segunda-feira, 1 de abril de 2013

Um time contra uma ideia


O gol de empate do Corinthians surgiu minutos depois de Tite mudar o posicionamento de seu meio de campo.
Emerson saiu da ponta esquerda para a direita, Danilo mudou do centro para a esquerda, Romarinho veio jogar por dentro.
Confundir a marcação não era o único motivo para Tite mexer na equipe. Romarinho ajudou a marcar a saída de bola de Maicon. Sem a mesma facilidade para deixar o campo de defesa, o São Paulo viu o Corinthians reagir e sofreu o empate.
Não é certo dizer que o Corinthians joga, em sua versão 2013, futebol tão forte quanto em 2012. Pode ser pelo marasmo do Paulistão ou pelas partidas incomuns da Libertadores. Um jogo em campo de soçaite, outro sem torcida.
Também tem a ver com a mudança de sistema. Em três partidas da Libertadores, Pato e Guerrero foram titulares, e isso transformou a equipe. Os armadores passaram a jogar pelos lados --Renato Augusto e Danilo. Faltava alguém centralizado, além dos dois volantes, Ralf e Paulinho.
O Corinthians melhora quando atua como ontem, com só um atacante enfiado, Guerrero, no primeiro tempo, ou Pato, a partir dos 11 min da segunda etapa. Marca mais, recupera mais vezes a bola, aproxima-se mais do gol adversário no ritmo de que mais gosta: veloz.
CADÊNCIA
O São Paulo tem outro tom. Foi melhor do que o Corinthians em grande parte do clássico. Mas ainda não tem um rosto, uma mistura sadia entre a velocidade de Osvaldo e a cadência de Ganso.
A cadência são-paulina não é obra apenas de Ganso se firmar como titular. Também é o jeito de Maicon jogar. Não erra passes, mas acelera pouco.
É provável que, daqui a alguns jogos, perceba-se a evolução em partidas contra defesas trancadas. Com três atacantes, o São Paulo pensava pouco e atacava muito.
Com Ganso e Maicon, o time de Ney Franco pensa mais, toca mais, mas exagera em tentar pela faixa central. Com laterais que avançam pouco, as jogadas pelos lados se restringem a Osvaldo.
Daí Ney Franco ter trocado Maicon por Wallyson logo depois de sofrer 2 a 1. No segundo lance de Wallyson, o cruzamento saiu da ponta direita e Osvaldo quase empatou.
Ao São Paulo falta superar a saída de Lucas. O time se ressente também da ausência do definidor, nos jogos grandes. Luis Fabiano tem números espantosos. Entrou em campo 16 vezes neste ano, marcou 12 gols, mas nenhum contra adversários de nível A.
Mesmo sem a força de dezembro, quando foi campeão mundial, o Corinthians ainda é uma equipe que sabe perfeitamente o que faz e o que quer.
É um time formado e venceu o clássico por isso.
O São Paulo, por enquanto, é apenas uma ideia.
A FORÇA DE PATO
Foi pênalti! Estúpido, mas foi, porque Pato tocou a bola e Rogério chutou o pé do centroavante. Ponto também de Pato que avançou para tentar tomar a bola. Pato tem tantos méritos que já tem cinco gols pela equipe. Dos novos contratados, ontem, outra grande atuação do excelente zagueiro Gil.
MÉRITO E MULTA
O Palmeiras manteve Kleina por vários motivos. Um é não ver no mercado alguém com 100% de chance de acertar o time. Quando o Corinthians manteve Tite, teve mérito. Quando o Palmeiras mantém Kleina, também pode ter. Pode dar certo. Mesmo que o Palmeiras caia na Libertadores.