quarta-feira, 23 de março de 2011

Clube dos 13 tenta antecipar assinatura com a Rede TV!

Pode ser a última cartada do Clube dos 13 para minar a Globo. A entidade tenta convencer a Rede TV! a desistir da assinatura de todos os clubes no contrato de transmissão do Brasileirão.
Seu desejo é acelerar o processo e assinar ainda hoje com a emissora. Parece uma missão difícil. Mesmo assim, Ataíde Gil Guerreiro, dirigente do C13 que cuidou da concorrência, chegou a marcar uma reunião com representantes da TV para assinar o contrato nesta terça. Depois recebeu a informação de que os executivos não poderiam comparecer.
Formalmente, a Rede TV! tem até maio para assinar o compromisso. Mas a investida da Globo em vários clubes pede um contra-ataque. A antecipação é importante para impedir a atual detentora dos direitos de seduzir também os times que permanecem no C13.
 A assinatura com emissoras diferentes, aumentaria a pressão para o Cade se posicionar. O caso também despertaria mais ainda o interesse do Senado, que já aprovou audiência para ouvir os envolvidos.
Se o contrato do C13 for mesmo assinado, estará aberta de vez a porteira para a disputa chegar à Justiça.  A entidade entende que tem procuração para assinar por dissidentes que pegaram empréstimos usando como garantia as cotas do futuro contrato de 2012. Os rebeldes negam tal poder.
Como muita gente ainda tem dúvidas, vale lembrar que nenhuma partida pode ser transmitida sem o aval das duas equipes. Assim, jogos entre times ligados a TVs distintas, ficariam sem televisionamento, a partir de 2012. A não ser que, nesses casos, todos os envolvidos fizessem um acordo pontual para liberar as imagens.
Quanto menos jogos televisionados, pior para torcedores, anunciantes das emissoras e patrocinadores dos clubes. Se acontecer, a batalha judicial só irá desvalorizar o futebol brasileiro.

musa esporte Técnico de Gales recorre a miss por 'hino estrondoso' contra a Inglaterra

O técnico de País de Gales decidiu inovar e pretende criar um som ensurdecedor no próprio dialeto do país durante a execução do hino nacional contra a Inglaterra no próximo sábado, no Estádio Millenium, às 12h, em jogo das Eliminatáorias da Eurocopa de 2012. Para isso, usará uma arma secreta.

Sabendo que boa parte de seus jogadores não sabe falar o tradicional galês, Gary Speed recorreu à beleza e à voz da miss País de Gales 2010, Courtenay Hamilton, para incentivar os atletas a aderirem à ideia. O objetivo é imitar a seleção de rúgbi, que já canta 'Hen Wlad Fy Nhadau' (Land of my Fathers, em inglês, algo como Terra dos meus Pais, em português) em suas partidas.

Hamilton será a responsável por interpretar a letra em Cardiff, e Speed tem como ideia que atletas e os cerca de 70 mil torcedores entoem juntos o hino para criar um frisson positivo para os donos da casa e tentar intimidar os ingleses. Os jogadores galeses já foram criticados no passado por não cantarem o som oficial do país.

A bela Courtenay Hamilton é a arma do técnico galês para hino na língua oficial do país
A bela Courtenay Hamilton é a arma do técnico galês para hino na língua oficial do país

O atacante Steve Morison, que joga no Milwall e é inglês, tendo chegado à seleção por conta de seu avô galês, pediu calma e disse que está aprendendo a letra. "Tivemos uma das primeiras aulas no domingo, estou indo bem, mas acredito que ninguém espere que já saibamos palavra por palavra", afirmou.

"Nós vimos a seleção de rúgbi cantando contra a Inglaterra [pelo Six Nations]. Você sente o som da multidão atrás de você. É algo que todos nós estamos começando a fazer e tem a ver com o sentir a paixão, a crença de volta", seguiu o jogador, aprovando a ideia.

País de Gales ainda não conquistou pontos em três partidas e aparece como lanterna do grupo G, no qual Montenegro, com um jogo a mais, lidera com 10, três à frente da Inglaterra. Suíça e Bulgária, com três cada, também estão na chave.

Revolução à vista: Rio-São Paulo já está no gatilho

Depois que a poeira baixar e o presidente Fabio Koff apagar a luz no Clube dos 13, o ludopédio nacional poderá sofrer uma revolução.

A distribuição dos milhões globais deverá ir muito além da batalha pela renovação dos direitos de TV do Brasileirão 2012/2014.

Comenta-se no meio publicitário que a plim-plim pretende muito mais do que apenas garantir a melhor bola do país na telinha.

No fala que eu te escuto, a ideia de ressuscitar o Rio-São Paulo, com o apoio de um futuro G8 – Flamengo, Corinthians, Vasco, São Paulo, Fluminense, Palmeiras, Botafogo e Santos.

O campo para a bola rolar entre os oito bambambãs ficaria livre com a redução da maratona dos estaduais, cada vez menos interessantes.

De acordo com pesquisa realizada no ano passado, eles são tão emocionantes que ocupam a quarta e última posição (12%) na preferência nacional (depois do bumbum), atrás do Brasileirão (55%), Libertadores (15%) e Copa do Brasil (13%) – 5% preferem críquete, xadrez e outros esportes mais violentos.

À exceção dos clássicos e das finais, o Paulistinha e o Carioquinha atraem mais testemunhas do que torcedores. Mercadologicamente, eles são um desastre.

O Rio-São Paulo seria apenas o pontapé inicial para o retorno de torneios como Sul-Minas, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Todos com mata-mata.

Um tiroteio que também poderá chegar ao Brasileirão. A volta do tira-teima na hora de a onça beber água é um velho sonho de executivos globais para salvar um ibope que já foi supercampeão de audiência.

Mais importante que a técnica, o faturamento. Manda quem pode, obedece quem tem juízo... e cofre vazio. 
                                                              #####
Pica-Pau. Ao recusar um salário superior a R$ 400 mil em troca de 30% dos direitos de imagem e mais um tempo de contrato, Ganso apenas solidificou mais um pouco o sonho de jogar no Milan ou na Inter de Milão. O meia e o grupo DIS, empresa que detém 45% do picadinho do jogador, têm certeza de que o martelo será batido pelo Santos na próxima janela de transferências, em agosto. A multa rescisória de 50 milhões de euros não assusta nem Ganso nem os empresários. Eles acreditam que o valor diminuirá, já que o mar não está para peixe – o Milan já ofereceu 25 milhões de euros. Até lá, Ganso continuará embolsando R$ 130 mil por mês, menos que Neymar, Elano, Edu Dracena, Jonathan, Diogo e Falcão, o craque do futsal.

Sugismundo Freud. A maioria das mulheres se casa com o futebol sem saber.

E o vento levou. Os periquitos em revista rezam dia e noite para 14 de abril demorar a chegar na folhinha. É que nesse dia o clube terá de pagar a insignificância de R$ 14 milhões correspondentes à contratação de Valdivia. Apesar de ser um dos xodós da torcida, o mago chileno deve ser negociado até dezembro. Por falar na saudável situação de penúria do Palmeiras: cansado de esperar por um atacante, Felipão curvou-se à vontade de dirigentes e chamou Lincoln novamente para a concentração. Se não tem tu, vai tu mesmo, moeda de troca.

Twitter. O introvertido Rivaldo voltou com a cabeça mais arejada do Uzbequistão. Ele acredita que se fosse carioca teria a mesma despedida da seleção prometida ao fofo Ronaldo. Cidade Maravilhosa, cheia de UPPs mil...

Filósofo. O presidente da nova-velha diretoria do Corinthians, o rei do riso Andrés Sanchez, é daqueles cartolas que defendem a disciplina até dentro de uma ostra. Ao ser questionado num bate-papo se o samaritano Adriano renderia bons frutos caso fosse contratado, o mandachuva e trovoadas respondeu que bastaria ao Imperador marcar gols, já que não viria para casar com sua filha. Sublime.

Gilete press. Do polêmico Paulo Cézar Caju, no ‘JT’: “Não estou lá dentro, mas tenho ouvido péssimos comentários sobre a postura da dupla Ganso e Neymar. Eles jogam muito, mas ainda não chegaram a lugar nenhum nem são os donos do mundo (...) A diretoria do Santos precisa agir com mão firme.” Ele conhece.

Tititi d’Aline. O meia Alex rasgou os maiores elogios a Guilherme, que assinou com o coirmão da Raposa após consagrar-se como ‘carrasco do Galo’. Atualmente no Fenerbahce, Alex informou que jamais trairia o lado azul.

Você sabia que... a Ponte Preta deve mais de R$ 70 milhões a empresas do presidente do clube, Sérgio Carnielli?

‘Bola de ouro’. Sport. O clube pernambucano respira mais aliviado: pagou uma velha dívida com um pai de santo e agora espera sair da crise. Após a conquista da Copa do Brasil de 2008, a cartolagem havia prometido dar R$ 5 mil ao Pai Carlos para comprar um búfalo ou um boi malhado.

Bola de latão. Mineirinho. O pão de queijo servido no campeonato está tão apetitoso, mas tão apetitoso, que o pessoal do Ipatinga decidiu vender ingresso a R$ 2 e sortear uma moto, 50 litros de combustível, um GPS e um disputado curso para carteira de habilitação.

Bola de lixo. CBF. O criativo Circo Brasileiro de Futebol resolveu um sério problema do torcedor: colocou jogos do Brasileirão às 21 horas de sábado.

Bola sete. “Pode me chamar do que quiser. O mais importante é que estou feliz com ele” (da atriz Nivea Stelman, sobre o love story com o santista Elano – e ponto final).

Dúvida pertinente. A volta do Rio-São Paulo seria uma boa?

O que você achou?
jose.r.malia@espn.com

E agora, Shogun? O que fazer?

Shogun vs Jones

Olá fãs de esportes,

Esperei a poeira assentar um pouco, ouvir outras pessoas e refletir sobre a luta entre Mauricio Shogun e Jon Jones.

Nesta terça-feira, inclusive, participei de dois programas sobre o assunto e conversei bastante...

A primeira observação que deve ser feita é a mais simples possível: Jon Jones foi melhor, mereceu vencer, e Shogun esteve irreconhecível.

O próprio brasileiro e sua equipe reconheceram isso, sequer levantaram uma bola que todo mundo percebeu: Shogun totalmente fora de forma.

A outra, e mais importante observação, para não repetir o erro, seria a seguinte:

Shogun precisa de um head coach para puxar seus treinos e de excelentes sparrings.

Ser dono da equipe e não ter um treinador no seu ouvido puxando seus treinos acaba deixando-o bem abaixo do seu potencial.

Três treinadores são lembrados pelos excelentes trabalhos que fizeram com ele: Rafael Cordeiro (que o revelou na Chute Boxe), Sergio Cunha (responsável pela volta por cima contra Chuck Liddell) e André Dida (que puxou seus treinos e traçou as estratégias para enfrentar Lyoto Machida).

Acho que o melhor caminho para Shogun em suas próximas lutas seria passar umas seis semanas antes de seus combates na Califórnia, na equipe de Cordeiro, treinando com seu primeiro mestre.

Além de um dos melhores treinadores do mundo, Shogun teria à sua disposição sparrings como Fabricio Werdum, Wanderlei Silva, Renato Babalu, Jason Miller, Tito Ortiz, Mark Munoz, André Dida e até Anderson Silva, que passou a freqüentar a academia de Rafael ultimamente...

O que acha dessa opção, fã de esporte?

Caso decida optar por uma solução caseira e não sair de Curitiba, Shogun poderia fazer uma aliança com a CM System, de seu antigo professor Cristiano Marcello.

Talvez pesasse contra o fato de a equipe não ter tantos lutadores do peso do ex-campeão do UFC.

Claro que isso é só um pitaco deste blogueiro, já que Shogun tem um empresário que, com certeza, lhe ajudará a tomar uma decisão correta para seu futuro.

Mas fica a dica...

Shogun é um dos lutadores mais talentosos do mundo, mas o esporte evoluiu tanto que somente o talento não salva mais ninguém.

Anderson Silva e Georges St Pierre são exemplos de lutadores acima da média que nunca se acomodaram em seus treinos.

Anderson está na Califórnia, sem luta marcada, mas treinando com Rafael Cordeiro.

E sabe onde está GSP? Na Inglaterra, treinando com Roger Gracie, dez vezes campeão mundial de Jiu-Jitsu na faixa-preta.

Como disse meu amigo e sócio, Marcelo Alonso, eles estão fora de suas zonas de conforto, enfrentando pedreiras diariamente em seus treinos, sabendo que essa fase de treinamento é muito pior do que uma luta.

Já Jon Jones é o cara a ser batido.

É alto, tem a maior envergadura da história do UFC, tem um Wrestling de altíssimo nível, e tem talento e disposição para evoluir rapidamente na trocação e na luta de solo.

Para vencê-lo, há poucos candidatos nesta categoria.

Mas, uma coisa eu posso apostar: estando 100% física e tecnicamente, Shogun é um dos principais candidatos.

E você, fã de esportes, o que acha?

Até a próxima!


PS: Verifiquei meu twitter (http://twitter.com/gvenga) e acho que ninguém acertou o palpite para essa luta. Prometo olhar novamente. Caso realmente ninguém tenha acertado, vou fazer o mesmo na luta do Rogério Minotouro neste sábado.

A maior história de todos os tempos e os protagonistas de Mano

Nunca houve história maior e jamais existirá em nosso futebol. Uma das maiores da história da nação, transcendendo as quatro linhas. Brasil x Uruguai, final da Copa de 1950 é incomparável com qualquer outra coisa em nosso futebol. Nas palavras de Nelson Rodrigues, com seu peculiar e brilhante exagero, “uma tragédia pior do que a de Canudos”.

Todos os elementos de uma tragédia estavam lá, concentrados e ampliados no drama em si que já é o ritual do futebol. Os requisitos de Aristóteles para qualificar algo como tragédia sobravam em doses cavalares. Sobravam personagens maiores, e o final triste preconizado pelo filósofo, com destruição de um ou vários personagens foi o saldo maior daquele 16 de julho.

Barbosa, Bigode, Obdulio, Ghiggia...O Maracanã, tocado a toque de caixa para emoldurar o maior feito brasileiro em todos os tempos, a maior plateia da história de uma partida de futebol (que também jamais se repetirá), uma cidade e um país em festa desde a véspera, o título ganho antes da bola rolar, o oportunismo de políticos e cartolas...A majestade de um estádio, que foi muito além de cimento e tijolo, construído e símbolo de um país que saia da vida rural para a modernidade...Símbolo maior naqueles dias de um país que pretendia gritar ao mundo sua capacidade empreendedora, afirmar sua modernidade. Não são poucos historiadores, antropólogos e sociólogos a afirmar que os anos dourados e os “50 anos em 5” se inauguraram ali, naquele estádio mágico que agora destroem...

Uma tragédia que marcou a ferro e fogo personagens maiores, herois. Traumas eternos na vida de uma nação, quanto mais para esses homens. Virou obsessão na vida de muitos. Paulo Perdigão dedicou parte de sua vida remoendo essa tragédia. De sua obsessão, ficamos com “Anatomia de uma derrota”, obra maior. Foi ele também que chegou ao ponto de refazer a cena do gol de Gigghia.

Na recriação de Perdigão, a bola é defendida por Barbosa. Geneton Moraes Netto é outro obcecado por 1950, e nos deu “Dossiê 50”. Eduardo Galeano, com sua nobreza infinita, parece que estava do lado de cá da derrota e não entre os vencedores quando descreveu a tragédia.

Também para mim 1950 foi e ainda é algo mal resolvido, pequena obsessão desse modesto contador de histórias. Se o brilho não é o mesmo dos acima citados, a fixação pela história é a mesma. E que me persegue desde sempre, desde os primeiros passos na profissão.

Engatinhava ainda no ofício, foca mesmo, quando Brasil e Uruguai se enfrentaram no Maracanã, em 28 de junho de 2000, cinquenta redondos anos depois da fatídica partida. Começando no Jornal do Brasil, não fazia parte do esquema de cobertura da partida. Aquilo me consumia, não podia estar fora daquela noite tão especial, onde os fantasmas estariam todos passeando pelo Mário Filho. Me coçava, morria ouvindo as reuniões de pauta preparatórias para a partida. Sabe-se lá porque, naquela véspera, até Tostão adentrou a redação do saudoso JB e espiou a reunião. E eu de fora...

Num arroubo de coragem estagiária e obsessão, adentrei a salinha do chefe e pedi para fazer algum personagem do jogo. Disse que soubera que Gigghia estaria lá, queria fazer algo com ele, algum personagem. E num arroubo de falta de lucidez ou coragem, o velho Vicente Senna, jornalista dos bons e companheiro, me entregou a missão de fazer algo sobre esses personagens do entorno do jogo. Com o lembrete que estava depositando confiança em mim, simples estagiário, e que era responsabilidade dele...Algo pra gelar um estagiário...Mas eu amava demais aquela história, não ficaria de fora por nada...

Chego no Maracanã. Não existe jogo para mim. Procuro Gigghia alucinadamente. Cada minuto de bola rolando era menos um pra mim, o fracasso iminente, a sensação de que a profissão acabaria naquela noite crescendo...Quantas vezes me encostei na grade da tribuna e me perguntei a razão de ter chamado o jogo pra mim. Ou ainda algum motivo para, depois de velho, ter mudado de profissão...
O jogo acaba. Não tenho a menor ideia do que aconteceu em campo ou sequer do resultado. O fracasso era fato. Como iria encarar o bom Vicente que confiara em mim? E eu, crente que era um Gay Talese, ali, sem uma linha...Nessas horas os demônios crescem, tomam formas e tamanhos assustadores...

Nada mais me tirava a convicção de que O Globo, a concorrência, iria estampar na primeira página uma matéria com Gigghia. E eu constataria que ele esteve ali, no meu nariz, mas o foca perdeu...Conhecia de cor todos os textos dos jornais de 1950. O maravilhoso texto do grandíssimo e repórter maior Araújo Netto do dia seguinte da final de 50 parecia mais vivo do que nunca. Não me lembro de texto tão dramático, a descrição do Maracanã se esvaziando em silêncio. Cinquenta anos depois, o velho Maraca da minha infância se esvaziava silenciosamente novamente, como no texto de Araújo Netto daquele 16 de julho de 1950...

O Maracanã vai se apagando. Agora parece ficção mas é verdade. Não consigo me mover...Já não há mais ninguém ali...De repente, já nem sabia se era visão ou não, vejo Bigode quieto, amparado por um conhecido, começando a se retirar. Corro como quem acha um oásis no deserto.

Converso com ele, o mundo está salvo, ou pelo menos minha vida... E de repente, como outra visão, quem vem de lá, o Maracanã completamente deserto...Gigghia, o carrasco! Andando. Não acredito naquilo, os fantasmas maiores daquela minha obsessão conspirando para transformar a maior derrota da minha vida em algo mágico, maior...Peço para Bigode para irmos até Gigghia. É quando tenho a noção exata do que é um trauma. Uma frase que cortou a noite escura do Maracanã e meu coração.

O velho Bigode, de tantas batalhas, acusado e marcado anos por ter tomado um tapa jamais registrado de Obdulio me contém, vendo fantasmas em um Maracanã deserto: “Não posso ir. E se alguém me vir conversando com ele? Vão falar que fui frouxo, que entreguei”. Cinquenta anos depois, um tapa que ninguém sabe ao certo se existiu ainda doía na alma daquele senhor. Tiro o time. Maior do que qualquer matéria são alguns princípios e o respeito por uma dor...

Mas Gigghia faz a outra parte. Vem na direção de Bigode. Um abraço afetuoso. Peço algumas palavras. Com delicadeza, diz algo que jamais me esqueci. Fala sobre algo que diz muito sobre o tempo, as coisas que ficam menores com o andar dos anos, sobre a grandeza humana: “Já tem tempo demais aquilo tudo. Estamos velhos demais para ficar lembrando daquilo”, num providencial ato de gentileza e grandeza com o vencido.

Não tem tanto tempo assim mas não não existiam celulares com máquinas, ou digitais modernas. Eu não tinha máquina. Sem foto em jornal, aquilo era quase nada. Outra odisseia começa. O amigo de Bigode tinha máquina. Peço que tire uma foto daqueles dois monstros, um encontro num Maracanã deserto, só um foca como testemunha. A foto é feita. O amigo de Bigode quer dinheiro, e negocia longe do heroi, desconfio que Bigode nunca soube das intenções do amigo.

Encerra as negociações. Está num velho hotel na Lapa. Faço de tudo mas ele vai embora. Percorro todos os hoteis, moteis da Lapa na madrugada. O sofrimento que tinha virado benção volta a ser sofrimento. Encontro o hotel. O tal amigo me promete ir ao JB na tarde seguinte.

Queria negociar com a direção, e não comigo, claro. Mais 20 horas de sofrimento. Será que irá ao jornal? De tarde, Bigode e o amigo cruzam o sexto andar da Avenida Brasil 500. Conduzo eles para a direção, que naquele momento já devia fazer planos para encerrar a carreira daquele foca meio ensandecido. Aguardo o papo conversando com Bigode. Não resisto perguntar o que respondeu por 50 anos. “Você acha que se eu tivesse tomado aquele tapa eu não estaria brigando até agora?”.

No dia seguinte, dois depois do jogo, a foto e a história estão na primeira página, assinado, fato raro, muito mais para um foca. Tenho o jornal perdido em minha bagunça, ainda acho um dia...

Minha obsessão por 1950 seguiu. Poucos dias depois daquilo, peço pra fazer entrevista especial com Zizinho sobre 16 de julho de 1950, que iria completar 50 anos. O mestre desligou o telefone naqueles dias. O mundo queria falar com ele sobre o assunto. Com justa razão, ele querendo esquecer, o mundo querendo falar. De novo aquela sensação de “pra que fui me meter nisso?”. Tínhamos amigos em comum, o samba do Candongueiro a nos ligar. Consigo falar. Ele avisa que posso passar lá, mas não falaremos de 50...Então o que eu teria? Nada, claro. Arrisco...

No dia dos 50 anos, sem 1950 na pauta...Na primeira pergunta, amenidades, o Mestre bota o trauma toda pra fora. Puxa um desenho de própria autoria com os esquemas táticos de Brasil e Uruguai. E afirma: “Conhecia todo o esquema deles...E a gente perdeu!”.

Volto com uma página especial naquele dia dos 50 anos. Aquele fantasma que tanto sofrimento e obsessão me causa ainda foi sempre generoso comigo. De quebra, ainda me proporcionou tantas boas resenhas com Eduardo Galeano, e depois com o próprio Ziza. Muitas tardes em Niterói, de boa resenha e os salgados da Dona Rosani, e uns encontros no samba do Candongueiro.

1950 segue vivo em minha vida. Segue vivo na história desse país. Seguiu dramaticamente vivo como trauma até os últimos dias de Barbosa. Naquela cafajestada inominável de quando foi barrado na Granja Comary. Ou no dia em que Geneton quis entrar no gramado do Maracanã com ele. “Não, lá dentro não”, encerrou. Seguiu vivo em Bigode...

Lembrei disso tudo isso com a entrevista de Mano Menezes para a Folha de São Paulo. “Precisamos de protagonistas”, disse ele ao repórter Sérgio Rangel. Um time sempre precisa de protagonistas. Mas desconfio que, mais do que nunca, esse time de Mano vai precisar de protagonistas para 2014.

De bons jogadores, mas também de homens de coração e personalidade. Não se brinca com fantasmas. Eles estarão vivos e de plantão em 2014. Acho que Mano sabe disso. Triste daquele que acha que o mundo se explica só pela razão...

Mais do que os fantasmas, estarão de plantão na Copa de 2014 alguns dos piores exemplares da raça, fantasmas também. Fantasmas daqueles políticos que iam na concentração na véspera de jogos e falavam em títulos. Fantasmas daqueles que usam o futebol e a paixão de uma gente em benefício próprio. Fantasmas de uma escória que se locupleta do suor dos outros e só aparecem para a foto da vitória. Do contrário, na derrota, falam em “fraqueza psicológica dos brasileiros”, “raça inferior”, “gente que não aguenta pressão”. Que o lá de cima nos proteja dos fantasmas. Eles podem jogar com a gente, a vida me ensinou. Dos vivos, e dos muito vivos, devemos nós mesmo cuidar.

Futebol deveria punir o racismo com o rigor que pune o doping

imagem de torcedores do Zenit oferecendo uma banana para Roberto Carlos – garimpada no site russo Sport 812 pelo jornalista Gustavo Hofman, editor da Trivela.com, colaborador da revista e comentarista dos canais ESPN – é chocante sob vários aspectos. O uso de uma referência desgastada e de extremo mau gosto, o riso cínico dos torcedores, a covardia do “espertão” que deve ter achado o máximo a “grande sacada” de entrar com uma banana no estádio para mostrar a um consagrado jogador adversário. Mas choca, sobretudo, a incapacidade das autoridades esportivas em banir o racismo no futebol.

O Zenit já tem tradição em atos racistas da sua torcida, que simplesmente não admite negros no elenco. Como também são comuns manifestações na Itália, na Espanha, no Brasil e em vários outros países. Há uma repulsa imediata geral, as federações prometem tomar providências e o clube envolvido, sempre escondido atrás da suposta impossibilidade de controlar o ato de grupos de torcedores, volta para casa com uma multa irrisória, talvez algum mando de campo perdido e nada mais. Até que a poeira abaixe e se inicie novamente um ciclo de perseguição e intolerância.
Roberto Carlos foi surpreendido pelo ataque dos torcedores do Zenit
Roberto Carlos foi surpreendido pelo ataque dos torcedores do Zenit
Crédito da imagem: Reprodução/ Sport 812


Já passou da hora de o racismo ser tratado como o que é, um tumor maligno da sociedade que se manifesta também no futebol. Enquanto não for levada a sério e punida com rigor, a discriminação racial sempre estará à espreita nos estádios.

O correto seria tratar o racismo da mesma forma que se trata o doping. Um atleta flagrado no exame antidoping pega até dois anos de suspensão no primeiro exame positivo e é banido do esporte em caso de reincidência. Por que não fazer o mesmo quanto ao racismo? O jogador que discriminar outro é afastado por dois anos e, se repetir a infração, é proibido de praticar a modalidade profissionalmente. O problema sumiria rapidinho de dentro do gramado.

Para afastá-lo das arquibancadas, mais rigor. Punições progressivas, que comecem com a perda de pontos, passem para o rebaixamento, cheguem à suspensão e, em casos incorrigíveis, culminem com a proibição de disputar torneios profissionais.

É uma solução extrema, mas condizente com ato grave que só faz emporcalhar o esporte. E a Fifa que tome providências logo. Não custa lembrar que Brasil e Rússia, sede das duas próximas Copas do Mundo, são palcos constantes de racismo no futebol. O business dos mundiais (a única coisa quem importa para a Fifa) sofreria um duro golpe com bananas e urros imitando macacos pipocando pelas arquibancadas.

Libertadores 2011

Grupo 3


23/03/2011
21h50Fluminense 3x2 América - MEX EngenhãoRio de Janeiro


Grupo 8


23/03/2011
19h30Godoy Cruz 1x1 Independiente Malvinas ArgentinasMendoza

Campeonato Potiguar 2011

1ª RODADA - 23/03/2011
HORAJOGOESTÁDIOCIDADERELATO
15h00Palmeira de Goianinha 2x0 Centenário Pauferrense A definirA Definir
18h30Alecrim 1x2 Assu A definirA Definir
20h30Potiguar de Mossoró
0x1
ABC NogueirãoMossoró
20h30América-RN 2x2 Baraúnas-RN A definirA Definir
20h30Santa Cruz-RN 2x2 Coríntians-RN IberezãoSanta Cruz

Campeonato Alagoano 2011

16ª RODADA - 23/03/2011
HORAJOGOESTÁDIOCIDADERELATO
15h00Murici 0x0 CSA A definirA Definir
20h30CRB 1x0 Sport Santo Antônio A definirA Definir
20h30CSE 3x1 Ipanema Juca SampaioPalmeira
20h30Coruripe-AL 4x1 Corinthians-AL Gerson AmaralCoruripe
20h30ASA 4x0 Santa Rita Coaracy FonsecaArapiraca

.Campeonato Cearense 2011

4ª RODADA - 23/03/2011
HORAJOGOESTÁDIOCIDADERELATO
20h15Itapipoca 5x2 Guarany-CE PerilãoItapipoca
20h15Tiradentes-CE 2x0 Ferroviário-CE Presidente VargasFortaleza
21h50Quixadá 1x2 Ceará AbilhãoQuixadá

Campeonato Goiano 2011

14ª RODADA - 23/03/2011
HORAJOGOESTÁDIOCIDADERELATO
20h30CRAC-GO 3x0 Anapolina Genervino FonsecaCatalão
20h30Goianésia 5x2 Morrinhos Valdeir José de OliveiraGoianésia
21h50Trindade 1x3 Atlético-GO Abrão Manoel CostaTrindade

Campeonato Pernambucano 2011

18ª RODADA - 23/03/2011
HORAJOGOESTÁDIOCIDADERELATO
20h00Náutico 5x1 Salgueiro AflitosRecife
20h00Porto-PE 2x0 Vitória-PE LacerdãoCaruaru
20h00Petrolina 2x1 Central Paulo CoelhoPetrolina
20h00Araripina 0x0 Ypiranga-PE Chapadão do AraripeAraripina
21h50América-PE 1x2 Santa Cruz-PE CarneirãoVitória De Santo Antão

Campeonato Catarinense 2011

5ª RODADA - 23/03/2011
HORAJOGOESTÁDIOCIDADERELATO
19h30Avaí 3x1 Metropolitano-SC RessacadaFlorianópolis
19h30Criciúma 2x2 Imbituba Heriberto HulseCriciúma
20h30Brusque 1x0 Marcílio Dias-SC Augusto BauerBrusque
20h30Chapecoense 1x0 Joinville Indio CondáChapecó
21h50Concórdia 2x1 Figueirense Domingos Machado de LimaConcórdia

Campeonato Baiano 2011

23/03/2011
21h50Bahia de Feira 4x1 Vitória da Conquista AlbertãoFeira de Santana

Campeonato Paranaense 2011

5ª RODADA - 23/03/2011
HORAJOGOESTÁDIOCIDADERELATO
15h30Iraty 2x1 Cascavel Emílio GomesIrati
15h30Corinthians-PR 2x2 Paranavaí Janguito MalucelliCuritiba
19h30Coritiba 2x0 Arapongas Couto PereiraCuritiba
20h30Operário 0x0 Rio Branco-PR Germano KrüggerPonta Grossa
21h50Roma-PR 2x3 Atlético-PR Bom Jesus da LapaApucarana

Campeonato Mineiro 2011

8ª RODADA - 23/03/2011
HORAJOGOESTÁDIOCIDADERELATO
21h50Atlético-MG 1x1Uberaba Arena do JacaréSete Lagoas

Campeonato Gaúcho 2011

Grupo 1


23/03/2011
20h00Novo Hamburgo 1x0 Ypiranga-RS Santa RosaNovo Hamburgo
20h30São Luiz 3x2 Lajeadense 19 de OutubroIjuí
21h50São José-RS 0x1 Internacional Passo da AreiaPorto Alegre
21h50Caxias 4x3 Universidade Centenário de CaxiasCaxias Do Sul

Grupo 2


23/03/2011
16h00Cruzeiro-RS 3x1 Juventude Estrelão Porto Alegre
20h00Santa Cruz-RS 2x1 Veranópolis PlátanosSanta Cruz Do Sul

Campeonato Paulista 2011

15ª RODADA - 23/03/2011
HORAJOGOESTÁDIOCIDADERELATO
17h00São Caetano 2x0 Bragantino Anacleto CampanellaSão Caetano do Sul
17h00Mirassol 2x0 Americana José Maria de Campos MaiaMirassol
19h30Santos 3x1 Mogi Mirim Vila BelmiroSantos
19h30Palmeiras 3x0 Linense Arena BarueriBarueri
19h30Portuguesa 0x0 Santo André CanindéSão Paulo
19h30Noroeste 2x2 Grêmio Prudente Alfredo CastilhoBauru
21h50Paulista 3x2 São Paulo Jaime CintraJundiaí
21h50Corinthians 3x0 Oeste PacaembuSão Paulo