Felipão conseguiu o impensável com Portugal, durante a campanha da Eurocopa de 2004. Fez o país inteiro pendurar bandeiras nas janelas e torcer pela seleção como se estivessem em 1500 rezando para as caravelas chegarem do outro lado do oceano.
Felipão quer o mesmo no Brasil de deixou evidente isso nas primeiras linhas de sua entrevista coletiva, no estádio Mané Garrincha: "Jogar em casa não tira o a pressão que sempre tivemos: de vencer. Mas precisamos contar com o apoio da torcida. Sem ele, pode ser ruim jogar em casa."
O técnico do penta sempre quis apoio irrestrito de todos os lados. Também sempre soube que nem sempre é assim. Daí as crises com a turma do amendoim, na época do Palmeiras, com parte da imprensa, vez ou outra.
Pedir apoio da torcida é justo, necessário, fundamental.
Se o Brasil jogar com torcedores de baladas, aqueles que vaiam no quinto minuto e aplaudem no sexto por causa de um drible que não foi completado, nesse caso, a chance de ganhar a Copa diminui. A seleção precisa de uma torcida de futebol. Crítica, mas comprometida. Que vaie quando o time precisa de esculacho, mas aplauda e grite quando a equipe precisar.
Duro vai ser fazer isso com a torcida da seleção brasileira.
Não se fala aqui nem do comportamento mauricinho dos torcedores endinheirados. Fala-se também do descompromisso que a seleção carrega. Quando alguém xinga seu time, por mais raivoso que você esteja, defende. Um torcedor rival não vai esculhambar o clube do seu coração. Com a seleção é diferente. Uma crítica é seguida de outra e outra e outra... As justas e as injustas, as sérias e as galhofas.
Felipão tem razão em tentar criar um clima favorável na arquibancada. Mas vai ter de trabalhar mais para conseguir isso do que fez em Portugal.