sábado, 21 de julho de 2012

Brasileirão Série A


18h30 Vasco 2x0 Santos
18h30 Sport 1x4 Atlético-MG
21h00 Corinthians 1x1 Portuguesa

Brasilerão Série B


16h20 Criciúma 2x1 Paraná Clube
16h20 Ceará 3x2 ASA
16h20 Atlético-PR 0x1 Vitória
16h20 Goiás 2x0 Avaí
16h20 CRB 4x3 Joinville
21h00 Bragantino 1x2 ABC

Brasilerão Série D


16h00 Vitória da Conquista 0x1 Sousa-PB
17h00 Sobradinho 0x3 CENE-MS
19h00 Marília 0x0 Cerâmica

Brasilerão série C


15h00 Madureira 1x1 Santo André
16h00 Águia de Marabá 2x1 Guarany de Sobral
16h00 Tupi 2x2 Caxias

Por que Riquelme não veio para o Cruzeiro? Conheça todo o caso

No meio da tarde de ontem, antes de dizer Não ao Flamengo, o agente argentino Daniel Bolotnikoff recebeu um telefonema de Belo Horizonte. Do outro lado da linha, havia uma garantia: sim, o Cruzeiro mantinha o que havia combinado, queria trazer Riquelme ao Brasil. O emissário em questão já havia aconselhado Riquelme a dizer não ao Flamengo, pelas razões que a maior parte da torcida brasileira conhece: não é um porto seguro hoje em dia. Melhor trabalhar no Cruzeiro, clube de Ronaldo, famoso na Argentina pelas vitórias na Libertadores de 1976 e Supercopa 1991 contra o River Plate, pela derrota na decisão da Libertadores de 1977 para o Boca Juniors.

Em seguida, o Flamengo recebeu a resposta e, enquanto o diretor de futebol Zinho explicava as razões da recusa, um outro telefonema da direção do Cruzeiro pegou de surpresa o emissário destacado para convencer Riquelme. O Cruzeiro avisava que não pretendia mais honrar sua palavra, pagar o que o meia argentino pretendia.

Em português rasgado, o Cruzeiro roeu a corda.

Não é preciso muito esforço para entender a irritação do outro lado da linha. Durante todo o dia, o empresário Daniel Bolotnikoff recusou-se a atender ligações telefônicas deste colunista. Mas, no Cruzeiro, todos conhecem a irritação.

A ideia inicial do Cruzeiro era esperar uma possível proposta do Catar por Montillo e, em seguida vendê-lo. Como não há certeza da proposta, o time mineiro não quis correr o risco. Desde o início, Celso Roth era reticente quanto a escalar Riquelme e Montillo juntos. Mas não foi isso o que pesou. Faltou cumprir o combinado.

Por isso, Riquelme não vai jogar no Brasileirão 2012.

Observação: Ontem à tarde, você também pode ter lido aqui que o Cruzeiro estava contratando Riquelme. A nota dizia: o negócio não está fechado, mas prestes a ser concluído. Era o que estava acontecendo naquele momento.

VIDEOBLOG LONDRES 2012: Boas risadas vendo TV internacional e lembrando dos amigos da ESPN

Aqui em Londres, onde estou para cobertura da Olimpíada que começa no próximo dia 27, comecei a ver televisão, passando por alguns canais internacionais, e me diverti ao notar algumas semelhanças entre apresentadores e programas estrangeiros em relação a amigos na ESPN Brasil. Assista ao vídeo e descubra o motivo de minhas risadas diante da TV!
Clique no player e assista ao videoblog desta sexta-feira

Mind the Gap

Pergunta mais ouvida nos últimos dez, pelo menos.
A resposta não é simples e/ou objetiva. Não, não é pelo tea. Ou pelo fish and chips.
Já se passaram dez anos desde a primeira vez. Recém formado, perspectivas incertas e um amigo vivendo aqui foram as razões pela decisão de morar na terra da Rainha.
Eu tinha 22.
Vi o Brasil ganhar a Copa e fui para Trafalgar comemorar, bebendo cerveja quente no caminho. Antes disso, a primeira oportunidade como “correspondente”. Me lembro de acordar às 3hs da madruga para ser entrevistado pelo Oscar Ulisses na Rádio Globo.
- Como Londres espera esse Brasil x Inglaterra, me perguntava.
- Cinza, como sempre, devo ter respondido.

Durante meses trabalhei no Cristini lavando pratos, descascando batatas, limpando mariscos (pesquise e entenda quão duro é). Com a confiança, passo a fazer as sobremesas (aprendi o segredo de um Tiramisù), até o momento ápice de um dia cozinhar para eles- acho que foi um strogonoff.
Os patrões viraram amigos, passei a viver mais na casa deles que na minha sharing home. Entre um gole e outro da Nastro Azzurro, eles, napolitanos, tentavam me convecer que Maradona foi maior que Pelé.
Resultado da experiência vivendo longe do Brasil: fluência em italiano. Meio estranho para quem escolheu a Inglaterra como destino.
Anyway, volto, viro profissional no jornalismo, Globo, CBN, Eldorado, ESPN e o tempo passa torcida brasileira.

Arquivo Pessoal
London London
London London

É o cinza no céu. O tempo incerto, as garoas, o frio, a neve, o calor insuportável de agosto. Todas as épocas. Regadas a uma pint de Guiness, ou a um café latte do Nero. A paella em Notting Hill, o chicken noodles de Candem. Uma baguete do Upper Crust, um donut no Krisp and Cream.
Entrar no metrô com todo mundo pela direita nas escadas rolantes, deixando a esquerda para quem está com pressa. Ler o Evening Standard e ganhar um guarda chuva junto com o jornal. Rir com o The Sun. Entender que ler aqui é pratica comum. Todo mundo lê. Papel ou no Kindle.
É andar na Oxford e ouvir brasileiros e italianos proliferando-se. Descobrir que com five pounds se faz uma refeição. Ir ao Borough Market e se encantar com o cheiro daquele azeite de trufa.
Fones de ouvido enormes de todas as cores passando em cabeças diferentes e de cabelos esquisitos de gente trajada de todas as formas e perceber que aqui, who cares? Be yourself. Na essência.

Poderia ficar o dia inteiro tentando explicar.
Londres, a minha London London, é única.
Estar de volta é demais.
E com uma Olimpíada pela frente.
Cheers.

Pagar suspensão com cestas básicas? É lindo. Mas não faz sentido

Quinta-feira, fim de tarde, o diretor jurídico do Palmeiras anuncia via Twitter que o meia Valdívia, suspenso por três jogos por causa da expulsão contra o Coritiba na primeira final da Copa do Brasil, estava liberado para enfrentar o mesmo Coritiba pelo Campeonato Brasileiro, às 21 horas.

Motivo: o departamento jurídico do Palmeiras havia conseguido a liberação do jogador revertendo a suspensão do atleta em pagamento de cestas básicas. Valdívia, contudo, acabou não atuando no jogo do Brasileirão, porque não havia viajado com o elenco para a capital paranaense. Estava em São Paulo.

Antes de entrarmos no foco principal do post, valem aqui duas observações, específicas sobre o Palmeiras:

1) Virou padrão no clube fazer comunicações relevantes através do Twitter do tal conselheiro/diretor. O mesmo já havia ocorrido, por exemplo, com a divulgação do aumento no número de ingressos destinados aos palmeirenses na decisão da Copa do Brasil. O fato de Valdívia ter tido sua suspensão reduzida, por exemplo, ainda não consta no site oficial do clube, às 11h07 desta sexta. O canal das informações é pessoal, quando deveria ser institucional.

2) É no mínimo engraçado o fato de o clube ter conseguido a redução da suspensão de Valdívia, mas não considerar essa possibilidade na hora de elencar os jogadores que viajariam a Curitiba. No melhor dos casos, faltou comunicação entre departamento jurídico e comissão técnica. Como diz o amigo palmeirense @sorryperiferia: “Se derem duas tartarugas para o Palmeiras tomar conta, uma escapa”.

Mas voltemos ao mais relevante de todo o episódio, que é a conversão de penas (supostamente) definidas por critérios técnicos sendo revertidas em pagamentos de cestas básicas. Não faz sentido.


Acima, um vale-suspensão no Brasileirão
Acima, um vale-suspensão para o Campeonato Brasileiro 2012


Nada contra as cestas básicas. Os pagamentos das mesmas por parte dos clubes, convenhamos, não vai onerar de forma relevante nenhuma dessas instituições que movimentam milhões de dólares em transações de jogadores. Portanto, pode-se até instituir uma regra segundo a qual, para cada expulsão, um clube deverá depositar o valor referente a 100, 200, 500 ou 1000 cestas básicas para beneficência. Uma regra à parte. Ninguém vai quebrar por isso. E é uma ação louvável.

Mas é inadmissível que uma pena que deveria ser técnica, baseada nas regras do jogo, com o intuito de coibir a violência dentro de campo, possa ser ignorada dessa forma. Sim, ignorada. Porque, do ponto de vista do jogo, do futebol no gramado, do adversário lesionado e do jogador e clube que deveriam ser punidos, transformar penas em pagamento de cestas básicas é ignorá-las.

Talvez o STJD permita que isso ocorra por saber que suas decisões, não raro, são questionáveis. Como foi questionável a suspensão (achei exagerada) de Valdívia.

A solução para o problema seria realizar os julgamentos com base em padrões rígidos, bem definidos. Os critérios do STJD deveriam ser exclusivamente técnicos, e a cotovelada de um deveria valer tanto quanto a cotovelada de outro. Hoje não é assim. E não me arrisco a apontar o motivo para não fazer acusações levianas. Talvez não haja decisão política, quem sabe? Talvez seja apenas falta de critério, falta de padrão, falta de competência. Talvez...

No dia em que, enfim, os julgamentos forem técnicos e padronizados, a punição adquirida em campo deveria ser cumprida em campo. E as cestas básicas servirão “apenas” para matar a fome