sexta-feira, 18 de março de 2011

Mineiro 2011

7 RODADA
20h00 América-MG 1x3 América-T.O
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campionato portuges 2011

 218/03 17:15 hs
Portimonense3x1Vitória de Guimarães
Portimão

Campeonato Alemão 2011

27ª RODADA - 18/03/2011
HORAJOGOESTÁDIOCIDADERELATO
16h30Borussia Mgladbach 0x1 Kaiserslautern Borussia ParkMönchengladbach

O Palmeiras é dono da Arena Palestra e faz bom negócio com o estádio. Saiba por quê?

O Palmeiras tinha três maneiras de pensar sobre seu estádio, antes de fechar o acordo com a W. Torre para a construção da Arena Palestra.
1. Não mexer em nada e deixar o Parque Antártica ser o puleiro que era.

2. Reconstruir o estádio com o próprio dinheiro do clube. Não havia. A discussão no Internacional sobre a reforma do Beira Rio mostra como seria difícil.

3. Fazer um acordo de parceira com uma construtora, como se fez.

Não é verdade que a terceira opção, a adotada, fere a autonomia do clube. Quando se diz que o Palmeiras não poderá treinar no novo Parque Antártica, vale lembrar que há vinte anos o time de futebol não treina regularmente no local. E que poderá continuar fazendo seus treinos eventuais. Basta olhar a tabela de jogos do ano e marcar nas vésperas de clássicos e agendar na véspera dos possíveis jogos decisivos. Mas lembre-se que raramente o Palmeiras treina no campo de jogo mesmo em vésperas de partidas especiais, como as citadas acima. A impossibilidade de marcar amistosos também é ridícula, dado que o Palmeiras jogou raríssimos amistosos no Palestra Itália nos últimos dez anos.
Quando o Palmeiras não puder jogar em seu estádio por compromissos da Arena Multiuso com outro tipo de espetáculo, o clube ficará com 100% da renda no estádio alugado e a W. Torre pagará 50% do aluguel desse palco. A única diferença em relação à situação atual do Morumbi é que o São Paulo não tem alguém que pague 50% do aluguel. Semana que vem, o Morumbi estará fechado, apesar de haver São Paulo x Corinthians no domingo, por causa do show do Iron Maiden.
É preciso entender a realidade da administração de estádios no Brasil. O Parque Antártica consome R$ 9 milhões de despesas de manutenção anual. A partir da construção e pelos próximos trinta anos, cabe à construtora, em seu papel de co-gestora do estádio, fazer a manutenção. O Morumbi deu prejuízo em todos os anos entre sua inauguração, em 1960, e 2003. No ano passado, sem aluguel para outros clubes, mas com outros tipos de espetáculo no estádio, o lucro bateu a casa dos R$ 40 milhões.
Por tudo o que está exposto acima, é possível afirmar sem risco: o Palmeiras não fez mau negócio ao fechar o contrato com a W. Torre.
Mas há uma questão política importante a discutir aqui. Os profetas do apocalipse que inundam as redações com informações distorcidas sobre os contratos da nova Arena são os mesmos que acompanharam no Conselho Deliberativo e no Conselho Fiscal todas as etapas da aprovação da Arena Palestra. Todas!
O projeto da nova Arena não foi imposto por diretorias passadas, nem de Luiz Gonzaga Belluzzo, nem de Affonso Della Monica, o responsável pela assinatura da parceria. O projeto da nova Arena foi discutido por mais de seis meses em todas as esferas do clube.
Abaixo, o cronograma que comprova como até Mustafá Contursi, acído crítico do contrato, teve a chance de alertar o mundo sobre os hipotéticos erros antes das demolições.

Em 17 de Dezembro de 2007:
Assinatura do Memorando de Entendimentos entre Palmeiras e W. Torre.
Assinaram o presidente Affonso Della Monica e o diretor-financeiro Salvador Hugo Palaia.

Em 27 de Junho de 2008:
Antônio Carlos Corcione e Pedro Renzo apresentaram ao Conselho Fiscal o parecer sobre os termos jurídicos do contrato de investimentos. Conselho Fiscal aprovou os termos jurídicos do contrato. Faziam parte do C.O.F. Mustafá Contursi, Carlos Fachinna e Arnaldo Tirone. Foi solicitado que a minuta do contrato ficasse consignada na ata do COF

Em 30 de Dezembro de 2008:
Reunião do Conselho Deliberativo que aprovou o plano de negócios e a contratação da W. Torre

Em 21 de Julho de 2008:
Reunião do Conselho Deliberativo que aprovou a alteração estatutária e a cessão da superfície para a W. Torre.

Em 30 de agosto de 2008:
Assembléia Geral que aprovou a mudança estatutária com a cessão da superfície para a W. Torre

Em 21 de Maio de 2010:
Reunião do Conselho Deliberativo que ratificou os termos do plano de negócios e as aprovações efetuadas em 30 de junho de 2008.

A questão mais polêmica e discutida há quase uma década é a dos 30 anos de uso de superfície pela construtora. Isso também foi discutido exaustivamente. No início, o projeto rezava que a W. Torre teria direito ao uso de superfície por 20 anos e, nos primeiros sete, o Palmeiras não seria remunerado pelas operações. O clube vetou. O direito do uso de superfície não tira a propriedade do Palmeiras. Ao contrário, o clube é dono do estádio, a construtora passa a gerir a arena em conjunto com o clube. E constrói os prédios da administração e das quadras poliesportivas, um investimento de R$ 45 milhões. Esses edifícios são do propriedade e gestão exclusivos do Palmeiras.
Se o contrato é ruim (e não é!), deve ser revisto. Mas com a lembrança de que todas as esferas de poder do Palmeiras o aprovaram, sem restrição.
Mas o projeto é bom, não tira autonomia do clube e será concluído. As obras estão a todo vapor e, segundo o presidente Tirone, não vão parar. Nem devem. O que deve parar é a guerra política dentro do Palmeiras.

VÍDEO: Torcer por time de outro Estado é um direito, mas não o ideal

Fortaleza e Flamengo se enfrentaram na noite de quarta-feira, na capital cearense, pela Copa do Brasil. Estive na transmissão da partida pela ESPN. Ao contrário do que aconteceu em outro duelo entre os times, pela mesma competição, há dois anos, desta vez o estádio não recebeu tanta gente. Foram quase 47 mil pagantes em 2009 e pouco mais de 21 mil (pelos números oficiais) desta vez. Reflexo do "olho grande" de quem elevou os ingressos a inacessíveis (para a maioria) R$ 50.

Ao contrário do que, mais uma vez, previa parte da mídia concentrada no Sudeste, os rubro-negros não dividiram o Castelão com os fãs do Leão. O Flamengo tem, todos sabem, muitos torcedores no Nordeste e no Ceará. Mas os dois maiores times de Fortaleza são mais populares do que qualquer outro na capital do Estado. Assim, embora existissem quantidade maior de flamenguistas nas cadeiras inferiores, a torcida do Tricolor de Aço era mais numerosa nas arquibancadas e no total.



Torcedores do Flamengo no Castelão: em bom número, não a maioria

Em 2009, com o estádio quase que totalmente repleto, a proporção era de aproximadamente dois leoninos para cada rubro-negro. Sim, uma presença muito significativa dos que apoiaram a equipe carioca. Mas não o bastante para fazer do Flamengo o time com mais apoio do lado de fora de campo. Diferentemente do que acontece em outras capitais, como Maceió, João Pessoa, Manaus, etc. Nessas cidades, joguem contra quem for, os flamenguistas são maioria na cancha.


Galera do Fortaleza faz a festa: apoio ao time de fé, mesmo na Série C
A maneira com algumas pessoas repudiam os que torcem por clubes de outros Estados é abominável. Faixas chamando esses torcedores de "Vergonha do Nordeste" já foram vistas no Recife e em Salvador, especialmente. Cada um torce por quem bem entende, ninguém é obrigado sequer a ter time preferido, muito menos deste ou daquele lugar. Respeitar a preferência de cada um sim, é obrigação. E tamanha intolerância só afasta aqueles que, eventualmente, possam refletir a respeito.

Outro argumento tacanho é alimentado por alguns dirigentes e torcedores de times paulistas. Aparentemente inconformados com a popularidade de clubes cariocas, em rasgos de bairrismo (que também vem em sentido contrário em diversas ocasiões e por razões (?) várias) alegam que um flamenguista de Teresina, por exemplo, tem dois times e o clube de Ronaldinho Gaúcho é o segundo em seu coração. Mas não usam o mesmo raciocínio quando batem no peito para dizer que o Corinthians tem a maior torcida de todo o Paraná. Ciuminhos é?

Os "mistos", como torcedores de clubes do Nordeste chamam aqueles que têm um clube de fé onde vivem e outro de um centro maior, evidentemente existem. E é claro que o sujeito pode ser primeiro torcedor do CSA e depois do Vasco, ou o inverso disso. O mesmo vale para os são-paulinos de Campo Grande (MS) ou palmeirenses de Londrina (PR). Podem até mesmo dividir sua paixão seguindo com fervor os dois times, que raríssimas vezes ficam frente a frente, separados por várias posições entre as diferentes Séries do Campeonato Brasileiro.

Concordo que se as pessoas torcessem mais pelos times de suas cidades eles seriam mais fortes, afinal, atrairíam públicos maiores e ampliariam a capacidade de arregimentar sócios, por exemplo. Isso também daria condições para negociar contratos de patrocínio melhores. E com tudo isso, times mais competitivos poderiam ser formados. Com poucos a apoiar tais clubes, eles fica cada vez mais frágeis. Mas é assim no Brasil e, insisto, ninguém é obrigado a torcer por A ou B.

Os vídeos abaixo, feitos menos de uma hora antes do cotejo Fortaleza 0 x 3 Flamengo, e logo após a entrada em campo das equipes, mostram as duas torcidas e a bela festa dos tricolores do Ceará. O Leão está na terceira divisão nacional, mas a existência dessa gente que torce e sofre por ele me dá a certeza de quem irá se recuperar. Como o Ceará subiu, o Bahia voltou, Remo e Paysandu voltarão, e o Vitória também. Assim como Sport, Náutico e Santa Cruz, ABC, América, times que se espalham entre as Séries B, C e D. E quem tem torcedores fiéis a eles.