quarta-feira, 23 de abril de 2014

Pernambucano

22h00  


(0)NAU Náutico X Sport SPT(1)

Libertadores

22h00

(1)ANA Atlético Nacional X Atlético-MG CAM(0)

Libertadores

22h00  
(1)SLO San Lorenzo X Grêmio GRE(0)

Copa do Brasil

22h00  

(2)CRB CRB X São Paulo SPA(1)

Copa do Brasil

22h00  

(0)TUP Tupi X Fluminense FLU(3)

Cearense - 2014

(0)CEA Ceará X Fortaleza FOR (0)

Copa do Brasil

20h30  
(2)ARN América-RN X Boavista-RJ BOV(0)

Copa do Brasil

20h30

(4)BRS Brasiliense-DF X Princesa do Solimões PSO(2)

Libertadores

19h45

(1)NAP Nacional (PAR) X Vélez Sarsfield VEL(0)

Liga dos Campeões

15h45 

(1)RMA Real MadridX Bayern de Munique MUN(0)

Francês

13h30

(0)TOU  X Lyon LYO(0)

Francês

13h30

(1)PSG PSG X Evian EVI(0)

América decide contra o Boavista

O América volta a campo hoje, às 19h30, na Arena das Dunas,  para mais uma decisão. Dessa vez, contra o Boavista/RJ, pela Copa do Brasil. Como no primeiro encontro entre as duas equipes, o alvirrubro potiguar venceu por 2x1, jogando fora de casa, começa o duelo na vantagem. Pode até perder por 1x0, que sai de campo classificado para enfrentar o Náutico na próxima fase. E, para conquistar a vaga, o técnico americano, Oliveira Canindé, não vai poder contar com os laterais Wálber (contundido) e Wanderson (que já jogou a competição pela Tombense/MG e, por isso não pode atuar por outra equipe). 
Júnior SantosNo meio de campo, Rafinha entra para tentar cumprir o papel que vem sendo exercido por Arthur Maia com brilhantismo na equipeNo meio de campo, Rafinha entra para tentar cumprir o papel que vem sendo exercido por Arthur Maia com brilhantismo na equipe

Outro desfalque rubro é o camisa 10 Artur Maia, que foi expulso no jogo de ida. Com isso, Rafinha entra no meio campo. Marcelinho deve ser mantido na direita, enquanto Alex Barros e Artur Henrique brigam pela posição de titular na lateral esquerda. O goleiro Andrey, que sentiu uma lesão muscular, também foi vetado e, com isso, Fernando Henrique segue como titular no gol americano. Em compensação, o comandante rubro vai poder contar com os retornos dos volantes Márcio Passos e Dener.

“Os jogadores já sabem o que espero de cada um deles e agora é fazer isso dentro de campo, para alcançar nosso objetivo. Não vou mexer muito no time, porque não gosto de fazer isso. Vamos manter o que a equipe vinha fazendo e colocar em campo o que temos de melhor para essa decisão. O Boavista vem acreditando que pode conseguir essa classificação e nossa missão é impedir isso. Temos que nos impôr”, afirmou Canindé.

Por conflitos de data, a Federação Norte-riograndense de Futebol solicitou a Confederação Brasileira de Futebol para alterar a data da primeira partida da segunda fase da Copa do Brasil, antes marcada para o dia 29 desse mês, já que no dia 30, acontece a segunda partida da final do Estadual, entre América e Globo. A solicitação foi atendida e, caso o América se classifique para a segunda fase da Copa do Brasil, deve enfrentar o Náutico no dia seis de maio, ainda sem mando de campo definido. 

Tendo que marcar pelo menos dois gols contra o América-RN para avançar na Copa do Brasil, o Boavista vai entrar em campo, buscando um feito que não ocorre desde o dia 1º de outubro de 2013. Na ocasião, a equipe de Saquarema bateu o Barra da Tijuca por 2 a 0, no Estádio Telê Santana, no Rio de Janeiro, pela sétima rodada Copa Rio. Júnior e Giovanni fizeram os gols da vitória.

Para conseguir a tão sonhada classificação, o clube terá que quebrar outro tabu na Arena das Dunas. O clube de Saquarema ainda não triunfou fora de casa nesta temporada. Os sete jogos que a equipe venceu em 2014, todos ocorreram dentro de Saquarema, no Estádio Eucy Resende, com o apoio da torcida. “É uma tarefa bastante árdua, mas existe a possibilidade, então, vamos fazer o possível para conseguir a classificação. Estamos conversando com os jogadores, sabemos que, sobretudo, o emocional é importante. E estamos tentando configurar isso, que, se existe uma possibilidade, então, vamos buscá-la”, disse o técnico do Boavista, Américo Faria.

Ficha técnica
América: Fernando Henrique; Marcelinho, Cléber, Edson Rocha e (Alex Barros) Artur Henrique; Márcio Passos, Val (Dener), Fabinho e Rafinha; Rodrigo Pimpão e Max.Técnico: Oliveira Canindé. 
Boavista: Diego; Thiaguinho, Gustavo, Bruno Costa e Sena; Pedroso, Thiago, William e Jéferson; Romário e André.Técnico: Américo Faria.
Local: Arena das Dunas
Horário: 19h30
Árbitro: Nielsen Nogueira Dias (PE)
Assistentes: Albino Andrade Albert Júnior e Ricardo Bezerra Chianca (ambos do P

ABC abre espaço para reforços

Se por um lado a diretoria do ABC negocia a contratação de novos reforços, por outro ela também vai realizando negociações paralelas para abrir espaço no elenco. Ontem duas novas dispensas foram oficializadas, casos do volante Matheus Barbosa e do meia Gabriel Nunes, ambos aceitaram as propostas oferecidas e já viajaram para os seus clubes de origem Grêmio/RS e Cruzeiro/MG, respectivamente. 
Adriano AbreuZé Teodoro detectou problemas no time, mas fala em otimismoZé Teodoro detectou problemas no time, mas fala em otimismo

Até a partida de estreia como mandante, sábado na cidade de Santa Cruz-RN, o treinador Zé Teodoro pretende contar com no mínimo mais dois reforços. A diretoria anunciou que está em negociações com um lateral-esquerda e um meia, as duas posições consideradas de maior carência do atual elenco. Porém a promessa do vice-presidente de futebol do alvinegro, Bira Marques, é que possam chegar até quatro novos atletas. Pelo fato de não possuir um elenco fechado e um time em franco processo de formação, o goleiro Gilvan ressaltou ter gostado da estreia no Recife, quando os potiguares arrancaram um empate diante do Santa Cruz-PE e tiveram chance até de sair com um resultado melhor. 

“Diante de todas as circunstâncias, sabendo que a nossa equipe está em formação, que jogamos contra um bom time, fora de casa, acredito que começamos bem. Iniciar somando pontos, ainda fora de casa é sempre muito importante”, destacou, o goleiro.

O treinador Zé Teodoro detectou precipitação da equipe principalmente na etapa inicial do confronto, quando o ABC sofreu o gol e foi pouco efetivo no ataque. Fato que conseguiu mudar no segundo tempo, quando o grupo cresceu de produção. Otimista, Teodoro acredita que o ABC ainda vai evoluir.

“Estamos tendo condições de trabalhar a equipe agora, de colocar as peças que estão chegando, realizar mais trabalhos táticos e o time vem mostrando evolução. Agora é intensificar esse trabalho, esperar a chegada de mais algumas peças e vamos seguir crescendo com o decorrer das partidas”, afirmou.

Vaidosa e experiente, Suelle é uma das apostas do Sesi-SP para a decisão

Suelle (Foto: Divulgação Sesi)Suelle chegou ao Sesi ano passado
(Foto: Divulgação Sesi)
Suelle é a irmã do meio de uma família de cinco irmãos. São três homens e duas mulheres e foi exatamente sua irmã Damaris que levou a ponteira para o vôlei:
- Ela me empurrou para uma peneira quando eu tinha 14 anos. Eu segui no vôlei, ela não.  Ela nunca foi atleta e aí transferiu o sonho dela para mim. Domingo estará presente na torcida - conta a sorridente número 4 do Sesi-SP, que irá enfrentar o Rio de Janeiro na final da Superliga feminina, no Ginásio do Maracanãzinho.
Loira, com 1,87m e 73kg, Suelle é uma das mais belas jogadoras da Superliga. Mas está enganado quem pensa que os irmãos foram ciumentos e pegavam no seu pé:
- Eu sai de casa com 16 anos, então eles não tinham muito como me controlar. Soube domar eles. O meu noivo que, algumas vezes, tem ciúmes de algumas fotos com os fãs, mas nada demais também - confessa a jogadora de 27 anos, um dos grandes destaques do Sesi-SP na Superliga.
No início de carreira, Suelle não ligava muito para sua aparência mas, depois de muito tempo convivendo com mulheres, ela assume que mudou um pouco seu modo de pensar:
- Eu não era nada vaidosa, mas esse meio feminino nos leva a ser. O assunto muitas vezes é pintar unha, arrumar cabelo essas coisas. Antes não ligava para nada disso e  hoje em dia eu tenho salão de beleza fixo marcado toda semana. Eu penso comigo mesma, Suelle, quem te viu, quem te vê - sorri a jogadora
Suelle conhece bem a equipe do Rio de Janeiro, rival da partida de domingo. Esteve lá na temporada 2010/11, sob o comando do mesmo Bernardinho, treinador da seleção masculina de vôlei e que é técnico da equipe carioca há dez anos.
- Joguei lá uma temporada. O Bernardinho é um grande técnico, em termos de títulos não tem como comparar com o Talmo (técnico do Sesi-SP). Mas são características diferentes, o Talmo é mais tranquilo, ele sabe processar melhor que nós somos mulheres, temos nossas diferenças - confessa a ponteira, se referindo ao treinador atual do Sesi-SP, Talmo de Oliveira, que foi campeão olímpico como jogador em 1992.
A ponteira usou seu conhecimento dos rivais para ajudar o Sesi-SP a bater o Praia Clube, equipe que defendeu na temporada 2011/12, nas quartas de final e depois a passar pelo Osasco, time que a ponteira esteve entre 2007 e 2009, na semifinal. 
A final da Superliga feminina de vôlei será realizada neste domingo, no Ginásio do Maracanãzinho,no Rio de Janeiro e terá acompanhamento em tempo real do GloboEsporte.com
Suelle (Foto: Divulgação Sesi)Suelle, de costas, já jogou pelos principais rivais do Sesi-SP (Foto: Divulgação Sesi)

Em batalha de mais de 3h, Sharapova vence Safarova na estreia em Stuttgart

Atual número 9 do ranking mundial da WTA, Maria Sharapova sofreu em sua estreia em Stuttgart. Bicampeã do torneio, ela encarou a tcheca Lucie Safarova, 26ª do mundo, que revelou ser uma verdadeira pedreira. Em um confronto de alto nível, recheado de reviravoltas e com direito a três tie-breaks, a russa sofreu, mas fez 2 sets a 1, parciais de 6(5)/7, 7/6(5), 7/6(2). As duas foram muito aplaudidas pelo público pela determinação, e a loira pareceu até agradecer a adversária pela grande exibição, que durou 3h23.
Maria Sharapova Tênis (Foto: EFE)A loira precisou se superar para sair com o resultado positivo sobre a tcheca (Foto: EFE)

Na segunda fase da competição, Sharapova encara Anastasia Pavlyuchenkova (25ª), que passou pela letã Diana Marcinkevica (209ª). 
O jogo
De tão equilibrado que estava o jogo, Sharapova suou para sair na frente. Ela teve a chance de, no game de devolução, fechar o primeiro set em 6/4, mas cometeu um erro não forçado no break point e só foi sobressair no tie-break. Após Safarova salvar dois set points com grandes ataques, a russa pressionou a adversária e contou com uma bola da rival para fora para levar a melhor por 7 a 5 no game de desempate.
No segundo set, Sharapova foi quebrada no primeiro game de serviço e correu atrás do prejuízo até empatar em 3/3. A partir de então travou-se uma batalha similar ao primeiro set, com ambas as tenistas confirmando os games de saque com muita luta. Até que veio mais um tie-break.No primeiro ponto Sharapova já entrou bastante agressiva nos golpes e foi premiada com a mini-quebra. Porém, Safarova não só devolveu a mini-quebra como conseguiu uma de vantagem quando Sharapova atacou para fora, dando o 6/4 e o duplo set point para a adversária. A russa pontuou uma vez, mas, com outro erro, não evitou que a tcheca vencesse o tie-break por 7 a 5 e empatasse a partida.
Maria Sharapova Tênis (Foto: EFE)Maria Sharapova sofreu contra Safarova, mas acabou saindo vitoriosa (Foto: EFE)


No terceiro set, as duas tenistas voltaram a duelar em equilíbrio pelo menos no início. Insistente, Sharapova abriu 2 a 1 em dois erros consecutivos de Safarova. Mas ela não parecia muito satisfeita com a própria atuação. A tcheca cometeu duas falhas, mas a russa também fez a dela ao forçar um balão, receber o contra-ataque e errar um smash com toda a quadra livre. Mesmo assim, a atual bicampeã de Stuttgart conseguiu o break point. O erro fez bem à loira, que voltou mais concentrada e brilhou, confirmando serviço com um ace espetacular e quebrando a adversária na sequência.
Disposta a complicar a vida rival, Safarova também se superou, venceu os dois games seguintes e mostrou que estava viva na partida. Pela raça, ela chegou a ganhar o apoio dos presentes na arena em Stuttgart. Mas Sharapova acordou mais uma vez. Ela abriu 30/0 no décimo game com uma jogada sensacional forçando a rival com ataques alternados. A tcheca respondeu, empatou  em 40/40, levando o público ao delírio, e conseguiu a vantagem com um saque fortíssimo, matando a devolução da adversária. Em seguida, confirmou o serviço e igualou o confronto em 5 a 5. 
Safarova seguiu espetacular. Ela conseguiu três break points e viu a rival ameaçar, mas conseguiu fechar o game, virando em 6 a 5. A tcheca teve nas mãos então a chance de sacar pela vitória. Mas foi aí que Sharapova cresceu, quebrando o serviço e levando a decisão para o tie-break pela terceira vez na partida. No desempate, ela não deu chances à Safarova, que perdeu por 7 a 2. No final, a russa pareceu até agradecer à rival pela grande exibição no torneio alemão, que durou 3h23

Bolívar segura 1 a 1 com León em casa e garante vaga nas quartas de final

Depois do empate por 2 a 2 no jogo da ida, o Bolívar tinha mais opções prováveis de resultados do que o León para avançar às quartas de final da Libertadores, jogando em casa. E, na altitude de La Paz, era sabido pelo time mandante que os mexicanos iriam buscar a vitória desde o início. Foi o que aconteceu. Com o placar inaugurado rapidamente, os visitantes saíram na frente no Estádio Hernando Siles, mas sofreram o empate ainda no primeiro tempo. Na etapa final, jogo morno, poucas chances e a expulsão de Rafa Márquez, que deixou o León com um a menos e em maiores dificuldades. Sem reação e com pouca organização dos rivais, o Bolívar segurou o 1 a 1, manteve-se invicto em quatro jogos contra os rivais este ano e é o primeiro time garantido na próxima fase do mata-mata da competição continental.
Luis Gutierrez, Ronald Eguino e Nelson Cabrera gol Bolivar (Foto: EFE)Autor do gol da classificação, Eguino comemora com os companheiros do Bolívar (Foto: EFE)
O León começou o primeiro tempo em ritmo acelerado. No primeiros momentos de jogo, Montes colocou bola no travessão após boa cobrança de falta. Logo depois, aos cinco minutos, o placar foi inaugurado após Arizala receber cruzamento da direita e colocar no canto do goleiro Quiñonez. Em desvantagem, os bolivianos partiram para o ataque, mas ainda assustavam menos que os mexicanos. Mesmo assim, após chances desperdiçadas pelos visitantes - a melhor delas por Boselli -, o empate veio. Também depois de cruzamento pelo lado direito, Eguino escorou no segundo pau, praticamente livre de marcação. Tudo igual, e uma boa dose de tranquilidade para o Bolívar no vestiário.
Na segunda etapa, a quantidade de chances de gols não chegou nem perto em comparação aos primeiros 45 minutos. Em um jogo relativamente morno para uma partida que valia vaga nas quartas de final da Libertadores, o Bolívar segurava-se no campo de defesa e errava passes cruciais quando tinha a bola nos pés. A equipe mexicana abusava de lançamentos - errados - para a grande área e não mostrava a disposição necessária para fazer o segundo gol. Aos 32 minutos, um dos jogadores mais experientes em campo, Rafa Márquez - ex-Barcelona -, entrou violentamente em dividida e foi expulso de forma direta pelo árbitro. O zagueiro subiu com a sola da chuteira nas costas do adversário, deixou o campo mais cedo e complicou mais ainda a vida do León.
O Bolívar ainda balançou as redes após cobrança da falta originada pela expulsão, mas a arbitragem invalidou, marcando posição irregular do ataque. Os donos da casa ainda desperdiçaram mais chances, levando a incerteza da classificação até o fim. Com o 1 a 1 mantido, porém, os bolivianos avançam às quartas novamente após 14 anos - a última vez havia sido em 2000 - e agora aguardam o vencedor do duelo entre Lanús e Santos Laguna. Os argentinos venceram em casa por 2 a 1 e jogam por um empate no México nesta quinta-feira.

A única vez: em 77, Grêmio vence San Lorenzo com gol de artilheiro histórico

grêmio san lorenzo 1977 (Foto: Reprodução)Jornal Zero Hora destaca Alcindo na única vez em
que Grêmio e San Lorenzo jogaram (Reprodução)
Foi apenas uma vez, num amistoso em 1977, que Grêmio e San Lorenzo se enfrentaram antes dos embates pelas oitavas de final da Libertadores, a começar na quarta-feira. Poderia ser apenas mais um jogo. Não foi para Alcindo. O histórico centroavante tricolor dos anos 1960 voltava ao clube do coração após passagens exitosas por outras praças, como no Santos, contratado por indicação de Pelé. A ideia era encerrar a carreira no lar que o acolhera quando moço, depois de ser rejeitado pelo Inter e ter se transformado no grande algoz vermelho em Gre-Nais. Pobre time de Almagro, que acabou nova vítima do Bugre, maior artilheiro em 110 anos de Grêmio.
- Pode até não ter sido uma grande atuação. Mas, quando você faz um gol, nunca esquece dessa partida - conta, orgulhoso, o dono de 231 gols vestindo a tricolor, sendo 129 no velho Olímpico.
Alcindo Martha de Freitas, hoje com 69 anos, acata o pedido do GloboEsporte.com, viaja no tempo e ainda consegue apanhar algumas lembranças de um jogo que parecia perdido dentro de um ano que fora especial - a temporada que marcaria o retorno dos títulos ao Grêmio. Um doce alento aos gremistas de hoje, desejosos por uma taça que não chega desde o Gauchão de 2010.
alcindo grêmio adeus, olímpico especial (Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)Alcindo, no Olímpico em que bateu o San Lorenzo, em 1977 (Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)


EM 77, JEJUM HISTÓRICO
Naquele ano, a pressão se avolumava, gigantesca. O Inter poderia ser campeão gaúcho pela nova vez seguida. A direção do Grêmio se armou. Colocou Telê Santana à beira do gramado. Que manteve nomes como Ancheta, Yura e Tarciso. Do Flamengo, surgiu o cerebral Tadeu Ricci. De Minas Gerais, o ainda jovem Éder trazia o seu chute potente. O último a chegar ao grupo foi André Catimba, que acabou o dono da camisa 9.
Quando vejo os times argentinos hoje na TV, eu até estranho. Estão muito diferentes, mudaram seu jogo, estão mais tranquilos
Alcindo
 Até porque Alcindo já atingia os 32 anos, não tinha a mesma agilidade, muito menos a força que o fez destroçar defesas. Inclusive, entrou em campo como titular naquela noite de quarta-feira, 23 de março de 1977, um pouco acima do peso. A imprensa especulava que jogaria apenas os primeiros 45 minutos. Mas centroavante só desiste depois que balança a rede. 
De sua casa em bairro afastado da zona sul de Porto Alegre, Alcindo lembra que, naquela época, enfrentar um clube argentino era como enfrentar todos. Eles mantinham uma unidade, uma identidade própria do país. Hoje, acredita, vê outro cenário, de equipes mais globalizadas e sem aquelas catimba e violência tão caras aos hermanos de outrora.
- Quando os vejo hoje na TV, eu até estranho. Estão muito diferentes.
TARCISO NÃO DEIXA ALCINDO COBRAR PÊNALTI
Embora aguerridos, os argentinos daquele San Lorenzo estavam, sobretudo, cansados da viagem em cima da hora para Porto Alegre. O motivo do amistoso é curioso. Rezava no contrato de compra do Grêmio do meia Ortiz que os clubes deveriam se enfrentar uma vez. Mais inusitado que as equipes só conseguiram se enfrentar depois de o jogador ter deixado o Tricolor. Ortiz, que seria titular na conquista do Mundial de 1987, já estava no River Plate em 1977.
alcindo grêmio (Foto: Reprodução)Alcindo, em seus velhos tempos de artilheiro
(Foto: Reprodução)
O habilidoso ponteiro de cabeleira vasta fazia falta a ambas equipes. O Grêmio sofria para furar o bloqueio de um retrancado San Lorenzo, embora o jornal Zero Hora tenha qualificado a partida como um "jogo bom de se ver". Seria melhor ainda após Nicolau deslocar o zagueiro Oberdan no ar. Pênalti para o Grêmio. De volta ao time, Alcindo queria bater. Mas Tarciso não deixou. O Flecha Negra optou por manter a hierarquia, foi para a bola e... a despejou sobre a trave. 
Mas Alcindo teria nova chance. Em outra bola parada. Foi aos quatro minutos do segundo tempo. Isso que o prognóstico inicial era de utilizar o Bugre apenas durante a etapa inicial. Mesmo longe de sua áurea forma dos anos 1960, Alcindo retornou do intervalo e se credenciou a cobrar falta próxima à área rival. O chute com o pé direito saiu potente e ganhou veneno ao desviar na barreira. A bola saiu completamente do destino de La Volpe: 1 a 0, estava ganha a partida.
BUGRE VÊ GRÊMIO 'PISOTEADO'
Era para ser um teste de fogo para a estreia no fim de semana no Gauchão, contra o Cruzeiro-RS. Mas, dado o cansaço dos argentinos, virou noite para brindar o retorno de Alcindo. O certo é que aquele amistoso abriu as portas de um ano mágico, do retorno dos títulos, que seria coroado em setembro, em chute de André Catimba no Gre-Nal decisivo do estadual.
Depois daquele Gre-Nal, tinha que cair o presidente. Eu, que defendia tanto essa camisa, agora a vejo sendo pisoteada desse jeito
Alcindo
Hoje, Alcindo já não tem tanta certeza de que os títulos virão. Está bastante desencantado com a equipe de Enderson Moreira. Ainda mais depois da goleada sofrida no Gre-Nal da final do Gauchão, uma vez que ninguém fizera mais gols no Inter do que ele próprio na era profissional do clube - foram 12 gols em clássicos, antes Luiz Carvalho havia feito 17, nos anos 1920 e 30.
- Acho que esse time não é o ideal. A espinho dorsal não está boa, faltam goleiro e centroavante mais confiáveis. Depois daquele Gre-Nal, tinha que cair o presidente. Eu, que defendia tanto essa camisa, agora a vejo sendo pisoteada desse jeito... - murmura, chateado. - Na Libertadores, o Grêmio é sempre favorito pelo seu passado. O Grêmio tem um crédito muito grande fora do Brasil. Quem sabe assim, eles não dão uma alegria para o torcedor, que está muito carente.
A partir de quarta, no Nuevo Gasometro, começa o segundo capítulo da história entre Grêmio e San Lorenzo. Tudo começou com Alcindo. E espera-se que não termine por aí.

GRÊMIO 1 X 0 SAN LORENZO
Remi; Eurico, Ancheta, Oberdan e Ladinho; Vitor Hugo, Tadeu, Iura (Jerônimo), Tarciso, Alcindo (Deimar) e Eder
La Volpe; Lupo, Nicolau (Sanchez), Sanz, Villar (Ruiz) e Pedro Chazarreta; Palmieri, Fischer, Olivares (Gauna); Rizzi e Mario Mendonza (Premici)
Técnico:  Telê Santana
Técnico:  
Gols:  Alcindo, aos 4 minutos do segundo tempo
Arbitragem:  Nazarino Pinzon
Local:  Estádio Olímpico