segunda-feira, 2 de julho de 2012

Espanha guarda o espetáculo para a final. É a seleção do século

Não bastava a Espanha fazer história como o primeiro time a vencer, consecutivamente, duas Eurocopas e um Mundial. Ela precisava ainda deixar na decisão a marca do espetáculo, algo que lhe foi cobrado ao longo do torneio. O título com um 4 a 0 na final não deixa margem a questionamentos.

Se em vários momentos o time de Vicente del Bosque foi pouco agradável aos olhos durante a campanha - e correu riscos, como nos jogos contra Croácia e Portugal -, na hora de ganhar o título o torcedor foi premiado com uma exibição de gala.

Em grande parte o crescimento espanhol na final se deve ao futebol de Xavi, que ficou escondido ao longo da Eurocopa. Ele participou de todos os gols, dando diretamente duas assistências. Foi o melhor da decisão - e ainda ajudou, e muito, a limitar a influência de Pirlo, o melhor do torneio, marcando a saída de bola italiana.

A Itália não mudou a característica exibida ao longo da campanha e não ficou esperando a Espanha. Procurou marcar no campo inteiro, mas algumas atuações individuais comprometeram. Montolivo e Marchisio não conseguiram se envolver no jogo o suficiente, e Chiellini, antes de sair machucado, esteve mal posicionado na bela jogada do primeiro gol.

Tal como na final da Copa de 1998, um time saía com dois gols de desvantagem no primeiro tempo. E, apesar de buscar forças para reagir na segunda etapa, parecia evidente que não era possível.

A lesão de Thiago Motta após a última alteração feita por Cesare Prandelli acabou por matar as esperanças italianas e propiciar a goleada à Espanha - com direito ao gol de Fernando Torres que lhe valeu a Chuteira de Ouro do torneio.

O placar da final não pode diminuir a grande campanha italiana, que saiu do fiasco de 2010 para se transformar novamente em uma seleção forte e competitiva. As bases para um bom trabalho visando a Copa do Mundo de 2014 estão montadas.

Mas a seleção do século até aqui, não só pelas impressionantes conquistas, mas por estilo e pelo que representa para uma geração, é a Espanha. As outras que corram atrás. O bonde passa, e quem quiser apenas contar as estrelas na camisa corre o risco de ver a distância aumentar.