segunda-feira, 1 de abril de 2013

Goiano

20h30 Atlético-GO 4x1 Rio Verde

Argentino


19h00 Lanús 2x2 Quilmes

Gaúcho

19h00 Lajeadense 2x1 Cerâmica

Inglês

17h00 Fulham 3x2 QPR

Espanhol

16h00 Athletic Bilbao 1x0 Granada-ESP
18h00 Betis 0x0 Getafe

Português

15h15 Nacional da Madeira 2x1 Vitória de Guimarães
17h30 Braga 2x3 Sporting

Copa da Inglaterra

09h30 Chelsea 1x0 Manchester United

Um time contra uma ideia


O gol de empate do Corinthians surgiu minutos depois de Tite mudar o posicionamento de seu meio de campo.
Emerson saiu da ponta esquerda para a direita, Danilo mudou do centro para a esquerda, Romarinho veio jogar por dentro.
Confundir a marcação não era o único motivo para Tite mexer na equipe. Romarinho ajudou a marcar a saída de bola de Maicon. Sem a mesma facilidade para deixar o campo de defesa, o São Paulo viu o Corinthians reagir e sofreu o empate.
Não é certo dizer que o Corinthians joga, em sua versão 2013, futebol tão forte quanto em 2012. Pode ser pelo marasmo do Paulistão ou pelas partidas incomuns da Libertadores. Um jogo em campo de soçaite, outro sem torcida.
Também tem a ver com a mudança de sistema. Em três partidas da Libertadores, Pato e Guerrero foram titulares, e isso transformou a equipe. Os armadores passaram a jogar pelos lados --Renato Augusto e Danilo. Faltava alguém centralizado, além dos dois volantes, Ralf e Paulinho.
O Corinthians melhora quando atua como ontem, com só um atacante enfiado, Guerrero, no primeiro tempo, ou Pato, a partir dos 11 min da segunda etapa. Marca mais, recupera mais vezes a bola, aproxima-se mais do gol adversário no ritmo de que mais gosta: veloz.
CADÊNCIA
O São Paulo tem outro tom. Foi melhor do que o Corinthians em grande parte do clássico. Mas ainda não tem um rosto, uma mistura sadia entre a velocidade de Osvaldo e a cadência de Ganso.
A cadência são-paulina não é obra apenas de Ganso se firmar como titular. Também é o jeito de Maicon jogar. Não erra passes, mas acelera pouco.
É provável que, daqui a alguns jogos, perceba-se a evolução em partidas contra defesas trancadas. Com três atacantes, o São Paulo pensava pouco e atacava muito.
Com Ganso e Maicon, o time de Ney Franco pensa mais, toca mais, mas exagera em tentar pela faixa central. Com laterais que avançam pouco, as jogadas pelos lados se restringem a Osvaldo.
Daí Ney Franco ter trocado Maicon por Wallyson logo depois de sofrer 2 a 1. No segundo lance de Wallyson, o cruzamento saiu da ponta direita e Osvaldo quase empatou.
Ao São Paulo falta superar a saída de Lucas. O time se ressente também da ausência do definidor, nos jogos grandes. Luis Fabiano tem números espantosos. Entrou em campo 16 vezes neste ano, marcou 12 gols, mas nenhum contra adversários de nível A.
Mesmo sem a força de dezembro, quando foi campeão mundial, o Corinthians ainda é uma equipe que sabe perfeitamente o que faz e o que quer.
É um time formado e venceu o clássico por isso.
O São Paulo, por enquanto, é apenas uma ideia.
A FORÇA DE PATO
Foi pênalti! Estúpido, mas foi, porque Pato tocou a bola e Rogério chutou o pé do centroavante. Ponto também de Pato que avançou para tentar tomar a bola. Pato tem tantos méritos que já tem cinco gols pela equipe. Dos novos contratados, ontem, outra grande atuação do excelente zagueiro Gil.
MÉRITO E MULTA
O Palmeiras manteve Kleina por vários motivos. Um é não ver no mercado alguém com 100% de chance de acertar o time. Quando o Corinthians manteve Tite, teve mérito. Quando o Palmeiras mantém Kleina, também pode ter. Pode dar certo. Mesmo que o Palmeiras caia na Libertadores.

Pato no Morumbi


No sexto e último clássico desta interminável fase do Paulistinha, São Paulo e Corinthians disputaram um Majestoso digno do nome.
Com o São Paulo melhor no Morumbi com apenas 21 mil torcedores, mas pouco incisivo, contra a frieza do Corinthians, além de uma arbitragem que pode ser elogiada e criticada pelos dois lados.
O apitador deveria marcar falta em Alessandro no gol tricolor e teria errado ao dar o pênalti que virou o jogo?
Não, não havia o que marcar no lance que culminou com o gol de Jadson e Rogério Ceni, mesmo sem intenção, chutou o pé de Alexandre Pato, que não solou.
O goleiro são-paulino deveria ter sido expulso?
Em tese, sim, mas por ter sido sem querer, vá lá que ficasse pelo amarelo.
O São Paulo tem mostrado um Jadson em estado de graça e um Ganso que começa a pegar no breu.
Mas o time de Ney Franco abusou das faltas e entregou o jogo quando Toloi fez o bisonho recuo que resultou na virada.
Já o Corinthians revela um Gil impecável, gigante na defesa corintiana, Danilo que cresce em momentos importantes e autor de um golaço, além de Emerson recuperado --e Alexandre Pato decisivo.
O ex-milanista proporcionou uma furada bizarra de Rogério e acabou atingido pelo veterano goleiro, fulminando-o na cobrança do pênalti.
O Pato que o corintiano quer ver, que não amarela como o do tucupi, mas que calou o Morumbi --embora o gesto de dedo na boca fosse dispensável para colaborar que mais torcedores compareçam ao próximo Majestoso, sem medo de violência.
Majestoso que se repetirá nesta temporada até na Recopa Sul-Americana.
Majestoso que, pelo que se viu nos cinco clássicos anteriores do Paulistinha, confirma a impressão de ser o de maior rivalidade do futebol de São Paulo, outro resultado da crise do Palmeiras, embora o fator principal deva ser mesmo o fato de não ser de hoje que os tricolores ultrapassaram os alviverdes em quantidade.
Some-se a isso a diferença de qualidade no Trio de Ferro e o resultado não poderia ser outro.
A nota triste do Majestoso tem a ver com o Mito são-paulino, Rogério Ceni.
Que tem falhado tanto, nas saídas de bola inclusive, que parece próximo daquilo que dizia o Doutor Sócrates: "Jogador não abandona o futebol. É o futebol que abandona o jogador".
AFETO
Um dia minha neta Luiza, ainda aos 7 anos, brincando de entrevista, me disse: "Vovô, nós, jornalistas, muitas vezes temos de dizer coisas que a gente preferia não escrever, não é?".
Babão que sou, fiquei impressionado com a pontaria tão precoce da observação.
Pois na sexta-feira passada, nesta Folha, com maestria e sensibilidade ímpares, Alcino Leite Neto, em seu depoimento sobre a querida Clô Orozco, mostrou até que ponto Luiza tem toda razão.
A família Orosco Kfouri, comovida, jamais esquecerá.