terça-feira, 23 de abril de 2013

À espera de definições, Ibson, Alex Silva e Cleber Santana treinam normalmente



Ibson reforçará o Flamengo no clássico contra o Flu
Sem espaço e com alto salário, Ibson deverá deixar o Fla
Após ganhar o domingo e a segunda-feira de folga, o elenco do Flamengo se reapresentou na tarde desta terça no CT Ninho do Urubu, com treinos físicos na academia e uma leve atividade técnica no campo. Sem nenhum jogo oficial no futuro próximo, as atenções no clube ficaram voltadas para o zagueiro Alex Silva e os volantes Ibson e Cleber Santana.

Considerados "cartas fora do baralho", os dois primeiros deverão ser dispensados ou negociado pelo clube. Uma reunião ainda na noite desta terça-feira, inclusive, poderá definir o destino da dupla. 

Já Cleber Santana poderá voltar para o Avaí, que o vendeu para o Flamengo originalmente, em 2012. Ainda em dívida com o clube catarinense, o Rubro-Negro tem grandes chances de ceder o jogador para evitar maiores problemas financeiros ou mesmo judiciais. O presidente do Avaí, inclusive, está no Rio de Janeiro para negociar os termos do negócio.

A única ausência da atividade desta terça ficou por conta do zagueiro Marcos González, que está defendendo a seleção chilena.

Já eliminado do Campeonato Carioca, o Flamengo vive a expectativa pela definição das datas e horários do seu confronto com o Campinense, pela segunda rodada da Copa do Brasil. A CBF deverá fazer o anúncio nesta sexta-feira, após a definição dos demais jogos da primeira fase da competição. 

Enquanto isso, o elenco rubro-negro segue treinando. Nesta quarta-feira, o clube trabalhará em tempo integral, com atividades às 9h e às 15h30 (de Brasília), novamente no CT Ninho do Urubu, em Vargem Grande

Liga dos Campeões

15h45 Bayern de Munique 4x0 Barcelona

VÍDEO: Felipão se agarra ao passado para justificar o futuro. Xavi e Schweinsteiger jogariam com ele?


Luiz Felipe Scolari deu entrevista ao jornal Folha de S. Paulo e voltou a dizer que acha Cristiano Ronaldo melhor do que Messi. Não foi exatamente uma novidade. O treinador já havia manifestado sua preferência pelo atacante que comandou quanto diriga a seleção de Portugal em outras ocasiões, como no vídeo abaixo, em entrevista à televisão portuguesa.



Mas uma frase dele se destaca: "Essa história de volante goleador é muito bonita para a imprensa. É bonito, só não é bonito para o técnico e o time. Quando tu tens laterais como os nossos, Daniel Alves e Marcelo, tem que ter proteção". Como se fosse impossível para um ser humano jogar futebol com eficiência no passe, na criação, e também no desarme, na destruição das jogadas adversárias.

Scolari é três anos mais jovem do que o técnico do Bayern, Jupp Heynckes, que deixará o cargo ao final da temporada. Horas depois de o jornal chegar às bancas brasileiras, aqui em Munique o comandante do time alemão respondia, em entrevista coletiva na véspera do duelo com o Barcelona, sobre as mudanças no futebol desde seu título europeu, em 1998, com o Real Madrid.

Para o alemão, o futebol mudou muito e muda sempre. Cada vez mais é um jogo coletivo no qual os espaços ficam menores e é mais difícil decidir apenas com o talento. É evidente que Heynckes tem plena consciência de que as estratégias, os métodos que o fizeram campeão europeu com o time merengue há 15 anos não serviriam para, por exemplo, deter o Barcelona nesta semifinal de 2013.

Scolari, por sua vez, recorre ao passado para justificar o que fará no futuro: "A seleção ganhou em 1994 e quem eram os volantes? Mauro Silva e Dunga. 2002? Gilberto Silva e Kleberson. Essa história de volante goleador é muito bonita para a imprensa." Diz isso como se fosse impossível para um ser humano jogar futebol tirando a bola dos pés adversários e criando boas jogadas, dando bons passes.

Para Mauro Cezar, Felipão é obsoleto: 'Técnico busca no passado argumentos para explicar o presente'

E as competições que o Brasil perdeu mesmo com típicos "volantões"? Qual a razão para ele sequer buscar ao menos dois brasileiros capazes de marcar e criar? O técnico cebeefiano foi além: "Quando tu tens laterais como os nossos, Daniel Alves e Marcelo, tem que ter proteção". Ora, laterais como os que ele cita não podem marcar? Eles não fazem isso em seus times? Fazem. Tanto que Daniel é o mais faltoso jogador do Barça na atual Liga dos Campeões. 

Os conceitos "Scolarianos" fazem brotar mais perguntas. Afinal, esses ofensivos laterais são obrigatoriamentre mais importantes num time do que meio-campistas que marquem e saibam sair com a bola? Xavi perderia espaço no Barcelona dentro de tal conceito? E Schweinsteiger seria barrado no Bayern? Quais as chances do espanhol e do alemão em 2014 se fossem brasileiros?

Tudo isso repercutiu no dia em que Alex Ferguson, sete anos mais velho que Felipão, chegou ao seu décimo-terceiro título inglês com o Manchester United. O clube, que tinha sete antes do escocês, agora acumula 20 taças de campeão nacional. No jogo do título, 3 a 0 sobre o Aston Villa com Rooney (atacante de origem) no meio-campo fazendo lançamentos de 50 metros. E o experiente (39 anos), leve e hábil Ryan Giggs mais uma vez como volante.

Scolari tem a missão de levar o Brasil ao título em 2014. E tentará fazer isso defendendo velhas ideias. Não por acaso, perguntado pelo PVC sobre o que incorporou do futebol europeu ao atual trabalho na seleção, respondeu: "Os trabalhos em campo reduzido, com marcação por pressão. Eu já fazia, mas lá se faz mais, com mais intensidade, por mais tempo". Só? Conclusão: quase nada.

Claro que com a tradição da camisa amarela, jogando em casa, com o mínimo de organização, pode até dar certo. É futebol e o anfitriação da próxima Copa não é a Coréia, tampouco a África do Sul. Mas será bem difícil. Ainda mais quando um time é arquitetado em pouco tempo e com sua estrutura calçada em conceitos que parecem ter sido encontrados num brechó. E você, acha que Scolari faria diferença no banco de reservas de um dos semifinalistas da Liga dos Campeões?

PS: mais sobre o tema você pode ler no blog "Olho Tático", de André Rocha, clicando aqui

Os absurdos do Maracanã e seu leal defensor

Chama-se Regis Fichtner. Nos tempos do Febeapá, a flor dos Ponte Pretas não o perdoaria. Hoje, como secretário de estado da Casa Civil do Rio de Janeiro, tem carta branca para falar e escrever o que não deve. Ou melhor, deve, sim, ao governo que ele representa e a cujos absurdos tem a missão de defender com argumentos quase sempre indefensáveis.

Falando, o secretário firma posição a respeito das cadeiras perpétuas do Maracanã. Escrevendo, faz o mesmo quanto à reforma do estádio e a licitação que o entregará ao empresário amigo do governador. Não é hora de discutir se a atitude do governo, nos dois casos, é certa ou erada. Se a questão das cadeiras ainda está aberta, ou semiaberta, a do estádio, reforma e licitação, já são favas contadas. O que pretendemos, nessas linhas, é comentar as argumentações do secretário. Pouco importa se sinceras ou se formuladas apenas para agradar o patrão, verdadeiro responsável por tudo que ocorre no Maracanã.

Sobre as cadeiras perpétuas, ao dizer que quem as comprou não tem direito a elas o secretário defende que o estado tem poderes para tirar de qualquer cidadão aquilo que ele adquiriu legalmente. Tem mesmo, governador? A bobagem mais contundente está em outra fala, segundo a qual quem adquiriu as cadeiras para assistir à Copa do Mundo de 1950 não tem o direito de assistir de graça a "todas as Copas do Mundo". É mesmo, secretário? E quem disse que quem comprou as cativas (válidas por cinco anos) e perpétuas (o nome diz tudo) o fez só para assistir àquela Copa? Passou pela cabeça de algum deles – ou de alguém mais – que, 64 anos depois, haveria outra Copa do Mundo no Brasil? Os donos das cadeiras mereciam do governador e seu porta-voz ao menos o respeito a quem gastou uma pequena fortuna, entre 1948 e 1950, não só para ver a Copa, mas para ajudar a construir o estádio. Em vez de mandá-los para a Justiça, deveriam fazer como o governador da época (na verdade, um dos prefeitos do Distrito Federal) que lhe prometeu perpétua gratidão. As coisas eram bem mais direitas naquela época.

As razões da reforma e da licitação estão num artigo publicado em jornal carioca. Que já começa mal: "Assim que o Brasil foi escolhido sede da Copa de 2014, o governo do estado constatou que o Maracanã de 1950 não cumpria mais os requisitos atuais para a Copa do Mundo". Não é verdade. Quem o constatou foi a Fifa, que sintomaticamente não é sequer citada no artigo. Aliás, é a poderosa Fifa, a falsa ONU do futebol, a verdadeira dona desta e de todas as Copas. No Brasil, todos a obedecem de modo serviçal. Mudam-se leis, rompem-se tradições, permite-se que torcedores sejam lesados na compra de ingressos para a Copa das Confederações, baixa-se a cabeça quando seu secretário-geral nos ameaça com um pontapé no traseiro. Mas terá sido a Fifa a única vilã da história? Ou ela simplesmente abriu caminho para que nossos dirigentes, políticos e esportivos, gastassem uma fábula para reformar o Maracanã e depois o entregassem, prontinho, "seguro e confortável" ao amigo do governador? Se der pé, sem cadeiras perpétuas.

No tal artigo, confessando a incompetência do estado para gerir o novo Maracanã, já que sua missão principal é "prover serviços públicos essenciais, como educação, saúde e segurança" (quase não resistimos a perguntar como vão esses três itens no Rio de Janeiro do atual governo...), o secretário justifica que o ex-maior estádio do mundo passe a outras mãos. Repetindo, prontinho "seguro e confortável". 

Vale ler o artigo por inteiro, assim como acompanhar futuras possíveis falas do secretário sobre as cadeiras perpétuas. Quando ele diz que, a partir de agora, o Maracanã pertence à dona da Copa do Mundo (que não é o Brasil, mas a Fifa), pode estar agradando ao patrão, ou se livrando do pontapé no traseiro do arrogante secretário-geral, mas certamente, nos tempos de Stanislaw, seria sério candidato a cocoroca do ano

Os números que podem decidir o campeão europeu; veja análise sobre os semifinalistas da Champions

Quais os pontos de fortes para os alemães Bayern de Munique e Borussia Dortmund explorarem? Quais os caminhos para os espanhois Barcelona e Real Madrid chegarem à decisão? Veja uma análise em cima dos números que podem decidir o novo campeão europeu.
Veja a análise em cima dos números que podem decidir o novo campeão europeu

A austeridade tem vencido a riqueza na Champions League. O Borussia é exemplo?

Montar o time inteiro custou ao Borussia Dortmund 25 milhões de euros. Foram 17 milhões em Marco Reus, 4 milhões em Hummels, 4,5 milhões para comprar Lewandowski. De resto, contratações de descobertas, jovens jogadores que saíram livres de seus clubes ou foram formados em casa, como Mario Gotze e Schmelzer.

Alguma imprecisão pode haver, um milhão aqui, dois ali. Mas é diferente a política do Real Madrid. Só para ter Fábio Coentrão, foram 30 milhões de euros. Por Cristiano Ronaldo, 94 milhões, mais 68 milhões por Kaká.

Nos últimos anos, a austeridade tem vencido a riqueza. Tirando o Chelsea, campeão em 2010, Barcelona, Bayern e Manchester United são exemplos de comprar barato, com exceções. Revelar muito e descobrir jovens. O Borussia, um pouco mais.

Hummels é hoje um dos dois melhores zagueiros do planeta. Estreou no Bayern em 2007 e foi emprestado ao Borussia Dortmund. Ao final desse período, o clube o queria e Hummels queria a cidade. Ficou por 4 milhões de euros. O francês Varane foi uma descoberta do mesmo tipo, feita pelo Real Madrid, no Lens. Custou 10 milhões de euros.