segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Série D

21h00

Nacional-AMNFC
Rio Branco-ACRBR


Série C

20h30




GuaraniGUA
Tombense-MGTOM

América conquista vitória heroica e sobe na tabela de classificação

A vitória do América sobre o Vila Nova, de virada, por 2 a 1, premiou a luta da equipe que nunca desistiu de conquistar os três pontos. Dominou o adversário completamente, foi castigado, mas teve capacidade para buscar a recuperação e deixar a Arena das Dunas com um resultado heroico. Os três pontos conquistados e mais a combinação de resultados da rodada, fizeram os potiguares subirem para terceira colocação na tabela e deram a oportunidade de a equipe respirar um pouco mais aliviada nessa reta final de primeira fase da série C. Os gols da partida foram marcados por Moisés, cobrando pênalti para Vila, enquanto Adriano Pardal e Mateuzinho garantiram o importante resultado para os potiguares, que voltam a campo sábado (5), para enfrentar o líder Fortaleza, em Natal.
Emanuel AmaralCom a vitória, o América chegou aos 24 pontos, ocupando a terceira colocação do Grupo ACom a vitória, o América chegou aos 24 pontos, ocupando a terceira colocação do Grupo A

Muita disposição, muita luta, além de uma disputa por cada palmo do campo, foi essa a característica apresentada por América x Vila Nova no primeiro tempo de jogo. Se durante a semana, para tirar um pouco de responsabilidade do ombro dos seus atletas, o treinador americano Roberto Fernandes buscou reduzir um pouco a importância dessa partida, quando a bola começou a rolar ficou evidente que ele não conseguiu.

Montado de forma ofensiva e atacando o adversário com todos seus recursos a partir do minuto inicial, o time natalense encontrou dificuldade para furar o bloqueio do Vila Nova, que entrou em campo disposto a explorar os espaços deixados pelo América, mas só que não encontrou na maior parte do tempo. Bem marcados, os goianos o máximo que conseguiram foi fazer a bola passar cruzada na área do goleiro Pantera.

Já no lado americano, apesar da insistência ofensiva, a pressa nas conclusões e de fazer o último passe, acabaram facilitando também o trabalho de destruição do adversário e na única bola que sobrou livre, após um cruzamento de Cascata pela direita, Léo Gago, de dentro da área, acertou um chutaço, mas o goleiro Edson salvou o Vila nova mandando a bola para escanteio, isso aos 19 minutos.

A partida continuou muito disputada e o restante das emoções ficaram guardadas para os minutos finais, quando o goleiro adversário voltou a fazer a diferença para segurar o placar no minuto final, salvando uma bola desviada por Max de cabeça, ele se esticou todo para defender, na confusão formada a zaga conseguiu afastar, mas Judson arriscou de longe e quase acertou o ângulo. Depois, na única jogada de ataque que conseguiu armar nos 45 minutos iniciais, o Vila apresentou eficiência, Vanilson escapou pela direita, tentou o cruzamento e a bola desviou na mão de Cleber dentro da área, o juiz marcou pênalti que Moisés cobrou com força, no meio do gol, para fazer 1 a 0 Vila Nova.

Ciente de que o resultado da etapa inicial seria um verdadeiro desastre, o América voltou forçando ainda mais o jogo no período complementar. O Vila Nova tentava cadenciar o jogo enquanto os nalatenses procuravam a velocidade. O time ficou martelando na defesa adversária, até que depois de um escanteio, aos 10 minutos, Thiago Potiguar cobrou da esquerda, Max subiu desviando apenas o suficiente para a bola sobrar na cabeça de Adriano Pardal, que empurrou para o fundo da rede e deixou tudo igual na Arena das Dunas.

O resultado de empate não satisfazia o América que continuou sufocando o Vila Nova atrás da virada e criando algumas boas oportunidades, mas o goleiro adversário, num dia iluminado, conseguiu impedir a virada em um chute de Cascata, da pequena área, que Edson tirou com os pés.

Mesmo completamente dominado, assim como já havia ocorrido no início, o Vila Nova se destacou pela entrega apresentada para segurar o resultado. A equipe mostrava por que há oito partidas não perde. Na noite de ontem isso ocorreu também muito por força do goleiro Edson, que na reta final da partida ainda salvou outro chute de Léo Gago, de fora da área. E tudo fazia crer que os goianos iriam deixar Natal com a invencibilidade intacta, mas o América de tanto insistir foi premiado aos 49 minutos, pagando o susto da etapa inicial com a mesma moeda, quando Mateuzinho acertou um chute de virada dentro da grande área e deixou a muralha goiana sem ação: América 2 a 1 no Vila Nova. A vitória limpou a trilha para classificação para segunda fase, já que a vitória fez o time potiguar subir mais um importante degrau na tabela de classificação.
 
Ficha técnica

América  2 x 1 Vila Nova-GO

América: Pantera, Maguinho, Cleber, Zé Antônio e Arthur Henrique; Judson, Léo Gago e Cascata (Bruno Faria); Adriano Pardal (Gláucio), Max e Thiago Potiguar (Mateuzinho). Técnico: Roberto Fernandes.
Vila Nova: Edson, Marcelo, Gustavo Bastos Vinicius Simon e Marinho Donizete; Francesco, Arthur, Ramires (Patrick) e Moisés; Vanilson (Ermínio) e Zotti (Paulo Victor). Técnico: Márcio Fernandes.

Árbitro:
 Flávio Rodrigues de Souza (SP)
Gols:
 Moisés/VN (48’/1ºT), Adriano Pardal/AME (10’/2ºT) e Mateuzinho/AME (49’/2ºT)
Público:  6.367 torcedores                                                                                 
Renda: 
R$ 95.533,00
Local: Arena das Dunas – Natal/RN

Com a vitória, o América chegou aos 24 pontos, ocupando a terceira colocação do Grupo A - Foto:Emanuel Amaral

Na beira do rebaixamento, Cruzeiro demite Vanderlei Luxemburgo

PEDRO VILELA/LIGHT PRESS
Vanderlei Luxemburgo durante jogo do Cruzeiro contar o Inter
Segunda passagem de Luxemburgo pelo Cruzeiro durou pouco
Vanderlei Luxemburgo não é mais técnico do Cruzeiro. Nesta segunda-feira, um dia após a derrota por 1 a 0 para o Santos, ele foi demitido pela diretoria após reunião, segundo apurou o ESPN.com.br com membros da diretoria celeste.
Anunciado em 2 de junho como substituto de Marcelo Oliveira, Luxa durou menos de três meses no comando cruzeirense. Em 19 partidas, somou seis vitórias, três empates e 10 derrotas, desempenho que acabou culminando com sua saída.
Em entrevista gravada na última sexta-feira, contudo, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares,havia garantido a permanência do veterano treinador, que foi campeão da Tríplice Coroa em 2003, mesmo com o risco de rebaixamento inédito para a Série B.
O técnico, aliás, não deve ficar muito tempo desempregado, já que, segundo o jornal Folha de S. Pauloele tem uma proposta "maluca" de um time não revelado da 2ª divisão da China.
Assim como Luxa, o diretor de futebol Isaías Tinoco também deixa a Toca.
Com 22 pontos, a equipe de Belo Horizonte está em 16º lugar na tabela e tem a mesma pontuação do Goiás, que é o primeiro time na zona da degola, ficando à frente do time esmeraldino apenas nos critérios de desempate.
A "Raposa" volta a campo nesta quarta-feira, quando enfrente a Ponte Preta, fora de casa, às 19h30 (horário de Brasília), pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Contra a "Macaca", o Cruzeiro será dirigido pelo ex-atacante Deivid, hoje auxiliar do clube, que fazia parte da comissão técnica de Luxemburgo, mas deve seguir em Minas.
 
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Assista ao gol da vitória do Santos sobre o Cruzeiro
 

21 dias para conhecermos os favoritos a medalhas no basquete masculino

Brasil, como país sede; Estados Unidos, como campeões mundiais; Austrália, vencedora do Campeonato da Oceania; Nigéria, campeã do Afrobasket.
Por enquanto, estas são as quatro seleções de basquete masculino já garantidas nas Olimpíadas do ano que vem, no Rio de Janeiro. Nos próximos 21 dias, outras quatro garantirão vagas, e naturalmente algumas das favoritas a medalhas.
A Copa América de Basquete começa nesta segunda-feira, vai até 12 de setembro e garante dois times nos jogos olímpicos. Já o Eurobasket, de gigante equilíbrio, vai do dia 5 ao dia 20 e também colocará duas equipes na principal competição de basquete do planeta. Depois, faltarão apenas o representante asiático e os três oriundos da repescagem mundial.
Ambas competições terão transmissão pela ESPN. Como o torneio europeu começa depois, a análise agora fica no nosso continente.
A Copa América acontece em território mexicano e reúne dez seleções, divididas em dois grupos: A com México, Panamá, República Dominicana, Uruguai e Brasil; B com Canadá, Cuba, Porto Rico, Venezuela e Argentina. As quatro primeiras colocadas de cada avançam e na sequência disputam um "octogonal", onde encaram os adversários da outra chave. Então, finalmente, os quatro semifinalistas são definidos para as partidas únicas e as vagas na Olimpíada e na decisão.
Sim, ao se garantir no Rio de Janeiro em 2016 através de convite da Fiba, a seleção brasileira escapou de uma pedreira.
GRUPO A
DIVULGAÇÃO
Pivô Gustavo Ayón deve liderar a seleção mexicana
Pivô Gustavo Ayón deve liderar a seleção mexicana
República Dominicana e México aparecem na frente na disputa. Os dominicanos, com muita tradição continental e pouca mundial, apostam mais uma vez em Francisco García. Conta também com o apoio dos bons armadores Édgar Sosa, que atua na Itália, e Ronald Ramón, de Limeira - ambos com formação no basquete norte-americano universitário.
Os mexicanos estão evoluindo muito. Campeões da Copa América de 2013, disputaram o Mundial de 2014 depois de 30 anos. O pivô Gustavo Ayón, hoje no Real Madrid, é a força no garrafão, além do armador do Milwaukee Bucks Jorge Gutiérrez.
Uruguai e Panamá vão, teoricamente, brigar pela última vaga do grupo. Martín Osimani, de Brasília, segue como destaque uruguaio.
A seleção brasileira está sem os jogadores da NBA e outros como Rafael Hettsheimer e Marcelinho Huertas por motivos diversos. O desempenho nos Jogos Pan-Americanos mostrou que essa equipe pode lutar pelo título da competição. Poucas vezes na história o Brasil mostrou tanta força defensiva e um ataque sem precipitação como em Toronto. Nos últimos amistosos, o rendimento caiu. Restará a Rubén Magnano manter o nível de motivação que os adversários terãop, já que para os brasileiros não vale vaga. Destaques para Vitor Benite e Augusto Lima, os dois únicos que não atuam no NBB - no caso do primeiro, recém-saído.
GRUPO B
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Andrew Wiggins é o principal destaque do Canadá
Andrew Wiggins é o principal destaque do Canadá
Comandada pelo técnico Jay Triano, ex-Toronto Raptors, o Canadá vem com o que tem de melhor, incluindo dois dos últimos três first picks do draft da NBA, Anthony Bennett e Andrew Wiggins. Fora Cory Joseph, Kelly Olynyk, Nik Staukas... O time é muito forte e o principal favorito da competição - ainda mais depois do ótimo Pan-Americano que fez e a boa Tuto Marchand, vencida pela equipe. O que pode pesar é a juventude da equipe. Aqui neste link excelente análise do Giancarlo Giampietro sobre a evolução canadense.
Cuba é a seleção mais fraca e deve fazer apenas figuração, ainda mais contra Porto Rico, Argentina e Venezuela.
Os porto-riquenhos tem um dos basquetes mais fortes do continente há muito tempo. Figurinhas carimbadas como Larry Ayuso continuam por lá, assim como Renaldo Balckman e JJ Barea. O time é bom e muito experiente, e ainda conta com o consagrado técnico Rick Pitino no banco.
Já os argentinos enfrentam uma entressafra. Foram muitos títulos e diversos jogadores talentosos nos últimos 12 anos. Longe, no entanto, de não haver talento no time atual: Facundo Campazzo e Nicolás Laprovíttola estão lá para provar isso. Alguns veteranos permanecem, e com destaque, como é o caso de Luis Scola.
Os venezuelanos ficaram na quinta posição nas duas últimas edições da Copa América e venceram o Sul-Americano derrotando Brasil e Argentina pelo caminho. Só que desta vez Greivis Vásquez está fora, o que enfraquece bastante a equipe, assim como o bom pivô Gregory Echenique.
 
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Gustavo Hofman entrevista Rubén Magnano; assista na íntegra!
 

Pato nunca foi o alvo do Tottenham, segundo imprensa inglesa

Alexandre Pato vem sendo oferecido a vários clubes ingleses há semanas. Contudo, o atacante do Corinthians emprestado ao São Paulo ainda não despertou real interesse de times da Premier League, apesar dos fortes comentários sobre uma transferência para o Tottenham.
Diante do tom de despedida do atleta após a vitória tricolor sobre a Ponte Preta, sábado, o blog pediu auxílio a colegas da imprensa inglesa. E a informação que vem de Londres é: Pato não está nos planos dos Spurs.
O time do norte da capital da Inglaterra de fato busca um atacante, mas este não é o brasileiro, segundo apuração local.
Consultado por um jornalista inglês após nosso questionamento, o Tottenham negou interesse em Pato. O clube deseja contratar Saido Berahino, artilheiro do West Bromwich Albion.

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    Sem chance de tentar vaga, meninas do hóquei vão assistir à Olimpíada pela TV

    Em 5 de agosto de 2016, centenas de atletas brasileiros terão um dos momentos mais importantes de suas vidas ao celebrarem o início da Olimpíada do Rio. Às jogadoras da seleção de hóquei sobre grama restará ligar a televisão.
    Elas devem ser as únicas que não poderão representar o país nas 42 modalidades dos Jogos. "É uma pena", reclama Bruna Ferraro, 25.
    A jovem está entre as mulheres que batalharam para erguer o hóquei sobre grama no país ao longo de quase uma década. "O que temos aqui é um grupo que joga por amor." Mas afeição e esforço não bastam: o esporte ainda é incipiente e com baixo nível técnico.
    Desde 2013, a modalidade recebeu R$ 5,1 milhões em verba das loterias para se desenvolver. Mas a sorte grande sorriu somente para os homens.
    O Brasil tem vaga automática em quase todas as modalidades da Rio-2016 por ser país-sede. Mas, em algumas delas, os atletas precisavam atingir um resultado mínimo em nível internacional. Foi o caso do hóquei sobre grama.
    O time masculino teve sua preparação privilegiada e obteve a vaga ao ficar em quarto lugar no Pan de Toronto-2015.
    "Queríamos levar as duas seleções, mas a masculina tinha mais chance. Infelizmente, tivemos que focar o investimento", afirma Javier Rubin, diretor de comunicação da confederação de hóquei.
    Na época do Pan do Rio, em 2007, o Brasil também era país-sede e tinha o mesmo direito de disputar todas as modalidades. Àquela altura, porém, o hóquei não possuía nem sequer base de atletas.
    Para atrair jogadores, os dirigentes visitaram escolas. Apresentavam o taco e a bolinha, explicavam o jogo e torciam para que surgissem interessados.
    As regras eram familiares aos estudantes: uma bola, 11 jogadores e a busca do gol. Mas, em vez de usar os pés, os atletas precisam do taco para acertar uma bola de 3 cm de diâmetro.
    "Nunca tinha ouvido falar de hóquei, mas sempre gostei de esporte. Então, decidi tentar", diz Laís Bernardino, 26.
    Os dois principais times do Brasil ficam em Florianópolis. Sem local adequado para treino, os grupos jogam em campos de futebol society. O primeiro campo oficial do país —e até hoje único— foi construído para o Pan-2007, no Rio.
    Lisandra Souza, 32, ri ao se lembrar de sua primeira experiência naquela arena. Jogava havia cinco meses. Estreou contra a favorita Argentina. Mais ou menos como um time da Série C enfrentar a seleção de Messi. As argentinas ganharam a prata em Londres-2012. "Não fazia ideia de como elas eram boas e de quão diferente era jogar em um campo oficial", relembra Lisandra.
    O jogo foi 21 a 0. As brasileiras terminaram o Pan de 2007 na última colocação, sem ter marcado nem sequer um gol.
    O time que disputou o campeonato no Rio, no entanto, não era o mesmo formado anos antes. Às vésperas do evento, as jogadoras entraram em greve por discordar da administração da confederação e do então técnico do time, Cláudio Rocha. A equipe masculina aderiu ao protesto. Com a debandada, os dirigentes usaram até redes sociais para procurar novos praticantes.
    "Os treinos eram fracos, e ele nos tratava mal. Fazia o que queria. A situação ficou insustentável", diz Alessandra Lopes Flores, 26. "Rocha já não está no time feminino há anos. E sempre se defendeu dessas acusações. É um assunto superado", afirma o diretor de comunicação da confederação de hóquei.
    Nada foi pior para as atletas, no entanto, do que ficar fora da Rio-2016. "Foi descaso. Seria difícil obter a classificação, mas poderíamos conseguir. Não pudemos nem tentar", diz Laís.
    Agora, a pouco menos de um ano dos Jogos, o hóquei feminino tenta se reerguer sonhando com a Olimpíada de 2020, em Tóquio. O técnico argentino Ignácio Lopez acaba de ser anunciado como responsável pela equipe. "Vamos recomeçar praticamente do zero", declara Javier Rubin, diretor de comunicação.
    A nova seleção será montada após testes físicos e técnicos. Muitas das antigas jogadoras, em desarcordo com os dirigentes do esporte, não participarão.
    Algumas veem como saída o aeroporto. Bruna Ferraro, que já jogou na Bélgica e na França, vai para Buenos Aires, estudar e jogar em campos portenhos.

    Natação salva vidas

    "A natação é o único esporte que salva vidas", me disse o nadador Thiago Pereira, o Mister Pan. Por mais óbvio que pareça, nunca tinha parado para pensar nisso.
    Esse papo aconteceu num encontro inesperado. Estávamos sozinhos em uma sala, esperando para sermos entrevistados por Jô Soares. E foi ali que ele contou, antes para mim e depois para o Jô, que a natação só entrou em sua vida aos dois anos e quando ele quase se afogou.
    "Estava na casa de um tio e pulei na piscina. Só não aconteceu o pior porque um primo me salvou. Por isso, minha mãe decidiu que eu deveria aprender a nadar."
    Thiago poderia ter entrado para a triste estatística de mortes por afogamento, onde o Brasil aparece em terceiro no ranking, atrás de Japão e Rússia. No ano passado, a OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgou o Relatório Global sobre Afogamento: Evitando uma das Maiores Causas de Morte.
    Não é à toa que temos um campeão que pretende se dedicar a trabalhar com o esporte depois de sua aposentadoria, mas não apenas com atletas de ponta. "É uma das principais causas de mortes entre crianças e adolescentes. Todo mundo deveria aprender a nadar, e eu quero me empenhar para que a natação chegue a um número maior de pessoas, não necessariamente como esporte, mas como prevenção de acidentes", disse.
    Ele está certo. Afogamento está entre as dez principais causas de mortes de crianças. O maior índice acontece entre as de até cinco anos. Mais da metade das pessoas tem menos de 25.
    Assim como Thiago, aprendi a nadar cedo e vivi um episódio em que quase morri ao tentar salvar a babá de minha irmã, com quem eu brincava em cima de uma prancha de windsurfe. A maré nos arrastou, e ela caiu da prancha. Tentei ajudá-la, mas ela, maior do que eu e no desespero, me afundou.
    Eu só tinha oito anos. Só fomos salvas porque um pedreiro nos viu, pulou na água e conseguiu segurá-la, antes que ela me afogasse tentando se salvar.
    Porque Thiago tinha um primo que sabia nadar, porque o pedreiro sabia nadar e porque eu aos oito anos já sabia nadar, estávamos nos dois batendo papo na última terça-feira. No entanto, centenas de milhares de histórias são interrompidas porque as pessoas não têm o mínimo de conhecimento para se proteger.
    São 372 mil mortes por ano no mundo, aproximadamente 6.000 no Brasil. A OMS calcula que os números sejam ainda maiores porque não entram nas estatísticas suicídios, homicídios, alagamentos, cheias e naufrágios.
    As recomendações para que tantas vidas não se percam são simples na teoria: instalação de redes de proteção, ensino de noções básicas de natação nas escolas e de técnicas de salvamento para quem frequenta praias, piscinas, lagos e rios.
    Na prática, sabemos que no Brasil muitas crianças têm pouco ou nenhum contato com qualquer tipo de esporte. Como Thiago me disse, não é questão de desenvolver uma habilidade, mas de sobrevivência.
    Eu sabia o suficiente sobre o ídolo, pouco sobre a pessoa. Em 15 minutos, deu pra ver que Thiago Pereira é uma cara boa praça, bem intencionado, que pode deixar um legado maior do que uma coleção de medalhas. Pode ajudar num futuro não distante a salvar vidas mesmo fora d'água.

    Líderes eliminados

    Coincidência ou não, os dois times que lideram o Brasileirão foram eliminados da Copa do Brasil.
    Corinthians deixou de lutar pela quarta taça e o Galo pela segunda dele, campeão no ano passado.
    O time mineiro era favorito destacado contra o Figueirense e o Corinthians nem tanto contra o Santos, embora decidisse em casa.
    O Galo foi muito mal em Belo Horizonte no jogo de ida e o Corinthians não viu a bola em Santos.
    Quando começou o jogo de volta em Itaquera, o Figueirense já havia, minutos antes, despachado o alvinegro mineiro.
    Copa do Brasil, como se sabe, garante vaga na Libertadores para o campeão.
    É bem possível que corintianos e atleticanos não tenham dúvidas sobre possibilidades de chegarem ao torneio continental via Brasileirão.
    Se serão ou não campeões são outros 500, o Corinthians hexa, o Galo bi.
    Os paulistas estão quatro pontos à frente dos mineiros e hoje ambos começam a pensar só e exclusivamente no Brasileirão, diferentemente de Grêmio e Fluminense, também do G4, e do Palmeiras e São Paulo, que ainda podem brigar pelo título.
    O Atlético terá exatamente o Fluminense pela frente e no Maracanã. Reencontrará Ronaldinho Gaúcho que nunca foi tão feliz em times brasileiros como com sua camisa.
    Jogo ainda mais complicado que o do concorrente Corinthians, em Chapecó, onde a Chapecoense só perdeu uma vez, para o São Paulo, ganhou 23 dos 30 pontos que disputou, com sete vitórias.
    Levir Culpi tem um time mais pronto e mais estrelado do que o de Tite.
    É também mais ousado e durante várias semanas comandou o melhor time do país até perder a hegemonia para o Grêmio, que por uma semana mereceu a honraria, agora nos pés do Santos.
    O Corinthians, no começo da temporada, era o melhor. No Brasileirão ainda não foi e mesmo assim lidera o que, de fato, é surpreendente e enche a bola de seu técnico.
    Em resumo: teremos 18 rodadas para saber se a ousadia ganhará do equilíbrio. Ou se algum intruso vai lançar mão da taça.
    "WONDERGOAL"
    Um gentil leitor envia o link (https://www.youtube.com/watch?v=NZkR5Wb2KQs) de um ângulo diferente do que estamos acostumados a ver do quarto gol do Brasil contra a Itália na Copa de 1970 –o de Carlos Alberto Torres com passe de Pelé sem olhar, em jogada iniciada na intermediária brasileira com Clodoaldo, que dribla quatro italianos.
    Ele havia recebido a bola de Piazza, que a recebera de Tostão após este, recuado pela esquerda, ajudando na marcação, a roubara de um italiano.
    Clodoaldo entrega a bola para Rivellino, Riva a estica para Jairzinho que a passa para Pelé.
    A BBC, dona das imagens, chama o lance de "wondergoal" e o que eu jamais havia percebido é que um jogador, já na área italiana, de costas para o gol e de frente para Pelé, indica para o Rei a chegada de Carlos Alberto.
    O nome deste jogador? O mesmo que havia desarmado o italiano na defesa brasileira: Tostão!