Luiz Felipe Scolari deu entrevista ao jornal Folha de S. Paulo e voltou a dizer que acha Cristiano Ronaldo melhor do que Messi. Não foi exatamente uma novidade. O treinador já havia manifestado sua preferência pelo atacante que comandou quanto diriga a seleção de Portugal em outras ocasiões, como no vídeo abaixo, em entrevista à televisão portuguesa.
Mas uma frase dele se destaca: "Essa história de volante goleador é muito bonita para a imprensa. É bonito, só não é bonito para o técnico e o time. Quando tu tens laterais como os nossos, Daniel Alves e Marcelo, tem que ter proteção". Como se fosse impossível para um ser humano jogar futebol com eficiência no passe, na criação, e também no desarme, na destruição das jogadas adversárias.
Scolari é três anos mais jovem do que o técnico do Bayern, Jupp Heynckes, que deixará o cargo ao final da temporada. Horas depois de o jornal chegar às bancas brasileiras, aqui em Munique o comandante do time alemão respondia, em entrevista coletiva na véspera do duelo com o Barcelona, sobre as mudanças no futebol desde seu título europeu, em 1998, com o Real Madrid.
Para o alemão, o futebol mudou muito e muda sempre. Cada vez mais é um jogo coletivo no qual os espaços ficam menores e é mais difícil decidir apenas com o talento. É evidente que Heynckes tem plena consciência de que as estratégias, os métodos que o fizeram campeão europeu com o time merengue há 15 anos não serviriam para, por exemplo, deter o Barcelona nesta semifinal de 2013.
Scolari, por sua vez, recorre ao passado para justificar o que fará no futuro: "A seleção ganhou em 1994 e quem eram os volantes? Mauro Silva e Dunga. 2002? Gilberto Silva e Kleberson. Essa história de volante goleador é muito bonita para a imprensa." Diz isso como se fosse impossível para um ser humano jogar futebol tirando a bola dos pés adversários e criando boas jogadas, dando bons passes.
E as competições que o Brasil perdeu mesmo com típicos "volantões"? Qual a razão para ele sequer buscar ao menos dois brasileiros capazes de marcar e criar? O técnico cebeefiano foi além: "Quando tu tens laterais como os nossos, Daniel Alves e Marcelo, tem que ter proteção". Ora, laterais como os que ele cita não podem marcar? Eles não fazem isso em seus times? Fazem. Tanto que Daniel é o mais faltoso jogador do Barça na atual Liga dos Campeões.
Os conceitos "Scolarianos" fazem brotar mais perguntas. Afinal, esses ofensivos laterais são obrigatoriamentre mais importantes num time do que meio-campistas que marquem e saibam sair com a bola? Xavi perderia espaço no Barcelona dentro de tal conceito? E Schweinsteiger seria barrado no Bayern? Quais as chances do espanhol e do alemão em 2014 se fossem brasileiros?
Tudo isso repercutiu no dia em que Alex Ferguson, sete anos mais velho que Felipão, chegou ao seu décimo-terceiro título inglês com o Manchester United. O clube, que tinha sete antes do escocês, agora acumula 20 taças de campeão nacional. No jogo do título, 3 a 0 sobre o Aston Villa com Rooney (atacante de origem) no meio-campo fazendo lançamentos de 50 metros. E o experiente (39 anos), leve e hábil Ryan Giggs mais uma vez como volante.
Scolari tem a missão de levar o Brasil ao título em 2014. E tentará fazer isso defendendo velhas ideias. Não por acaso, perguntado pelo PVC sobre o que incorporou do futebol europeu ao atual trabalho na seleção, respondeu: "Os trabalhos em campo reduzido, com marcação por pressão. Eu já fazia, mas lá se faz mais, com mais intensidade, por mais tempo". Só? Conclusão: quase nada.
Claro que com a tradição da camisa amarela, jogando em casa, com o mínimo de organização, pode até dar certo. É futebol e o anfitriação da próxima Copa não é a Coréia, tampouco a África do Sul. Mas será bem difícil. Ainda mais quando um time é arquitetado em pouco tempo e com sua estrutura calçada em conceitos que parecem ter sido encontrados num brechó. E você, acha que Scolari faria diferença no banco de reservas de um dos semifinalistas da Liga dos Campeões?
Tudo isso repercutiu no dia em que Alex Ferguson, sete anos mais velho que Felipão, chegou ao seu décimo-terceiro título inglês com o Manchester United. O clube, que tinha sete antes do escocês, agora acumula 20 taças de campeão nacional. No jogo do título, 3 a 0 sobre o Aston Villa com Rooney (atacante de origem) no meio-campo fazendo lançamentos de 50 metros. E o experiente (39 anos), leve e hábil Ryan Giggs mais uma vez como volante.
Scolari tem a missão de levar o Brasil ao título em 2014. E tentará fazer isso defendendo velhas ideias. Não por acaso, perguntado pelo PVC sobre o que incorporou do futebol europeu ao atual trabalho na seleção, respondeu: "Os trabalhos em campo reduzido, com marcação por pressão. Eu já fazia, mas lá se faz mais, com mais intensidade, por mais tempo". Só? Conclusão: quase nada.
Claro que com a tradição da camisa amarela, jogando em casa, com o mínimo de organização, pode até dar certo. É futebol e o anfitriação da próxima Copa não é a Coréia, tampouco a África do Sul. Mas será bem difícil. Ainda mais quando um time é arquitetado em pouco tempo e com sua estrutura calçada em conceitos que parecem ter sido encontrados num brechó. E você, acha que Scolari faria diferença no banco de reservas de um dos semifinalistas da Liga dos Campeões?
PS: mais sobre o tema você pode ler no blog "Olho Tático", de André Rocha, clicando aqui