segunda-feira, 1 de abril de 2013

Pato no Morumbi


No sexto e último clássico desta interminável fase do Paulistinha, São Paulo e Corinthians disputaram um Majestoso digno do nome.
Com o São Paulo melhor no Morumbi com apenas 21 mil torcedores, mas pouco incisivo, contra a frieza do Corinthians, além de uma arbitragem que pode ser elogiada e criticada pelos dois lados.
O apitador deveria marcar falta em Alessandro no gol tricolor e teria errado ao dar o pênalti que virou o jogo?
Não, não havia o que marcar no lance que culminou com o gol de Jadson e Rogério Ceni, mesmo sem intenção, chutou o pé de Alexandre Pato, que não solou.
O goleiro são-paulino deveria ter sido expulso?
Em tese, sim, mas por ter sido sem querer, vá lá que ficasse pelo amarelo.
O São Paulo tem mostrado um Jadson em estado de graça e um Ganso que começa a pegar no breu.
Mas o time de Ney Franco abusou das faltas e entregou o jogo quando Toloi fez o bisonho recuo que resultou na virada.
Já o Corinthians revela um Gil impecável, gigante na defesa corintiana, Danilo que cresce em momentos importantes e autor de um golaço, além de Emerson recuperado --e Alexandre Pato decisivo.
O ex-milanista proporcionou uma furada bizarra de Rogério e acabou atingido pelo veterano goleiro, fulminando-o na cobrança do pênalti.
O Pato que o corintiano quer ver, que não amarela como o do tucupi, mas que calou o Morumbi --embora o gesto de dedo na boca fosse dispensável para colaborar que mais torcedores compareçam ao próximo Majestoso, sem medo de violência.
Majestoso que se repetirá nesta temporada até na Recopa Sul-Americana.
Majestoso que, pelo que se viu nos cinco clássicos anteriores do Paulistinha, confirma a impressão de ser o de maior rivalidade do futebol de São Paulo, outro resultado da crise do Palmeiras, embora o fator principal deva ser mesmo o fato de não ser de hoje que os tricolores ultrapassaram os alviverdes em quantidade.
Some-se a isso a diferença de qualidade no Trio de Ferro e o resultado não poderia ser outro.
A nota triste do Majestoso tem a ver com o Mito são-paulino, Rogério Ceni.
Que tem falhado tanto, nas saídas de bola inclusive, que parece próximo daquilo que dizia o Doutor Sócrates: "Jogador não abandona o futebol. É o futebol que abandona o jogador".
AFETO
Um dia minha neta Luiza, ainda aos 7 anos, brincando de entrevista, me disse: "Vovô, nós, jornalistas, muitas vezes temos de dizer coisas que a gente preferia não escrever, não é?".
Babão que sou, fiquei impressionado com a pontaria tão precoce da observação.
Pois na sexta-feira passada, nesta Folha, com maestria e sensibilidade ímpares, Alcino Leite Neto, em seu depoimento sobre a querida Clô Orozco, mostrou até que ponto Luiza tem toda razão.
A família Orosco Kfouri, comovida, jamais esquecerá.