segunda-feira, 2 de julho de 2012

Brasileiro Série C

20h30 Paysandu-PA 2x0 Luverdense

Brasilerão Série D


20h00 Petrolina 3x3 Ypiranga-PE
20h00 Nacional-MG 0x0 Aracruz

São Paulo vira "Corinthians". Corinthians vira "São Paulo". Inversão de papéis é evidente

O São Paulo era o clube do Centro de Treinamento modelo, um exemplo a ser seguido pelos demais. O Corinthians já tem o seu CT, de primeira qualidade.

O São Paulo era o clube que se orgulhava por ter um estádio. O Corinthians terá o seu (e aqui, neste post, não discutiremos os meios pelos quais chegará a isso, tema amplamente debatido neste espaço não é de hoje).

O São Paulo era o clube que observava boas oportunidades e contratava jogadores úteis sem gastar tanto. O Corinthians tem feito isso melhor do que ninguém.

O São Paulo era o dono da hegemonia no Campeonato Brasileiro. O Corinthians ganhou a Copa do Brasil 2009, brigou pela taça até a última rodada em 2010 e foi campeão nacional em 2011.

O São Paulo era o time brasileiro que lutava no exterior pela Copa Libertadores. O Corinthians poderá ser campeão do certame nesta quarta-feira.

O São Paulo era o clube que apostava, com sucesso, em veteranos como Zizinho, Gérson e Cerezo. Hoje o Corithians aposta em veteranos com bons resultados, casos de Emerson "Sheik" e Danilo.

O Corinthians era o clube que mandava técnico embora, mas manteve Tite mesmo depois da eliminação na Libertadores para o Tolima e com ele ganhou o Brasileiro dez meses depois. O São Paulo não consegue acertar com um técnico desde 2009, quando demitiu Muricy.

O Corinthians era o clube que apostava em zagueiros polêmicos, discutíveis, como Guinei, Gralak e outros. Hoje o São Paulo "brinda" sua torcida com Edson Silva, Paulo Miranda...

O Corinthians era o clube cujo presidente segurava o poder e irritava a oposição pelos métodos, envolvendo interpretações de estatuto. O São Paulo tem o mesmo homem na presidência, hoje, por conta de uma polêmica interpretação do estatuto.

O Corinthians teve em Vicente Matheus um presidente folclórico. O São Paulo tem hoje, em Juvenal Juvêncio, um forte candidato a "Vicente Matheus tricolor".

A inversão de papéis não parece ser mera casualidade.


VIPCOMM
Juvenal Juvencio, 80 anos de idade: no poder desde 2006, sem títulos desde 2008
Juvenal Juvencio, 80 anos de idade: no poder desde 2006, sem títulos desde 2008

“Eu seria um bom técnico para o São Paulo”, Juvenal Juvêncio, num momento de rara inspiração que causaria inveja até em Vicente Matheus

Londres 2012: Bonsucesso com rainha, Seedorf, música de Gil para o Timão...

Topo com Gilberto Gil no festival Back2Black, do qual foi embaixador. Gil estava feliz com o sucesso da empreitada que reuniu músicos brasileiros e africanos, no velho mercado de peixes ao lado do rio Tâmisa.

Muita gente importante e boa subiu aos três palcos montados para a ocasião: Arnaldo Antunes, Mart’nália, Melodia, Criolo, Marcelo D2, Jorge Benjor e Emicida, além do próprio Gil. Criolo, por sinal, fez questão de colocar a bandeira do Corinthians no palco, sábado. É apaixonado pelo time.

Sempre gentil, Gil lembrou, durante nosso encontro, que mesmo não sendo corintiano fez em 93 uma música para o Timão e que estará na torcida nesta quarta. Eis a letra de “Curintiá”:

“Ser Corinthiano
É decidir que todo ano
A gente vai sofrer

Se enrolar no pano
Da bandeira e reclamar
Se o time não vencer

Mas de repente o ano é santo
A gente tá no céu
O time é forte, a sorte é grande
O axé tá com a Fiel

O axé tá com a Fiel
Voa suave o Gavião
O axé tá com a Fiel
Bate na trave o coração

Ser Corinthiano
É mergulhar no oceano
Da ilusão que afoga

Não importa o plano
do destino cada jogo
É o coração que joga

Bate na trave a ilusão
Da gente vai que vai
Chutar de novo que o coração
Entra e o grito sai

É Gol!!!
Curintiá!!!
É Gol!!!
Corintimão!!!”



Amigo dos tempos de primário no Colégio São Bento carioca, Eduardo Amaral, o Dudu, está sempre me escrevendo. Principalmente agora que vivo longe, aqui em Londres. E lembra de coisas incríveis.

Desta vez, Dudu, que é um excelente desenhista (adorava fazer caricaturas de times de futebol), cita o grande Nelson Rodrigues a propósito da seleção inglesa de futebol: “É o Bonsucesso com rainha”, dizia o mestre lá pelos anos 70.

Quem conhece os textos de Nelson Rodrigues sobre futebol sabe bem que o exagero é que dava molho a suas crônicas, imperdíveis em ‘O Globo’ e no ‘Jornal dos Sports’. Mas cá entre nós, anos e anos depois, vendo o time inglês na Eurocopa, não é que o mestre tem certa razão!

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Seedorf é uma exceção no futebol. Com a bola nos pés, é excelente. Coloca-se bem, ataca, defende e, apesar da idade avançada, é uma joia rara. Ele me chama a atenção mais pelo comportamento fora das quatro linhas.

Educado, elegante, sempre atencioso, Seedorf é um gentleman. Ele passou aqui por Londres, como comentarista da BBC em alguns jogos da fase inicial da Eurocopa, e como sempre esbanjou simpatia e conhecimento.

Há coisas que só acontecem com o Botafogo. Mas essa foi muito boa

Espanha guarda o espetáculo para a final. É a seleção do século

Não bastava a Espanha fazer história como o primeiro time a vencer, consecutivamente, duas Eurocopas e um Mundial. Ela precisava ainda deixar na decisão a marca do espetáculo, algo que lhe foi cobrado ao longo do torneio. O título com um 4 a 0 na final não deixa margem a questionamentos.

Se em vários momentos o time de Vicente del Bosque foi pouco agradável aos olhos durante a campanha - e correu riscos, como nos jogos contra Croácia e Portugal -, na hora de ganhar o título o torcedor foi premiado com uma exibição de gala.

Em grande parte o crescimento espanhol na final se deve ao futebol de Xavi, que ficou escondido ao longo da Eurocopa. Ele participou de todos os gols, dando diretamente duas assistências. Foi o melhor da decisão - e ainda ajudou, e muito, a limitar a influência de Pirlo, o melhor do torneio, marcando a saída de bola italiana.

A Itália não mudou a característica exibida ao longo da campanha e não ficou esperando a Espanha. Procurou marcar no campo inteiro, mas algumas atuações individuais comprometeram. Montolivo e Marchisio não conseguiram se envolver no jogo o suficiente, e Chiellini, antes de sair machucado, esteve mal posicionado na bela jogada do primeiro gol.

Tal como na final da Copa de 1998, um time saía com dois gols de desvantagem no primeiro tempo. E, apesar de buscar forças para reagir na segunda etapa, parecia evidente que não era possível.

A lesão de Thiago Motta após a última alteração feita por Cesare Prandelli acabou por matar as esperanças italianas e propiciar a goleada à Espanha - com direito ao gol de Fernando Torres que lhe valeu a Chuteira de Ouro do torneio.

O placar da final não pode diminuir a grande campanha italiana, que saiu do fiasco de 2010 para se transformar novamente em uma seleção forte e competitiva. As bases para um bom trabalho visando a Copa do Mundo de 2014 estão montadas.

Mas a seleção do século até aqui, não só pelas impressionantes conquistas, mas por estilo e pelo que representa para uma geração, é a Espanha. As outras que corram atrás. O bonde passa, e quem quiser apenas contar as estrelas na camisa corre o risco de ver a distância aumentar.