18h30 Real Sociedad 4x0 Rayo Vallecano
Falamos campeonatos das séries A B C D campeonatos internacionais todos Português todos os resultados do Paulista da segunda divisão e ainda Futebol Internacional como Futebol Inglês Espanhol Italiano Portugal e o Argentino e campeonatos Importantes falaremos do Regional do Rio Grande do Norte do Cearense do Pernambucano e do Carioca e falamos da copa do nordeste
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Argentino
18h10 Belgrano 0x2 Lanús |
20h15 Racing Club 4x0 Quilmes |
22h30 River Plate 0x0 Argentinos Juniors |
Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença..
Que me desculpem os traidores, mas guardo ainda na memória um canto dos torcedores da Mancha Verde, nos anos 80. Gritavam assim, a cada derrota: "E perde uma, e perde mil, sou palmeirense até na... " Bem, não convém completar a frase.
Há vários tipos de palmeirenses. Os italianos, pernambucanos, os portugueses, alagoanos, gaúchos, paulistanos... Há os que se tornaram torcedores vencendo, os que se sentaram nas arquibancadas chorando. E há os que conviveram com as duas fases.
Os que cantavam perde uma, perde mil nos anos 80, também ganharam uma, ganharam mil, nos anos 90. E nunca, jamais vestiram uma camisa de outra cor.
Um dos riscos que o Palmeiras corre está estampado no texto de Clóvis Rossi na Folha de S. Paulo desta segunda-feira.
Rossi é sempre genial. Mesmo quando não se concorda com o conteúdo de seu texto, como eu, no caso de hoje.
O risco estampado é o do futebol globalizado diminuir o tamanho dos clubes que não percebem a nova realidade. Não de um homem de 60 e poucos anos torcer pelo representante do futebol mais belo, mas o de garotos de 10, 12, 14 anos se apaixonarem à distância pelo Barça, Real Madrid, Milan, Manchester United em detrimento dos clubes brasileiros. Esse processo está em curso.
Exatamente por isso é que os clubes brasileiros em geral, e o Palmeiras em particular, precisa chamar para dentro de si as principais cabeças que possuem. Há anos, o Palmeiras é administrado dentro dos muros da rua Turiaçu. Algumas boas cabeças que não frequentam o clube passaram pela administração. Belluzzo foi presidente, Paulo Nobre foi vice. Os que raras vezes entram nos muros do clube costumam achar que lá dentro não há cabeças suficientes. Há.
Os italianos entendem o clube como um pedaço da Itália.
Os não italianos se incomodam algumas vezes com o excesso de referências ao país de origem.
Pois o Palmeiras tem uma saída. Uma só. Ser o clube de todos e de tudo. Ser administrado pela boas cabeças de dentro, chamar as melhores de fora, trazer 16 milhões de corações, os que foram felizes e os que sofreram na dor da derrota, os que aprenderam a ganhar e a perder, os que traíram e os que sempre foram absolutamente fieis -- sim, os palmeirenses também são assim.
Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na Série B ou na Libertadores.
A soma das partes
Quando um clube como o Palmeiras afunda no vazio de ideias, levando com ele sua história e seus valores, por mais dolorosa que possa ser a situação, talvez o melhor a fazer seja inventariar as falhas e aproveitar a oportunidade (mais uma) para moldar, na lama da crise, a solidez duradoura, o sonho de todos os palmeirenses. O primeiro passo é admitir os erros, entender a raiz do conflito que colocou a instituição em colapso. O resultado do campo nem sempre corresponde ao que nele acontece.
É apenas a parte visível, identificável, o retrato falado do esfacelamento produzido nos gabinetes, numa espiral desprovida de conteúdo e de sentido.
Com os dirigentes e jogadores atemorizados, chega a ser simplório despejar tamanha responsabilidade no gestor do campo. Gilson Kleina, o treinador, aceitou substituir Felipão porque o desafio é da natureza humana, é assim que funciona. Mas não tem culpa, testou todas as possibilidades, só faltou escalar Barcos no gol.
A saída, porém, não passa por um encaixe tático espetacular, capaz de salvar o navio do naufrágio. Não no caso do Palmeiras. Pode ser solução para outros times, não para este.
Quando ainda faltavam 17 rodadas para o término do campeonato, quase três meses atrás, esta coluna classificou a situação como dramática. Pois era o que sugeria o comportamento do time, já com os pés na lama, afundado na mesma zona do rebaixamento.
Uma equipe de futebol necessita de sustentação emocional e moral, individual e coletiva. Do jeito que está, é impossível estabelecer como uma afeta a outra. Para que o jogo do campo produza resultado, é preciso perceber a dimensão e os contornos do enigma psicológico que se tornou cada partida.
Há décadas o filósofo português Manuel Sérgio alerta para esse outro lado do esporte. Criador da Ciência da Motricidade Humana, introjetou um pouco de filosofia nos desgastados pilares do futebol. Foi professor de José Mourinho, que definiu assim a importância do pensamento de seu mestre:
"Influenciado por Manuel Sérgio, percebi que teria de aprender e saber coisas que os outros não sabiam. Ele não me ensinou futebol (...) até porque não é um homem do futebol, embora, sublinhe-se, ensine os homens do futebol. O que ele me ensinou é que o futebol não se esgota no futebol que é praticado nas quatro linhas. O futebol é muito mais que isso. É físico, é tático e é técnico, mas, essencialmente, é o todo que não se resume à soma das partes, é o humano que nunca estará completamente inventado e terá sempre, todos os dias, de ser reinventado. E quando dizem que sou um treinador singular não me esqueço nunca que tive um professor que já me falava do conhecimento como emancipação da libertação."
É disso que o Palmeiras mais precisa agora: emancipar-se e libertar-se para seguir sua história em outra direção. Por enquanto, na soma das partes...
A vida segue
magino como o torcedor do Palmeiras tenha ido ontem pra cama, depois do empate com o Flamengo e dos demais resultados da rodada. Se é que dormiu, acordou com ressaca, ressabiado com outra etapa da longa agonia no Brasileiro. Provavelmente revoltado, sem disposição para conversa fiada. E com cara de poucos amigos. Muito justo. Mas, ao abrir os olhos nesta segunda-feira, constatou o óbvio: a vida segue, independentemente da divisão onde o time vai parar em 2013. Assim como não se altera o amor por ele.
O palestrino tem direito de curtir o momento de humilhação, de praguejar, de ruminar a mágoa. E sobretudo de chorar. Essas reações fazem parte do processo de perda, são necessárias para devolver-lhe o equilíbrio. É preciso expurgar a dor. Só quem torce da boca pra fora assumirá postura blasè, indiferente à sorte da equipe. Na verdade, nem podem ser considerados torcedores. No máximo, são simpatizantes. Nem falo dos que não ligam para o futebol. Ignoro-0s.
Superado o impacto inicial, hora de partir para a prática. A primeira sugestão que daria aos alviverdes seria a de que devam ir ao Pacaembu, no final de semana, para acompanhar o jogo com o Atlético-GO, no penúltimo ato desta tragédia esportiva. Lotar o estádio será prova de força, gesto de carinho e respeito pela tradição do clube, além de maneira lícita de pressão e de protesto.
Não contra os jogadores, a parte frágil do processo de esfacelamento. Mas contra os inábeis que levaram o Palmeiras, no giro de uma década, a nova incursão no purgatório da bola. Aqueles que ignoraram os sinais de decadência, que fizeram troça da possibilidade de rebaixamento, que trataram com desdém questões importantes - esses têm de suportar o ônus da culpa. Não podem esparramar desculpas sonsas, como se tem lido e ouvido nos últimos dias. Os incompetentes devem sair de cena, colocar pijama e pantufas e manter-se à distância. Será gesto de delicadeza com o clube.
A cobrança é direito do fã - e o dirigente tem consciência disso, não há como disfarçar. Mas cobrar significa agir com firmeza e, acima de tudo, com civilidade. A altivez do palmeirense deve manifestar-se em postura digna e implacavelmente elegante. Tenho certeza de que tal comportamento terá efeito mais devastador do que apelar para a grosseria. A violência é argumento de ignorantes, tolos e marginais - só incentiva reações conservadoras. E o Palmeiras necessita de renovação, de ousadia e de paz para tocar a reconstrução em 2013. Basta de mumificação de métodos e ideias.
O embotamento interno se estendeu para o campo. O Palmeiras que se apresentou em Volta Redonda esteve mais para catadão de fim de churrasco no sítio do que para time profissional com história rica. Ok, descontem-se os desfalques - se bem que, na verdade, fizeram falta mesmo Marcos Assunção e Henrique. Mas o futebol da turma de Gilson Kleina foi de uma pobreza franciscana. Um horror. De prever dificuldades na Segunda Divisão. A ruindade contaminou até Barcos.
O Palmeiras precisava vencer, a qualquer custo, e no primeiro tempo criou zero chance de gol. Isso mesmo: não teve uma oportunidade para marcar, para testar os reflexos de Paulo Vítor! Na etapa final, num dos dois únicos chutes certeiros, ficou em vantagem com Vinicius. O goleiro teve falha grotesca.
A incapacidade palmeirense foi maior do que a do Flamengo, indolente e limitado como poucas vezes se viu no Brasileiro. Maikon Leite teve nos pés o lance para definir o placar: sozinho, sem marcação na área, gol escancarado, Paulo Vítor apavorado e... mandou pra fora! O castigo veio no gol de Vagner Love, em cima da hora. E Love arrematou de jeito displicente, coerente com o desempenho dele até então. Como desgraça pouca é bobagem, a bola desviou na zaga e enganou Bruno. O ex-palmeirense ficou sem jeito para comemorar.
Cai o pano rapidamente.
Ganso de volta. Foi discreta a estreia de Paulo Henrique Ganso no São Paulo. O técnico Ney Franco o colocou no lugar de Jadson, aos 12 minutos do segundo tempo do duelo com o Náutico, mais para observá-lo e para dar satisfação ao público que ocupou o Morumbi. O meia movimentou-se ainda sem muita desenvoltura, à procura de um lugar no gramado e com evidente falta de ritmo e sintonia. Porém, em algumas jogadas revelou que não esqueceu a arte de tratar bem a bola. Reforço para 2013.
Caiu! E agora?
A carta aberta dos candidatos à presidência do Palmeiras, confirmando o comitê de transição para montar o time de 2013, abre o caminho para a permanência de Gilson Kleina. Ele teve méritos e defeitos na sua curta gestão de 13 jogos.
O defeito: não ter ainda acalmado o elenco. A calma dos presidenciáveis de manter o técnico, em vez de iniciar o primeiro debate pelo substituto, contrasta com o nervosismo apresentado pelo Palmeiras em Volta Redonda. Vinte minutos de bom toque de bola, envolvendo o Flamengo, transformaram-se em nervos à flor da pele a partir de uma cabeçada de Maurício Ramos para Juninho. O lateral deu mole, perdeu para Hernane e o contra-ataque quase deu o primeiro gol ao Fla.
O mérito de Kleina de fazer a equipe sair da defesa com bola no chão e adiantar a marcação, pressionar o adversário, apareceu nos primeiros 20 minutos. Havia duas grandes oportunidades para o Palmeiras: 1) Maikon Leite em cima do fraco lateral Ramon; 2) viradas de jogo da direita para a esquerda pegariam Juninho desmarcado, porque Ibson jamais o acompanhava (veja ilustração).
Melhorou no segundo tempo, com Vinícius. Ou com Maikon Leite, com a chance de matar o jogo aos 35, justamente às costas de Ramon. Chutou fora. Seria a chance de terminar a campanha pelo menos fazendo seu papel. À parte os nervos à flor da pele e a falta de futebol, o destino foi cruel. Não vencer o jogo e sair de campo com a Série B anunciada, mas ainda com o ouvido no radinho para saber da Portuguesa... E por causa de um gol de... Vágner Love.
Que pelo menos fora de campo a reunião dos presidenciáveis ajude a dar passos certos a partir da montagem de um novo time, mais afeito às tradições do Palmeiras.
Palmeiras e a queda anunciada
O palmeirense está triste – entendo e tem minha solidariedade. Hoje e sempre. Não é fácil aguentar a via-crúcis da Segunda Divisão mais uma vez, em uma década. Mas, depois que passar o impacto da queda, provavelmente vai concordar comigo: foi merecida. O time perdeu o rumo, antes mesmo da conquista da Copa do Brasil, não se encontrou mais e se arrastou durante meses em busca de uma reação que nunca ocorreu.
O empate com o Flamengo, na tarde deste domingo, em Volta Redonda, não foi determinante para o rebaixamento. Assim como não foram os resultados dos jogos de outros rivais nessa corrida maluca. O 1 a 1 foi apenas mais um capítulo desse esfacelamento que vem de longa data. O Palmeiras caiu por si só, e pelo acúmulo de erros, dentro e fora de campo. Principalmente, por incompetência administrativa.
O time que entrou no gramado do Estádio da Cidadania para pegar o Flamengo foi um arremedo, parecia um catadão de casados e solteiros. Tem jogador sem condições de vestir a camisa verde (tomara que seja aposentada a horrorosa amarelo marca-texto), sem contar aqueles que tremeram, o que é compreensível. Na verdade, o boleiro é a parte mais fraca nessa cadeia de presepadas em que o clube se meteu.
Quem pôde acompanhar o jogo constatou: a equipe precisava desesperadamente da vitória – que nem lhe dava garantia de salvação – e ainda assim passou o primeiro tempo todo sem uma chance de gol. Nem um lancezinho mais perigoso! Foi um espetáculo deprimente. E olha que o Flamengo mostrava apatia gigante. Vagner Love ainda perdeu gol em cima da hora.
Na primeira ocasião em que testou Paulo Vítor o Palmeiras se deu bem: Vinicius aos 17 minutos deixou o time paulista em vantagem, em falha do goleiro. Mais tarde, Maikon Leite teve a chance de liquidar com o placar, ao ficar sozinho na cara do gol e… chutou pra fora. Tanta incapacidade foi castigada aos 44 minutos, com o gol de Vagner Love. Que ficou até sem graça para comemorar.
O negócio agora é tocar a vida, levantar a cabeça, pedir mudanças para 2013 e tocar a vida.
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