terça-feira, 9 de junho de 2015

Prestígio acaba, e Palmeiras oficializa a saída de Oswaldo de Oliveira

SERGIO BARZAGHI/GAZETA PRESS
Oswaldo de Oliveira não é mais o técnico do Palmeiras
Oswaldo de Oliveira não é mais o técnico do Palmeiras
O Palmeiras procura por um novo técnico. Na tarde desta terça-feira, o clube de Palestra Itália oficializou a saída de Oswaldo de Oliveira, que termina uma curta passagem de apenas seis meses pelo atual vice-campeão paulista.
O treinador foi comunicado da decisão em reunião realizada na Academia de Futebol, na Barra Funda, durante esta tarde. A queda já tinha sido noticiada pelo ESPN.com.brnesta segunda.
"Nós da cúpula do futebol chegamos a conclusão que os resultados se afastaram dos objetivos traçados, chegamos a conclusão que era melhor a troca. Acabamos de conversar com o Oswaldo e desejamos muita sorte, temos muito respeito pela pessoa e profissional. Ele seguirá o seu caminho, e o Palmeiras o seu", disse o presidente Paulo Nobre.
O nome favorito para assumir é o de Marcelo Oliveira, que trabalhou com Alexandre Mattos no Cruzeiro e está desempregado após ter sido substituído por Vanderlei Luxemburgo na "Raposa". Correm por fora Cuca e Abel Braga. Os altos salários do trio, contudo, ainda são um empecilho, já que desde Felipão o Palmeiras não paga mais de R$ 350 mil a um treinador.
Ao todo, Oswaldo somou 31 jogos à frente da equipe do Palestra Itália, com 17 vitórias, sete empates e sete derrotas (62,37% de aproveitamento). Em sua única competição finalizada até agora, ele foi vice-campeão do Paulista, perdendo nos pênaltis para o Santos, e acabou eleito pela FPF (Federação Paulista de Futebol) como melhor treinador da competição.
O Palmeiras começou mal no Campeonato Brasileiro, com apenas seis pontos em seis partidas e na 15ª colocação, bem próximo da zona do rebaixamento. A demissão, inclusive, só não aconteceu na segunda-feira porque o técnico estava de folga no Rio de Janeiro, e a diretoria optou por não comunicar a decisão por telefone.
 
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Confira o comunicado do Palmeiras:
O técnico Oswaldo de Oliveira não é mais treinador do Palmeiras. Em reunião realizada na tarde desta terça-feira (09), na Academia de Futebol, o clube decidiu interromper o vínculo com o comandante. Ele estava à frente da equipe palestrina desde o início da temporada e, em 31 partidas, somou 17 vitórias, sete empates e sete derrotas.
Interinamente, o auxiliar-técnico Alberto Valentim, membro da comissão fixa do clube, irá assumir o comando da equipe. A Sociedade Esportiva Palmeiras agradece os serviços prestados pelo treinador Oswaldo de Oliveira e deseja boa sorte na sequência de sua carreira.
O presidente Paulo Nobre concederá entrevista coletiva ainda nesta terça-feira (09), às 16h30, na Academia de Futebol.

O ídolo

O carro se aproxima do hotel e a cem metros já é possível observar a multidão. Centenas de pessoas, jovens em sua maioria, aglomerados na entrada principal. Elas estão ansiosas. À medida que o automóvel chega mais perto, notamos as camisas listradas em azul e amarelo.
Ao volante, um dos responsáveis pela rotina daquele que era a razão de todo aquele tumulto dá voltas no quarteirão. Tenta ganhar tempo para saber o que fazer. Pelo celular, outra pessoa da equipe procura orientar o duble de motorista e sugere uma entrada alternativa.
— Tem que existir uma, nem que seja aquela passagem secreta do Batman — sugiro, na falta de algo minimamente inteligente para dizer. Mas a solução não demora.
— Vou descer — avisa o ídolo.
— Mas pode ser perigoso — adverte um companheiro, surpreso, como todos nós, com tamanho movimento em outro país a mais de 2,2 mil quilômetros da sede do clube pelo qual aqueles torcedores são fanáticos.
O carro para. Os primeiros fãs a perceberem quem dele irá sair dão o sinal. Pronto. Veículo cercado. Ele deixa a mochila conosco, abre a porta e sai. Envolvido instantaneamente como açúcar por formigas, começa a atender a tantos quanto pôde.
E tome fotos, selfies, autógrafos, abraços, rápidos contatos com as mãos feitos por quem desejava apenas tocar o ídolo. Aos poucos ele ganha terreno, a porta está mais próxima. Finalmente entra no hotel. Acabou? Que nada. A romaria dos torcedores do Fenerbahce por causa de Alex apenas começava.
Foi assim por seis dias em Berlim, que tem na população aproximadamente 1,5 milhão de turcos e descendentes. Muitos nasceram na Alemanha, alguns jamais foram à Turquia e consequentemente nunca viram um jogo do clube mais popular do país em casa. Mas e daí?
A paixão desse povo pelo seu clube é algo impossível de mensurar, e a devoção por quem os fez tantas vezes felizes faz parecer piada infantil a máxima (?) "Brasil, o país do futebol". Aliás, passa da hora de trocar para "Brasil, país dos bons jogadores de futebol". São coisas bem diferentes.
É óbvio que alemães, ingleses, argentinos e uruguaios amam os times mais do que grande parte dos brasileiros ama os seus. Sem generalizar, claro. Nessas nações, o clube é motivo de orgulho. Sempre. "Nas Buenas e nas Malas". Não é comum ouvir heresias do tipo: "Eu é que não vou ver esse time de merda". Por que eles vão.
Como torcedor, o brasileiro em geral é um tanto quanto interesseiro. Comparece ao jogo se a equipe está bem e a abandona sem constrangimentos se a fase for ruim. E isso não é uma opinião, mas uma constatação. São os torcedores de vitórias, que só aparecem na boa, apóiam quando a fase ajuda. Ou seja, a maioria.
Os turcos vão além das médias de públicos assustadoras de ingleses e alemães, mesmo em períodos difíceis. Dão mais do que os vizinhos portenhos com seus cânticos teimosos mesmo quando o placar é de 3 a 0 para o adversário. Eles parecem dispostos a tudo pelo amor de suas vidas. No caso especifico, o Fenerbahce.
— O clube faz parte deles, como se fosse um pedaço do próprio corpo — testemunha o ex-camisa 10, enquanto lá fora a multidão segue cantando "I Love you, Alex". E como amam! Nós vimos, não é força de expressão.
Se o clube é uma parte do corpo do torcedor turco, digamos que um dos braços, o ídolo é no mínimo um dedo. Alex parece ser pelo menos uma mão inteira, tamanha a devoção daquelas pessoas. E na véspera da decisão da Champions League uma cena mexeu comigo e quem mais a acompanhou.
Passamos a sexta-feira trabalhando (Alex conosco como um dos comentaristas daESPN Brasil) no estádio Olímpico, onde Barcelona e Juventus nos proporcionaram um dia movimentado. Saímos ao meio-dia e eles estavam lá. Retornamos, por volta das 23 horas e, claro, eles continuavam lá, esperando-o.
Um rapaz em cadeira de rodas foi rapidamente atendido por Alex, já preventivamente cercado por três seguranças providenciados pela ESPN. Os demais brigavam pelo espaço para chegar perto, tirar uma foto, obter um autógrafo, o possível. Mas antes disso, do carro onde estávamos, foi possível notar a cena.
Em outro veículo Alex chegara à nossa frente e quando foi visto pelo vidro do carro, veio a imediata transformação nas expressões dos rostos daqueles jovens. Quanto vale a alegria daquela gente? Qual a dimensão daquele dia para os meninos, nascidos alemães, mas de coração, família, cultura e time turcos? O sorriso desinteressado de um fã incondicional. Foi bonito pra cacete!
Nem todos os homens são capazes de entender a paixão do fã que tira a liberdade, rouba o direito de ir e vir em alguns lugares, cria constrangimentos. Como alguém que dribla a segurança do hotel e bate à porta do quarto às duas da madrugada. E faz isso por uma foto com o ídolo.
Aquela gente, aquele povo ama o brasileiro Alex de Souza, que tem estátua em Instambul e segue sendo adorado mesmo três anos após sair do Fenerbahce. Fãs deixaram a Turquia e desembarcaram na capital da Alemanha na esperança de vê-lo. Houve quem se hospedasse no mesmo hotel para mais perto ficar. E a maioria passava horas em vigília, na calçada.
Em 32 anos de jornalismo já vi ídolos serem ídolos, agirem como ídolos, e outros demonstrarem que não são merecedores de tal honraria. Por que a forma como o idolatrado trata quem o reverencia é a chave disso tudo. Aumenta esse sentimento de respeito extremo.
Alex é um verdadeiro ídolo. Tivesse jogado num time europeu mais poderoso e campeão continental dificilmente alcançaria a admiração de pessoas como tem a dos turcos, inclusive torcedores de times rivais. Se eu já achava que ser amado por uma torcida vale mais do que um título de campeão ou outro, agora estou mais convicto disso do que nunca.
Sem esquecer que toda essa paixão reflete a dedicação e a seriedade com a qual se veste uma camisa. E o jogador que não compreende o que ela significa para o torcedor jamais será um verdadeiro ídolo. Nisso Alex é exemplar. E a paixão dos torcedores turcos pelo time de coração comovente.
Feliz do clube que é capaz de despertar tamanha paixão. Se fosse ex-jogador de futebol, acho que agora eu lamentaria caso jamais tivesse atuado na Turquia. Pra ter a chance de fazer por merecer um pouquinho daquilo, mesmo sem saber se saberia lidar com tamanha paixão. Que negócio magnífico o futebol.

Mágoa e sorrisos: a mistura de sentimentos na despedida de Oswaldo de Oliveira

GAZETA PRESS
Oswaldo de Oliveira dá adeus ao Palmeiras
Oswaldo de Oliveira dá adeus ao Palmeiras
Da felicidade pelo nascimento da neta na última segunda-feira para a frustração pela demissão na terça. Oswaldo de Oliveira iniciou a segunda semana do mês de junho de maneira turbulenta, e essa mistura de sentimentos ficou evidenciada na despedida do Palmeiras, ocorrida durante esta tarde, na Academia de Futebol do clube.

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Depois de uma longa coletiva de Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, Oswaldo de Oliveira compareceu à sala de imprensa quando poucos jornalistas permaneciam no local. Apesar da péssima notícia recebida na reunião com a diretoria palmeirense, o treinador de 64 mostrou tranquilidade na mesma proporção que expôs a mágoa pela interrupção do trabalho.

"Gosto de ver a coisa como um todo, em termo de continuidade, de perspectiva, do que vem sendo apresentado, sempre disse a vocês que para mim tudo tem que ter inicio, meio e fim. Estávamos desenvolvendo um trabalho e eu, de uma forma muito confiante, acreditava que teria um final muito feliz, infelizmente não houve unanimidade. Foi por terra tudo aquilo que estava acreditando que daria certo", lamentou.

"Muitas coisas nós temos que levar em consideração, tudo o que aconteceu até chegarmos aqui. O Palmeiras sob o meu comando conseguiu alguns resultados, mais resultados positivos do que negativos, especialmente se comparamos com as últimas trajetórias do clube. Mas, abruptamente, a gente interrompe o trabalho porque outros motivos se sobrepõem. Não tenho conhecimento profundo para isso, uma órbita de muita pressão, que acaba desequilibrando as pessoas que dirigem e por isso não conseguem sustentar aquilo que é racional e obvio", discursou.

Oswaldo, no entanto, tinha ciência do início ruim no Campeonato Brasileiro; mas, da mesma forma, possuía a certeza de que teria a capacidade de reencontrar os bons momentos.

"Diante das adversidades a gente consegue dar a famosa volta por cima, e acabar realizando trabalhos convincentes e vencedores. Pouco mais de quinze anos como treinador, tive trabalhos reconhecidos, é inegável que isso deveria ser levado em consideração e pesado um pouco mais nessas considerações que foram feitas para acabar na ruptura do trabalho, volto a dizer que isso para mim é muito doloroso, a ficha não caiu ainda, é difícil interromper dessa forma, com tantas expectativas", encerrou.

As palavras evidenciaram a tristeza por deixar o comando do clube palmeirense somente depois de seis rodadas disputadas no Campeonato Brasileiro. Entretanto, a conversa com os jornalistas não se limitou a murmúrios e lamentos. Oswaldo sorriu, brincou e comemorou o nascimento da neta, mas, sempre, ponderando a tristeza por deixar o trabalho.

"Difícil conter vazamentos em clubes grandes como o Palmeiras. Torcida para que fossem apenas especulações. Fui avô ontem, olha o meu sorriso. Tenho a minha neta Julinha. É chato o que aconteceu, mas isso compensa. Eles (diretoria do Palmeiras) me esperaram aqui e tiveram uma conduta digna nesse aspecto, nesse aspecto", encerrou.



Série B

21h50




OesteOES
BotafogoBOT

Copa do Mundo feminina

20:00



Brasil (F)BRA
Coreia do SulCOR

Série B

19h30



Paraná ClubePAR
LuverdenseLUV

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17h00


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Costa RicaCOS

Copa do Mundo feminina

17h00


Colômbia (F)COL
México (F)MEX

Copa do Mundo feminina

14h00

França (F)FRA
Inglaterra (F)ING


Diretoria decide: Oswaldo será demitido do Palmeiras

DJALMA VASSÃO/GAZETA PRESS
Oswaldo de Oliveira segue tranquilo, sem medo de perder o emprego
Oswaldo de Oliveira não é mais técnico do Palmeiras
A diretoria do Palmeiras decidiu: Oswaldo de Oliveira será demitido do comando técnico do Palmeiras. O treinador será comunicado da decisão em reunião que acontece às 14h (horário de Brasília) desta terça-feira, na Academia de Futebol.