paulo comoespancador, carimbo que vem grudando na imagem do candidato do PMDBcomo chiclete em sola de sapato.
Eduardo Paes talvez esteja tão seguro —e  chances de que esteja certo— deque a Olimpíada será um sucesso estrondoso, que o seu capital político serásuficiente inclusive para limpar a barra de Pedro Paulo. Mas se for umfracasso, isso tudo pode ser  tiro no pé.

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